Seu amor é uma mentira escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 23
Capítulo 22: Ele




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Lia, Lia... Minha doce garota

Você mente muito mal, sabia? Eu com 5 anos sabia atuar melhor. Quer saber a verdade? Eu estou em dúvida sobre você. Eu só não sei se você está mentindo pra mim ou pra você. Não, você não está me convencendo. Nem um pouquinho.

Eu ando me perguntando em como as pessoas acreditam tão fácil em você. Eu não entendo como elas conseguem confiar tão fácil nas suas palavras.

Isso me lembra da 1 º vez que te vi mentindo. Se lembra da Anny? Naquela época eu não tinha noção do quanto você era ciumenta. Eu estava na 3 º série, você na 2 º. Você detestava a Anny só porque ela era da minha sala e você não. Só porque eu fazia trabalhos escolares com ela e não com você. Mas você nunca me dizia que se incomodava, nunca. Eu não entendo porque você disfarçava.

Eu me lembro como se fosse ontem daquele dia. Você lembra? Era intervalo. Eu fiquei te procurando e não te achava em lugar nenhum. E toda vez que você não estava por perto Anny se sentava do meu lado. Eu não conseguia ouvir o que ela me dizia, parecia um zumbido horrível no meu ouvido. Eu só conseguia pensar em você e em onde você estava.

E então você aparece. Com aquela carinha de menina inocente, sorridente. Eu olho pra você e tenho certeza de que algo está errado. Porque você me fuzilou com o olhar e olhou com ódio pra Anny. Só aí que eu soube o monstrinho que você podia ser. Meu monstrinho.

O intervalo acaba, as mochilas de todos os alunos revistados. Os pertences de uma aluna sumiram. E eles foram parar misteriosamente na bolsa da Anny. Sua boneca e sua agenda.

Anny foi levada a diretoria e insistiu que eu fosse junto pra testemunhar a favor dela. Ela me pedia pra dizer a todos que ela não era de roubar, e isso era verdade. Eu entro na diretoria e vejo você chorando porque quer a bonequinha de volta. Lia, você odiava aquela boneca, você dizia que ela te assustava. Será que ninguém percebeu isso? Aquele fingimento barato?

Eu deveria ter defendido ela. Eu deveria ter apontado a eles os fatos, até mesmo o sorrisinho de vitória que você deu ao saber que os pais dela foram convocados a escola e que ela estava suspensa. Eu poderia ter feito várias coisas, mas acabei fazendo a mais improvável de todas. Eu fiquei rindo.

A única coisa que eu podia fazer pela Anny era me afastar dela. Não que eu tenha precisado fazer esforços, já que você a ameaçou. Sim, ela me contou meses depois que você tinha dito que faria ela ser expulsa da escola caso tentasse se aproximar de mim. Deve ter sido por isso que no fim do ano ela mudou de escola, medo de você. Ela tinha me escrito um bilhetinho, pedindo pra que eu tomasse cuidado com você, que você era perigosa.

Mas ela não te conhece como eu conheço. Ela não sabe que você é a coisa mais fofa do mundo quando quer. Ela não sabe que eu sei controlar você. Ela não sabia que eu era e sou tão psicótico quanto você.


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