Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 7
Don´t provoque the demon


Notas iniciais do capítulo

Hey!!!! Cá estou eu com um novo capítulo! É neste ponto que a ação começa a ganhar vida!! Atenção às pistas que vou dando ao longo do capítulo. Boa leitura



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Estou me arrumando para um passeio da escola correndo de um lado para o outro, com um sapato na mão, roupas espalhadas pela cama. Desde quando fiquei assim tão vaidosa? Sim, é claro. Desde que cheguei a Chicago e várias coisas aconteceram. Ligo o PC sabendo que com certeza Christina estava em cada. Faço chamada por web à espera que ela me atenda. Enquanto isso não acontece continuo a deambular pelo quarto como galinha tonta.

– Alô? Tris? – Eu ouço sua voz através das colunas e corro para minha secretária.

– Ei! Christina! – falo animada - Não sei o que vestir! Para onde vamos mesmo?

– Primeiro, Vamos a um museu qualquer sobre guerra civil eu acho. De seguida vamos fazer um piquenique todos juntos num parque qualquer durante toda a tarde. – Ela esclarece – Então, se tem amor próprio, nada de vestidos ou saias curtas. Talvez seja melhor sapatinhas. Sabe-se lá o que os professores estão a tramar para a tarde.

– Huumm certo – Eu coço o queixo decidindo o que vestiria.

– Minha sugestão: roupa um tanto desportiva mas sempre glamourosa – Ela sorriu no meu ecrã toda animada.

– Você quer que me vista como aquelas patricinha que se vê nos filmes? Tipo roupas desportivas cor –de –rosa e brancas e demasiada provocante para ser desportiva? – Franzi a testa.

– Claro que não! – Ela se fingiu de ofendida – Só não se vista demasiado à machão. Tenho certeza que Uriah prefere você feminina.

– Tá, você me convenceu com essa de machão – suspirei.

– Sei…. Com a palavra machão…. – ela sorriu torto.

– Ahhh sabe que mais? Estou atrasada. Adeus – encerrei a chamada e desliguei o pc. Não gosto de o deixar ligado à corrente. Isso! Me chamem droga de ambientalista mas não é esse o caso. Só não gosto.

Seguindo as dicas de minha amiga, descartei algumas peças sem saber realmente o que escolher. Após várias tentativas vestindo e despindo várias alternativas, acabei escolhendo uns calções de ganga clara super simples e uma blusa púrpura também bem singela mas feminina. Nos pés calcei umas sapatilhas pretas floridas para dar um toque diferente. Decidi deixar o esmalte branco nas unhas. Apesar de que normalmente eu não sou muito fã de maquilhagem, eu venho praticado esse ritual praticamente todas as manhãs. Nada exagerado, sempre bem modesto. Para terminar, coloquei um pingente que eu amo. É realmente lindo. Em relação ao cabelo, o arrumei numa trança çateral bagunçada. Perfeito.

Peguei numa pequena bolsa preta de tiracolo para colocar apenas a carteira, documentos, telemóvel e, claro, meus phones. Fui para a cozinha e vi que minha mãe estava a terminar de preparar minha cesta de piquenique.

– Bom dia mãe! – Falo dando um beijo na bochecha. – Onde está Eric?

– Ele saiu cedo para o trabalho – minha mãe respondeu – Acho que coloquei tudo filha. Sanduiches variados, biscoitos, sumos, água, fruta… Ahhh fiz também um bolo de chocolate.

–Mãe! Mãe! Respira, tenho certeza que colocou tudo e mais alguma coisa. Obrigada. – Abracei ela agradecida.

– Se divirta, hein? Mas cuidado também – Ela adverte – Uriah irá?

– Uhum! Aliás, ele que me vem buscar. – Vejo minha mãe relaxar os ombros.

– Nesse caso acho que não tenho com que me preocupar. – Ela se endireita e olha para mim de canto – Tenho?

Fiquei um tempo olhando para ela tentando perceber o que ela estava querendo perguntar e quando se faz luz na minha cabeça escancaro a boca.

– AH MEU DEUS!!! Mãe!!!! –Corei de vergonha. – Essa conversa não por favor

– Porque? Não me digam que já….

– Não! – Apressei-me a esclarecer. – Estou atrasada mami.

– Não pense que acabamos por aqui Beatrice! – Ela me lança um olhar e sai da cozinha.

Me encosto na mesa enquanto tento controlar meu coração acelerado e a rubescência no meu rosto. Jura que minha mãe quer falar de sexo? Ahh não! Essa não. Para quê as mães continuarem a querer ter “a conversa” se já a temos na escola, temos qualquer informação na net. Talvez seja mais uma daquelas tradições que passa de geração em geração. Seja como for, eu não estava ansiosa para isso. Comi umas torradas com doce de morango e um copo de leite frio mesmo.

Ouvi uma buzina. Uriah chegou. Cheguei ao interfone quando ele começou a tocar e apressei-me a atender.

– Tris? – sua voz ecoou.

– Sim. Queres subir? – Perguntei brincando com o fio.

– Adorava cumprimentar senhora Natalie mas estamos um pouco atrasados. – Ele se justifica.

– Já desço então. Beijo. – coloco o interfone no lugar e corro pegando minhas coisas. – Mãe! Eu estou indo.

Começo a colocar a bolsa a tiracolo quando minha mãe aparece ao meu lado.

– Qualquer coisa, só me ligar tá bom? – Ela olha para mim e segura minhas mãos.

– É claro! Te amo – Lhe dou um beijo na bochecha e saio do apartamento.

Opto pelo elevador apenas por preguiça de descer todas essas escadas. Não demora e já estou em frente ao carro de Uriah que para minha surpresa, está cheio. Os seus colegas de casa vieram junto. Will está no lugar de pendura então me sento atrás a contra gosto. Molly está do outro lado e Tobias no meio. Molly me lança um olhar de odio. O que eu fiz para ela?

– Oi Bea! – Uriah me sorri pelo espelho e eu dou um sorriso discreto. Os rapazes começam a falar animados sobre qualquer filme de ação. Eu olho para fora da janela rezando para que não me incluíssem na conversa.

Mais uma vez dei graças pela escola ser tão próxima a minha casa. Saio do carro mais do que depressa e carrego minhas coisas junto. Os restantes saem também. Molly vai carrancuda para onde se encontram suas colegas de claque. Já os garotos ainda se encontram ao lado do carro terminando a discussão. Olho para a entrada da escola mas está escondida atrás de três autocarros que seriam nosso meio de transporte. Estava chegando perto dos mesmos quando sinto duas mãos na minha cintura.

– Onde pensas que vais sem mim? – Uriah pergunta sedutoramente.

– Colocar minhas coisas no autocarro. – Dou de ombros – Não queria interromper a conversa de vocês.

Ele me vira para si e meu corpo bate no seu quase que com violência. Ele segura meu queixo e me beija. Coloco meus braços em seu pescoço me juntando mais a ele. Faz cerca de um mês que me mudei para Chicago. Antes que tirem conclusões precipitadas, não. Eu e Uriah não estamos namorando propriamente. Digamos que estamos ficando, aproveitando a companhia um do outro. Mas nada nunca se tornou oficial. Não que eu estivesse à procura de uma DF (definir relação). Estávamos bem assim. Para que estragar tudo com rótulos? Já todo mundo nos chamava namorados, então não importava realmente.

–Você é uma fofa sabia? – ele acaricia meu rosto.

– Ahh gente, guardem essa mel todo para o piquenique – Zomba Marlene se aproximando com Chris nos seus calcanhares.

Olho para elas. Eu pensei que Chris havia falado roupa desportiva, mas pelos vistos ouvi errado. Ela estava com uns calções um tanto cómicos verdes nas bordas, vermelho e com pintinhas pretas. Parecia uma melancia. Um top Preto bem sensual e um tanto quanto curtinho e umas sapatilhas vans vermelhas e brancas. Um conjunto peculiar mas parecia confortável. Reparei numa pulseira dourada no seu pulso, contrastando com o conjunto. Seus olhos estavam levemente marcados e os lábios com um rosa básico. Seu cabelo tinha uma trança que rodeava sua cabeça e o cabelo restante caindo por seus ombros. Estava muito linda. Talvez querendo impressionar uma certa pessoa. Tal como eu, ela ainda tinha o esmalte azul que usara dia anterior.

Marlene está no mesmo estilo que Chris. Talvez eu que não saiba o que quer dizer “desportivo mas com glamour”. Seus calções eram mais desportivos que os da amiga. Não eram de ganga. Eram de um tecido mais fino e tinham elástico na cintura para segurarem no lugar. Eles tinham estampado tribal em preto e branco. Sua blusa era também curta mas ao contrário da de Chris que cruzava no pescoço, a de Marlene era amarela e reta, com uma pequena aplicação extra de tecido do lado direito. Ela havia calçado umas sapatilhas Pretas brancas e cinza da nike super desportiva e nada delicadas como as da Chris. Um colar dourado e preto adornava o seu pescoço e seus cabelos estavam concentrados num rabo de cavalo alto deixando alguns cabelos caírem pelo rosto. Pelo que pude averiguar, ela não havia maquilhado os olhos, só um pouco de rímel. Como seus olhos estavam neutros ela colocou mais cor nos lábios: um vermelho vibrante que condizia com as unhas e que contrastava com o amarelo da sua blusa. Estava de arrasar.

– Vocês me disseram para vir desportiva! – Acusei, me sentindo inferior ao lado delas. Cruzei os braços agindo como uma criança.

– E isto é desportiva – Marlene parecia confusa pela acusação. Uriah se permaneceu calado ao meu lado.

– Qual o problema fofa? Você está linda! – Chris rebateu.

– Nisso tenho que concorda – Uriah se intrometeu e eu dei um tapa no peito para ele permanecer quieto. – Ai Bea! Acha que eu mentiria para você? Sabe bem que eu nunca menti para você em situação alguma.

As meninas se entreolham com aquela cara que uma pessoa faz quando vê filhotes de cachorro fofos e peludinhos. Eu apenas encarei Uriah procurando um resquício de dúvida. Não encontrei nada nos seus olhos escuros. Relaxei no lugar e ele me abraçou a cintra.

– Ei, Uriah! Estávamos à procura de vocês. – Will e Tobias chegam e acenam para as garotas que repetem o gesto.

– Nos encontraram – Uriah zoa.

– Vamos para o autocarro então. – Nos encaminhamos para o autocarro mas as meninas não nos seguem. Will também percebe isso. – Venham meninas.

Elas olham uma para a outra como se avaliando se era perigoso ou não. Essas garotas… São hilárias.

–Venham logo senão não poderemos ficar todos juntos – Will volta a falar mas com mais autoridade. As meninas logos nos acompanham e eu abraço Chris com meu braço livre e que não está entrelaçado ao de Uriah. Ficamos todos na zona mais atrás do autocarro mas não no fundo mesmo pois estava ocupado pelas líderes de torcida incluindo Molly.

Me sento ao lado de Uryah, as meninas se sentam juntas no assento ao lado e os rapazes atrás delas. Esperamos que todos entrem incluindo os monitores que vão connosco para a viagem. Acho que serão apenas monitores. Como eu estava errada…

Estava falando banalidades com Uriah e meus amigos quando os nossos monitores entram: A senhora Brooke, professora de inglês, e Eric. Sim, vocês leram direito. Bufo e cruzo os braços enquanto escorrego meu corpo para baixo para que ele não me visse. Como minha sorte é fantástica, ele me viu e me acenou.

– Oi Tris, eu vou com vocês para cuidar de você! Não é óptimo? – Todos começam a rir de mim e eu fecho ainda mais minha cara e fecho os olhos.

– Óptimo! Super – Falo baixo só para meus amigos. –Uriah me acaricia o braço para me tranquilizar.

– Estou vendo que você não é muito fã do seu padrasto – Will adivinha e vejo Tobias soltar o riso.

– Você também não seria se sua mãe se casasse com a pessoa que deveria estar a resolver o caso de assassinato do seu pai mas em vez disso está a namorar a viúva – explodo vermelha.

Todos se calam e eu olho para a janela com lágrimas nos olhos e recosto minha cabeça ali. Uriah não se mexe, provavelmente quer me dar algum espaço e eu fico grata por isso. Acabo por adormecer ali mesmo.

Quando acordo vejo quase todos os alunos tirando sonecas. Claro que nem todos. Will estava numa guerra sobre qualquer coisa com Chris que estava de joelhos no assento e virada para trás. Marlene estava igual apoiando a amiga na discussão. Tobias apenas assistia e falava raramente. Já Uriah apenas se ria da patetice deles. Me aproximo e coloco minha cabeça repousada no ombro de Uriah com o intuito de ouvir melhor a conversa. Ele puxa minha mão e a acaricia. Sinto os olhos de Tobias em nós, mas por apenas um milésimo de segundo.

– Não Will. Garotas fáceis não podem ser boas pessoas. – Marlene argumentava.

– Nada a ver, sua forma de lidar com sexo não mostra sua personalidade. – Will contra-atacava.

– Tem sim! Essas garotas com certeza são sem escrúpulos, possuídas por demónios, manipuladoras – Chris dessa vez.

– Na verdade, eu tenho que discordar com você. – Eu falei muito baixinho mas todos os intervenientes da discussão olharam para mim. – Você não pode dizer ao certo se tudo isso não seja uma máscara da garota para que ninguém consiga ver seu verdadeiro eu. Ou, outro exemplo, Você nõ sabe se essa garota passou por algo que a fez se tornar assim.

– Hum… Bem pensado… - Will parecia animado por eu ter apoiado ele então sorri.

– Porém, não duvido que haja também garotas fáceis porque simplesmente são ordinárias. – Encolho os ombros inocentemente. Desta vez são as meninas que sorriem.

– Acho que chegamos a um intermedio aqui então. – Tobias falou sem olhar para qualquer um de nós.

Continuamos a falar de várias coisas sem nexo entre gargalhadas e grunhidos de irritação. Molly que estava lá atras com os pupilos dela vem na nossa direção.

–Oi rapazes! – ela fala com voz melosa. Sim, ela ignorou as garotas. Ela se senta no colo de Tobias e tenho quase a certeza que ela lhe ia dar um beijo na boca mas ele desviou discretamente e acabou sendo um beijo na bochecha. Mas ela não se deu por vencida e beijou pescoço dele e bem, sendo homem, ele não resistiu e agarrou sua cintura.

– Oi para você também Molly! – Provoquei. As meninas olharam para mim e abanaram a cabeça tentando me dizer para não provocar ela. Qual é, não tenho medo dela.

Ela parou de maltratar ou assediar Tobias, o que quer que ela estava fazendo e olhou para mim irritada. Acho que o autocarro inteiro prestava atenção em nós agora.

– O que você quer? – Falou mal humorada – Não vê que estou ocupada?

– É, eu vejo sim. Mas você está interrompendo nossa conversa. –Falo sem medo.

– E daí? – Ela fala arrogante.

– E daí, eu agradecia se vocês tratassem desse vosso fogo noutro lugar. – Uriah aperta minha mão em aviso. Eu não me importo.

– Você está brincando com o fogo garota – Sua voz eleva um tom. Mas eu nem me mexo. Ela dá um sorriso falso – Mas e daí? Como vão suas cicatrizes? Eu nem sei como você terá coragem de se colocar em biquíni na praia ou se mostrar para um rapaz com essa cicatriz horrenda no lado esquerdo do seu corpo.

– Não se preocupe querida. Ao contrário de você, eu estou nem aí para o que pensam. – Fico receosa com o que ela disse porque sim, eu não gostava realmente da cicatriz mas eu não daria parte fraca. – Aliás, você mostra tanto interesse na minha cicatriz que eu irei mostrá-la para você.

Antes de perder a coragem, sento em Uriah para ficar mais próxima do corredor e ela me ver melhor. Ela rola os olhos aborrecida. Ahh Molly metes-te com a pessoa errada. Uriah tenta me agarrar antes que eu faça algo então eu me levanto de seu colo e fico no meio do corredor. Todos me encaram. Sem pensar eu tiro minha blusa fora, ficando apenas de sutiã preto de renda. Todos abrem a boca surpresos pela minha atitude. Eles achavam que eu ia apenas levantar a blusa na zona do corte. Mas dessa forma mostrei que não tenho nada a esconder. Molly olhava para mim com os olhos faiscando ódio e eu apenas sorria vitoriosa.

– Como vê, não terei problemas. – Finalizo.

– BEATRICE!! – Vejo Eric lá na frente com cara de poucos amigos. O ignoro e volto a colocar a blusa. Chris e Mar estão dramatizando me fazendo reverências.

– Muito bem garota! – Ela sibila as palavras. – Só tenha cuidado hoje no piquenique. Nunca se sabe quando um animal pode atacar.

Ela se levanta e volta para o seu lugar e cruza os braços enquanto as amigas tentam animar ela sem efeitos. Só fico a pensar no que ela disse. Soou como uma ameaça… Não sejas ridícula Beatrice. Ela não vai simplesmente arranjar um animal raivoso e o incitar contra ti. Reparo que ainda estou no meio do corredor e volto a sentar-me. Não troco uma única palavra com ninguém durante o resto do caminho.

Por fim chegámos ao tal museu. Os estudantes emanam alegria simplesmente porque não terão aulas. Não que um museu seja muito mais interessante mas pelo menos não estamos limitados a estar sentados a ouvir a professora. Aqui podemos simplesmente ignorar ela e estarmos ou a ver as peças ou simplesmente colocar a conversa em dia. Saímos do autocarro e Uriah sela nossos lábios antes de se juntar aos rapazes para fazer coisas de rapazes. As meninas se aproximam animadas.

– Tris!! Você é minha heroína sabia? – Uma fala

– É!! Nunca ninguém a havia enfrentado assim – completa a outra.

– Eu não fiz nada demais – Encolhi os ombros.

Estávamos a seguir para dentro quando alguns dos garotos começam a assobiar e a pronunciar “gostosa”, “ Prefiro você sem blusa” e essas tretas que eles acham que fazem uma garota querer eles. Tão ingénuos… Minhas queridas amigas tentam abafar o riso mas acabam às gargalhadas levando uma reprimenda da guia do museu.

Estamos todos aglomerados ouvindo uma explicação super aborrecida sobre um pergaminho ou documento ou sei lá o que era. Minha atenção foi desviada para uma pintura ao fundo da sala que nos encontrávamos. Decididamente era uma pintura bélica. Mas o que me chamou a atenção era que estava pintada com cores alegres, vibrantes, o que contrastava e muito com o cenário do quadro. Reparei que Peter se aproximava de mim mas não me virei.

– Quadro bonito – Ele tentou meter conversa.

– uhhumm – foi a única coisa que falei.

– bem, sabe? E-eu … Você… - Arqueei as sobrancelhas – Bem, você é linda, com ou sem cicatriz. Pode-me mostrar ela sempre que quiser, de preferência com esse sutiã pretinho. Podemos fazer mais do que isso também.

Eu abro a boca em choque e com nojo quando ele se aproxima. O empurro para o lado e ando apressada para o resto do grupo. Vejo Tobias me olhar estranho e desvio o olhar. Meu erro. Agora vejo Uriah e ele não me parece muito feliz. Legal!

Decido não tentar perceber o que se passa agora. No autocarro falo com ele. O resto da visita ao museu é pesarosa, nunca mais termina. Nem as piadas das meninas consegue fazer com que o tempo passe mais rapidamente. Estávamos andando para a saída quando um braço me puxa.

– O que você quer Eric? – Pergunto irritada tentando liberar meu braço.

– Se comporta! – Ele vocifera – Você não é uma criança.

– E você não é meu pai! – Acuso – Acho que estamos conversados então.

Finalmente me liberto, ou ele me deixou libertar, e corro para o autocarro. Vejo Uriah no mesmo lugar mexendo no telemóvel. Ele nem me vê aproximar. Me sento e ele me dá um beijo para minha surpresa.

– Tudo bem? – pergunto.

– Porque não haveria de estar? – Ele questiona

– É que vi você pouco feliz no museu e pensei que você estivesse chateado comigo. – confesso.

– Ahh sim, eu vi Peter se aproximar de você mas também vi você afastá-lo. – Explica – Não se preocupe, foi só uma mensagem que me deixou inquieto mas está tudo bem.

Assinto e deito no seu ombro. Fico nessa posição até chegarmos ao local do piquenique. Um bosque? Um piquenique no bosque? Quem teve essa ideia louca? Uriah também não pareceu feliz.

Descarregamos nossas coisas e arranjámos um canto sossegado para nossos amigos. Eles vem logo atrás de nós e começámos a preparar nosso piquenique. Quando começamos a comer, os rapazes engatam numa conversa sobre desporto a qual Marlene participou ativamente também Christina e eu falávamos as duas entre nós e acabei mostrando a ela livro que trazia comigo.

– O jardineiro francês? – ela questionou lendo o título. Eu assenti. – Do que se trata?

– De uma família abastada que era feliz. No entanto o marido começa a viajar demais, a trata-la com indiferença e ela cada vez fica mais solitária. Ela adorava o seu jardim e o marido contrata um jardineiro para ajudá-la. Apesar de tentar de tudo para afastar o sentimento, ela apaixona-se por ele. Ela sente-se pessimamente por não amar o marido como antes e a história vai desenrolando daí.

– E o que acontece? Ela foge com o jardineiro? Tem um filho bastardo do jardineiro? O marido descobre? Ela vai continuar o romance até ao fim da sua vida? – ela se atropela.

– Ahh eu não vou contar, senão não teria graça! Toma, eu te empresto o livro. – estendo-lhe o livro e ela pega como se de algo precioso se tratasse e coloca na sua bolsa.

– Obrigada Tris. Prometo que te devolvo.

Chris e eu resolvemos dar uma volta pela floresta enquanto os outros discutiam sobre melhor equipa de futebol brasileira. Caminhamos uns dez minutos quando ouvimos um barulho. Água corrente. Avançámos pelo som e encontramos um pequeno rio. Sem nem pensar duas vezes, nos despimos, ficando de roupas intimas, e saltamos para dentro do rio. Para minha surpresa, a água não estava muito fria. Ficamos as duas ali aproveitando o ar puro, a descontração. Passa-se algum tempo e resolvemos sair da água antes que os outros venham à nossa procura. Chris se vestiu logo mas eu estava tentado enxugar um pouco o cabelo antes de me vestir para não molhar demasiado a roupa.

– Tris? – Chris chamou e olhei para ela que tinha uma expressão de terror. Olhei para trás de mim. Uma serpente estava atrás de mim pronta a atacar.

– Corre! – Gritei. Ela desatou a correr na direção que havíamos vindo e gritava por ajuda. Eu corri atras dela mas a serpente me atacou no pé, penetrando suas presas. Eu gritei de dor e caí no chão bati com a cabeça numa pedra e vi tudo turvo. Eu senti o animal rastejar por meu corpo até estar cara a cara comigo. O som não saia da minha boca para gritar por ajuda. Eu não sabia o que fazer. Se ao menos pudesse mandar ela para longe. Mas como? Talvez com um jato de água mas isso seria impossível. Nesse momento vejo os rapazes e Eric chegarem e um jato de água levar o bicho para longe de mim. Mas o que? A serpente foge mas Will e Uriah vão atras e Tobias me pega no colo e me tira dali. Mas onde está Eric? Ele estava aqui mesmo uns segundos atrás? Mas o que raio está acontecendo?

Continua….


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Notas finais do capítulo

E então? Curiosas? Muito ou pouco? Me digam!
Gente, queria pedir um favor. Um favor mesmo, não uma chantagem ou ultimato. Não. Só o farão se estiverem dispostas a isso e não obrigadas.
então, eu gostaria que vocês lindas escrevessem recomendações e favoritassem a fic. Só assim a fic terá mais reconhecimento e mais pessoas para a ler. Fariam isso por mim?
Gostaria que sim mas está agora nas vossas mãos. Beijos fofos!!
P.S. Link das roupas das meninas:http://www.polyvore.com/divergente_luta/set?id=125483381



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