Let it be escrita por Algodão doce


Capítulo 11
Esmago formigas para passar o tempo


Notas iniciais do capítulo

Bom dia estrelinhas! Já que esse capitulo tem o Bruno, resolvi mostrar para vocês como eu imagino ele. Bem, tem um ator divo que é a cara do MEU bebê *o*
Está lá nas notas finais. Boa leitura :)



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Percebi que precisava da Melissa quando liguei para a Marina e a Isabel dizendo que tinha um encontro e não sabia o que usar. Nerds definitivamente não entendem de moda. A Isabel é cheinha e usa aqueles óculos com armações esquisitas. Ela respondeu “ah, coloca um vestido simples, uma rasteirinha e vai”. E é super sem sentido, porque assim vai parecer que eu não perdi tempo nenhum me arrumando. E aí o Bruno vai ficar pensando que não vale meu tempo. A Marina, que é morena e alta, respondeu “maquiagem carregada, saltos poderosos, uma mini saia e uma blusa estampada”. E aí eu disse “fala algo que você usaria Mari”. E aí ela disse “ta legal, calça de moletom, uma blusa folgadona e tênis”. E aí eu disse “é, mas eu estou saindo com um garoto, não indo malhar. E nem se eu estivesse indo para uma academia eu sairia assim”. Fiquei com pena do Luan e do Gabriel nesse momento. Quando saíssem com as meninas teriam uma decepção e tanto.

Agora metade do meu guarda roupa estava em cima da minha cama. E definitivamente nenhuma daquelas roupas me agradava. No meu primeiro encontro com o Bruno, que foi acidental, eu estava usando um vestido rosa e sapatilhas. No segundo, eu estava usando uma camisa com mangas azul-marinho e uma saia cor de rosa. E hoje eu queria usar algo que me deixasse diferente. E eu só tinha três horas para escolher. Mas com certeza ligar para a Mel não era uma opção. Ela brigou comigo, ela que tem que pedir desculpas. Ou era para ser assim.

– Meeeeeeeeel! Eu preciso de você! – choraminguei – É urgente.

– Estou chegando, Alice. Não corte os pulsos, ou pior, tinja seu cabelo de vermelho.

E desligou. É tipo uma regra da gente: Quando a palavra “urgente” é citada em um telefonema, uma tem que socorrer a outra, nem que para isso seja necessário pegar um avião para Londres. Somos ricas, afinal. Antes que ela chegasse eu tomei um banho e coloquei um short e uma regata. Ainda não era hora do almoço, chegava perto do meio dia. A Melissa ainda deveria estar com raiva de mim. E mesmo assim estava vindo. Awn. Poucos minutos depois a campainha tocou. A Victoria atendeu, e em questão de segundos uma figura toda de verde já estava em meu quarto.

–Você está parecendo uma duende. – comentei.

– Ué, você não ama duendes?

– Eu amo os meus duendes.

– Por falar nisso, você nunca me explicou essa sua cisma com duendes direito.

– É uma longa história. E não temos tempo! – exclamei, apontando para a pilha de roupas na minha cama.

A Melissa conseguiu encontrar uma saia em meio ao monte de roupas. Era longa e tinha estampa de tubarões. Fiz que não com a cabeça. Bem, se você quer saber, aquela saia tem uma história. Quando fiz 13 anos, eu e meus pais fomos para Orlando, passar as férias. E então visitamos o SeaWorld, e eu vi todos aqueles animais aquáticos. Mas o que eu mais achava interessante era o tubarão. Golfinhos são fofos, porém tubarões são... Melhores. E quando voltei insisti com a mamãe que eu queria uma saia de tubarão. Ela disse “isso não existe”, e aí eu disse “existe se eu quiser!”. Arranjamos uma costureira legal e ela fez a saia para mim. Usei um monte de vezes quando era pequena, e eu não cresci muito, então ainda deve dar em mim. Mas eu simplesmente não ia usar aquilo em um encontro. Ei, eu devia fazer uma saia com duendes!

– Alice, acorda! – a Mel falou, estalando os dedos. – preciso da sua ajuda também.

– Ah, desculpe.

– Para que você quer se arrumar, exatamente?

– Um encontro! Com o Bruno!

– Bruno gay?

– Homossexual! E, sim. – Puxei uma saia com estampa xadrez vermelha e preta da pilha. – O que acha? – a Mel fez uma careta. – É. Escocês demais.

– Para onde vocês vão?

– Eu deveria ter perguntado?

Ela suspirou e voltou ao trabalho. Um tempo depois, encontramos o visual perfeito. Uma saia meio bege, meio comprida e meio bailarina, combinada com uma blusa branca de mangas curtas e rendada. Coloquei um colar e sapatos dourados também. Deixei meus cabelos soltos e a Melissa me maquiou. Apenas blush, rímel e gloss. Consegui ficar pronta antes das três, então ficamos conversando sobre bobagens. Nenhuma de nós falou sobre a discussão que tivemos, e eu achei melhor deste modo. Assim que o interfone soou na cozinha, ambas demos gritinhos ansiosos. Eu já havia falado para Victoria que iria sair e estava esperando uma pessoa, então ela disse para o porteiro que o garoto podia entrar. Desci as escadas lentamente, para o Bruno não pensar que eu estava tão ansiosa que o esperava já na porta ou algo assim. Dei tchau para a Melissa, que me abraçou, e saímos juntas de casa. Ela entrou logo no seu uno, já que o motorista dela estava a esperando, e eu entrei no carro do Bruno.

– Oi, All. Tudo bem? – ele é tão fofo que até o perdoou por me chamar pelo apelido.

– Aham. Hum, aonde vamos?

– É surpresa. – O Bruno responde, com um sorriso.

Alguns minutos depois, paramos perto de um posto de gasolina. Só enxergo mato. Me surpreendo quando o garoto desce do automóvel. Ele da à volta e abre a porta do carro para mim. Então iríamos parar ali? Oi? Sou praticamente arrastada (mas de um jeito fofo) até um lugar com muitas árvores. Não estava completamente vazio, havia alguns casais lá. E tinha um lago. Percebi que o Bruno segurava uma cesta. Oh, parabéns Alice, você conseguiu perceber isso após dez minutos observando o garoto.

– Piquenique! – exclamei, um pouco alto demais.

– Exatamente. – ele responde, cobrindo o chão com uma toalha de mesa e tirando da cesta sanduiches, frutas, suco. – Acho que você vai precisar disso.

Pego o protetor solar que ele jogou para mim e espalho por todo o meu rosto. É meio difícil sem um espelho. Certo, eu tinha me arrumado completamente para sentar quase que na grama.

– Não é comida demais para apenas duas pessoas? – pergunto, enquanto ele continua tirando da cesta mais coisas. Bolo, salada de frutas e até pudim! Ok, eu sou muito comilona, mas nem tanto.

– Eu sei. Mas... Eu convidei o Marcos. Você sabe, meu namorado.

– Ah. Legal.

É claro. Estava bom demais para ser verdade. Sento na toalha enquanto ele arruma algumas coisas. Eu até ajudaria, porém o Marcos pode fazer isso por mim quando chegar. Humf. Eu ia ficar de vela, ser devorada por mosquitos e morrer derretida naquele lugar. Se isso for possível. E, novidade, lá também não tinha sinal de celular. Passei quase vinte minutos enrolando mechas do meu cabelo com o dedo e pisando em formigas. Legal que eu comi, porém a comida nem era assim tão boa. O Marcos ele-é-muito-legal-Alice-aposto-que-vocês-irão-se-adorar ainda não tinha chegado. Esperava que ele fosse no mínimo bonito. Ser trocada por um cara, ainda por cima feio, ia abalar ainda mais minha autoestima.

– Ele chegou! – o Bruno falou e eu me virei em busca do felizardo. Mas eu só conseguia ver o Zac Efron. Espera. O Zac Efron? Meus duendes! Se aquele fosse o Marcos, eu realmente tinha perdido para alguém melhor que eu. Ele podia facilmente se passar pelo Zac. Alguém tem um leque?

– Oi... – falei, tentando não babar.

– Oi. – o Zac, ops, Marcos, respondeu.

– Então, Alice, esse é o Marcos. E marcos, essa é a Alice.

– É um prazer conhece-ló. – consegui dizer, e pela primeira vez na minha vida era verdade. Um prazer enorme...

– Também é um prazer conhecer você, querida.

* * *

– Então? – a Melissa pergunta, do outro lado da linha. Eu mal cheguei em casa e liguei para ela. Era bom sermos amigas de novo. Sem ressentimentos. Sou muito doce e amável, fazer o que.

– Foi legal conhecer o Marcos. Ele e o Bruno formavam um casal tão fofo que eu quase não senti ciúmes. O Bruno contou que tinha feito sim um jantar com os pais dele, para contar sobre, bem, tudo, e resolveu não convidar o Marcos, pois os seus pais podiam dar um chilique ou algo assim. Mas deu certo. Ele disse para os pais que estava apaixonado. Por um garoto. Não houve gritos, pratos quebrados ou socos. O Bruno disse que resolveu também não me meter naquela história, porém que “gostaria de me ter por perto naquela hora”. O pai dele não aceitou numa boa, mas depois até voltou a falar com o filho. A mãe dele ficou um pouco triste, é claro, já que ele não vai poder lhe dar netinhos biológicos e tal. Mas deu certo.

– Que fofo! E esse Marcos é mesmo a cara do Zac Efron?

– Igualzinho!

– Ah, ual.

– Ei, controle-se, você tem na-mo-ra-do! Mesmo que seja meu quase-vizinho retardado e infantil. – eu disse, e no mesmo instante uma voz irritante começou a soar na minha cabeça “seja gentil, seja gentil.” Como eu odeio minha Alice interior. – Quer dizer, o Pedrinho fofo, caridoso e incrivelmente bonito.

– O que? Ei, sai dessa! Espera, tem outra pessoa tentando ligar para mim. Nos falamos mais tarde, por whatsapp. Beijos!

– Tchau, Mel. Até logo.

Enquanto eu esperava ela me mandar uma mensagem tomei banho, coloquei uma camisa com o desenho do Mickey e uma calça jeans e fui dar uma volta pelo condomínio. Apostava que a ligação era do cabeça de palmito. Meus pais estavam em casa, porém, como sempre, eles nem sequer se preocuparam em dizer “tenha juízo” ou perguntar para onde eu estava indo. Que era a casa do Pedro, recentemente apelidado por mim de cabeça de palmito. Já que a cabeça dele é branca e comprida. Haha. Cruzei com ele no parquinho antes de chegar a sua casa. O idiota estava mesmo falando ao telefone, sentado no balanço. Sentei-me no balanço ao seu lado. Até ele notar minha presença eu tive que jogar areia nos seus pés, dançar a macarena e colocar La cucaracha bem alto. Não, mentira, eu só joguei areia nos seus pés mesmo. O Pedro se despediu da Mel (“desliga você” “não, desliga você”) e finalmente se virou para mim.

– Oi.

– Tudo bem? Tudo, e com você? Ah, tudo ótimo. Pronto, pulamos essa parte completamente desnecessária e vamos direto ao assunto.

– Você está bem, Alice?

– Já pulamos essa parte, você é surdo? Ta legal, eu estava entediada. Acho que preciso de um hobbie. – falei, me balançando. Na verdade, eu tinha o que fazer. Estudar. Só que é tão chato. Não que ficar com o Pedro seja legal, mas é melhor que matemática.

– Quer comer alguma coisa?

– Não estou com fome. Não me arrisquei a jantar, já que minha mãe preparou a comida, mas eu comi muito à tarde.

– Ah. Legal.

– Mas se eu quisesse comer... Quais são as opções?

– Minha mãe fez pizza.

– Meu Deus, como eu amo a sua mãe. Vamos comer pizza! – exclamei, pulando do balanço.


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Notas finais do capítulo

~ barulhinho de filme de suspense ~ Quando o Bruno apareceu na história, eu já tinha ele todo idealizado na minha mente (menos a parte de ele ser gay. Isso eu ainda não sabia) e já o imaginava como o Lucas Till. Sabe, aquele lindão do clipe da Tay Swift "You belong with me" e do filme da Hannah Montana? Pois é. Eu sou completamente apaixonada por esse cara, meu Deus. O que vocês acham? Espero também que tenham gostado do capítulo, beijos!