O Segredo dos Mortos - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 3
Parte 1: O Canto Sombrio - Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiie!!!! *fugindo das pedras*
Sei que tenho que me desculpar... Afinal, demorei pra caramba! Mas em minha defesa, o Nyah! parou de funcionar bem no dia em que eu iria postar! Sério, eu juro. Por isso... Atrasei ainda mais. Agora, como ele voltou, estou voltando também! :D
E não se preocupem... Nesse tempo que ele ficou parado, consegui uma pequena folga nos meus estudos e adiantei dois capítulos. Espero terminar o terceiro hoje. Alguém fica feliz??
Ok... Vou parar de falar, porque acho que vocês devem estar um pouquinho curiosos. Pelo menos, espero que estejam T-T
Ah, mas antes... Vou pedir que tenham paciência... Algumas coisas que vocês lerão, principalmente nos primeiros capítulos, serão trazidas do primeiro livro, como recordações e tal. Faço isso para que, se tiver algum leitor novo (estou fazendo algumas macumbas para trazê-los u.u) não fiquem tão confusos; e também para vocês lembrem de algumas coisas do começo da outra temporada.
Enfim... Já me estendi demais. Vamos lá! Tenham uma boa leitura!



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Parte I: O Canto Sombrio

***

Capítulo 1

Londres, Inglaterra.

Dias Atuais.

Lauren.

Levantei-me do chão e suspirei, começando a deixar o cemitério e o túmulo de Cameron para trás. Uma chuva rala caía há pouco tempo, confundindo-se com algumas das minhas lágrimas. Não pudera ir ao enterro de Came – sua mãe estava convencida de que eu fora a culpada, e estava certa -, mas desde então eu o visitava todos os dias.

Ele morrera no outono (agora já estávamos quase no inverno), por ter sido uma espécie de receptáculo. Life – a própria Vida -, havia feito um acordo com Morrigan, uma deusa tríplice originária de lendas celtas, para que essa voltasse a viver. Ela morreu após ter matado um guerreiro milênios antes, o qual impediu que ela cumprisse seu destino e espalhasse a desgraça por todo o mundo – mas deste tão falado destino, eu nada sabia. Simplificando, ambos juraram que viveriam novamente, e claro que isso não era nada bom. Não quando um queria exterminar o outro, e usavam pessoas inocentes para isso. Morrigan escolhera a mim como receptáculo, e o guerreiro – que eu nunca procurara saber o nome -, a Cameron. Eu sobrevivera a ruptura da minha alma com a deusa, mas meu ex-namorado não tivera tanta sorte. Quando o guerreiro estava prestes a morrer pelas mãos de Morrigan, ele trocara de lugar com a alma e o corpo de Cameron. Assim, ele fugira e Came morrera. Para que aquele maldito guerreiro vivesse, o menino que eu já amei, que era completamente inocente e que não sabia de nada do que acontecia com ele, tivera de morrer, e por mais que eu tenha tentado, não conseguira trazê-lo de volta.

E como eu faria para trazê-lo de volta? Simples, mas nem tanto.

Tenho o dom de ressuscitar ou matar alguém. Esse “poder” me fora dado quando eu morrera em um acidente de carros com os meus pais. Acidente planejado por Death – a Morte -, e por seu filho, Derek, que era também minha alma gêmea. Perfeito, não é mesmo? Nesse acidente, meus pais e eu morrêramos, mas eu fui devolvida a vida. Por algum motivo (segredos é o que mais me rondam nos últimos meses), Death e Life deixaram-me viver novamente. E junto com essa nova chance, veio a responsabilidade de determinar a vida ou a morte de alguém. Era um saco, e me dava uma super dor de cabeça. Fora que não me ajudava em nada, porque nunca ressuscitara alguém importante para mim. Cameron, meus pais... Todos perdidos.

Voltei para meu carro, ligando o ar quente assim que entrei. O ar estava ficando cada vez mais gelado e cruel em Londres; não demoraria nada para nevar. Também liguei o rádio, querendo espantar a raiva e as lembranças que não deixavam minha mente.

Lembranças...

Olhos negros apareceram na minha frente, junto com um sorriso de lado, malicioso, que era a marca registrada da pessoa que o dava. Parecia palpável, mesmo que eu não visse esse alguém há semanas. Derek.

Sentia saudades dele. Nosso relacionamento sempre fora conturbado, e a palavra “namorados” nunca se aplicou a nós. Nós nos amávamos, embora soubéssemos que nunca poderíamos ficar juntos. Era, para mim, ainda mais trágico que Romeu e Julieta, porque ele foi o cara feito especialmente para me amar... E matar. Minha vida sempre esteve em suas mãos; não apenas desde o outono. Se ele quisesse, poderia ter me matado muito antes de ter sequer me conhecido. Pouparia muita história e maldições.

Eu já estava completamente arrependida de tê-lo expulso da minha vida – não iria continuar com ele com tudo o que se passara entre nós: mortes, traições, e a lista era longa. Morria de vontade de tocá-lo, de senti-lo. Era uma necessidade constante ficar com ele, e eu não sabia como estava suportando ficar afastada por todo esse tempo. Estava praticamente sozinha. Sentia-me desse modo. Mas uma coisa me restara, uma única coisa: vingança.

O desgraçado guerreiro continuava me ameaçando, sem nunca chegar a mim verdadeiramente. Sempre com bilhetes, poemas, e mensagens ocultas nas entrelinhas. Ele nunca me deixaria em paz, e nem eu queria que ele o fizesse. Teríamos que acabar com aquilo de uma vez por todas. Um de nós dois teria que morrer – e eu não pretendia ser essa pessoa. Assim como Morrigan também deveria ser destruída. Aliás, ela era a nossa prioridade, mesmo que estivéssemos perdendo tempo nesse jogo de gato e rato. Era muito interessante para que nos desviássemos dele.

Ouvi um ruído estridente em minha bolsa, que desviou meus pensamentos e me fez pular. Meu celular. Respirei fundo e o peguei, com uma pequena esperança que a voz por trás seria a de um homem sedutor e que fazia meu coração se encher de amor. O nome de Megan, minha melhor amiga, apareceu no visor e qualquer sentimento que eu nutria, desapareceu. Havia apenas uma pessoa que eu queria que ligasse, mas nunca mais sequer cruzou meu caminho, exatamente como eu lhe mandara. Derek (tudo se resume a ele no final, não é mesmo?).

Deixei que tocasse até que caísse na caixa postal. Não queria ter que falar com Megan agora e ouvir o quanto ela estava preocupada comigo e com a minha demora. Odiava que qualquer um tivesse que cuidar de mim. Porque não havia mais nada para cuidar. Eu estava perdida.

Dei um suspiro e liguei o carro, querendo que a velocidade me fizesse esquecer de tudo. Ou então que meu carro derrapasse e não houvesse mais saída para mim. O que viesse primeiro.

— Lauren! Onde você estava? – Megan gritou assim que passei pela porta de casa.

Fechei meus olhos e lentamente retirei meus sapatos. Segurava-me para não me estressar com ela, pois sabia que ela não merecia essa raiva descontrolada que eu estava sentindo há um tempo. Não era culpa dela se toda aquela merda havia acontecido justamente comigo.

Olhei para seu rosto gentil, marcado pela preocupação e me acalmei. Não segui meu olhar em direção a Brooke, que estava deitada em seu colo, recebendo carinho, ou voltaria a ficar ensandecida. Brooke era uma gata, e minha guardiã. Ela fora designada por Life para me proteger e não deixar Death chegar perto de mim. Mas agora sua imagem estava marcada pela traição.

No dia em que Morrigan foi retirada de mim, fora Brooke que me atraíra para a campina onde aconteceria aquela espécie de ritual macabro. Bem, não Brooke exatamente. Life havia se passado por ela por semanas e feito de tudo para me matar. Não era bem irônico?! A Vida querendo matar alguém. Rá! Eu quase podia rir da situação nada blasé na qual me envolvi.

Porém, não era o rosto doce de Life que eu me lembrava quando caí de dor. Era o de Brooke. E eu não sabia quando finalmente deixaria de associá-la a uma das piores noites que já tivera.

Megan ainda esperava uma resposta.

— Hm... No cemitério. – ela sabia muito bem o quanto eu estava obsessiva com a morte de Cameron. – Acho que me demorei demais por lá. Desculpe.

— Você não me atendeu. – sua boca formou uma linha dura. Inspirei e expirei. Precisava adquirir mais controle. – E está encharcada.

— É, bem... Começou a chover. – eu mal percebera que meu cabelo estava pingando e molhando todo o chão da minha sala. Praguejei. – E não te atendi porque não estava com vontade de conversar.

— Você anda sem muita vontade de fazer qualquer coisa, não é? – Megan estava magoada, eu percebi. Há muito tempo não tínhamos mais nossas conversas diárias, que eram seguidas de risadas altas tarde da noite. Nossa vida costumava ser bem mais fácil, e eu era a culpada por atraí-la a essa enrascada.

— Desculpe, Megs. Eu apenas... Não tenho qualquer coisa para falar. – dei de ombros. – Sinto como se não tivesse mais nada.

— Você tem a mim e a Brooke. – ouvi um miado, como que concordando. Lutei para não fazer careta. Ela vinha sendo bem carinhosa e paciente comigo, mesmo que soubesse que eu nem aguentava olhar em sua cara felina agora. – E tem o...

— Não continue. – pedi. Eu podia pensar nele, sonhar com ele, mas nunca dizia seu nome, nem deixava que alguém dissesse. Não seria suportável aos meus ouvidos. – Não fale dele.

— Laury, uma hora você terá que se abrir, sabia? E vai ter que voltar a confiar em alguém. Ele estava disposto a... Morrer por você. Não levou isso em consideração? – Megan suspirou e abaixou o olhar.

É claro que eu levei em consideração que Derek morreria por mim. Que ele estava disposto a abrir mão da sua própria vida, ceder-se à morte, só para que eu continuasse com a minha. E não deixaria que isso acontecesse. Não queria mais ninguém morrendo por mim. Se mais alguém tivesse esse destino, eu me estilhaçaria por completo.

— Quando você passou a defendê-lo? – Megan era contra meu envolvimento com Derek, porque talvez fosse ele a me matar. Aparentemente, ela descartara essa opção durante minha pequena batalha com Morrigan. – Antes você o considerava completamente mau.

— Mudei minha opinião quando eu vi o que representava para ele te perder. – suas palavras doeram como uma bofetada. – Ele ficaria destruído, Lauren – aliás, deve estar. E você também fica assim sem ele.

Eu não estava nem tentando enganar alguém. Qualquer pessoa que passasse por mim sentiria que algo estava totalmente errado, e incompleto. Era assim que eu me sentia sem ele. Mas isso não importava mais. Logo tudo teria um fim.

— Tem comida? – perguntei, querendo desviar o assunto. Não estava com um pingo de fome, porém não conseguiria mais ver o olhar de censura de Megan, como se eu já não me culpasse diariamente por ter acabado com a única coisa que ainda me faria viver um pouco.

— Claro. – dessa vez, ela abriu um pequeno sorriso para mim. – Muita comida... Você pode até preparar algo com ela.

No passado, eu teria lhe mostrado a língua e rido. Adorava minha amiga sarcástica e fiel. Agora, eu me restringi a espelhar seu sorriso com ainda menos ânimo. Nenhuma piada chegaria a mim tão fácil assim.

— Ou uma boa amiga podia prepará-la para mim... – falei e me dirigi à escada. – Vou tomar um banho, tudo bem?

E, na verdade, bem que eu podia me afogar enquanto eu estivesse nele.

Fechei o livro após ler o mesmo parágrafo pela terceira vez consecutiva e não conseguir absorver nenhuma palavra. Acho que já estava tentando ler aquele livro há quase um mês. Estava difícil manter minha mente longe dos meus problemas e me infiltrar na vida de uma outra personagem. Eu mesma já vivia em uma ficção sobrenatural.

Suspirei e me levantei, caminhando até minha janela. Lá fora a noite já havia caído, e a lua não estava presente para iluminá-la hoje. Nuvens encobriam o céu, carregadas, só esperando para despejar toda a tempestade em cima de cabeças desavisadas.

Sentei-me no parapeito e abri um pouco o vidro, querendo receber o vento gelado em minha cara. Esperava que ele conseguisse me despertar do pesadelo que estava vivendo, que me desse um tapa. E também desejava que ele me levasse para algum lugar bem longe dali.

Como será que Derek está?!

Meus olhos não se encheram de lágrimas quando meus pensamentos seguiram em direção a ele. Já estava com esse vazio torturante dentro de mim há tanto tempo que me acostumara com ele. Doía, mas eu preferia sentir dor a não sentir nada. Se eu não sentisse, significaria que não ligava.

E eu ligava. Muito.

Decidi me permitir pensar mais um pouco nele. Sempre tentava me afastar desse rumo que minha mente tomava, porque não queria ter que imaginá-lo vivendo uma vida sem mim. Mas agora eu precisava imaginar, precisava criar uma realidade alternativa.

Imaginei que ele estava na praia, deitado na areia, com o braço atrás da cabeça. Um pequeno sorriso despontava de seus lábios, e eu podia notar suas covinhas. Eu queria beijá-las.

O sol tocava-lhe o rosto moreno e ele gostava disso. Gostava de sentir o calor. Tudo o que eu mais queria era sentir o calor dele. Queria deitar-me ao seu lado e deixar que seu corpo cobrisse o meu.

Aproximei-me em silêncio, inserindo-me no sonho. Meus pés caminhavam hesitantes em sua direção no começo, para depois quase correrem. Derek nem percebeu que eu me aproximava, pois não fez nenhum comentário espertinho. Sua respiração profunda e controlada dizia-me que estava dormindo.

Sorri e decidi que não teria problema deitar com ele. Era meu sonho, afinal de contas. Eu o controlava. Deite-me na areia e me recostei nele. Seus braços não me envolveram, mas os meus sim. Abracei-o tão forte que não sabia como ele ainda não tinha despertado.

Queria tanto, tanto!, ver seus olhos negros. Como seria o mar refletido naquela escuridão? Deveria ser absorvido, assim como tudo em que Derek pousava os olhos. Ele me absorvera também.

— Derek? – chamei. Não devia acordá-lo, porém era uma necessidade. – Meu amor?

Eu já o havia chamado de “meu amor”? Provavelmente não. Eu mandara-lhe embora sem que ele soubesse o quanto eu o amava. Ele nunca medira esforços para me fazer acreditar em seus sentimentos, mesmo na época em que deveria ter que me matar.

Será que ele ainda tinha que me matar?

— Derek? – beijei-lhe seu pescoço. – Acorde.

Novamente ele não me respondeu. Franzi minha testa e o chacoalhei com força. Derek tinha um sono pesado, mas não tanto. Eu sempre conseguira lhe acordar antes. Meu peito se apertou e eu entrei em desespero.

— Derek! Derek! Derek! – comecei a gritar. – Acorda! Por favor, Derek, não...

Ele deveria me matar. Mas agora, quem estava morto era ele.

Toquei-lhe sua pele e pela primeira vez ela me parecia gelada. Gritei.

Acordei gritando e sem fôlego. O que diabos fora aquilo?! Eu havia adormecido enquanto o imaginava, disso eu sabia, mas e a sequência daquele maldito pesadelo?! Derek estava morto. O que isso significava?

Fechei a janela, querendo na verdade saltar por ela. Precisava saber se aquele sonho fora verdadeiro ou não. Seria mais um sonho estranho, daqueles que as almas se encontravam?

Eu sabia que isso era possível. Quantas vezes Derek já não tinha me encontrado por um sonho? Quando lhe perguntei como era possível, ele me disse que era um sonho proposital, onde uma alma procurava a outra na dimensão do Mundo dos Sonhos.

Será que isso acabara de ocorrer? Será que eu encontrara a alma de Derek, e ela estava morta?

Apertei meu estômago e corri para o banheiro. Vomitei toda a comida que Megan preparara mais cedo e insistira para eu comer. Fiquei tremendo quando acabei e encostei meu rosto no piso frio. Eu estava morrendo de medo. O que eu faria?!

Tinha que perguntar para alguém. Alguém deveria saber o que acabara de acontecer. Alguém iria me explicar o motivo do meu sonho ter virado um pesadelo de repente. Havia uma explicação, e ela não incluía a única pessoa que eu amava morta.

Com muito esforço, ergui-me do chão, desejando mais que tudo escorregar para ele novamente. Mas eu precisava saber o que tinha acontecido. Desatei a correr escada abaixo, gritando o nome dela.

Brooke era uma guardiã. Ela saberia.

— Brooke?! Brooke?! – meu grito demonstrava o terror que eu sentia.

Ouvi um miado agudo e me virei. Minha gata de pelos amarronzados estava me olhando assustada. Joguei-me no chão, para que eu não ficasse tão mais alta que ela, e tive que exercer todo o meu autocontrole para não pegá-la e balançá-la.

— Brooke... Eu tive um sonho. É possível que seja aquele tipo de sonho? – como diabos se chamava algo daquele tipo? – Aquela espécie de... Sonho das almas. É possível?!

Ela miou e me deixou desnorteada. O que o miado queria dizer?

— Brooke... Você precisa me falar! Por favor... Me diga.

Olhei em seus olhos felinos e meu mundo começou a rodar. Meus olhos se fecharam e logo eu estava longe da minha casa, da Realidade. Brooke estava me inserindo num sonho de almas.

A minha nova realidade era uma floresta agora. Mesmo louca de medo, lembrei-me do primeiro sonho com ela que tivera no outono. Fora no mesmo lugar.

Foquei-me numa bolinha de pelos marrons, desejando que ela tivesse boas notícias. Por que se não tivesse...

Céus, eu nem sabia o que faria.

— O que você quis dizer, Lauren? – perguntou-me, falando dessa vez.

Brooke ainda era uma gata, mas no Mundo dos Sonhos ela podia falar. Quando estávamos presas a Realidade, ela tinha que ser um animal de estimação normal, ou seja, nossa comunicação era limitada.

Meu medo era tanto que eu nem liguei para o que acontecera no passado. Nem me lembrei que não conseguia mais acreditar nela como antes. Não me lembrei que sua imagem estava associada à traição.

— Eu tive um sonho. Comecei a imaginar Derek na praia – antes, afirmar aquele tipo de coisa me deixaria completamente vermelha, mas agora eu sabia que meu rosto não tinha cor alguma. -, e ele estava deitado, respirando. Quando me deitei com ele, tentei acordá-lo, mas... Estava lívido e frio. Morto. Ele estava morto, Brooke!

Como eu não estava em prantos? Eu me sentia em prantos por dentro.

— Lauren... Calma. – sua voz tentou me trazer de volta a sanidade. – Respire.

Não conseguia. Não podia respirar.

— Me diga!

Brooke me olhou atentamente e depois suspirou. Ela também estava preocupada, e eu percebia isso. Ela nem tentava disfarçar.

— Não sei se era o mesmo tipo de sonho no qual estamos agora. – disse.

— Se ele estava morto... Eu podia me conectar com a alma dele?

— Sim... – pigarreou. – Mas isso é muito difícil. Derek saberia fazer isso porque... Bem, a mãe dele é a Morte, Lauren. Ele viaja pelos mundos desde que era pequeno. Ele visitou seu pai, já morto, quando tinha cinco anos de idade.

Aquela informação era nova. Nunca soubera nada do resto da família de Derek. Eu nem pensara que ele tivera um pai, o que é totalmente estúpido. Como se alguém pudesse conceber um filho sozinha.

No meu caso, eu tivera um pai e uma mãe. O lance de eu ser filha da Vida e da Morte não era físico, e sim mais... Espiritual. Não entendia ainda muita coisa sobre receptáculos, mas sabia que não tinha nada a ver com sexo.

Derek, no entanto...

Parei. Aquele não era o momento para perguntas daquele tipo.

— Mas você... Não sei se você conseguiria fazer isso. Ele precisou treinar muito. Você sabe que Death não aceita erros. – Brooke suspirou. – Claro que... Hm, com seus... Dons, nada é impossível.

Grunhi e despenquei. Como eu descobriria se o sonho que tivera não passara disso? Um sonho?!

— Brooke... Eu preciso saber. – pedi, baixinho. – Por favor, por favor.

A gatinha me encarou seriamente. Pude perceber que estava pensando numa solução, mas eu precisava que ela fosse rápida. Por fim, ela disse:

— Então acorde, Lauren.

Meu corpo estava deitado no sofá, mas minha mente viajava.

Brooke fora procurar respostas em algum lugar, sabe-se lá com quem. Prometera-me que não iria demorar, mas já fazia meia hora desde que ela me deixara sozinha em casa.

O que eu faria se ele estivesse morto?

Meu coração partiu-se em pedaços quando pensei nisso. Não poderia ter acontecido, porque não seria real. Um mundo sem Derek? Meu mundo sem Derek? Eu o mandara para longe, mas imaginar que ele não existe mais... Impossível.

Mas então... O que eu faria?!

Gemi e virei de lado, novamente enjoada.

Por sorte, a porta se abriu naquele instante, o que desfez meu pensamento daquela pergunta. Brooke havia voltado com uma explicação, e ela não incluiria mais uma morte. Não a dele.

Levantei-me tão rápido que tudo ficou negro por um instante. Não consegui focalizar meu olhar em nada por alguns segundos, mas mesmo assim ainda perguntei esganiçada:

— E então?

Quando minha tontura passou, vi que estava encarando olhos negros, e não uma gatinha.

E esses olhos eram tremendamente parecidos com os de Derek.

Mas não era ele.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?! Pooooooooor favor, comentem! Ver que estão lendo, e o que pensam sobre o que eu posto é muito importante. Então, leitores fantasmas, por mais que minha fic tenha algumas almas penadas e tal... Saiam dessa! Se apresentem. Eu sou legal :D
Agora... Alguém tem alguma suspeita de quem foi que a surpreendeu? Não? Então não percam... São cenas do próximo capítulo *música de suspense*
Amores, se vocês virem qualquer errinho... Não hesitem em me dizer, ok? Eu revisei o capítulo, mas foi bem tarde da noite e meus olhinhos já estavam pesados. Caso acharem algo, me digam para que eu possa corrigir, ok? :D
Bom... Não sei quando eu posto novamente - isso já nem é mais uma novidade, não é? Eu disse que já tenho dois capítulos adiantados, porém, o problema é que não tenho mais tempo hábil para ficar no computador. Estou estudando que nem louca. Ano passado, meu problema era a Física. Hoje em dia, é a Matemática. O que é engraçado, porque eu sempre fui relativamente boa nessa porcaria (pessoas que gostem de exatas, não se ofendam!). Enfim... Preciso de 7,5 nas provas finais de junho (Para você junho é a copa? Para mim são as provas... E claro, o filme de ACÉDE *-*) e se eu não tirar isso... Digamos que a minha bunda ficará bem vermelha dos tapas que eu vou levar da minha mãe.
Mas vamos parar de falar de coisas desagradáveis, né? kkkkk Então... Vejo vocês nos reviews. Okay? Okay.
Beeeeeeijos :*



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