Odd's in your favour escrita por MyG


Capítulo 18
Efeitos


Notas iniciais do capítulo

Será que agora eu consigo FINALMENTE terminar a fic? Estou em uma maré de criatividade e tempo, então, peçam a Odin que continue pessoal! Boa leitura.



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– Então vocês querem que eu tente falar com Peeta? – Arqueio as sobrancelhas para Haymitch.

– Sim. Ele parece não se lembrar quem Katniss é, mas talvez por um golpe de sorte, eles não alteraram as memorias dele em relação a você. – Eu suspiro.

– Tudo bem, eu posso fazer isso. E quando seria?

– Amanha pela manha.

– Tudo bem. Era só isso?

– Sim.

Saio da sala do comando e vou em direção ao hospital. Ficar vendo Cato pelo vidro tem sido a coisa mais promissora que tenho feito nesses últimos dias. A cada dia ele está melhor, a palidez diminuiu, sua voz já sai alta e clara, ele consegue se alimentar sozinho. Por outro lado, Enobaria tem regredido muito. Cada vez mais magra ela se recusa a comer. Vive dopada, com pesadelos terríveis. Ela não tem forças mais para levantar da cama. Ethan é o único que consegue a convencer de fazer as coisas mais básicas, ele é bom com palavras, e isso muito me lembra Peeta.

Falando em Peeta, amanha será a primeira vez que verei ele sem um vidro nos separando, ele parece perdido. Só de ouvir o nome de Katniss ele surta, e os médicos não sabem ainda o que fazer.

Katniss também está em uma fase lamentável. Ela vive no hospital, várias pessoas tentam a alegrar ou simplesmente a fazer comer. Ela está em um estado debilitado por causa de Peeta.

E eu? Bom, eu tenho pegado dia após dia uma seringa com morfina do hospital. Uma maneira desesperada de fazer meu corpo relaxar a noite para poder segurar durante o dia seguinte. Se alguém no hospital percebeu, não se pronunciou sobre isso. Ethan constantemente tenta ficar comigo em um lugar a sós, mas eu sempre dou um jeito de sair. Os raros momentos que nos vemos (almoço e jantar) sempre giram em torno de Enobaria, ou da revolução... Qualquer palavra que possa levar ao assunto “nós” é cortada imediatamente, eu não tenho tempo para isso.

Dentro de dois dias Cato receberá alta, e eu ainda não sei como agir sobre isso. Agora ele esta lá, em uma cama de hospital, impossibilitado de me fazer perguntas ou tocar no assunto arena relógio e Ethan. Mas depois ele estará por ai, vagando nos corredores com sua roupa cinza, tentando se adaptar ao distrito 13 e eu não poderei o evitar para sempre.

Minha melhor companhia tem sido Gale, conversamos por horas em seu compartimento ou no meu. Ele sempre me diz que eu preciso tomar uma decisão, mais cedo ou mais tarde, pois tanto Ethan quanto Cato vão querer uma e eu precisarei já saber ela. Ele me fala como está em relação a Katniss e isso se torna um relato tão triste que qualquer um que ouça sente seu coração partir.

Katniss recebe alta amanhã e Enobaria está totalmente sem previsão.

Agora que Annie está aqui, Finnick está mais sorridente que nunca. Annie é alguém realmente adorável, porém, muitas vezes ela parece viajar para algum lugar paralelo, mas é só ouvir a voz de Finnick que ela retorna. Fico feliz pelos dois.

Vou até a sala de defesa especial e faço algo que a muito tempo não fazia: atirar facas.

É incrível como mesmo depois de tanto tempo ficar em contato com elas melhora meu humor. Bem, acho que uma vez carreirista, sempre carreirista.

– Você continua ótima com elas. – Meu coração da um salto, e a faca vai parar na parede ao lado de Cato.

– Você está maluco? Está querendo voltar para o hospital? – Eu coloco a mão no peito. – Não faça mais isso.

– Como quiser. – Ele sorri, tirando a faca da parede.

– O que está fazendo aqui? Ate onde fiquei sabendo, você só receberia alta em dois dias.

– Fui liberado mais cedo, eles concordaram em fazer isso contanto que eu prometesse não fazer esforço.

– Ah!... – Eu falo e viro-me novamente, acertando mais um alvo.

– E você como está? – A voz do Cato sai tão próxima a mim, que sinto sua respiração em meu pescoço. Quando eu viro, ele está perto, muito perto, alguns centímetros para ser exata e isso me incomoda. Eu me esquivo para o lado e me afasto.

– Estou bem, e pelo que posso ver você melhorou bastante.

– É... Alguns dias longe da Capital e você nota a mudança. – Ele da uma risadinha mas é meio obvio que de engraçado isso não tem nada.

– Você já esta pronto para me contar o que aconteceu na capital ou ainda não?

– Bem, o que você exatamente quer saber?

– Bom, começando por como você sobreviveu, depois vamos em direção ao o que Snow fez com você e por ultimo explicando por que não te telessequestraram como fizeram com Peeta.

– Bom, para começar... – Ele da um sorrisinho de canto – Quando eu cai para os bestantes, fui arrastado para um túnel. Eu achei que ia morrer, mas acabei indo parar em uma sala branca. Eu estava muito ferido e só voltei a tona quando já estávamos na turnê da vitória. Vi você surtar no distrito um, eles sempre estavam me informando sobre seu estado. Snow veio falar comigo, ele disse que eu seria um “premio de bom comportamento” para você. Mas é claro que nada saiu como esperado, as revoltas nos distritos começaram a ganhar força e então veio o anuncio do massacre. Foi um choque para mim como foi para vocês, eu não imaginava isso. Bom, então começou os jogos. Foi bem torturante se você quer saber, te ver ali e não poder sair e falar com você. Eu ficava na mansão pessoal do presidente Snow, eu não era exatamente mal tratado no inicio mas depois as coisas foram piorando. Primeiro me deixaram dias em um quarto trancado e raramente me traziam comida, depois os pacificadores começaram com agressões e estavam sempre me atualizando de como você estava nos jogos. No dia da entrevista, eu consegui fugir, mas já estava muito debilitado para conseguir ir muito longe. Você me viu, eu não consegui falar com você e você surtou. Depois disso as agressões aumentaram, até o momento da explosão da arena. Me levaram para a prisão junto com os demais, desde sempre planejaram me usar e usar Peeta contra você e Katniss. Nos tornamos bem amigos sabe? Éramos colegas de cela e víamos um ao outro ser torturados. – Ele da um risinho divertido. – E bem, o por que de eu não ser telessequestrado é por que eles não sabiam se tinha funcionado em Peeta. As imagens que eles colocaram de Katniss não pareceram surtir um efeito realmente, estavam esperando uma mínima confirmação de que tinha dado certo e então ocorreu a invasão dos rebeldes e nos tiraram de lá.

– Você teve sorte. – Ele lança um sorrisinho de canto e da de ombros.

– Talvez. – Ele para e me analisa por um tempo, me sinto desconfortável e caminho em direção a uma mesa, sentando lá enquanto Cato ainda me analisa. – Você em algum momento sentiu minha falta? – Sua pergunta me faz ficar com uma expressão indignada.

– Você só pode estar brincando.

– Por que estaria?

– Cato, não houve um momento enquanto estive no distrito dois ou na capital ou na arena que eu não lembrasse do que aconteceu entre nós. Perdi as conta das vezes que me acordei chamando seu nome ou pedindo para que você voltasse, ou ainda me agarrava a uma doce ilusão que fazia você ficar na minha frente, conversar. Eu procurava na sua imagem forças para tentar continuar, para tentar entender. Mas tem uma hora que eu não consegui mais ser forte sozinha, uma hora em que a morfina não me ajudava nos pesadelos... Uma hora que... – Eu não acho mais as palavras e começo a chorar. Sinto os braço de Cato me envolverem em um abraço e então ele deposita um beijo no topo de minha cabeça.

– Chega Clove, não precisa se explicar mais, não agora. Olha aqui. – Ele levanta minha cabeça de modo que consiga o olhar nos olhos. – Não vamos mais falar sobre isso, até ambos estarem em condições para isso, certo? – Eu maneio com a cabeça.

– Certo.

E mesmo após tanto tempo, Cato ainda consegue ter o mesmo efeito sobre mim.


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