Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 26
Será que eu não consigo ficar calada?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom dia para vocês, já que o meu vai ser péssimo. Estou fazendo um cursinho agora, todos os dias pela manhã e hoje vai ter aula A TARDE TODA!! X.X
A notícia não tão ruim é que tem um garoto na minha turma que é a cara do Toby Cavanaugh



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Os preparativos para Nova York estão a toda. Separei meu melhor casaco de lã, um sobretudo vermelho que eu adoro e uma porção de blusas e suéteres. Lá não deve estar tãoo frio, já que é outono, mas nada como se prevenir. Levarei roupas de verão também, como shorts e vestidos, até porque posso usa-lós com uma meia calça por baixo. Cardigans são uma boa. Ai, é tanta coisa!

– Alice! – minha mãe exclamou, interrompendo meus pensamentos – Você só vai passar uma semana fora, não precisa arrumar a mala para um mês. Vão te barrar! E nem trazer lembrancinhas você poderá trazer, desse jeito.

– E quem disse que eu vou trazer alguma coisa? Ninguém aqui merece. – falei.

– Haha. Mais uma piadinha e nem um passo para fora de casa você poderá dar. – ela ameaçou, erguendo as sobrancelhas com um ar de “ganhei!”

– Você sabe que eu estava só brincando, mãe. – eu disse – Te amo muito, viu?

Ela só suspirou e tirou um dos meus suéteres de dentro da minha mala.

* * *

– Ei! – ouvi o Jake chamar, assim que desci da besta escolar. Ele estava com os braços cruzados e o cabelo bagunçadinho. Fofo.

– Olá. – falei.

– Hoje você vai jantar lá em casa, certo? Tentar convencer minha mãe e tal.

– Ah, pode ser. A comida da minha mãe é péssima mesmo. – resmunguei.

– Comporte-se. – ele ordenou.

– Sou comportada! – protestei. – Você e sua mãe que são esquisitos!

O Jake tossiu. Murmurei um “foi mal” e sai andando. O dragão ocidental ficou no mesmo lugar, provavelmente esperando pela Valentina cabelo de fogo. Uma Melissa sorridente surgiu na minha frente quando eu estava prestes a ir para sala.

– Ai minha nossa você vai para Nova York! – ela exclamou, sorrindo.

– Quem disse? – perguntei. Além do Jake, do Pierre, dos meus pais e dos pais do Jake, ninguém sabia de mais nada.

– Estão todos comentando. Que você e o...

– Todos quem? – interrompi, impaciente.

– Ai, eu não sei. – ela respondeu.

– Ta, tanto faz. – suspirei.

Então avistei a anãzinha, Martha número um, perto de uns banquinhos conversando com suas amigas também anãzinhas. Deixei a Mel, que estava cumprimentando a Priscila rabo de cavalo cor de petróleo, e fui falar com ela. Mas parei no meio do caminho. Imaginei que não seria bem vinda naquele grupo de conversa, aí passei reto pelas anãs, fingindo que o tempo todo eu só queria mesmo era me sentar. Peguei meu celular e coloquei os fones de ouvido. All About That Bass, Meghan Trainor, começou a tocar.

As aulas acabaram mais cedo porque haveria uma reunião de professores às onze horas, aí a Melissa me convidou para passar o resto do dia na casa dela. Recusei educadamente, pois queria estar descansada quando fosse jantar com os pais do Jake.

O Lucas, que encontrei naquele show romântico, me ligou umas trocentas vezes a tarde inteira, e eu não atendi nenhuma das ligações. Não desliguei o celular, pois estava ligada no whats app e no perguntados (cara, esse jogo vicia), mas bem que tive vontade de jogá-lo na parede. Não o Lucas, o celular. Ah, ele também.

Confesso que pesquisei na internet “roupas para se usar em um jantar de família”, já que não tenho muita experiência nesse aspecto. A mamãe não chegaria a tempo de me ajudar. Optei por um vestido azul marinho simples, sapatilhas sem cor (chama-se nude, eu acho) e escovei meu cabelo. Fiquei adorável. Estava pronta para conhecer os pais do dragão ocidental fisicamente, mas meu psicólogo estava doidinho.

* * *

A boa noticia é que não vomitei. Ou desmaiei. Até agora.

– Pode me passar um pouco do macarrão, amor? – pediu a mãe do Jake, se dirigindo ao seu marido, o pai do dragão ocidental. Eles são um tipo de casal fofo e adorável, se tratam muito bem e ajudam um ao outro. Esse é o motivo número um pelo qual eu vomitaria. Casais fofos. Blergh. O jantar estava ótimo, a título de informação. Arroz, batatas, frango. Se bem que eu como qualquer coisa que colocarem na minha frente. Menos a comida da minha mãe. Aquilo é perigoso.

– Claro, querida. – ele respondeu. O motivo número dois da lista porque estou com vontade de vomitar era meu nervosismo. Não sabia como entrar no tópico “Nova York”. Esperava que o Jake me ajudasse!

– Humm. – comecei, lançando um olhar desesperado para o dragão ocidental.

– Mãe, pai. – ele disse, finalmente – A Alice gostaria de falar com vocês um pouco sobre a viagem. Ela diz que é totalmente segura.

– Ah. Eu sei que sim. Mas é tão longe! – a mãe do Jake disse.

– Na verdade, não é tão distante. E nós temos tipo, quinze anos. As pessoas já viajam sozinhas com essa idade, né? Praticamente todo mundo vai para a Disney com os amigos. Além disso, a agência de modelos para que trabalho é sim muito segura e confiável, você pode falar com os responsáveis por ela e até com outros profissionais que trabalham para lá, se quiser. É simples, senhora. E eu e o seu filho nos divertiríamos muito. Vai ser tão chato sem ele! – admiti.

– Parece bom. – o pai do Jake falou, sorrindo. – Acho que nós deveríamos providenciar um passaporte.

Dei um gritinho agudo e quase instantaneamente tapei minha boca.

– Sinto muito. – murmurei. – É só que estou feliz e... Ai, vocês são incríveis!

Os pais do Jake insistiram em me levar para casa quando o jantar acabou, já que eram umas nove da noite, porém eu disse que meus pais podiam ir me pegar. Então o Jake ficou esperando comigo do lado de fora da sua casa.

– Ei... – eu disse – Sabe, a Mel falou que estavam todos da escola comentando sobre a nossa viagem. Você contou para mais alguém?

– Não! – ele exclamou, rápido demais – Quer dizer, só a Valentina

– Ah, certo. ela.

– Ela não é fofoqueira.

– Não, é claro. – comentei, sarcástica – Só linguaruda.

– Podemos não falar sobre isso?

– Por quê? Ela é uma bruxa, e só você não percebe! Aposto que ela te fez um suco e colocou uma porção do amor dentro, só pode!

– E daí? – ele perguntou – Se eu estiver mesmo apaixonado pela Valentina, o que você tem a ver com isso?

– Nada. – murmurei. O carro dos meus pais já estava na esquina.

– Ótimo. – ele resmungou.

– É só que... – comecei – Estou afim de você. Mas esquece.

Então o carro dos meus pais parou em frente a casa do dragão ocidental. Entrei nele e bati a porta com força. Depois mostrei a língua para o Jake. E fomos embora.

* * *

Foi estranho confessar? Muito. Mais os dias seguintes foram mais. Um passaporte não se faz de um dia para o outro, e eu estava ciente disso, assim como o Pierre. Nossa viagem não seria mais no outono, e sim no inverno. Em pleno dezembro. Nova York estará repleta de neve, luzes, pessoas patinando no gelo. Voltaremos antes do natal. Não acho que seja necessário eu falar com o Jake até lá, na verdade.

Desisti do plano. Que ele seja feliz com a Valentina.


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Notas finais do capítulo

OH MY GOD
E aí? Desculpinhas se não ficou fofo ou romântico ou sei lá o que, mas prometo que vou tentar melhorar! Agora vou encontrar o Toby, beijos. Hehehe! Comentem, viu?