Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 25
Jake assume.


Notas iniciais do capítulo

Nem acredito que já estamos no capítulo vinte e cinco! Passou tão rápido! Resolvi fazer algo diferente, então. Esse capítulo é narrado pelo lindo, maravilhoso, DRAGÃO OCIDENTAL! Viva! *aplausos*



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– Acho que vou atrás da Alice. – falei, me dirigindo a Valentina. – Você espera aqui?

– Eu preferia ir também... Me preocupo com a sua amiga, você sabe. Mas ela não gosta de mim, nem um pouco! Não entendo. Ela já falou com você sobre isso? – a Valentina perguntou, parecendo mesmo preocupada.

– Não, na verdade. Mas a All age esquisitamente com todo mundo. Não há com o que se preocupar. – eu disse, segurando a mão da Valentina para atravessarmos a rua. Era um tanto brega e meio estou ensinando minha filha a atravessar a rua, mas eu gostava de andar de mãos dadas com a Valentina. Ok, me julguem.

A Alice parecia agitada ao conversar com o garoto que a acompanhava. Quem era aquele cara?

– Ei! – ela praticamente gritou, quando aparecemos ao seu lado. – Sumam!

– Não vou sumir, quero falar com você. Agora. – eu disse, puxando seu braço e a arrastando para longe do esquisitão gigante.

– O que é? – A Alice perguntou, impaciente. – Não quero deixar meu namorado esperando.

– Quem? – engasguei.

– Dãã, só não é o papai Noel! Vai logo, desembucha!

– De onde o conhece?

– Ah, esse é o tópico do assunto? To fora. Manda lembranças para a cenoura ambulante. – por fim a Alice disse, e então saiu desfilando, esbarrou na Valentina de propósito e entrou em um carro. Com o novo namorado.

Respirei fundo. Ela só podia ser maluca.

– Vamos, Jakinho? – a Valentina chamou, sorrindo. E fomos.

* * *

– Querido? – ouvi minha mãe sussurrar, enquanto fazia cafuné em mim. Mesmo que fossem tipo cinco horas da manhã eu não reclamava quando ela me acordava. Até porque sempre havia um café da manhã especial pronto e me esperando. Adoro café.

– Bom dia. – falei.

– Como foi o show ontem? Nem tive oportunidade de perguntar. Sabe de uma coisa? Você deveria trazer a Valentina aqui um dia desses. Poderíamos jantar. Já que vocês estão juntos, me sinto no direito.

– Não estamos juntos, mãe. Ela é minha amiga. E seria difícil preparar algo para o jantar... Ela e vegetariana e tem alergia a lactose. Nada com leite, ou seja. Consegue pensar em algo?

– Ovos mexidos, omelete! Arroz, talvez. Torta de abobora! Salada.

– Ok, mãe. Posso convidá-la. – respondi.

– E a Alice?

– Eu acho que... Que não daria certo.

– Humm. Bem, eu tenho que me arrumar para o trabalho. O café está na mesa. Tome banho, hein? Até logo.

Não sou um porco, antes que pensem isso. Eu tomaria banho mesmo se ela não mandasse, é claro. É só que a água do chuveiro é tão congelante, mesmo quando está no modo “quente”. Por isso, prefiro dar um tempo na cama, rolando até criar coragem. Depois vesti meu uniforme, joguei meu material na mochila, tomei café e corri para pegar o ônibus. Minha mãe não me deixa na escola porque o trabalho dela fica muito distante, seria uma contramão. E não gosto de incomodá-la.

Além disso, não é tão mau andar de ônibus. Um pouco perigoso, com a ameaça de ser assaltado ou outras coisas do tipo ruim pairando pelo ar, mas com o tempo conheci novas pessoas e tal.

Sei que pode parecer meio ou muito nerd, porém eu gosto mesmo da escola. Os professores são legais, aprendo coisas novas, jogo basquete e ainda vejo meus amigos. É um dos meus lugares favoritos, depois da minha casa e da casa de praia dos meus avôs. Lá tem uma vista incrível, espaço de sobra e minha avó faz bolo de chocolate sempre. Eu a amo muito, e não só por causa do bolo.

– Oi, como vai? – a Alice perguntou, surgindo do nada na minha frente e com um sorriso que cobria praticamente seu rosto todo. Ela estava mil vezes mais animada do que o normal. – Tenho assuntos importantes para discutir. Podemos ir à biblioteca?

– Hã... Sabe, se formos lá não poderemos conversar.

– Não precisamos entrar na biblioteca. – ela falou, como se fosse a coisa mais obvia do mundo e eu fosse um tonto. - É só que ninguém vai lá, e ninguém fica no corredor também. Então seria mesmo uma conversa em particular.

– Ah, claro. Eu lembro que conversamos no corredor uma vez...

– Ai, Jake! Você ta parecendo um velhinho, relembrando o passado. Argh! Vamos. – Então, fui arrastado. Eu sabia que ela havia pensado no mesmo que eu, o dia em que ela descobriu que seu admirador secreto não era bem um admirador secreto e coisas esquisitas aconteceram.

Nos sentamos no chão do corredor, lado a lado. Ela tirou uma pasta cor-de-rosa cheia de papéis da sua mochila, e depois uma coisa que se assemelhava a um documento.

– O que é isso? – perguntei, o grande sorriso dela ficando ainda maior, se isso era possível. Francamente, eu imaginava que ela apareceria na escola com a cara de tédio de sempre e muita raiva de mim. Deveria ter acontecido mesmo algo importante.

– Um projeto. Você sabe, eu sou modelo. – ela se gabou – E aí eu tinha feito aquele meu book maravilhoso, que, ei, ficou pronto, posso te mostrar depois! Ta, eu fiz o book. E nesse dia mesmo o Pierre conheceu você. Não você de verdade, mas ele viu uma foto sua. E ele é sim meio maluco, porque achou que eu e você... Ah, formávamos um casal bonito. Eu contestei, obviamente, mas ele nem tcha para isso. Ai, de qualquer forma, vamos para Nova York. Já estive lá uma vez, eu comprei óculos escuros da Prada divinos e...

– Alice. – interrompi. Será que ela não precisava parar para respirar?

– Tudo bem, sem Prada. Mas tem cachecóis legais lá! E a loja da Apple. Tudo lá é tão mais barato! Eu fui no Empire State da última vez, podemos ir juntos, né? Ai, eu conheci um garoto que era tão tão fofo! Mattew! Ele tinha olhos azuis e um cabelo meio Justin Bieber, só que loiro. Ei, por falar nisso, o Lucas também é adorável. Ele foi muito legal comigo ontem! Ah, e nem vá pensando na possibilidade da cabelo de fogo ir junto. O Pierre vai cuidar da gente por lá, assim como dos outros modelos. Nem nossos pais poderão ir. Se não, é obvio que eu levaria o Lucas também.

Então ela finalmente parou para respirar, e decidi lhe perguntar sobre o que ela exatamente estava falando antes que a maluca começasse a despejar as informações daquela forma novamente.

– Das trezentas palavras que você disse eu só entendi duas. – confessei.

– Nova York?

– Hã, não... Modelos e Lucas.

– O que? Nem são palavras tão importantes. Mas ok, vou resumir. Vamos à Nova York para fazer uma sessão de fotos para uma marca importante com mais alguns modelos, garotos e garotas.

– Nós vamos?

– Se seus pais autorizarem, sim. Os meus deixaram!

– Ah, certo. Meus pais vão mesmo me deixar viajar para outro país sozinho. – falei.

– Obrigada pela consideração! – ela exclamou, me empurrando. Era para ser de brincadeira, pelo menos eu acho, mas doeu mesmo. – Eles vão, se eu falar com eles. Vou ser mais clara, e não vou mencionar meu namorado ou a Prada ou a Valentina. Vou dizer que o Pierre é de confiança e a agência de modelos para que trabalho também.

– Mas você tem certeza disso? – perguntei. – Eles podem querer nos traficar.

– Tenho, é claro! Conheço vários dos modelos que trabalham lá, todos já viajaram, amaram, estão fazendo sucesso até... Qualé, é Nova York!

– Quer jantar lá em casa? – propus, e assim que a frase saiu da minha boca pensei que talvez eu devesse ter pensado um pouco mais nas consequências que aquilo pudesse acarretar. Nunca se sabe o que a Alice pode fazer.

– Hoje?

– Combinarei com a mamãe. Quando teremos que dar a resposta para esse Pierre?

– Temos mais três dias. – ela disse. – Seu passaporte está válido?

– Eu... Não tenho um passaporte. Nunca viajei. Não de avião.

– Oh. – ela suspirou. – Acho que vai demorar um pouco, então, para você fazer um. Mas o meu está inteirinho da Silva.

– Tudo bem. – eu disse. Ela sorriu de novo.

– Acho que deveríamos ir agora. Para a sala, quero dizer. Mas... Posso perguntar uma coisa e confessar outra? – a Alice indagou, seu sorriso sumindo.

– Por favor.

– Menti sobre o Lucas. Ele não é meu namorado. O conheci ontem. Ele é adorável sim, mas... Ah, você sabe.

– Certo, você tem problemas. Não pode ser toda sociável com um desconhecido.

– Eu sei. – ela murmurou. – E você não deveria também.

– Nunca fiz isso.

– Tanto faz. – ela disse. E foi embora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Beijos e até logo! :)