Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 12
Bolinhas de papel


Notas iniciais do capítulo

Oii! Bem, eu queria deixar outro recado raivoso sobre como gostaria de que todos os meus leitores comentassem a história (eventuais leitores fantasmas e tal), mas estou feliz demais para isso. Apesar de tudo, fantasminhas, comentem nem que seja apenas um "olá, estou aqui". Para mim é muito importante e não custa nada *carinha muito fofa*



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– Ainda faltam dez minutos para a aula começar. Da para fazer alguma coisa. Trouxe minha câmera, vamos! – a Martha falou, puxando meu braço e me arrastando pela escola.

– Vamos para onde, menina? Sossega o facho!

– O que? Meu Deus Alice, meus avós falam isso.

– Nem é uma expressão antiga. Além disso, você não pode chegar em uma pessoa do nada e já ir tagarelando.

– Ué, você faz isso.

– Não faço não, eu sempre digo pelo menos “oi”.

– Que seja. Vamos logo, eu preciso entregar a matéria pronta quinta-feira.

– Ei, o que seja é propriedade minha! Sai dessa, projeto de gente!

– Você é definitivamente a pior pessoa que eu já entrevistei.

– E você por acaso já entrevistou alguém?

– Hã, não. Apenas ande. – ela mandou, continuando a me puxar. Paramos no pátio, onde metade da escola estava. – Agora, vá até lá e sorria.

– Não aqui. Tem muita gente.

– Awn, você é tímida. Quer aparecer no jornal ou não?

– Você é tão irritante. – eu disse, e em seguida a anãzinha suspirou como se isso expressasse o quanto eu a cansava. Mostrei-lhe a língua enquanto ia até o lugar para onde ela tinha apontado, um banco vermelho. – Então, eu devo sentar aqui?

– Ai, como você é tonta. Não, Alice, quero que você flutue. Ei, olha só, que tal ir voando até o sol para eu fotografar você?

Fingi não ter ouvido aquela parte, até porque eu estava com muita, muita vontade de fazer coisas ilícitas, e apenas sorri. Depois de milhares de fotos, fui dispensada. A anãzinha sardenta foi conversar com suas amigas anãzinhas sardentas e eu subi até minha sala. Meu professor de geografia já estava lá, resmungando, como sempre. Tem gente mais chata que a Martha. E eu pensei que isso fosse impossível. Tentei me concentrar só no que ele falava, algo sobre hidrografia, mas tudo o que eu pensava era que aquele professor estava mesmo precisando fazer a barba. No meio dos meus delírios e da aula chata fui atingida por uma bolinha de papel, e eu já estava preparada para matar quem a havia jogado quando vi que era o Jake. Ele disse “leia”, e mesmo com vontade de cortar seu pescoço, já que tenho um trauma de bolinhas de papel (longa história), eu desdobrei o “bilhete”.

“Hum, oi. Preciso falar com você, urgente. Nos vemos no recreio?”

Escrevi no verso do papel a coisa mais fofa que me veio na cabeça.

“Ainda não tenho um boné da invisibilidade, então acho que sim, mané."

Fazer o que, sou muito meiga. Como ele senta um pouco longe, quando joguei a bolinha ela primeiramente atingiu a Priscila, bem na sua cabeçona. Eu dei uma risadinha. Ela então me lançou um olhar mortal, e levantou o braço. Ah, droga.

– Sim, Priscila? – o professor perguntou.

– Professor, a Alice estava jogando bolinhas de papel em mim! – ela disse, com sua natural voz irritante.

– E porque você fez isso, Alice? – o professor perguntou novamente, dessa vez para mim.

– Foi sem querer! Era para o Jake! Quer dizer, eu não joguei nada. – respondi.

– Pro Jake é? – a Priscila perguntou, com ironia. Agora eu estava mesmo com vontade de acabar com ela.

– Nada que seja da sua conta, metida. – eu disse.

– Agora eu fiquei curiosa. – a Priscila falou, dando um sorriso falso. Aí eu me estressei.

– Larga de ser fresca menina! Quer ler o que ta no papel? Leia! Custa alguma coisa calar essa sua boca? Quanto você ganha para ser tão chata?

– O mesmo que você. – foi a resposta da bruxa.

– Garotas! Já chega! Alice, eu quero conversar com você no final da aula. E nem mais um piu das duas.

Comigo? Comigo? Eu era a inocente da história! E agora minha resposta sequer chegaria no Jake. Tudo por causa de uma garota magricela e escandalosa. O resto da aula passou tão devagar quanto uma tartaruga fazendo tricô, e tudo que eu fiz foi desenhar patos no meu caderno. Ô dia. Quando tocou, eu ainda tive que fazer o favor de caminhar até onde meu maldito professor barbudo estava e ouvir seus sermões. Aí, para completar, eu tive que pedir desculpa para Priscila. No horário do recreio, quando todo mundo saiu correndo, o Jake se materializou na minha frente. Certamente ele não sabe ler mentes. Eu estava muito a fim de empurrar alguém de uma ponte. Ou apenas de uma escada.

– Não quero falar com você. – eu disse.

– A culpa não foi minha. Mas, mesmo assim, sinto muito.

– Legal, agora desaparece.

– Ainda não tenho um boné da invisibilidade.

– Você leu? Quer dizer, eu não me importo. Tchau, aloha, até a próxima.

– Ah, então você não está nem um pouco curiosa para saber o que é urgente?

– Não.

– Ok.

– Nem vem com essa.

– Tchau, loirinha. – ele falou, bagunçando meu cabelo. Eu fiz uma careta. Que garoto metido! Certamente eu estava curiosa, mas não iria admitir isso. Não. Eu não ia.

– Jake, espera. – adeus dignidade – Eu... O que você queria?

– Pensei que não tivesse interessada.

– Odeio você. Odeio você.

– É?

– Quer saber, esquece. – exclamei, andando o mais rápido que posso. Ô dia.

***

Fui ouvindo Heard It On The Radio, do Ross Lynch, no caminho de volta para casa, enquanto ignorava as dezenas de mensagens da Melissa perguntando sobre meu sumiço na escola. Bem, eu tinha passado o intervalo lendo revistas na biblioteca. E assim que acabou a aula já entrei na besta escolar. Foi o que eu disse, mas ela tinha ainda mais perguntas. “E que coisa foi aquela na aula de geografia? Pensei que vocês e a Priscila fossem sair no fight.” “Aliceee! Helooo! Você vai continuar guardando segredo de mim? Porque não me contou que estava com o Jake?”, aí está o motivo de eu não responder. Bem, primeiro, só porque eu sou amiga (ou mais ou menos isso) do Jake não significa que estamos, sei lá, ficando. Sou amiga de um monte de garotos. Se contarmos com o Pedro e o Bruno, são três no total. E, segundo, a Melissa vive na cola da Priscila. Então aposto que quando eu dissesse qualquer coisa sobre a bruxa de cabelo cor de petróleo ela iria sair em defesa da monstra e íamos brigar novamente.

Eu ainda não sabia o que era tão urgente que o Jake precisava me contar no recreio, mas tentava me convencer de que era besteira. A minha Alice interior além de tudo também é muito curiosa. Antes de eu chegar em casa meu celular apitou pela milésima vez, mas a mensagem não era da Mel. Era de um número desconhecido.

Oi.”

“Quem é?”, perguntei.

“Seu admirador secreto”

“Desculpe, deve ser engano.”

“Alice, não é?”

“Sim.”

“Então creio que não estou enganado.”


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Notas finais do capítulo

Eu queria escrever um lindo capítulo com, tipo, a Alice assistindo aquele jogo do Brasil e Alemanha (sete a um, meu Deus!) , mas digamos que Let It Be está se passando... Mais adiante. Mês setembro por aí. Então para ela a copa já passou. Eu sei que esse negócio todo das datas ficou um pouco confuso, mas estou tentando inserir, sei lá, datas comemorativas, como o dia da Árvore (foi a primeira coisa que eu lembrei, colinçença) na história. Espero que vocês tenham gostado do capítulo. A Alice tem um admirador secreto gente. Huahaha. Quem será? ~tã tã tã ~
Beijos :)