Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 5
Een op een miljoen!


Notas iniciais do capítulo

Heeyyy!!!!
Antes de mais nada, sei que vocês já cumpriram a meta à algum tempo e eu já deveria ter postado sendo assim. Mas estas semanas tem sido exames atras de exames. Cheguei ao ponto de ter que ler 300 paginas de materia num dia para um dos exames. Nem para dormir tinha tempo. Então me desculpem por isso.
Em segundo lugar: Vocês devem estar a pensar que raio quer dizer o título, não? Uashuashuash. Lamento mas ainda é cedo para ser revelado u.u E não vale tentar decifrar ouviram? É top secret ahahahahahaha Mas também, vocês nem sabem que lingua é néh? kkkkkkkkkkkkkkkkk Enfim, bom proveito do capitulo! E obrigado pelos comentários adoro cada pedacinho de vocês



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– Onde está Uriah? – Ela perguntou com certo veneno na sua voz.

– Eu que devia saber? Ele que me deixou aqui e foi sei lá onde! – Me defendi. Elas se entrolharam e suas expressões se suavizaram e me olharam com remorsos.

Mal sabia eu que muito ainda ia acontecer nessa noite…

Bufei e saí do recinto procurando por ar fresco lá fora. Me encaminhei para o jardim que estava deserto. Ouvi passos atrás de mim mas não me virei para ver quem era.

– Desculpa Beatrice – Marlene falou, me fazendo abrandar o passo. – É que quando te vimos com Tobias ficámos a ideia errada que eras uma vadia oferecida. Eu lamento imenso.

– Ahh, não se preocupem, nós ainda mal nos conhecemos, é normal ficarem com algumas ideias erradas. – Eu falei me virando para elas. – Está tudo bem.

– Minhas desculpas, a serio. – Christina pediu e eu assenti. – Explica-nos então o que se passou.

Explico tudo o que aconteceu desde que entrei no carro de Uriah. Claro que não falei o facto de que ando a ouvir vozes, elas eram capaz de me colocar num hospício na hora. Contei como Uriah saiu de repente e Tobias ficou fazendo companhia. Elas se mantiveram em silêncio por um tempo até que Marlene o quebrou.

– Uau… Isso é…

– Estranho – completou a amiga. – Tobias é que costuma ser o misterioso e Uriah o festeiro.

– Sério, foi apenas isso que vocês apanharam de todo o meu discurso? – Me sentei no banco cruzando os braços sobre o peito.

– O que estamos a querer dizer é que essa atitude não parece ser nada de Uriah. – Eu assenti.

– Porque eu vim a essa estupida festa mesmo? – questionei mais para mim mesma mas Chris fez questão de responder.

– Porque Peter te convidou e Uruah fez questão que viesses.

– Legal, e agora abandonou-me! – bufei – Nice!

– Nice? – perguntaram as duas.

– É! Tipo, Legal! Nice! – reposei o queixo na minhas mãos.

– Ahh típica ironia americana. – Marlene gargalhou sem vontade.

– Vamos para dentro aproveitar a festa, que tal?

– Vão na frente que já vos alcanço. – sorri e as duas saltitaram em direção à casa.

Fiquei um tempo ali e como sempre acontecia, acabei pensando no meu irmão? Como ele estaria? Seria o mesmo implicante de sempre? Estaria feliz? Nesse momento algo me voltou à cabeça. Naquelas férias em que tudo aconteceu. Quando ambos estávamos no carro brigando e ele tentava ler o seu livro de genética. Me lembro das palavras que com toda a certeza eram noutra língua: “een op een miljoen”. Lembro que ele olhava para o livro com olhos brilhantes e pronunciava essas palavras cada vez mais empolgado. Claro que como eu era apenas uma criança, não prestei muita atenção nisso. Recordo de meu pai sorrir para ele e minha mãe abanando a cabeça para meu pai que ignorava. Mas o que raio tudo isso significava? Teria de explorar isso mais a fundo.

“ Não desenterres coisas do passado que só irão te machucar”

A voz! De novo. Isso começava a ser um caso grave de loucura. Mas já que eu estava louca mesmo eu resolvi responder à voz.

– Não me lembro de minha consciência falar! Eu vou pesquisar isso sim!

“ Acredita em mim, quanto mais procurares, quanto mais descobrires, mais em risco estarás.”

A voz aveludada falou. Parecia uma voz de uma psicóloga ou Psiquiatra. Uma voz persuasiva que nos faz relaxar. Uma voz suave. É, eu terei realmente de ir a um psiquiatra, tamanha é minha loucura.

– Hum, como queiras.

Me levantei e comecei a caminhar para o edifício. Parei de andar quando ouvi um som atrás de mim. Um… rosnar? Um calafrio percorreu minha espinha. Olhei com cautela para trás e meus olhos se arregalaram. Um lobo, tamanho médio, pelo castanho rosnava para mim. E acreditem, não era um rosnar amigável. Ele estava raivoso, baba escorria pela sua boca. Eu só lembro de começar a correr desesperada para dentro de casa mas o animal foi mais rápido e me derrubou no chão. Tentei sair dali enquanto lutava com suas presas que estavam demasiado perto do meu pescoço. Ele vai-me matar! Eu chorava descontroladamente. Não sei quanto tempo havia passado quando o lobo ficou estático e depois saiu correndo pelo jardim em direção ao bosque. Eu não esperei que ele voltasse. Me levantei com muito esforço e dor e olhei para baixo. Minhas roupas estavam esfarrapadas e eu com vários golpes de garras, a maior parte superficial. Desatei a correr de novo, desta vez, meio cambaleando e a visão turva. Eu gritava mas ninguém ouvia lá dentro. Cheguei finalmente às portas e entrei a gritar e dessa vez eles repararam em mim, visto que estavam todos em choque sem saber o que fazer.

– AJUDEM-ME – gritei ainda aos soluços. Mas minha voz perdeu densidade passando a ser um sussurro – Por favor.

Caí desamparada no chão. Alguém passou olhando para mim e sem me ajudar. Molly, pelo menos eu acho que era ela.

– Beatrice! – Alguém me agarrou e me colocou no seu colo. Uriah me conduzia para fora e eu segurei o ar entrando em pânico. Para fora não! – Calma, vou levar-te ao hospital.

– Uriah? O que aconteceu com…. AH MEU DEUS!!

– Meninas eu vou levar ela para o hospital, depois eu mando noticias.

– Nem pensar! Marlene, vai buscar o carro. Nós vamos também. – Ela garantiu não dando oportunidade a ser contrariada.

Uriah me colocou com cuidado no banco de trás deitada enquanto eu gemia com dores. Eu sentia a pele rasgada em várias partes. Meus esforços contra o animal foram em vão. Pelo menos não estou morta. Ele conduziu devagar para evitar solavancos e me magoar ainda mais. Deixei meus olhos fecharem e depois desse momento não tive consciência de mais nada.

* * *

Abri os olhos incomodada com a claridade. Para minha surpresa eu não estava no hospital. Estava no meu novo quarto em Chicago. Puxei os lençóis para longe para me analisar. Quase que desmaiei de novo horrorizada. A lateral da minha zona abdominal estava coberta por gaze que já não era branca, mas de um vermelho escuro. Pelos vistos a ferida ainda não estava completamente estancada. O cheiro a ferro era forte, e dei por mim a suster a respiração. Minha barriga tinha alguns arranhões mais superficiais como se apenas uma garota houvesse feito. Mais alguns nos braços, alguns que deviam ser um pouco mais profundos com um pensinho colorido em cima. Meu estado era deplorável. Ainda na cama me virei para o espelho, de joelhos na cama e vi também um corte na bochecha! Suspirei e atirei-me de novo contra a almofada. Pelo menos as dores não eram tão más agora. Bateram na porta e mandei entrar.

– Filha como é que estás? – Minha mãe sentou-se ao meu lado, fazendo carinho nas costas.

– dilacerada? Rasgada? – Perguntei com a voz abafada pelo travesseiro.

– Isso não é engraçado meu amor – Minha mãe repreendeu delicadamente.

– Eu sei, desculpa. Como eu cheguei a casa mesmo?

– Seus amigos pegaram o seu celular e me ligaram falando o ocorrido. Eu iria até o hospital mas Uriah falou que estava já liberada para ir para casa e eu passei nossa morada. Então eles te trouxeram para casa. Uriah desculpou-se pelo sucedido mas como eu poderia culpá-lo?

– Sim, a culpa não foi dele. – concordei

– Nem sua meu amor. Ninguém podia prever um lobo no meio da cidade de Chicago…

– Eu não deveria ter ido na festa, me desculpe mãe. – me sentei e encostei minha cabeça no ombro dela.

– Desculpar porque? Por finalmente socializares? Por teres amigos novos? Querida, eu fiquei feliz por você ir na festa. Achei que você estaria mudando, recomeçando sua vida.

– Eu estou a tentar pelo menos – Confessei

– E vai conseguir! – Ela garantiu – Por falar nisso, Uriah está bem grandinho e bonitinho, hem?

– Ah mãe! – Ruborizei – É serio isso? Pode parar por aí.

– Está bem – ela riu – Agora vem até ao banheiro para tratar das feridas.

– Vai doer? – perguntei incerta e minha mãe gargalhou me fazendo arquear as sobrancelhas.

– Onde está minha menina corajosa? – mostrei a língua para ela e corri para o banheiro. Primeiro tomei um banho e as lágrimas vieram aos olhos. O contato da agua com as feridas era dolorosa, ainda mais no rasgo lateral.

Terminei o banho, sequei me corpo com cuidado e vesti as roupas intimas. Minha mãe entrou com alguns remedios que o medico deve ter receitado. Me deu uns analgésicos para as dores, uns antibióticos prevenir infeções e começou a limpar as feridas com soro fisiológico. Colocou gazes limpas na ferida maior, selou-a e tudo pronto.

– Obrigada mãe – agrade – Vou vestir-me para ir na escola.

– Não, estás de repouso. Não precisas de ir. – Saí do banheiro à procura de algo para vestir que não evidenciasse as feridas nem me machucasse também.

– Mãe, quero mostrar que não me derrotam com tanta facilidade – Eu ri com minha piada mas minha mãe não achou graça nenhuma.

– Então vou ligar ao Uriah para te dar boleia. – ela começou a discar no telemóvel.

– Mãe, não! Eu vou perfeitamente a pé! – implorei

– Beatrice, está decidido! – Ela retrucou. – Ah, Uriah, como está meu filho?

Ela saiu do quarto antes que eu conseguisse ouvir mais. Choraminguei. Não precisava de uma baby-sitter, ainda mais ele. Que vergonha!

Fui para a cozinha já vestida e com a bolsa com os livros e vários analgésicos. Consegui tapar todas as feridas menos a do rosto, mesmo com maquilhagem, vulgo base, corretor, pó compacto…, não dava para disfarçar. Mas bem, a essa hora também já todos saberiam que eu fui atacada e talvez com minha fantástica sorte (ironia) alguém havia tirado uma foto após o ataque. Preferi não ir as redes sociais conferir. Como o dia estava quente coloquei um vestido, sem collants. E escolhi um vestido porque assim, como ele é bem larguinho não irritará tanto nem magoará minha pele ferida. Detesto vestidos compridos mas a situação assim o pede. Coloquei um casaco super fino, apesar do calor, para tapar os arranhões dos braços. Ao me ver, minha mãe sorriu.

– Olha que bonitinha! Adoro quando você desperta seu lado feminino filha! – Eu revirei os olhos.

– Mãe, vesti isso porque era a única roupa que cobria os arranhões e não me incomodava, não porque gosto.

– É uma pena! Ficas linda assim – me virei e vi Uriah sorridente para mim – Bom dia

– B-bom dia! – Balbuciei me sentando à mesa, ao lado dele. Meu estomago estava um bocado frágil pela medicação então apenas tomei um suco de morango e amora. Delicioso.

– Pronta para ir? – Uriah perguntou e me deu a mão para me ajudar a levantar.

– Quieto! Eu consigo me levantar, obrigada. – retruquei

– Beatrice! Isso são modos? – repreendeu minha mãe.

– Certo, me desculpa Uriah – peguei a mochila do chão – Vamos.

Durante o trajeto permanecemos calados. A viagem não era tão longa assim. Uriah estacionou e eu abri a porta para sair mas ele segurou minha mão. Eu olhava para a sua mão na minha e para seu rosto.

– Sobre ontem, me desculpa. Eu não deveria ter saído da sua beira. É que surgiu um imprevisto e…

– Uriah, sei onde quer chegar – o interrompi e comecei a falar as palavras pausadamente – A. Culpa. Não. Foi. Sua.

– Mas tudo poderia ser evitado e você não estaria nesse estado – Ele tocou minha bochecha ferida e eu estremeci. Ele notou. – Oh, me desculpe.

– Não, não tem problema. – Eu falei meio sem graça.

Saímos do carro em direção à escola. Eu sentia os olhares a queimarem em mim então simplesmente andei a encarar os pés, quer dizer, o chão. Meus pés estavam cobertos pela barra do vestido. Uriah teria aulas noutra sala então se despediu e seguiu seu caminho. Avistei as meninas e fui ao seu encontro. Elas me viram e arregalaram os olhos.

– O que está fazendo aqui? – Uma começou

– E porque não está em causa a repousar- Continuou a outra. Eu apenas dei de ombros.

– Não ia ficar a chorar pelos cantos como se fosse uma vitima.

– Mas você é a vitima!!! – Gritaram as duas fazendo todos olharem na minha direção.

– Calem a boca! – Sussurrei – apenas quero viver minha vida como se ontem não tivesse acontecido.

– Você é muito corajosa… - Marlene falou com os olhos vidrados na parede – As restantes não lidaram com isso tão bem quanto você..

– As outras? – perguntei confusa.

– Siimm! A maldição lembra? – Chris falou baixo como que tivesse receio que a ouvissem – Quem se aproxima do Tobias não escapa sem uma lembrancinha da maldição.

– Outra vez com essa história? – Suspiro cansada – São coincidências!

Elas assentiram pouco convencidas e seguimos para a aula de matemática. Para ser sincera, eu não estava muito concentrada e quando o professor perguntava algo eu não sabia responder. Felizmente, ele percebeu minha situação e não me chateou. No fim da aula já estava com um pouco de dores então demorei um pouco mais a arrumar minhas coisas. Saí da sala no corredor me esperavam as duas meninas e Uriah.

– Uriah? A tua aula não é no outro edifício?

– Sim, mas nem pensar que te deixo sozinha – ele falou descontraidamente encostado na parede.

– obrigadinha! – Reclamou Christina.

– Vamos ao bar. Por minha conta meninas – Uriah falou enquanto passava seu braço na minha cintura. – Estou a magoar?

– Hum, não. Mas também não precisas de todo esse cuidado comigo. – Sussurrei para ele.

– O mínimo que posso fazer depois de ontem. – Ele falou me virando para ele. As meninas já iam lá na frente.

– Caramba! Já falei que não foi culpa sua. Alias você me levou para o hospital então está tudo bem! – garanti

– Não está tudo bem! Eu prometi a mim mesmo proteger-te sempre. – Falou passando a mão no cabelo, nervoso.

– Relaxa, está tudo bem. – Tentei sorrir. – Até fiquei mais feminina!

Ele gargalhou comigo e retomamos o rumo para o bar da escola. Pedi uma bebida energética, pena que não tinha a Monster. Uriah insistiu em pagar tudo e eu acabei cedendo. Nos sentamos numa mesa. E Uriah se sentou bem próximo de mim, ombro com ombro. Eu olhei para ele e arqueei as sobrancelhas. As meninas estavam alheias, na nossa frente, falando de não sei o quê.

– Uriah, não é por estar afastado uns centímetros de mim que vai explodir uma bomba em cima de mim, sabia? – ironizei. Ele parou de beber seu suco de maracujá e olhou direto nos meus olhos.

– É, eu sei – deu de ombros com um sorriso. Ahh ele estava a desafiar-me. Tudo bem, mas não cairia no jogo dele.

– Então podes afastar-te um pouco? As pessoas estão olhando e comentando. Daqui a pouco vão achar que estamos namorando ou algo do género.

Ele ficou parado a olhar para mim fixamente. Ele voltou a tocar minha ferida no meu rosto e depois seu toque foi desviando, passando pelo meu queixo, pescoço e por fim, nuca, onde de deixou ficar com a mão. Eu fiquei estática com tudo isso e só acordei quando senti os lábios dele nos meus. Eu cedi à eletricidade que corria pelo meu corpo e correspondi o beijo.

– Problema resolvido – Ele gracejou quando nos separamos – Agora eles têm a certeza.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Sim, não, talvez??? Já sabem! Minimo de 5 comentários para sair próximo capitulo. E para quem quiser ficar a par das novidades sobre esta fic ou minhas outras fics, prazos, obstaculos, apenas conversar, me xingar tambem (kkkkkk) visitem a Página https://www.facebook.com/Everlark
fico à vossa espera Beijos fofos



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