Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 28
Recebo um presente


Notas iniciais do capítulo

Sei que muitas coisas que vocês me pediram ainda não pude fazer, como um outro capítulo narrado pelo Jake, e sinto muito. É que eles são meio especiais, sabe? Ia perder a graça se fosse o Jake o tempo todo! Hahaha. Mas, Dreamy Girl, já comecei a escrever o próximo capítulo e ele sim tem muito Fly, ta? Desculpa pela demora para incluir a banda com os integrantes mais... Ai, ai *-*
Espero que vocês gostem do que estão prestes a ler! Beijos! E obrigada por tudo. Let It Be chegou a marca dos 100 comentários



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Não queria me fazer de difícil. Quer dizer, só um pouco. Eu estava mesmo em dúvida, tipo, o Jake me pediu em namoro! É muito ual e surpreendente. Ele não insistiu muito, nem deu tempo. Mas sabia que depois o tópico ia voltar, quando nos víssemos rolaria aquele clima estranho de novo e esse tipo de coisa.

Decidi contar a Melissa toda a história, mesmo sabendo que ela ia fazer zilhões de piadinhas. De qualquer forma, era coisa demais para assimilar sozinha. Liguei para ela.

– O que?! – a doida perguntou gritando, no final do meu relato.

– Foi isso, Mel. Ele disse que... Hã, ele perguntou se eu seria sua namorada.

– E depois? – ela exclamou, ansiosa.

– E depois eu fui para casa, ué.

– Ta, mas você aceitou!

– Não! – falei – Ainda não.

– Ai meus duendes! – ela disse.

– Ei, os duendes são meus. – rebati.

– Também tenho duendes, sua recalcada – a Melissa disse – e eles não gostam de você. Caramba, você ama o Jake! Não te entendo! Custava ter dito sim, é claro?

– O que? Eu não amo ele! Só gosto um pouco.

– Um pouco tipo do tamanho do Himalaia.

– Um pouco tipo do tamanho de Rosewood.

– O que é Rosewood? – ela perguntou.

– A cidade da Hannah, dã!

– Mas uma cidade não é maior que uma montanha? – a Mel questionou, me deixando tonta. Não sou boa em geografia.

– Tanto faz! Imagine uma coisa pequena. É o que sinto pelo Jake. – falei, desligando o telefone. Mas eu acho que gosto dele mais do que o tamanho da cidade de Rosewood. E pesquisei no Google, o Himalaia não é uma montanha, e sim uma cordilheira. Uma cordilheira bem grande. Tudo bem, o que eu sinto pelo Jake é do tamanho do Himalaia.

Não gosto de tomar decisões. Enrolar até Nova York era uma opção bem considerável, até que a campainha da minha casa tocou. Meus pais não estavam em casa, muito menos a Vic. Dia de domingo com os pais viajando, ótimo. Sabe qual a melhor parte? A “visita” era o dragão ocidental.

– Isso é uma perseguição? – perguntei, cruzando os braços.

– Sinto muito. – ele respondeu. Engula seus sentimentos, seu idiota, pensei em dizer. Mas me esforcei. Sim, eu me esforcei. Não o xinguei nem fiz escândalo. Estou evoluindo.

– Não posso falar com você agora, preciso de mais tempo. – resmunguei.

– Só queria te entregar uma coisa, All. Posso entrar? – ele perguntou.

– Não, nem pensar! – exclamei rapidamente. – Hã, quer dizer... Talvez seja melhor que nós...

– Nós?

– Que conversássemos lá fora, Jake. – completei.

– Tem alguém aí dentro? – ele perguntou, franzindo a testa.

– Não, ninguém! – eu disse, dando uns passos para frente e fechando a porta atrás de mim. – E a curiosidade matou o gato.

– Então tudo bem. Você quer dar uma volta?

– Sim, claro. Mas você disse que ia me entregar uma coisa. – falei, olhando sugestivamente para o embrulho que estava nas mãos dele. Gosto de presentes.

– Ah, acho melhor você guardar isso. – ele disse, me entregando o embrulho prata. Ê!

– O que é? – perguntei, tentando conter minha animação.Gosto mesmo de presentes.

– A curiosidade matou o gato, loirinha – ele provocou – Seja rápida.

Coloquei a lembrancinha delicadamente em cima do sofá da sala de estar da minha casa e fui atrás do Jake, que já estava do outro lado da rua. Humm, certo. Imagine uma cena de um filme romântico que você gosta. Agora imagine o contrário. Foi tipo isso nossa conversa, cheia de palavras trocadas, nervosismo e nenhum sentido. Mas era legal estar o Jake, por mais estranho que fosse. Andamos de mãos dadas, o que foi meio fofo e um pouco nojento, já que depois de um tempo ambas as mãos estavam suadas e grudentas.

– Ei, eu tenho que ir agora – ele disse, por fim. – E obrigado.

– Pela companhia? – perguntei.

– Por existir. – o dragão ocidental respondeu, dando um peteleco na minha testa.

– Agradeça a minha mãe. – falei.

– Obrigado, mãe da Alice.

– Ela não está te ouvindo – comentei, revirando os olhos.

– Eu sei que ela não está ouvindo, maluca.

– Pensei que você estava indo embora! – eu disse, lhe empurrando de brincadeira.

– Até segunda! – ele falou, acenando.

– Ei! – exclamei, antes de o Jake sumir – Eu pensei que... Que tal um abraço de despedida, dragão ocidental?

– O que?

– Só me abraça, idiota. – falei. Estou ficando carente. Nada legal.

O “presente” que o Jake havia me dado era mais fofo do que eu imaginava. Se tratava de uma daquelas caixinhas de música adoráveis, com uma bailarina dentro. Tive uma dessas quando era pequena, mas perdi em uma aposta. Longa história. Coloquei a caixinha na minha penteadeira, e combinou perfeitamente. Só não entendi o porquê do presente. Ainda faltam algumas semanas para o natal, nem é meu aniversário ou algo do tipo. Talvez seja só para me persuadir. Está funcionando.

* * *

– Queridos alunos – minha professora de português começou a dizer. Estava chegando a época das despedidas melosas. – Vocês foram incríveis e esforçados o ano inteiro. Sentirei imensas saudades de todos. Obrigada pelo esforço, carinho e compreensão. Claro que muitas vezes vocês extrapolaram o limite da conversa, mas, fora isso, foi um ano incrível. Muito obrigada.

– Alguém traz um balde, acho que vou vomitar. – murmurei.

– Alice! – ela exclamou. Nota mental: Guardar pensamentos rancorosos para si mesmo. – Você gostaria de acrescentar algo? Uma mensagem carinhosa para os seus colegas?

– Sim! – respondi, com um sorriso. – Desejo a todos, exceto a Mel, um péssimo fim de ano e talvez um cérebro. Muitos precisam!

– Poderia te mandar para fora de sala – a professora disse – Mas não farei isso.

– Sou grata. – falei.

– Deveria mesmo – ela disse – Porém... Agora fiquei interessada. Odeia mesmo todos daqui, além da Melissa?

– Hã, eu... – comecei a enrolar. Precisava pensar. - Não. Há alguns garotos legais. E a Isabel e a Gabi e essas nerds todas. Tipo, elas definitivamente não precisam de mais cérebro. E também não são metidas ou arrogantes como a cabelo de cenoura. Sabe, essa coisa de se achar demais é tão over.

– Olha quem fala! – a Priscila berrou.

– Cala a boca! – exclamei.

– Alice, Priscila! – a professora censurou – Fiquem quietas, as duas.

– Tia – a Valentina chamou, se intrometendo. Tia é coisa de jardim de infância, por favor – Me senti imensamente ofendida com os comentários da Alice.

– Deve ser porque a carapuça serviu. – murmurei. Guardar pensamentos rancorosos para si, Alice. Ok, definitivamente não sou boa nisso.

– Shut up! – um garoto que está fazendo intercâmbio exclamou, lá do fundo da sala. Nunca ninguém havia visto ele falando. Aposto que também não imaginavam que suas primeiras palavras seriam “cala a boca”. Influencio pessoas. - You are making me insane!

Basicamente, o que ele quis dizer foi que estávamos o deixando louco.

– Está vendo só, professora? A Alice está estressando o Austin! – a Priscila maligna disse.

– Com certeza não! Você está estressando o Austin! – respondi, indignada.

– Todas vocês estão o estressando! E a mim também! – a professora gritou.

– A Alice sempre arranja briga. Tooodo dia. – a Valentina comentou.

– Não entendi porque você está falando, Valentina – eu disse – a conversa ainda não chegou no chiqueiro.

– Chegou a partir do momento em que você começou a falar! – ela falou. Bruxa.

– Na verdade, achou que chegou no momento em que... – comecei, mas a professora me interrompeu. Ela fez um sinal de “pare” com as mãos. Somos estressadoras profissionais.

– Vamos prosseguir com a aula. Por favor. – ela suplicou. Senti dó.

– Sinto muito. – falei.

* * *

Liguei para o Bruno e o Marcos à tarde. Já que eu vou viajar, seria bacana uma rápida despedida com o meu casal favorito. Então combinamos de tomar sorvete.

– Ai, isso é tão sonho – o Marcos suspirou, devorando seu sorvete gigante de chocolate – Viajar para os Estados Unidos com o boy... Pena que você não vai poder dar em cima dos gringos! Só se for escondido, amore.

– Não faria isso nem se eu não estivesse com meu boy – comentei, fazendo uma careta – eles são fofos e tal, mas entendo meia palavra do que falam.

– Você não precisa entender! Basta falar a língua do amor! – o Marcos, Zac Efron, exclamou.

– Você é tão brega – o Bruno suspirou.

– Não falarei a língua do amor coisíssima nenhuma. – eu disse.

– Tira umas fotos no Central Park? – o Marcos pediu.

– Sim, claro – respondi – As melhores. Farei questão de manté-los atualizados. Mandarei mensagens toooodo dia! Vocês irão até enjoar de mim.

– Isso é impossível. – os dois disseram ao mesmo tempo. Sorri.

– Queria que vocês fossem comigo! – falei.


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Notas finais do capítulo

O Marcos e Bruno são tão fofos, né?
Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de dizer o que acharam, ta? Beijos :)
Ah, e se quiserem que coisas "especiais" ocorram em Nova York basta dar a sugestão. E ainda preciso de uma capa nova para essa história, galera!
Próximo capítulo vai ser giganorme, se preparem.