Diários de um Serial Killer escrita por Alex Ellb


Capítulo 9
Planos


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Eu queria ter postado esse capítulo ontem mas infelizmente quando eu terminei o capítulo de outra fic já era bem tarde e resolvi postar esse hoje mesmo. Espero que gostem, reviews e recomendações são sempre bem-vindas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/500138/chapter/9

Já tinham se passado quatro dias desde o último caso, todas já tinham se mudado para o meu apartamento e isso me incomodava profundamente. Era uma bagunça que antes não se encontrava ali, garrafas de bebidas por cantos e cantos, eu odiava ficar na sala, era repugnante. A maioria do tempo eu ficava no meu quarto, mas sabia do movimento e o que se passava no resto do apartamento. Jul voltou a trabalhar normalmente, Alana e Jeremy aos seus estudos e Estevan se esforçava com seu livro. Pela manhã, enquanto Jul dormia e Alana e Jeremy tinham acabado de sair ele veio ao me encontro.

–Acho que já temos uma boa história aqui – ele fala erguendo papeis – muito bom.

–Ótimo, pretende publicar a onde?

–Eu ainda não sei, talvez não publique.

–Como assim talvez não publique? Achei que isso fosse importante.

–Matamos gente, não dá para colocar isso num livro.

–Deixe menos claro, ora! Se você não sabe ao menos fazer isso então desista.

–Você estava relutante quando lhe propus isso, agora não quer que eu não publique, não dá para te entender.

–E por que quer entender? Olha, eu só faço por que é bem divertido e sabe que eu gosto de escrever isso, mas se está me fazendo fazer isso por nada pode esquecer. Escreva sozinho suas merdas e devolva as minhas, claro – não digo mais nada e saio do quarto. Eu não estava fazendo aquilo por nada, com certeza não.

Ainda era bem cedo, mesmo assim decidi sair e caminhar por aí. Caminhei, muito. Sabia onde estava, mas não reconhecia nada, eu nunca sai muito pelas ruas, quando saía não prestava atenção. Era passado do meio-dia, não sentia fome mas resolvi para em um restaurante. Acho que já tinha almoçado lá alguma vez, sentada perto das sobremesas para ter um tempo maior de escolher qual irei pegar. Almocei sozinha, não que não tinha almoçado assim antes, sempre comi em meu apartamento, mas parecia diferente. Muitas pessoas ali estavam, mas só algumas se falavam, muito poucas realmente se olhavam, na maioria –se não todos – dos lugares eram assim, apenas vazio.

Depois disso voltei a caminhar e caminhar, até um certo horário. Voltei para o meu apartamento, tomei banho e sai, ninguém me perguntou para a onde, mas não fui longe. Aquela loja de conveniência era para onde ia, o turno de Jul logo iria iniciaria. Esperei, e em fim chegou, entrei e me sentei em uma das pequenas mesas, peguei o jornal do dia e sorri ao ver nosso último caso na primeira página.

–O que faz aqui? – me pergunta Jul.

–Procurando alguém, sabe, quem vem aqui a essa hora não é tão boa pessoa.

–Você já veio aqui este horário.

–E eu sou uma boa pessoa? – Jul ri.

–Obviamente – ironiza ela.

Toma um refrigerante enquanto espero, até que quase meia-noite uma moça chega.

–Oi, eu queria algumas garrafas de bebida e cigarros - ela diz a Jul, a moça se veste vulgarmente, fala vulgarmente também, perfeito.

Jul lhe mostra onde achar o que quer, a moça paga e fala novamente:

–Estou indo trabalhar, acho que da para se fazer isso bem melhor com essas coisinhas – ela tem uma voz irritante, bem irritante.

–E você trabalha com o que?

–Ah, eu sou stripper – diz a moça rindo e parecendo orgulhosa.

–Uou – diz Jul baixinho, a moça nem pareceu ouvir.

–Então até mais – diz a moça ainda rindo.

Me levanto e pago o refrigerante para Jul.

–Onde vai? – pergunta ela.

–Ver onde ela trabalham- ao perceber sua expressão que misturava malícia e surpresa, falei – não, nada disso. Ela me parece uma boa pessoa para morrer – saio sem dizer mais nada e sigo a garota.

Ela para e entra em uma boate qualquer. Volto pra casa e divulgo a ideia a todos.

–Jeremy e Alana podem entrar e tentar falar com ela, o resto fica do lado de fora esperando. Acham que ela sai sozinha? – pergunto.

–Não, essa gente não sai sozinha pela madrugada – responde Jul.

–Tentei descobrir isso! – falo me dirigindo a Jeremy e Alana, afinal, algo de útil eles tinham que fazer né – Amanhã começaremos, estejam preparados.

Tive muitos momentos de insônia na minha vida, mas isso que acontecia agora não era insônia exatamente insônia, era como esperar aquele passeio de escola que nunca chegava, e na véspera você não conseguia ao menos dormir. Aquilo não era um passeio de escola, era melhor, era a pura diversão.

Exatas 4 da manhã eu me levantei e fui fazer algo que não fazia já a algum tempo, beber. Alguns fogem dos problemas com bebidas, outros cigarros e até mesmo sexo. Eu fazia dos meus problemas amigos íntimos, bebidas e cigarros eram apenas figurantes naquela cena. Pego a garrafa de Whisky e o sirvo no copo, não precisava de gelo, achava que se era pra beber que beba mesmo, não se engane com o gelo, não vai diminuir sua culpa por beber.

Ao beber, o liquido queima a minha garganta, outro gole, mais outro, e já me sinto tonta. Não que eu não esteja acostumada a beber, muito pelo contrário, mas nunca se sabe realmente o poder do álcool.

Na final do segundo copo estou sim bem alterada, deixo o copo cair ao servir mais. Os vidros cortam o meu pé e o barulho acorda alguém, tento sair dali e limpar o sangramento que ficava mais intenso, mas meus sentidos estão lentos e não respondem a minha ordem. Puxo o pé esquerdo, o que está bom e sem ferimentos, e consigo dar alguns passos. Chego ao banheiro e me sento, puxo o pé esquerdo até meu colo e consigo ver três, não, dois cacos de vidro fincados na carne. Era difícil distinguir o que era carne, pele, sangue ou vidro ali. Me sinto sonolenta, mas a dor aguda é mais forte que o sono. Pego num dos cacos que consigo ver e puxo, a dor fica mais forte, grito e pego a toalha de rosto para tentar abafar meus gritos.

Minhas mãos agora também estão ensopadas de sangue, mas não tanto quanto meu pé. Puxo mais uma vez o vidro que sair quase por inteiro. Grito mais uma vez – dessa vez muito mais forte – com a toalha em minha boca. Jogo meu pescoço para trás e tento tomar fôlego, estou suando e minha testa já começa a pingar. Puxo mais uma vez e finalmente vejo o pedaço de vidro sair inteiramente. O jogo na pia e tento tirar o outro pedaço. Puxo e é como se estive cortando meu pé fora, a dor é tanta que nem a toalha ajuda mais a abafar meus gritos e daqui a pouco todos já estarão de em pé se perguntando o que está acontecendo. O outro pedaço finalmente sai, levando mais sangue junto. A sangue no chão e na minha roupa.

Molho a toalha que usei para abafar os meus gritos – que está cheirando a Whisky – e a molho. Enrolo em meu pé e a amarro com esparadrapo. Não demora muito para a toalha já estar com pequenas manchas vermelhas. Mas não me importo, me escoro na parede para levantar, não consigo apoiar o meu pé direito no chão, o que me faz mancar. Me segurando nas paredes e com pequenos passos chego até o quarto, me jogo na cama onde praticamente desmaio.

Não sei quantas horas se passaram, mas quando acordei já era de manhã. Jul já tinha chegado do trabalho e estavam todos comendo. Ninguém foi me procurar no quarto, o que era bom, porque meu pé estava pingando sangue, o que faria alguém perguntar o porquê de estar machucado e sangrando, e eu realmente não queria responder isso.

Troquei a toalha ensopada de sangue por curativos limpos. Minha cabeça doía muito, era quase insuportável todas as dores que eu sentia no meu corpo, mas eu tinha que seguir. Coloquei um tênis e tentei não mancar o máximo possível, o que era bem difícil.

–Ora, ora. Bom dia, ou boa tarde – disse pegando uma xícara e bebendo, após o gole descobri que era café.

–Achamos que não seria bom acordá-la, então a deixamos dormir – disse Estevan.

–Claro que deixaram, fizeram bem. Quem acordaria alguém na sua própria casa?! – disse elevando um pouco o tom.

–Ora Yasmim, sente-se, ia dizer para tomar um café, mas vejo que já pegou o meu – disse Jul. A olho, me sento e empurro a xícara com café pela metade em sua direção.

–Aqui está o seu café, tem muito açúcar nele. Se não se importam, vou tomar um banho.

–Na verdade eu me importo sim. Nós conversamos sobre hoje de noite. Jul sabe onde é a casa dela – diz Estevan.

–A da menina Stripper? – diz Alana rindo.

–Essa mesmo. Qual a sua ideia?

–A mesma de antes, Alana, Jeremy, vocês vão até onde ela trabalha, tentam conversar com ela, consigam o máximo de informação.

–Ainda temos armas?

–Eu tenho duas – diz Jeremy.

–Então eu já sei o que faremos. Agora são 11:23, vamos sair às 22:00 e este, este vai ser o melhor dos casos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pretendo postar o resto ainda hoje! E se puderem deixar reviews e recomendações eu agradeceria!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diários de um Serial Killer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.