A noite não poderia ter sido melhor. Os dois dormiram silenciosos, abraçados, se sentindo as únicas pessoas vivas do mundo. Nada mais importava, a não ser eles ali, juntos, como um só. 

Amor é uma palavra complexa. Não é algo que se cria, não é algo que se adquire. Você não pode comprar, não pode pegar. É raro quando é sincero. Pode trazer boas ou más situações. Pode trazer sofrimento, lágrimas, brigas... Mas também pode trazer sorrisos, ansiedade, alegria, felicidade, risos e muito mais.

O amor deve ser aproveitado ao máximo em seu auge. Sem sombra de dúvidas.

Nunca sabemos o amanhã. Não se importe com ele. Viva hoje intensamente acima de qualquer coisa.

Um raio do belo sol do Caribe passou ousadamente por uma pequena brecha da cortina causada por uma leve brisa de vento. O raio foi diretamente aos olhos de Justin. Os olhos azuis do garoto logo se abriram, ainda mais claros pela luz do sol. Fez uma leve careta pelo contato dos olhos claros diretamente com o sol caribenho mas logo se adaptou. Suspirou, fechou os olhos por alguns segundos, tentando resgatar na memória os acontecimentos da noite passada, foi então que ele sorriu de canto. Abriu os olhos e a viu, ali, deitada sobre seu peito, abraçando-o como se jamais quisesse soltá-lo. Justin levou a mão para o rosto dela e acariciou levemente, tirando logo depois uma mecha loira que caia sobre seu delicado rosto.

- É ainda mais linda quando dorme... Como é possível? - Ele sussurrou para si mesmo, talvez não tão baixo assim, pois ela se mexeu um pouco.

Preguiçosa, Julie hesitou em abrir os olhos, estava muito confortável do jeito que estava posicionada ali. Ela sorriu e deu um beijo no tórax do namorado, beijo que demorou alguns segundos. Logo levantou um pouco o rosto e abriu os olhos. Azuis como um céu de verão. O cabelo loiro insistia em cair pelo rosto de pele alva e macia. 

- Bom dia princesa. - Justin disse, em tom baixo, sorrindo levemente.

- Bom dia príncipe. - Ela sorriu abertamente e se aproximou, tocando o rosto dele com a delicada mão, beijando-o brevemente. Após o término do beijo, ficaram se olhando por longos segundos nos olhos. Um olhar apaixonado.

Já havia passado do meio dia, logo o restaurante encerraria o almoço no hotel. Alex e Arthur já haviam almoçado por terem cansado de esperar por seus respectivos irmãos. Foi ótimo que fizeram assim, afinal, tiveram um ótimo momento. Os minutos se passaram e nada dos outros dois. Preocupados, decidiram ir até seus quartos para ver o que tinha acontecido. Arthur foi no quarto de Julie e ela não estava lá, ele riu e revirou os olhos. Foi até o quarto de Justin - Alex ainda sem entender nada, apenas o seguindo - e bateu na porta com força. Uma pegadinha para assustar os dois.

- O que está fazendo? - Alex sussurrou.

- Assustando os dois. - Arthur sorriu de canto.

- Os dois estão ai dentro? - Alex parou e raciocinou. - Wow wow wow! Você não está me dizendo que o Justin e a Julie...

- Sim, provavelmente. - Arthur riu da cara de choque que Alex fez.

Dentro do quarto, os dois ainda estavam na cama, conversando, namorando, ficando juntos e aproveitando o momento. Se assustaram com as batidas fortes na porta fazendo com que o plano de Arthur tivesse sucesso. Rindo, os dois começaram a pegar as roupas que estavam pelo chão e se vestindo. Julie correu para a porta sem nem ver o que estava vestindo e a abriu, viu que era o seu irmão e Alex e os puxou para dentro, rindo. Fechou a porta e correu para o sofá que tinha no quarto, onde o namorado estava sentado terminando de colocar o tênis. Ela sentou no colo dele e o olhou.

- Justin coloque uma camisa, temos visita! - Julie o repreendeu.

- Eu colocaria se você não a estivesse usando amor. - Ele riu e beijou o ombro dela.

- Ops! - Ela riu e mordeu o lábio.

No fim Justin acabou com apenas seu short e um tênis. Julie estava com a camisa xadrez vermelha do namorado que ficava grande nela e praticamente parecia um vestido. 

- O que vocês estão fazendo aqui tão cedo? - Julie perguntou. 

- Cedo? Ah claro, se pra você quase 15h é cedo... - Alex disse, rindo, ainda confusa pela situação.

- Vocês se protegeram? - Arthur, direto como sempre. Todos o olharam de olhos arregalados.

- Arthur! - Julie disse, jogando uma almofada nele.

- Okay... Isso é estranho e nojento demais pra minha capacidade mental... Podemos ir para a piscina? - Ela perguntou suplicante para Arthur.

- Claro linda, claro. - Ele riu e se levantou, pegando ela pela mão. - Bom, Lita, é bom que vocês dois comam algo, o restaurante está para fechar, passem no balcão e peçam uma porção de algo, pode colocar na minha conta.

- Uh, generoso. - Ela riu, Arthur sorriu retribuindo.

- Eu tenho que cuidar da minha irmãzinha. - Ele sorriu.

Justin e Alex se olharam.

- Alex você precisa de... - Justin tentou ser um bom irmão.

- Ah não começa a ser tão gay! - Ela revirou os olhos e saiu pela porta.

- Isso é o que eu chamo de amor fraternal. - Arthur disse e riu, indo atrás de Alex. - Nos vemos mais tarde.

Alex e Arthur sairam. Justin e Lita ficaram o resto da tarde no quarto, pediram serviço de quarto e umas refeições bem caras, afinal, estava tudo na conta do irmão. 

Mesmo que todos não quisessem admitir, a semana ali estava acabando. No dia seguinte deveriam preparar as malas para que de noite pegassem o avião de volta ao país. Os dias passaram rápido, logo eles estavam no aeroporto, prontos para irem. Infelizmente, Arthur ficaria na ilha, mas fez questão de levá-los no aeroporto.

- Vôo Caribe - New York 34451... Vôo Caribe - New York 34451. Última chamada. - A recepcionista falou no alto falante.

- Bom, é o nosso. Vamos? - Justin disse, pegando a bagagem de mão de Julie, já que o resto já estava guardado. 

- Vou sentir saudades maninho. - Julie disse, mais uma vez, abraçando forte o irmão. 

- Também vou Lita, você sabe disso. Ah, depois cheque seu celular, acho que te ligaram, deve ter uma mensagem lá. - Ele olhou nos olhos da irmão e sorriu. A mensagem era dele, claro, falando as coisas que não poderia falar na frente dos russo. 

- Ok ok. Checarei. - Lita sorriu e foi em direção ao namorado.

- Até mais, cara! - Justin apertou a mão de Arthur e sorriu.

- Até... - Arthur retribuiu o aperto de mão e o sorriso.

- Vamos indo Just... - Julieta foi indo com o namorado para a entrada do avião.

- Bom... Então acho que isso é um tchau. - Alex disse, sem coragem de encarar o loiro.

- Não é um tchau... É um até logo. - Arthur sorriu, achando doce a forma dela de evitar a situação.

- Como eu vou saber? Quando vou te ver outra vez? - Alex finalmente olhou ele, nos olhos. Arthur viu que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele engoliu seco. Por algum motivo, vê-la assim mexeu com ele. Ele negava-se a admitir que estava gostando dela, afinal, pela situação, não daria em boa coisa.

- Você vai saber. Vai me ver quando quiser. Só dar um toque no meu telefone que vou para onde você estiver. - Arthur disse, segurando agora o rosto dela com as duas mãos.

- Sério? Promete? - Ela olhava nos olhos dele, esperançosa.

- Sim, prometo. - Ele sorriu e soltou o rosto dela, depois a abraçou. 

Alex retribuiu o abraço e sorriu, pegou sua bolsa e foi em direção a entrada. Arthur ficou olhando-a ir. Até que balançou a cabeça, riu e correu até ela, a virou e a beijou. Foi um beijo doce, um beijo ousado, um beijo complexo.

Um beijo de até logo.