Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 32
Uso uma linda saia de bolinhas.


Notas iniciais do capítulo

Minha nossa! Sinto muito por ter demorado tanto para postar. Mas é que meu pai está de férias, e ele simplesmente acha que todo dia é dia de sair por aí, caminhar, dar uma volta no shopping, tomar um banho de mar. Às vezes eu só quero escrever um capítulo para Let It Be, pai. Bem, a novidade boa é que, ao que tudo indica, eu estarei de férias até maio (sim, maio, mês cinco!). Isso é tão legal, não é? :)
Sem enrolar mais... Ah, espera. Eu queria reunir nesse capítulo lindo três datas especiais: O aniversário da Martha (lembram dela? A anãzinha.), o natal e o ano novo. Só que não rolou, porque só com o aniversário o capítulo já ficou assim, desse tamanho. Aí eu resolvi adiar mais o natal e o ano novo, para o próximo capítulo, que eu ESPERO postar logo! Obrigada por tudo, pessoas, e por me suportarem mesmo adiando datas... Vocês me suportam, né? Beijos e boa leitura!



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O aniversário da Martha é temático, ou seja, tem um tema em que todos devem se inspirar. No caso, o tema é “anos 60”. Nunca fui a uma festa assim, e fiquei imaginando tipo “ué, vamos todos ter que ir vestidos que nem gente velha?”. Mas, resolvi perguntar para a mamãe, depois de tomar um bom banho, é claro.

– Mãe! – chamei. Ela estava contemplando as sombras da Mac que eu trouxe de Nova York para ela. – A festa de aniversário para qual eu fui convidada tem um tema relacionado à década de 60. Devo pedir as roupas da vovó emprestadas?

– Ah, Alice. Tenho certeza que sua avó não usa mais roupas dos anos 60. – ela falou – E não vamos conversar com ela.

Minha mãe não curte muito minha avó.

– Ta legal, então. Mas o que eu vou usar?

– Nos anos 60, docinho, as mulheres gostavam daqueles vestidos rodados, com bolinhas, saias compridas. – meu pai falou, dando ênfase na palavra “compridas”. – E os homens tinham um estilo meio Elvis Presley, com jaquetas de couro e cabelos cheios de gel.

– Ah, sim! É uma ótima década – exclamei, recordando um pouco de coisas que vi em revistas de moda.

– É. – a mamãe falou.

– É! – repeti, batendo palmas. Eu já tinha mil ideias sobre o que vestir. – Sei quem tem um monte de vestidos assim. Vou ligar para a Mel! Onde está meu lanche?

A Vic me entregou um sanduíche gigante, com direito a dois hambúrgueres e muito queijo. Gosto assim. Aí eu liguei para a Melissa, que me atendeu prontamente.

– Alô – falei, entre uma mordida e outra.

– É a Alice? – ela perguntou.

– Obvio, né – resmunguei. – Tenho uma Emergência fashion!

– Humm. Captou minha atenção. O que foi?

– Fui convidada para uma festa de aniversário. Da Martha número um, sabe? É uma festa temática. Anos 60. Vestidos de bolinhas, gel de cabelo. Preciso de algo para vestir.

– Vem aqui em casa? Estou com saudades!

– Amanhã, ok? – eu disse – Também estou com saudades, miga! Beijos.

– Beijos. Manda um beijo para os seus duendes também! E para o Jake, claro, seu namorado!

– Há-há. Passo aí de três da tarde. Amanhã. Manda um beijo também para o meu quase vizinho idiota, o Pedro, seu namorado.

Desliguei e gritei, satisfeita. Fico ainda mais linda com vestidos rodados.

* * *

No dia seguinte, na casa da Mel, experimentei uns dez vestidos no estilo anos 60, porém nenhum deles me agradou. Alguns deles eram simplesmente exagerados demais, outros muito simples, alguns ficaram justos, outros esquisitos no meu corpo.

– O que eu faço? – perguntei, quase chorando.

– Relaxa! – a Melissa respondeu. – Tenho uma saia de bolinhas... Talvez você goste.

Ela vasculhou o seu closet – que já estava uma bagunça, cá entre nós – e caçou a saia. A Mel tem ainda mais roupas que eu, e um estilo diferenciado. Ela gosta de montar looks inteiros com uma cor só, e até consegue fazer isso dar certo! Também gosta de roupas de brechó (mas obvio que ela não compra as roupas em um brechó realmente, né! Ela só incorpora o estilo.), diferenciadas.

– Eu estou deprimida – murmurei – Acho que como demais. Você acha que eu como demais?

– Sim, eu acho. – ela falou. Helooo!

– Não, não, não! Você tem que dizer “é claro que você não come demais, e você está ótima desse jeito”. Dãã!

– Oh, desculpe – a Mel falou, em seguida exibindo uma saia cor de rosa com a estampa prometida. Imediatamente, me apaixonei por aquela peça de roupa, porque (a) eu adoro rosa, (b) fica um pouco acima dos joelhos, tamanho que considero muito aceitável, e (c) combina comigo.

– Ai meus duendes! – exclamei – Eu amei! Você não usa muito ela, né? Nunca te vi vestindo isso!

– Só algumas vezes – ela deu de ombros.

Experimentei a saia quase que no mesmo instante, e ficou fabulosa em mim.

– Posso usar na festa? – perguntei, mordendo os lábios.

– Obvio! – a Melissa disse, jogando uma regata branca para mim. – Experimenta com isso.

Calcei sapatos estilo boneca também, na cor preta. Mandei a minha melhor amiga e dona das melhores roupas tirar uma foto minha, que enviei para o Jake por mensagem juntamente com a frase “ficou bem em mim?”. Ele respondeu prontamente um “sim, é claro. Você está maravilhosa.”. Sorri.

– Meu visual foi aprovado – falei para a Mel.

* * *

Minha mãe não se empolgou muito com o meu look no dia do aniversário, quando eu já estava completamente pronta. Esperava que ela dissesse pelo menos que cresci, virei uma moça bonita, ou coisas do tipo. Mas ela só disse divirta-se. Nem um alerta como “não fale com estranhos, não beba nada que não seja coca cola ou que te estranhos te ofereçam. Não cheire nada!”. Talvez ela esteja em um dia ruim, pensei. Talvez. É errado querer um pouco de atenção? Balancei a cabeça, afastando esse tipo de pensamento negativo. Meu pai não estava em casa. Como sempre. Ninguém para me repreender.

Eu havia feito um penteado semipreso e uma maquiagem básica: Delineador gatinho, sombra azul clara e batom vinho. Estava maravilinda, sem querer me gabar. Comprei para dar de presente para a anãzinha um urso de pelúcia grande e cor de rosa. Tenho um igual. Inclui na caixa de presente um cartão, com um desenho da Martha e uma frase carinhosa de feliz aniversário que achei na internet. Chamei um táxi para me levar à festa. Eu já estava uns dez minutos atrasada quando ele chegou.

Falei o endereço citado no convite e o taxista acelerou. Quando finalmente chegamos ao lugar indicado – um salão de festas enorme – paguei o motorista e desci do carro. Entrei no salão. Primeiro, vi muitas garotas baixinhas vestidas com roupas quase maiores que elas. Em seguida, garotos baixinhos com um topete quase maior que eles. Então avistei a aniversariante, sorrindo para fotos. Acenei para ela, que veio falar comigo, depois de pedir um segundo para o fotografo.

– Oi, Alice! – ela disse. Parecia radiante. E estava bonita, com seus cabelos brilhantes em um rabo de cavalo. Usava um vestido vermelho com bolinhas brancas e um colar de pérolas. Suas sardas se destacavam no seu rosto levemente maquiado.

– Oi, anã... Quero dizer, Martha! Feliz aniversário! – sorri e a abracei. – Uma garota na entrada do salão de festas raptou o seu presente. Era para isso acontecer?

– Sim, né! Ela trabalha para mim hoje. Isso não é muito legal?

– Sem dúvidas! Está tudo tão incrível aqui. Gostei do fato de ser uma festa temática. Eu fico linda com essa saia, não fico? – perguntei.

– Convencida – ela falou, e depois revirou os olhos, rindo. – Bem, tenho que resolver algumas coisas agora. Falar com os convidados, sorrir, roubar brigadeiros. Pensei que você pudesse se sentar com o Bernardo e o Nicolas. Eles também são velhos. Vão gostar de você!

– Ei! – exclamei. Velha é sua avó, eu diria, se ela não estivesse bancando uma festa com bastantes coxinhas. Oh, coxinhas lindas.

– Os garotos são meus primos. Eu diria que são atraentes. – ela piscou para mim, apontando para uma mesa onde se encontravam dois meninos fofos, mas, helooo, é claro que o Jake é mil vezes mais gato e namorável que eles.

– Sim, é, mas tenho namorado. Um namorado incrível. – eu disse, sorrindo.

– Opa! – a Martha exclamou – Essa é nova. Como ele consegue te suportar, hein? Poxa vida, deve ser um cara incrível mesmo.

– Sem graça. – retruquei. O fotógrafo, já impaciente, chamou a Martha para tirar mais fotos. Ela se despediu rapidamente de mim.

O Dj era ótimo, isso eu pude reparar. Ele estava tocando músicas clássicas, antigas, provavelmente da década de 60 para combinar com o clima. Só depois que eu lembrei que havia esquecido de perguntar para a anãzinha porque ela escolheu essa data especificamente. Algumas pessoas se arriscavam a dançar na pista de dança. Era engraçado assisti-lás. A dança era mesmo muito legal.

Um pouco envergonhada, caminhei até a mesa em que estavam os primos da Martha, ao som de “Oh, Pretty Woman”, uma música do Roy Orbison. Já havia escutado essa música milhares de vezes antes. Meu pai adora.

– Oi. – murmurei. – Sou a Alice. Amiga da Martha. Ela disse que eu poderia sentar aqui. Então... Tudo na boa?

Eles riram. Meu rosto provavelmente estava cor de rosa. A parte boa: Garçons passaram servindo coca cola e salgadinhos bem nessa hora. Comida sempre melhora as coisas. Devorei três pasteis de forno e um copo de refrigerante em meio minuto. Oh, Alice, isso não foi nada educado, meus duendes me repreenderam. Olha quem fala! Até parece que eles são educados. Só comem mingau de aveia. E falam de boca aberta! Hunf.

– Olá, Alice – um dos garotos disse Ele tinha cabelos castanhos cacheados. Não tenho nada contra cachos, meu cabelo é ondulado até, mas aquele menino parecia um pouco com um poodle. – Eu sou o Bernardo. Prazer em conhece-lá.

– Nicolas – o outro falou, e acenou com a cabeça.

– Nomes legais! – exclamei – Tenho duendes... Hã, quer dizer, nada.

Eles riram. Bem, devo ser muito engraçada. Eu comi uma empadinha. Ficamos calados pelo que pareceu um século, mas devem ter sido só uns dois minutos, até que eu, já de bucho cheio, os convidei para dançar. Estava tocando outra música da coletânea do meu pai, “Sugar, sugar”, da banda the archies. É animada e divertida. Muito legal de dançar.

– Dançar? – o Bernardo perguntou.

– Sim, sabe... Hum, balançar, mexer o corpo, movimentar-se. – traduzi.

– Ah. – ele suspirou – Tudo bem. Vamos dançar.

– É. – o Nicolas concordou. Ele é econômico em suas palavras.

Levantamos-nos e fomos até a pista de dança. A anãzinha estava girando e rindo, muito alegre mesmo. Casais dançavam juntinhos. A música ecoava em meus ouvidos. Decidi que seria mais fácil se eu imitasse o que os outros estavam fazendo. Logo me vi em uma dança esquisita e rápida.

Foi uma divertida noite, nos embalos de um sábado.


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Notas finais do capítulo

Eu gosto tanto da década de 60! As roupas são incríveis, as músicas são incríveis, o estilo de dança é incrível. E vocês? Gostaram do capítulo? ^.^
Sugestões, reclamações, críticas - fiquem a vontade para deixar qualquer uma dessas coisas nos comentários! Perdoem qualquer erro. Imagino que vocês também estão de férias. Como está sendo tudo?