Um som estridente envolve o quarto de um rapaz forte, razoavelmente alto e com cabelos muito negros. É o radio relógio na mesinha ao lado de sua cama, avisando que são seis horas da manhã de uma quinta-feira. Com a mão esquerda que estava pendurada para fora da cama, ele ativa a opção “soneca” do despertador e com a outra mão, joga o travesseiro em cima da cabeça.

Cinco minutos depois aquele som que o despertara minutos antes, aparece novamente. Então James Potter, sem muita vontade de acordar, desliga o despertador e senta-se em sua cama. Depois de algum tempo bocejando ele levanta e dirige-se ao banheiro.

– Vou tomar um banho frio para ver se acordo. - Ele falou sozinho enquanto lutava para conseguir deixar seus olhos abertos.

Depois de tomado banho, ele dirigiu-se a seu guarda-roupa, vestiu uma calça jeans, Uma camisa de manga comprida azul clara com gola “V”, um blazer cinza, um cachecol com listras amarelas e vermelhas e um sapato social preto. Pegou sua pasta e saiu.

– Aposto que é o Padfoot! - James falou pegando seu celular que tocava.

– Heey Prongs! – Um rapaz do outro lado da linha falava com James. – Já estou aqui na cafeteria te esperando, já está vindo?

– Já! – James segurou o celular entre a orelha e o ombro esquerdo, enquanto pegava sua correspondência com o porteiro Joe. – Acabo de sair do prédio, em dois minutos estarei aí.

Pouco tempo depois James entrava pela cafeteria “Big ban Coffe” onde ele e seu grande amigo Sirius Black tomavam café todas as manhãs antes de irem para o trabalho.

– Já pedi seu capuccino e um croissant de chocolate . – Sirius (um rapaz alto, com cabelos compridos, negros e cacheados) entregou o desjejum do amigo, quando ele sentou na poltrona a sua frente.

– Valeu cara! – James agradeceu ao amigo. – Então, conseguiu remarcar a visita com o restaurante Bona’s?

– Consegui! Para esse sábado. – Sirius deu um enorme sorriso. – E o melhor de tudo, é que eu posso levar um amigo... Então, tá afim?

– Claro! – A meses estão fazendo uma super propaganda desse restaurante. Ele promete. Aposto que você irá fazer uma ótima critica...

– É, acho que sim. Ele tem tudo para ganhar cinco estrelas no meu conceito. Mas isso só iremos saber mesmo, no sábado. – Sirius recostou na poltrona e passou a mão pelos cabelos, fazendo a garçonete que passava por eles, suspirar. – Então, eu tenho ou não, o melhor emprego do mundo? - Os dois riram, o que fez com que chamassem a atenção de muitas das freguesas.

Eles continuaram a comer e a conversarem até às 07:30. Então saíram da cafeteria e dirigiram-se ao London Times, jornal onde trabalham. Ao chegarem na recepção do prédio, Judith ou Judy (como Sirius e James a chamavam) piscou para eles e mais uma vez, Sirius passou a mão nos cabelos e mostrou um conjunto de dentes brancos para ela.

– Até quando você vai continuar nessa enrolação, Padfoot? – James perguntou ao amigo enquanto entrava no elevador. – A Judy já está no papo. Pega logo, cara!

– Bom... Eu ia marcar com ela, para sairmos esse sábado. – Eles se acomodaram no elevador. – Mas já temos compromisso.

– Sim, mas não existe só o sábado. Chama ela pra sair amanhã a noite.

– Gostei! – Sirius olhou para o teto do elevador, pensativo. – Vou fazer isso. Na hora do almoço eu convido e ...

A porta do elevador se abriu, no 15º andar que é onde ficam suas salas. E por eles, passa um baixinho gorducho de cabelos lisos e loiros e com dentes amarelados, andando de forma rápida e carregando uma bandeja com café, croissants, maça e uma barra de cereal de aveia.

– Hey, Warmtail... – James segurou em seu braço, fazendo com que o baixinho quase derramasse toda a bandeja no chão. – Aonde vai tão apressado com essa bandeja?

– Agora não dá para falar, cara. – Peter o baixinho falou por cima do ombro enquanto continuava apressadamente.

James e Sirius se entreolharam e andaram até uma sala fechada, com uma placa na porta que dizia: ”Remus Lupim. fotografo e diretor de artes”.

– Hey Moony! – Sirius abriu a porta sem bater e foi logo entrando seguido por James. – Você sabe dizer porque o Warmtail está com tanta pressa?

– Em primeiro lugar, gostaria de lembrar-lhe que é imprescindível bater na porta antes de entrar. – Remus falou serio enquanto via Sirius Revirar os olhos e James rir. – E o motivo pelo qual o Peter está tão agoniado... É que a “chefona” ligou dizendo, que tomaria café da manhã aqui no jornal e que era para que ele providenciasse tudo.

– Que??? – Sirius deu um berro que fez Remus revira os olhos. - A mocreia vai chegar mais cedo, hoje?

– Não fale assim Padfoot! – James, censurou o amigo. – Megera tudo bem. Mas... “Mocreia” não se encaixa exatamente no perfil dela. Ela até que é bem gostosinha.

Remus continuava a revirar os olhos.

– Uiiii! – Sirius gargalhou.- Quer dizer que o Sr. Prongs está afim da chefinha...

– Não é nada disso! – James se irritou. – É que... Ah! Deixa pra lá, você não iria entender. Vamos trabalhar antes que ela chegue!

James seguiu até a sua sala, sentou-se e foi logo para o computador para se concentrar apenas no caso dos Watson. Um crime bárbaro e um verdadeiro mistério. Como era possível que em uma casa situada em uma das áreas mais nobres de Londres, um homem qualquer pudesse burlar toda uma rede de segurança, entrar na casa, matar um homem e espancar sua mulher a ponto dela quase morrer?

Ele se concentrou durante toda amanhã no caso, fez ligações, mandou e-mails e entrou em contato com algumas fontes. Passou muito tempo “entretido” quando:

– Prooongs! – Sirius cantarolou entrando em sua sala, seguido por Peter. – Hoje você está mesmo empolgado como trabalho, eim?! – Sirius sentou no sofá da sala de James e colocou os pés em cima da mesa de centro. – Passou a manhã inteirinha com essa porta fechada.

– É verdade, não vi o Jay sair nem para ir ao banheiro. – Peter contribuiu com a conversa e sentou-se ao lado de Sirius, se preocupando em imitar a postura do amigo.

–Hum... - Sirius olhou para o homem que acabara de sentar ao seu lado, como se ele fosse o mais estranho ser da face da terra. – Então...

– Padfoot... – Remus apareceu à porta da sala. – Só porque você não gosta de trabalhar, não significa que o Jay tenha que ser igual a você.

– Vim chama-lo para almoçar. – Sirius revirou os olhos.

– Você não ia almoçar com a Judy, Padfoot? – James perguntou, finalmente tirando os olhos de seu computador.

– É mesmo! – Sirius levantou em um salto. – Tcahu, caras. – Ele passou pela porta e saiu gritando. – Vejo vocês mais tarde.

– Que gritaria é essa aqui? – Lily Evans apareceu à porta. – Isso aqui ainda é um ambiente de trabalho. - Ela olhou para todos e para Sirius, que já entrava pela porta do elevador. - Vocês não vão almoçar? – Ela encostou-se na porta e cruzou os braços. – Não pensem que eu irei dar aumento ou liberar mais cedo, porque vocês

ficaram trabalhando na hora do almoço. – Sem esperar resposta, ela deu meia volta e saiu.

– O Padfoot tem razão, essa mulher é uma mocreia. – Peter falou de forma que só os amigos ouvissem. – Bom, vocês ouviram a chefona... Vamos comer.

– Aonde vamos almoçar hoje? – Remus perguntou.

– Estava pensando em irmos no restaurante que Sirius nos falou semana passada... – Ele virou para os amigos e começou a estalar os dedos para lembrar o nome. E como em um passe de mágica, ele lembrou o nome. - Jam!

Peter e Remus se entreolharam.

– Jam? – Remus perguntou.

– É! – James afirmou empolgado. – O almoço é normal, não tem nada de especial. Mas o diferencial são as sobremesas.

– Ah, é onde tem um *Jam Roly-Poly delicioso? – Peter perguntou para James.

– Isso! – James afirmou. – Segundo Sirius, eles servem o melhor de Londres. E eu adoro um bom Jam Roly-Poly.

– Bom, então é para lá que vamos. – Remus disse sorrindo e seguindo em direção à porta.

***

Quando chegaram, perceberam que era um restaurante tipicamente inglês. Eles se dirigiram a uma mesa com vista para a rua, um garçom veio atendê-los, eles fizeram seus pedidos e aguardaram.

– Então... – James se recostou no assento e sorriu. – O exemplar diretor de artes e o capacho da chefona já tiveram reunião sobre a comemoração de 50 anos do jornal?

– Eu não sou capacho da chefona! – Disse um indignado Peter.

– É James... – Remus respirou fundo. – Não seja desagradável.

– Desculpe se magoei os sentimentos de vocês. – James fez a cara menos arrependida do mundo e sorriu. – Me contem, já tiveram a reunião?

Nesse momento o garçom chegou com as bebidas. Remus então bebericou seu suco de morango e disse:

– Sim, James. – Remus colocou seu copo na mesa e continuou. – Já houve uma pequena reunião para iniciar com os preparativos. A diretoria quer uma grande festa.

Os rapazes almoçaram, comeram a tão esperada sobremesa e voltaram ao trabalho naquela tarde fria de uma quinta-feira.

Na recepção eles encontraram Sirius encostado no balcão da recepção, passando a mão nos cabelos e uma Judith sorridente.

– Hey, Padfoot. – James sorriu para o amigo. – Teve um bom almoço?

Sirius sorriu para o amigo, virou-se para Judith, beijou o dorso de sua mão e disse:

– Excelente!

Os quatro então pegaram o elevador em direção ao décimo quinto andar. Quando a porta se abriu, eles viram uma mulher elegante, com joias simples, porém de ouro, cabelo preso em um rabo de cavalo impecável e com saltos batendo no chão como um tique-nervoso. A mulher estava encostada em uma baía com os braços cruzados.

– Ainda bem que chegou, Sr. Black. – Ela se desencostou da baía. – Preciso falar com você, agora! – Lily foi em direção a sua sala, sem esperar qualquer resposta de Sirius.