Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 20
Capítulo 19: Demônio, vampira, humana


Notas iniciais do capítulo

Yo! De boa pessoal? Capítulo novo. Qualquer dúvida sobre ele, perguntem. Sério, faço questão dessa vez, caso algo tenha ficado confuso. E não se preocupem. Quanto a luta, entenderam no próximo cap



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Finn

Caído em um canto do cômodo, meus olhos estavam grudados nos de Marceline, que brilhavam vermelhos e vazios de vida. Não tinha mais como me afastar. O corpo da vampira se aproximava lentamente, e com sua boca aberta, exibia as presas mais protuberantes do que nunca, quase chegando ao lábio de baixo. Seus cabelos negros longos cobriam-lhe os ombros, porém não escondiam a pele cinzenta dos braços se aproximando de meu rosto. Seus dedos cruzavam minha face, com suas unhas roçando como lâminas na pele

– Ei, pode parar com a brincadeira? – Pedi, com a voz puxada num ligeiro tom de deboche

Como isso aconteceu? Bem... lá estava eu, feliz pela vitória, e tenso pelo que viria a seguir, quando de repente a garota pula sobre mim e me arranha. Agora, eu com um ligeiro corte no ombro, estava nessa situação

Senti um ligeiro frio na base do pescoço que me aqueceu por dentro e estremeceu todo meu corpo; uma boa sensação. Ela havia me lambido. Não poderia me excitar agora que a confirmação da provocação surgira

– Ei, tá exagerando por que? – Perguntei novamente

Ela continuou com a ação por mais uns momentos, soltando leves e baixos ruídos

– Ei, quando você vai...

Arregalei meus olhos. Dor. Isso tomou toda a minha consciência por um instante. Dei um chute no estômago de Marceline, que voou longe, batendo contra a parede de madeira. Levei minha mão a meu ombro. Pude sentir os dois pontos profundos lá, escorrendo filetes de sangue por tais. Ela me mordeu. Sério mesmo?

– Ei, que merda você tá fazendo? – Berrei

Meu olhar voltou-se a vampira. Seus olhos brilhavam em um vermelho pulsante, porém algo estava diferente. Era mais bestial; algo em sua expressão me lembrava um animal selvagem

Levantei-me lentamente. Ela sorria, e os dentes protuberantes deixavam sua expressão ainda mais assustadora. Eu podia sentir... estava confusa a aura de Marceline. Seu poder era desordenado e selvagem, sem controle, porém ainda massivo. Entre um rosnado e outro, seus olhos brilhavam mais ainda. Eu teria que tomar cuidado. Muito cuidado

Ela deu um passo. Minhas costas se envergaram instantaneamente e meus olhos se arregalaram. A madeira a seu pé se rachou e quase quebrou. Poderosa demais. Lembrei-me do treinamento, de quando ela fazia o que acabara de acontecer, e eu não conseguia desencostar do chão... mas desta vez, era mais potente. Olhei para minha marca. Sorri. Ergui as forças que tinha, e as linhas negras surgiram em meus dedos e envolta de meu pulso. Rosnei de volta, conforme eu sentia todas as minhas capacidades aumentarem e minha coluna voltar ao normal. Outro passo dela, e dessa vez, continuei de pé, encarando-a. Um rugido por parte da vampira deu início a seu ataque

Ela veio veloz, com um poderoso soco em direção a minha face com o punho direito. Desviei minha cabeça milimetricamente e desferi um golpe com as costas do meu mesmo punho em sua testa. Marceline cambaleou, porém logo girou, atacando-me com o canto de sua mão esquerda. Defendendo-me com meu pulso direito, acertei-lhe a face inteira com a palma aberta da mesma mão. Quase caiu desta vez. Sorri por um instante, porém esse me distraiu o suficiente para não perceber o próximo golpe vindo. Ela bateu com sua cabeça em minha. Todo meu corpo estremeceu... essa doeria por uns dias caso eu saísse vivo. Ergui meu olhar. Minha visão embaçada só pode ver um chute vir e acertar meu peito, me fazendo voar longe, me chocando contra a parede de madeira, a quebrando, e voando para fora da casa da árvore

Tive dificuldade em me levantar. Ergui-me sobre meu joelho conforme meus olhos melhoravam. Agora eu estava do lado de fora. Quase havia me esquecido disso! Ela não poderia lutar aqui fora. Senti-me vitorioso olhando para os dois pontos vermelhos dentro das sombras da casa, tremendo. Meu sorriso desapareceu rápido. Seus olhos perdiam o brilho vagarosamente. Corri em direção a casa, entrando em um único salto pelo buraco feito por ela

Dentro, estava a vampira. Seus olhos me encaravam com desespero conforme ela tremia como se morresse de frio. A luz que entrava pela parte destruída não chegava perto o suficiente para ameaça-la, então por que ela estava deste jeito? Quando me aproximei, ela se encolheu ainda mais no canto em que estava. O que mais me deixava frustrado, era o fato dela continuar como sempre era, e não como um monstro terrível

...

– Hmm... só isso então? – Perguntou Hunson, com a voz mansa. O senhor da noitosfera vestia seu sempre comum terno negro, meio avermelhado. Seus olhos passaram rapidamente pelos da filha. Ele sabia o que acontecera, para azar dele e dela. Sentado atrás de sua mesa, na poltrona de couro confortável, ele pensava. Como isso poderia acontecer? Logo quando as chances foram de tantas para apenas uma. Mas, talvez isso não fosse tão ruim... talvez. Ele tamborilava os dedos incessantemente. A vampira estava vestida com uma jaqueta escura, arreganhada até os cotovelos, com uma camisa vermelha por dentro. Calças tão negras quanto seus cabelos acabavam em botas em um tom vinho

– É, foi assim que ele me contou – Respondeu Marceline. Ela estava insegura. De braços cruzados, esperava alguma resposta do pai. Não que exigisse tais por mimo, mas sim pois era o meio mais fácil de consegui-las. Estava também com a mente em outro lugar. Um dia se passara desde o acontecido, porém ela só fora embora na chegada da princesa de fogo a casa da árvore. Não queria pensar muito nisso. Pelo contado, Finn quase a derrotara, então Phoebe, que nem lutaria para matar, não seria grande problema. Outra das coisas que a resposta foi pedida a seu pai. Por que pensava tanto no jovem humano?

...

Tudo a volta queimava, conforme a lutadora de fogo desferia socos contra o humano, que esquivava-se de cada um com habilidade. Um poderoso soco em direção à Finn, que simplesmente girou seu corpo, ficando com o lado de tal para seu inimigo. Ele pode sentir o calor vindo do ataque. Aproveitou o descuido de seu oponente, acertando em cheio a testa da princesa com um poderoso soco. Ela pagaria se pensasse que ele não havia mudado

Phoebe voou longe com o ataque, mas facilmente se estabilizou. Em sua mão direita, uma pequena bola de fogo surgiu. Logo, a bola tomou todo o braço direito, e quando ela o jogou, restou a ele arregalar os olhos

– Ifrit! – Berrou

O golpe foi aumentando de tamanho velozmente conforme cruzava o campo em direção ao humano. Era incrível, e assustador ao mesmo tempo. Vermelho, amarelo e laranja se misturavam em um poder tão destrutivo! Ao último momento que Finn pode observar, o golpe tinha o tamanho da casa da árvore

...

– Sabe Marceline, se alguma vez tomou o sangue de Finn, antes desse ‘’incidente’’ – Perguntou Hunson

A vampira pensou por um momento... não se lembrava de ter bebido sangue desde que experimentara pela primeira vez, e achara horrível... mas... em algum momento... ela se lembrava do gosto do sangue de Finn, de um momento antes

A memória veio como um flash em sua mente, a fazendo arregalar os olhos, porém continuar com a voz leve

– Uma vez, quando eu me feri seriamente, a algum tempo... lembro de Bonnibel ter me dito algo sobre eu ter bebido sangue de Finn, mas não levei a sério – Os pensamentos queimavam dentro de si, e ela se lembrava. Se lembrava do gosto do sangue de Finn. Era doce. Um gosto perfeito. Se lembrava perfeitamente de quando Finn se cortara para ceder a ela algum sangue. Aquele gosto. Seu corpo todo tremeu. Aquele gosto era divino. Ela queria mais

– Então... aí está. Os humanos estão extintos a pouco mais de mil anos, como você já sabe. E como sabe, você não nasceu como uma

Ela mantinha-se quieta, se lembrando do sangue do humano. Porém, as palavras penetravam sua mente como uma estaca

– Metade demônio. Filha do rei da noitosfera, e de uma humana. Como resultado, você nasceu. E como deve se lembrar, o último rei vampiro a transformou em vampira antes de você estraçalha-lo

O último rei vampiro foi o que capturou mais a atenção dela durante o transe. Era uma lembrança que não gostava de tocar. Uma ‘’ferida aberta’’

– Metade demônio, metade vampiro, e ainda com uma ligeira dose humana. Os vampiros preferiam o sangue desses seres inferiores, pois era doce. Eles eram as criaturas mais simplificadas. Não eram como lobisomens, centauros ou tais, que tinham descendência de bestas. Seu sangue era doce, ressaltando tal ponto. Você percebe, não é?

Novamente presa no transe. O gosto era bom demais para sair de sua cabeça. Seu olhar vagarosamente se tornava vazio

– Porém, a bestialidade é algo curioso. O seu lado humano, enfraquece seu lado vampírico, mas não o demônio, que é algo de nascença. Logo, você é algo como, 60% demônio, 35% vampira e 5% humana. Seus lados demoníaco e vampírico são bem divergentes em relação a humanos...

A filha do Lorde da Noitosfera o encarava. Sua expressão mostrava seu medo, sua ansiedade. Hunson Abadeer sabia. Mesmo com seus mil anos de idade, Marceline ainda se mostrava como uma jovem. Seu lado emocional era como sempre. Nunca maldosa, e sempre tentando segurar seus temores. E o pai sabia reconhecer quando a filha tentava verdadeiramente. Mas ele não poderia se deixar ceder. Ela teria que aguentar. Ele sabia do antigo amor da filha pela princesa doce. Sabia de como gostava de ser livre para fazer o que bem entendesse. O que seria dela agora?

– Pulando explicações. Você formou um laço de sangue demoníaco, a partir do momento que aproveitou o sangue com uma habilidade vampírica, e isso lhe afetou muito por ser um pouco humana. O sangue do humano agora, é uma droga para você. Ele é a fonte da coisa que você mais quererá a partir de agora, acima de qualquer vontade que tenha conscientemente. Finn agora, é algo mais importante para você do que qualquer outra coisa

As palavras soavam como trovões no coração da vampira. Sua estrutura era toda abalada conforme a notícia era dada. Não poderia haver nada mais terrível. Ela seria presa. Uma escrava do sangue do humano. Não poderia pensar por si própria. Não queria isso. E o pior de tudo, era que isso acontecia no momento. Imagens do garoto vagavam por sua mente no exato momento

– Não... não quero... não quero isso

O doce sabor de seu sangue continuava em seus lábios, a atraindo

– Não será como você pensa. O sangue dele é uma droga, não porque a faz sofrer, não, mas sim porque lhe dá mais força!

Ela erguia os olhos. Encarando o pai, com algumas lágrimas cruzando a pele que não poderia estar mais pálida da vampira. Ela não queria poder

– Ela mexe com sua cabeça. Choras agora, não por um futuro ruim iminente, mas por não poder se sentir como realmente é, como aprendeu a ser. Suas atenções voltaram ao garoto. Ficará feliz quando ele ficar. Entristecerás por vê-lo passar por más situações...

...

Finn estava a centenas de metros de Phoebe. Tudo nas proximidades havia sido reduzido a cinzas. Casa da árvore, planícies, bosques. Tudo queimava como se não houvesse importância. E Finn sorria

A princesa de fogo estava surpresa. Nunca pensara que Finn aguentaria um poder deste tamanho. Em realidade, ele a tem surpreendido desde o começo, e a Canela também. A marca em seu punho direito cobria as costas da mão, linhas negras seguiam pelos dedos e envolta do pulso. Ele estava mais poderoso. Tinha truques novos. Ele não era inútil

Seu sorriso se abriu ainda mais. O humano elevou sua força aos poucos, produzindo um leve grunhido. Chegara a um ponto, em que Phoebe arregalara os olhos para tamanha energia, e com a forma que tomava

Os olhos do humano brilhavam mais ainda em sua cor natural. Seus cabelos balançavam, e asas começaram a surgir em suas costas, compostas apenas de energia

...

– Marceline. Irá ama-lo, mesmo que ele não a ame. E você, mesmo agora pensando que será algo ruim... não ficará triste. Você verá como é. Só você poderá experimentar – Ele repousava a mão no ombro da filha, que agora, com esperança, sorria também – Não será tão ruim assim – Terminou ele

...

– Eu falei para não me subestimar de novo, princesa! – Berrou o garoto

De suas costas, um par de asas, grandes o suficiente para dar uma volta em seu corpo, saía majestosamente. Algo saía do meio de sua testa. Semelhante a uma pena. Toda essa energia emanada em uma cor laranja, assustava Phoebe

Uma esfera de energia surgia nas mãos de Finn, instável e poderosíssima. A princesa se afastou um passo, e depois outro

‘’Ace Phoenix!’’


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam? Bem, sobre a referência no final do capítulo, explicarei melhor no próximo capítulo sobre o quanto essa pessoa é importante

Mas por agora

Caras... quem não conhecem, deveriam conhecer. É um grande escritor. Um dos melhores (para mim, o melhor) escritor até agora da categoria de HDA. Eu planejava botar esse poder uma hora ou outra como homenagem, só que como ele me homenageou primeiro, passarei a vergonha de parecer que eu só to fazendo isso como resposta.... ;-;

Como o resto da explicação ficará para o próximo capítulo, pois estou planejando coisas, falar sobre como essa pessoa é importante se encaixa melhor no próximo capítulo. Por agora, acho que mesmo um agradecimento não seria o suficiente



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