Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 6
The voice


Notas iniciais do capítulo

Heyy! ainda não cumpriram a meta, mas também só passaram dois dias desde a ultima postagem então vos facilito a vida kkkkk CÁ VAI NOVO CAPITULO! ENJOY



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– Problema resolvido – Ele gracejou quando nos separamos – Agora eles têm a certeza.

Eu o encarei enquanto ele parecia não reparar. As duas meninas na nossa frente estavam estupefactas olhando ora para mim, ora para Uriah.

– Uriah? – Sussurrei para ele.

– Sim?

– O que você fez?

– O que queria fazer desde que voltaste – Ele encolheu os ombros enquanto Marlene e Christina seguiam a conversa avidamente. Eu as repreendi com o olhar e elas desviaram o olhar mas claramente que elas ouviriam tudo.

– Me deixar ficar sem jeito diante de todo o mundo? – repliquei. Ele finalmente me olhou. E que olhar.

– Não, tolinha. – Ele abriu um enorme sorriso e se aproximou de mim e rapidamente deu um selinho – Beijar-te.

– Humm – Sem conseguir pronunciar algo, concentrei minha concentração na minha lata de refrigerante. Eu a rodava sob as minhas mãos e dava uns pequenos goles nas bebidas.

Nessa hora dei graças por as meninas serem tão fala-barato. Elas nos inseriram numa discussão sobre o tomate. Uma argumentava que o tomate era vegetal, pois se fosse fruto seria doce. A outra negava dizendo que não tinha nada a ver já que havia outras frutas não doces. Vendo que não chegariam a lado nenhum nos pediram nossa opinião. Eu e Uriah nos entreolhamos e caímos na gargalhada.

– E então? – Chris perguntou ansiosa pelo nosso ponto de vista.

– Fruta – gritamos os dois entre gargalhadas.

– Ah é? – Marlene parecia não querer se render – Então me digam como podem ter tanta certeza!

– Porque meu… - Uriah se calou na hora e eu olhei para a mesa. Eu sabia o que Uriah estava a pensar. Nossos pais nos haviam explicado tudo isso mas não havia como explicar para elas. – Esquece, pergunta à tua professora de biologia ou sei lá a quem.

– Ok – ela perguntou mas ainda com cara de desconfiada. Eu abanei a cabeça para ela não insistir no assunto e ela assentiu.

– Bom dia meninos. – Uma mulher se aproximava de nós. Uriah se afastou discretamente de mim. Na verdade, a mulher parecia bem nova, uma jovem adulta talvez. Ela era branca, mais branca que eu e seu cabelo era de um tom de castanho quase ruivo que mal lhe chegava aos ombros, aos cachos largos. Ela era muito bonita e seu sorriso tímido adorável. Mas algo nela me fazia pensar que eu conhecia ela.

– Bom dia senhorita Grace. – Marlene respondeu e os os outros assentiram educadamente e eu repeti o gesto.

– Meninos, já pedi para me chamarem apenas Susan. – ela parou na nossa frente com suas mãos entrelaçadas na sua frente. Reparei que ela vestia um conjunto de saia pelo joelho reta e blazer azul-marinho e uma camisa branca. – Você é a aluna nova. Beatrice Prior correto?

– sim senhorita…. Susan. Sou eu mesma. Prazer. – Sorri para ela.

– Eu sou a psicóloga do colégio e orientadora vocacional. Qualquer problema que você tenha pode vir falar comigo. Mesmo que não saiba qual o problema eu irei entrar na sua cabecinha e desvendarei ele – ela sorriu brincalhona.

– Beatrice, ela não está brincando – Chris se dirige a mim – Susan realmente entra na nossa mente. Chega a ser assustador.

– Que exagero. Eu só sou boa no que faço – Susan gargalha. Quando se recompõe e volta a olhar para mim e começa com uma voz doce – Só, por favor, venha falar comigo antes de fazer qualquer tipo de asneira, tudo bem?

– T-tudo b-bem. – Gaguejei. Ela assentiu e foi embora. Eu comecei a suar frio. Agora percebi. Eu a conhecia realmente. Quer dizer não totalmente. Eu apenas reconheci a …. Voz dela. Era a voz que me atormentava, pensar que eu era louca.

Não, não podia ser a mesma voz. Mas era… Não a reconheci inicialmente visto estar tão encantada com sua figura para prestar atenção na sua voz. Mas aquela ultima frase, quase que um aviso, parecia realmente ela. O que está acontecendo comigo? Eu estou a delirar. Vi Uriah a olhar para mim preocupado e esbocei um sorriso fraco mas ele não se deixou enganar.

– Como está se sentindo? – Ele perguntou enquanto as garotas retomaram a discussão sobre os pobres tomates. – Com dores?

– Honestamente? – Ele arqueou as sobrancelhas à espera. – Estão doendo um pouco. As feridas, quero dizer.

– Eu te levo a casa, anda – ele começou a levantar-se mas eu não me movi.

– Eu não vou embora. – peguei os analgésicos da bolsa e os abanei na sua frente. – Um destes e magia acontece.

– Tem certeza? – ele voltou a se sentar. Eu assenti. O celular de Uriah começa a tocar. – Alô? Eu estou no bar. Sim, cá fora. Certo, até já.

– Você tem que estar noutro lado? – perguntei.

– Uh? Ah, não. – sinto duas mãos nos meus ombros e depois mais que duas.

– Beatrice, como você está? Terrivel o que aconteceu com você.. – Um deles profere com um pequeno sorriso. Reconheço ele como Will. Sorrio de volta. Tobias estava ao lado dele mas não com um sorriso. Apenas olhava na minha direção e eu vi-me obrigada a desviar o olhar.

– Espero que esteja bem, na medida do possível – ele solta. Atrás dos dois está Molly com um sorriso irónico nos lábios.

– Aquilo é que foi uma recepção e tanto não garota? – fechei a cara para ela. Eles se sentaram na nossa mesa brincando uns com os outros e com as meninas que ainda se sentiam deslocadas mas felizes por serem “inseridas” nem que por cinco minutos no grupinho deles. Eu acabei sentada entre Uriah e Tobias. Ao lado do último estava Molly pedindo para que ele compreendesse não sei o que. Talvez para que compreendesse a idiota que ela era, talvez. Ele apenas brincava com um porta-chaves nas mãos.

O resto do dia passou-se rapidamente, entre aulas, dores, intervalos em que Uriah me reagrupava com os amigos emancipados com ele. As meninas não as vi mais, nem sequer nas aulas. Tentei ligar para as duas várias vezes mas nenhuma atendia ou respondia às mensagens. Achei estranho, mas com certeza teriam uma explicação. Cheguei a casa exausta e sonolenta. Devia ser um efeito colateral dos medicamentos. Minha mãe estava na cozinha coçando a cabeça e quando me viu abriu um sorriso.

– Filha graças a Deus! Não sei o que fazer para o jantar – Falou exasperada como se fosse um problema muito grave. – me diga, quer comer o que?

– Mexicano? – Perguntei esperançosa.

– Não pode filha. – Ela pareceu abatida – Seu médico desaconselhou.

– Ahh então pode encomendar uma pizza? – Abri muito os olhos e fiz biquinho. Aprendi a proeza com o gato das botas do Shreck. Se resulta com ele, porque não comigo?

– Me parece muito bem – minha mãe sorriu e eu a ataquei com um abraço.

– Te amo mamãe!

– Também amo você, muito. – Ela suspirou. Pensando em Caleb provavelmente.

– Vou tomar um banho. – Minha mãe deu um sorriso conspirador e eu fiquei sem perceber aquilo. Resolvi ignorar e corri escadas acima. Abri a porta e quase caí para trás!

– Até que enfim!!! – Bufou – estava já com tédio!

– O que estás a fazer aqui? – deixei a mochila cair no chão ao lado da porta e adentrei inda descrente.

– Ahh, viemos fazer um pouco de companhia, não é obvio? – Claro, fazia totalmente sentido… Não, não fazia.

– Vocês são loucas! Eu tentei ligar umas mil vezes – ripostei.

– É, foi mal, fomos comprar umas coisinhas para nossa festa do pijama. – Marlene sorriu.

– Festa? Aqui? – ela gargalhou.

– Sim, aqui. Obvio que pedimos permissão à sua mãe. Já agora, pizza foi uma optima escolha.

– Ainda bem que agradei vossa majestade! – Ironizei fazendo reverência. – Ok, onde está Chris?

– Ela falou que ia a casa pegar umas coisas… Não sei realmente o que – falou sincera.

– Tudo bem vou tomar um banho. Enquanto isso fica à vontade.

– Mas eu já estou – Gargalhou se atirando para a minha cama.

Eu fui tomar um banho que demorou um pouco mais pelas feridas que pinicavam e eu sempre tentava desviar do jato de agua quando tocava num ponto sensível. Acreditem é horrível. Fiz o curativo, dessa vez sem ajuda preciosa da minha mãe. Quando finalmente saí do banheiro reparei que Chris havia chegado mas não eram só as duas meninas no meu quarto. Uriah Também lá estava a conversar animadamente com minha mãe.

– Filha olha quem veio fazer uma visita! – Minha mãe falou quando me viu. Impressão minha ou ela estava bem mais animada do que eu?

– Oi Uriah – Eu não sabia muito bem o que fazer. Ele sorriu e assentiu vendo que eu fiquei um pouco desnorteada.

Após muita discussão, minha mãe acabou por convencer Uriah a ficar. Imagino se minha mãe deixaria ficar qualquer outro garoto ou se ele tinha tratamento especial. Acho que minha mãe o via como meu pequeno amiguinho de brincadeiras no verão ainda. Pobre mulher enganada…

As pizzas chegaram e acabamos todos comendo no chão da sala a comer e vendo filmes de comédia. Minha mãe não ficou. Disse que não tinha fome e foi direta para a cama. Antes, é claro, pediu para termos juízo. Depois de comermos a pizza, Chris foi buscar uma sacola cheia de porcarias comestíveis, o que eu aprovo. Salgadinhos, batatas fritas, doces, muuuiittooosss doces, chocolates. Um bolo de bolacha e creme de manteiga delicioso. Claro que nos enpanturramos com tudo aquilo no meio de gargalhadas. Como se o filme já não fosse engraçado o suficiente, Uriah ainda o tornava mais com seus comentários e dramas. Foi muito engraçado. Eu acabei deitando sobre o peito de Uriah que balançava gostosamente sempre que ele gargalhava. Suas chaves do carro caíram do bolso e eu as cacei. Fiquei brincando com elas na minha mão até reparar num dos porta chaves preso nelas. Uma pequeníssima plaquinha de metal. Mas o que me chamou realmente a atenção foi o que estava escrito nela. Reli várias vezes, alheia ao que acontecia à minha volta, para ter a certeza do que eu li: “ Een op een miljoen!”. Toquei nas palavras e elas me deram choque. Sim, choque. Ninguém reparou de tão atento no filme.

– Uriah? – perguntei.

– Sim? – Ele não retirou os olhos do filme.

– O que significam essas palavras? – perguntei colocando a plaquinha na sua direção. Ele imediatamente olhou para mim enquanto as meninas explodiam numa gargalhada.

– Isso? – Ele tocou também nas palavras mas nada aconteceu ou ele disfarçava lindamente. – “Uma em um milhão”. Porque?

– Curiosidade – Menti – Mas essa coisa me deu um choque.

– O que? – ele arregalou os olhos – A serio?

Ele passou os dedos de novo na placa como para se confirmar algo.

– Achas que estou a mentir? – arqueei as sobrancelhas.

– Não, claro que não. Só achei isso estranho. – ele garantiu me puxando para o seu lado e me roubando um beijo. - Não dá para desconfiar de você. É clara como a agua.

– Achas? – arqueio uma sobrancelha. Ele se aproxima mais para me falar ao ouvido.

– Para mim que te conheço desde sempre e conheço sua história sim – sussurra e repete – Clara como a água.

Continuamos a ver o filme animados. Eu me ria como uma louca. Fazia muito tempo que convivia assim com meus amigos. Quem eu queria enganar? Eu não tinha amigos. Tive quer praticamente ameaçada e mudar de cidade para reencontrar um amigo e fazer alguns novos. Que patético. Quando o filme terminou Uriah anunciou que estava na hora dele.

– Meninas, foi uma ótima noite mas eu tenho que ir. – ele falou se levantando e me levantando junto.

– Mas já? Tu nem tens pais que te ditam um toque de recolher! – Marlene retrucou e ele deixou cair a cabeça para trás às gargalhadas – Você é livre meu amigo, livre!

– Ta, mas eu tenho mesmo que ir. – disse enquantava passava seu braço pelos meus ombros. – Tenho treino de manha cedo antes das aulas e treinador me mata se eu não estiver no meu melhor.

Elas concordaram e conduzi ele até ao hall de entrada. Ele parou com a porta entreaberta.

– O que foi – inquiro.

– Não sei, mas tenho a sensação de que você esqueceu de algo. – Ele fez uma expressão pensativa que me fez rir.

– O que?

– Isto – senti meu corpo bater contra o seu e minha boca ser tomada pela dele. Ela uma sensação diferente que nunca havia experimentado até aquela tarde em que ele me beijou. Minhas mãos percorriam seus braços musculados e morenos. Ele me larga de repente e sai sem uma palavra. Eu fico a olhar para a porta sem perceber. Esse menino vai-me endoidecer desse jeito.


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Notas finais do capítulo

Não se esquecem caros leitores e caros FANTASMINHAS! 5 comentários ou nada de capitulo novo. E dessa vez não vou facilitar, facilitei esse porque tinha o capitulo pronto e sabia que não poderia postar até sabado.5 comentários! Não peço muito tendo em conta o numero de leitores.
ATENÇÃO: 1 RECOMENDAÇÃO VALE PELOS 5 COMENTÁRIOS. Fica a dica kkkkk BEIJOS FOFOS



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