Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 19
Capítulo 18: Sem futuro


Notas iniciais do capítulo

Yo! Eu fiquei escrevendo um fucking discurso por vinte minutos. Deu problema 3 vezes e o nyah não postou. Ou seja, passei uma hora fazendo esse capítulo, e o Nyah não quis postar '-'



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...

Poeira e névoa misturavam-se no campo de batalha, e faziam-se as únicas coisas possíveis de se ver. Marceline, observando a batalha de dentro da casa da árvore, percebia a energia do inimigo, massiva e inundando o local. Era realmente um oponente formidável. Demais para Finn, em realidade, e a vampira já não sentia mais a energia do jovem. Porém, algo a fazia ficar ali parada, alguma força que não a dela, a forçava a assistir, e a não fazer nada. O cheiro do sangue humano não podia se sentir, então... o que acontecera? Por mais que seu sangue fervesse nas veias para ir lá e trucida-lo por ter feito o que fez com Finn, ela se mantinha ali. E ela se perguntava. ‘’Por que estou me sentindo assim?’’

Abafando a mistura a sua frente, o ser ainda mantinha sua força em alta, e apesar de estar em uma postura calma, mantinha sua guarda levantada. Ele também não sentia a energia do garoto. Atacaria de novo? Não sabia se havia necessidade de fazê-lo. Seus olhos, brilhando em meio a tudo, não podiam enxergar o jovem ali, mas ele podia notar os mesmos da vampira na árvore. Diferente dos seus, brilhando em um tom verde claro, os dela brilhavam em um vermelho intenso, e a sensação que tinha, era de que ela queria arregaça-lo. A vontade assassina dela chegava até a arrepia-lo

– Vai ficar aí parado?

A voz vinha de dentro da névoa. Não era de Marceline, nem do ser. Franzindo o cenho, a vampira tentou enxergar... de onde vinham as poderosas chamas negras, que agora tomavam o lugar, saindo a partir do nada? A mesma pergunta, fazia o ser, que deu um passo atrás, surpreendido

As chamas se atiçaram por um momento, rodopiando pelo céu em volta de algo... ou melhor, envolta do jovem loiro, já que a névoa fora dissipada pelo fogo, este que desapareceu logo em seguida, sugada pelo punho direito dele

Ele estava como antes, parado com a mão direita estendida em frente ao corpo, enfaixada como a mão esquerda, porém... a roupa dada por Hunson, a que aguentaria o poder do jovem, não estava mais em seu corpo e ele só utilizava o short. Seus olhos azuis encaravam seu adversário, porém o fato mais marcante nele eram seus cabelos loiros, maiores. Antes, estes estavam um pouco acima dos olhos, agora, entre eles, e caindo na linha do queixo na parte de trás do pescoço, agora, quase na base deste

– Vai ficar aí parado é? – Repetiu, sem nenhuma expressão

O ser sorriu, encarando-o enfim. O jovem realmente estava diferente. Era disso que seu mestre o havia falado então, não é? Mas ainda não poderia se precipitar. Teria que arrancar isso dele

‘’Segurou um ataque foda hein garoto? Mas tem mais de onde esse veio’’

– É mesmo? Manda então - Provocou

O ser se aproximou aos poucos, despreocupado. Mexia os dedos como se estivesse pronto para sacar algo. Repentinamente, seu braço direito passou rente a seu corpo, indo no ombro direito, elevando sua energia, o que pode ser percebido por Finn

Seu sorriso sádico permanecia, totalmente certo de que o próximo aniquilaria o jovem humano caso não tivesse acontecido o que pensara. As linhas surgiram em seus dedos, parecendo chamas frágeis. Mesmo vendo ele apertar o punho e usar uma transversal para a poucos metros, onde provavelmente era o limite da habilidade prematura do loiro, sabia que de nada adiantaria. O ataque já estava pronto, e ele desceu seu braço em um instante

‘’Segura essa seu merda!’’

E ele segurou o punho do ser com a mão esquerda

Seu movimento nem pode ser visto tal a velocidade e os olhos despreparados do adversário, que arregalou-os ao ver linhas negras surgirem nos cinco dedos do humano, por baixo das ataduras do punho direito, se destacando junto da marca

As linhas esverdeadas se desprenderam dos dedos do ser

– Segura isso – Ele sorria, animado com o ferver veloz em suas veias. Preparando um soco de direita, ele segurava fortemente o braço de seu inimigo com a esquerda. Não deixaria ele se recompor. Atacaria com tudo

O ser encarava o punho do jovem, pensando em segurar com a mão esquerda. Sim, ele o faria.

Em um único instante, a energia de Finn tornou-se monstruosamente superior, a ponto de amedronta-lo e tirar sua concentração

O golpe veio mais rápido do que seus olhos puderam acompanhar, e com mais força que ele poderia resistir, acertando seu estômago em cheio. Ele pode ver o solo em volta dele se rachar e quebrar-se em diversas partes, porém fechou os olhos, apagando

A pressão esmagadora do ataque afetou tudo em um alcance de dez metros em relação ao corpo de Finn, o vento batendo fortemente ao redor dele e levantando a poeira, como se um centro gravitacional houvesse sido criado, porém na reta do punho, o caminho entre ele e a floresta foi completamente varrido, arrancando árvores no processo de destruição

A vampira, na casa da árvore, também mantinha seu olhos arregalados. Aquilo fora apenas um soco. ‘’Só um soco porra!’’. De onde veio tanto potencial destrutivo? Isso era o que permanecia em sua mente agora.

Tudo ainda estava sendo afetado. A única coisa rápida a sair, foi o estrondoso som causado com o impacto. Em meio a floresta, o ser recuperava a consciência. Estava caído em meio a três troncos. Tudo em seu corpo doía, e só vivia por milagre. Tentando se levantar, sua visão escurecia aos poucos. Quando conseguiu, mal se manteve ereto, encarando o jovem a centenas de metros de distância

‘’Filho da put...’’

Antes de completar, caiu de joelhos. Suas pernas mal o sustentavam agora. Seu sobretudo sumira, evaporado com o ataque. Sua mente latejava, e sentia seu brilho se desvanecer aos poucos. Recuou um passo, logo outro, e outro, sempre mais vagarosos, afinal, mal conseguia se manter em pé

‘’Se quer me fazer de vilão, eu sou o vilão agora’’

Ele se virou, encarando o jovem loiro com um sorriso debochante. Dava pro gasto

‘’É... talvez seja legal jogar esse jogo’’

De um segundo para outro, ele desapareceu em meio as sombras da floresta, se misturando a elas, fugindo, fazendo o máximo para não morrer a qualquer instante

Finn olhou para cima. O sol aparecia, sem cobertura de nenhuma nuvem. O golpe abafou toda a névoa por perto, deixando o tempo bem mais claro. Ele sorriu. Não era só seu poder e corpo que haviam mudado. Trazendo as mechas de cabelo que caíam-lhe nos olhos para cima, olhou para Marceline na casa da árvore. A vampira estava, sem dúvida alguma, tão impressionada quanto ele, se não mais. Não teve tempo de se acostumar, e aquele movimento pode lhe mostrar o quão estava forte agora. Ele observou a marca nas costas de sua mão direita, agora com as novas linhas negras no decorrer dos dedos e em volta do pulso. Pensando bem, tentou ir com tudo, mas sabia que não o fizera. Ele tinha uma sensação... poderia ter socado mais forte que aquilo. Sorriu com o pensamento

Andando até a casa da árvore, girou a maçaneta da porta, entrando. Em um único salto, foi para sala, sentando-se no sofá. Estava pensativo. Assim que o forasteiro encostou em sua testa, teve... visões, flashes... não... mais que isso... ele tinha estado no tempo que tinha esquecido... tinha vivido o tempo que não se lembrava por conta da amnésia. Se lembrou da pergunta do dono da marca nas costas de sua mão. ‘’Será que fui eu que te coloquei nisso?’’. Finn já tinha a resposta. Sabia agora

– Nossa ideia deu certo? – Perguntou a vampira, aparecendo de canto, com seus olhos vermelhos parecendo brilhar na sombra em que estava

O jovem passou rapidamente o olhar por ela. Não queria nem começar a pensar. Sentia que já era tarde. Sabia que não havia mais volta. Pensou no que viu. Pensou no que sentiu e pensou no que faria. Ele sabia. Era como se fosse o protagonista de uma tragédia sem precedentes. Pensou no poder que ganhara, e tentou buscar nas memórias o preço deste. Sua mente estava cheia de pensamentos naquele momento, invadida por coisas que não queria. Tinha certeza em ter se imaginado como um tolo que aceitava um contrato sem saber quanto custaria para si. Lembrou das coisas pelas quais ‘’viveu’’ assim que o forasteiro o ‘’acordou para a realidade’’. Não conseguia livrar a tensão dos ombros, pensando em algo que parecia infinitamente pior do que imaginara. Dor. Tristeza. Sofrer era a única coisa que o esperava no resto da jornada. Ele sabia disso. Pensou em uma luz branca em meio ao fundo negro, podendo ver nada e sentir apenas tais coisas. Viu os dois vultos que lhe falaram antes. O verde-esmeralda e o azul-claro. A imagem deles começava a tomar forma em sua cabeça. Eram corpos humanoides, um de pele pálida, e o outro com uma acinzentada. Olhos azuis claros e olhos verdes. Era alguém que estava lá. Não era ele, certamente, não era Finn. Eram alguém mais. Aqueles dois corpos humanoides eram algo plantado pelo forasteiro. Algo pronto para lhe trazer o que menos desejava

– Finn? – A voz da vampira veio a sua cabeça para lhe trazer de sua mente. Arregalando os olhos, percebeu que um par de lágrimas caíram por estes. As secou rapidamente

– Sim, ela deu certo. Consegui falar com ele de novo – Afirmou o jovem. Pensou-se ridiculamente. Um jovem alto e forte derramando lágrimas sem motivo

– Deu pra ver. Você arrancou poder do meio do nada. E aquele soco, cara, o que foi aquilo. Deu pra sentir a pressão do golpe daqui de cima, e você quase me queimou espantando a névoa – Ela sorria. Sabia que algo não estava nada certo. Seu sangue ferveu como nunca quando viu aquelas lágrimas, por um motivo que ainda não sabia, não queria vê-las a nenhum custo. Mas sabia que não poderia demonstrar isso – Então, diga, o que ele te falou

O rosto do jovem enegreceu-se novamente

– Ele... ele encostou em minha testa. Marceline, ele me deu poderes, e me fez lembrar parte do passado que eu havia perdido

Ela ergueu uma sobrancelha

– Você tinha perdido seu passado? – Perguntou

– Eu estava com amnesia. Não sabia o tinha acontecido desde que caminhei para fora da casa no dia que parti – Ele fez uma pausa – Te contei no treinamento, não contei?

– Você disse que tava meio enevoado. Achei que tava tentando esconder alguma coisa, e não que tinha esquecido mesmo de tudo – Respondeu – Então diz, o que você se lembrou

Mais uma longa pausa na conversa entre os dois. Finn estava relutante, porém sabia que uma hora ou outra desembucharia para todo mundo sobre isso. Buscou na cabeça as lembranças mais vagas, para não ser detalhista. Ele acabara de viver aquilo, diante de seus olhos e sobre sua pele. Se lembrava de cada detalhe. Como poderia esquecer?

– Eu comecei indo o mais longe que eu podia ir. Não sabia que rumo tomar, só queria ficar forte. Busquei sábios, guerreiros, magos, mas nenhum tinha o que eu queria. Quando dei por mim, estava perdido, tendo caminhado horas e horas por uma floresta densa e que parecia literalmente não ter fim – Detalhes. Tantos deles ignorados ou perdidos ao vento. Ele estava focando literalmente em dizer apenas o que ele achava necessário – Muitos monstros viam em curto espaço de tempo, e eu já estava me desgastando. Porém foi piorando. Quanto mais adentrava aquele lugar, mais poderosos as criaturas se tornavam. Aranhas gigantes se tornaram uma matilha de cães de duas cabeças, que se tornaram escorpiões colossais, e ao final uma hidra para completar o pacote. Eu tinha pouca água e comida, e minhas feridas doíam, assim como minha mão cansava de segurar a espada. Depois, perdido em meio a escuridão da noite naquela floresta sem fim, eu caí. Não tinha desistido, minhas pernas simplesmente pararam de continuar me sustentando, sem opção de escolha para mim. Eu lembro que, caído, ainda vi dois seres passando por mim, mas com minha visão embaçada, eles pareciam espectros. Quando viram que eu tava vivo, partiram

O jovem olhou para baixo. Seus olhos não haviam o enganado. Ele sabia, quando viu as criaturas, que eram espectros. Ficara com tanto medo no momento de estar morrendo e começando a ver coisas que a vergonha batia forte em seu peito

– Mas... algo veio. Algo diferente. Algumas corujas começaram a se juntar, lentamente, nos galhos. Seus olhos me encarando pareciam ver dentro de mim. Corvos passaram as acompanhar. Os bichos negros mordiscavam o ar uma hora ou outra. Era estranho. Logo, todos os galhos a minha volta estavam ocupados por eles, e alguns se arriscavam perto de meu corpo. Quando outros já passavam ao lado de minha cabeça, todos voaram ao mesmo tempo, em uma mesma direção. Foi a coisa mais esquisita que eu já tinha visto. Um monte de pássaros, se misturando e formando um corpo aos poucos. Ao final, o alto e esguio homem se formava. A pele dele era pálida como nada que eu já houvesse visto, e suas vestimentas extremamente negras. Sua cabeça inclinada em minha direção, porém com seus olhos fechados. Um último corvo voou, se chocando com seu rosto, abrindo suas asas em volta de sua face e encrustando seu bico na área do nariz. Agora, a escuridão que seriam seus olhos me perfuravam por completo, doendo mais que as mordias dos cães e o ácido da hidra. Ele tinha um sorriso no canto do rosto, calmo, porém debochante. Parecia ria da minha situação. Foi aí. Aí que ele fez o contrato. Aí que selou meu destino

Ouvindo a história, atenta, a vampira aprendia mais. Em mil e poucos anos de existência, nunca havia ouvido falar desse tal de ‘’forasteiro’’. Mas com os contos de Finn, e imaginando a situação, ele sentia um calafrio subir-lhe a espinha. Tinha uma prova viva a sua frente. E ela queria saber dos detalhes

– E qual foi o contrato? – Perguntou

Ele se virou, encarando-a. Ela aparentava estar bem curiosa sobre o assunto. Olhou para a marca, e suspirou, balançando os braços

– Não sei – Respondeu – Só vi ele mexer a boca, mas suas palavras não entravam em minha cachola. Era ele ou a morte. Não havia mesmo escolha. Só balancei a cabeça a o que fosse

Os cabelos negros da vampira balançavam conforme ela flutuava pela sala, sentando-se ao lado do humano. Ele parecia abalado, mas ao mesmo tempo, ela sabia que ele falava a verdade. Finn não conseguia mentir sem deixar um indício. Uma falha na voz, um gesto ou algo do tipo, e naquele momento, nada daquilo acontecia. Agora que ela percebera. Finn estava de sua altura? Como era possível.

– Com isso, eu fechei todas as saídas. Terei que seguir o joguinho do amigo dos olhos negros. É estranho como as coisas só pioraram por eu ter ido tentar fazer elas melhorarem – Disse ele, sorrindo

A vampira entendia bem disso

– É... quem quer trazer união, paz, acaba trazendo a guerra. Por tentar ser amigo de todos, pode se encher de inimigos. Esse tipo de merda é assim mesmo. Essa realidade é cheia de surpresinhas. Mas não estamos aqui para filosofia, não é mesmo? Você tem que encontrar onde se apoiar cara. Talvez não aguente isso sozinho, mas você tem fortes aliados ao seu lado, não?

O garoto sorriu outra vez. Ignorando seus sentimentos, ele tentou imaginar um futuro. Isso não daria certo, afinal, quem saberia o que viria junto dos problemas que ele já tinha?


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam? Novos poderes, novos inimigos, novos aliados. Agora sim, as coisas vão começar a começar

Tenho que agradecer ao pessoal que continuou comigo nesse ''Light of Dawn'', comentando e etc. Mesmo com uma ''introdução'' de 17 capítulos, não abandonaram-me. Por isso, tenho a lhes agradecer. Tá certo que demorou demais pras coisas começarem a esquentar, mas a partir de agora, as coisas começam a se tornar mais tensas. Ok que o cap passado foi o começo disso, mas como esse e o anterior eram para ser um único, :p



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