O Segredo dos Mortos - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 4
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Vocês devem estar pensando: "Ela morreu, não é possível! Quando essa vadia vai voltar a postar?!"
Mas nããããão! Eu não morri! :D
Hey, Apple Pies!!!!!
Vocês: "Qual a desculpa dessa vez?"
Er... Então... Não tenho nenhuma desculpa plausível!!! *me perdoem, me perdoem*
Assistir doramas loucamente não é uma desculpa plausível, né? hehe
Mas enfim, aqui está o segundo capítulo!!!! Nem preciso dizer que eu amo vocês por me aguentarem com toda essa minha demora, né?!
Agora, sem mais delongas... Vamos ao capítulo! Nos vemos lá embaixo?



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Capítulo 2

Londres, Inglaterra.

Dias Atuais.

Lauren.

Quem eu estava encarando era Death.

Arfei e dei alguns passos para trás, assustada com sua presença intimidante na minha sala. Procurei Brooke com os olhos e os arregalei, culpando-a por ter trazido a Morte para perto de mim.

No outono, eu disse a ela que nunca mais queria vê-la ou cooperar com ela. E queria muito cumprir essa promessa. Nunca que ela seria compreensiva, nunca que iria aguardar o tempo que eu precisava para poder voltar à loucura na qual haviam me metido. Esperava cumprir essa promessa e ficar longe dela.

Mas se Brooke a tinha trazido aqui, era porque Death podia me ajudar, podia me dizer o que eu mais queria saber no momento. Então eu tinha que engolir a ânsia de vômito que voltara a sentir, e aguentar a presença dela. Apenas uma resposta me era necessária.

— Brooke disse que você tinha uma pergunta para mim. – Death começou. Sua voz demonstrava tédio. Particularmente, não conseguia entender como ela estava tão calma. Derek era filho dela. Será que ela não sentia nada por ele? Nem um pingo de amor?

Talvez uma eternidade no Mundo Sombrio tivesse consumido sua bondade. Tudo o que restara para ela foi a frieza.

— Pode senti-lo?! – perguntei, minha voz completamente esganiçada. – Sabe se ele está vivo ou não, não é mesmo?! É claro que sabe... Você é a Morte. Por favor, diga-me, Death!

Meus olhos dessa vez encheram-se de lágrimas. Elas não escorreram, mas logo fariam isso se eu não obtivesse uma resposta. Death parou para me analisar e então bufou. Com certeza via uma garota destruída e boba. Não podia culpá-la. Era exatamente do mesmo modo que eu me enxergava.

— Claro que sei se ele está vivo ou não. – esperei que continuasse, mas não disse mais nada. Gemi.

— E então?! Fale! – gritei. – O que diabos está esperando?!

Death revirou os olhos e respirou fundo. Tentei sondá-la, ver algum sinal em seus olhos, mas tudo o que vi foi um grande nada. Pela primeira vez, percebi que nunca mantive contato visual com ela. Sabia o porquê. Olhar em seus olhos era como sentir sua vida se esvaindo de você.

— Você quer uma resposta. – começou com calma. – E eu quero um acordo. Você está fugindo de mim por quase um mês, Lauren. Já é hora de parar de sofrer por seu garoto morto e começar a agir. Está na hora de você se juntar a mim.

— Juntar-me a você? O que quer dizer com isso? Criou coragem, enfim, para me matar? – mas nesse ponto, se ela dissesse que para Derek viver eu teria que morrer, faria isso com prazer.

— Não seja boba. Eu precisava de você morta antes. – ela falou com raiva. – A sua querida guardiã conseguiu me demover da ideia de persistir em sua morte quando Derek causou aquele acidente. Desde então pensei em diversas outras maneiras de acabar com sua vida insignificante, mas depois do que aconteceu... Bem, viva você será de mais serventia para mim. Por enquanto, é claro.

— Então como quer que eu me junte a você? – questionei, erguendo uma sobrancelha. Death sempre conseguia me deixar confusa. Não apenas ela, mas todos ao meu redor. Todos sabiam mais que eu da minha própria vida, do meu próprio destino. Estava ficando de saco cheio por ser a única a não saber as respostas.

— Precisamos acabar com Morrigan. E com Life. – acabar com Life? Mordi minha língua para não dizer algo sarcástico quanto aos seus desejos. Estávamos perdendo tempo naquele tête-à-tête. – Para isso, preciso de você, infelizmente. E vou afirmar novamente: de você viva.

Nem pensei muito na resposta.

— Tudo bem, eu aceito. – falei depressa. – Agora me diga se Derek está bem ou não.

Se ele não estivesse... Poderia ela lhe dar a vida de volta? Ou talvez eu pudesse fazê-lo... Salvar a única pessoa que não poderia estar completamente perdida para mim. A única que realmente importava agora.

— Sim, Lauren. Derek está vivo.

O ar se expeliu dos meus pulmões, e eu nem percebi que estava segurando a respiração por um longo tempo. Agradeci silenciosamente a ninguém em particular, sentindo o alívio correr por minhas veias e chegar ao meu cérebro e coração.

Derek estava bem. Vivo. E longe de mim.

— Onde ele está? – perguntei de repente. – Você falou com ele? Viu como estava? Você...

— Shhhh, Lauren. – reclamou. – Por todas as almas... Pessoas apaixonadas são tão chatas. Por isso a Morte não consegue amar ninguém. É tão... Incompreensível.

Aguardei pacientemente até ela parar de reclamar. Death sabia que eu estava esperando minhas respostas seguintes e pensou sobre o que me contou. Em sua hesitação, vi as roldanas do seu cérebro girando, tentando achar uma maneira de tirar ainda mais proveito do meu desespero. De me fazer ceder mais.

— Não. – falou por fim. – Não falei com ele e nem vi como estava, mas sei que está bem. Não se esqueça de que eu tenho o conhecimento de todas as almas que entram em meu Mundo. Não sou negligente, Lauren, e com certeza saberia se meu próprio filho morrera. Por isso, não vou perder meu tempo o procurando.

Meu rosto demonstrou todo o desapontamento que sentia, mas ela não ligava para mim. Bufou outra vez e jogou seu cabelo cacheado para trás.

— Já está arrependida de ter descartado meu filho? – seu sorrisinho foi cruel. Adoraria arrancá-lo daquele rosto pálido.

— Não descartei ninguém. Eu só... Não podia mais continuar com ele. Não agora.

— Então por que ficou tão desesperada quando pensou que ele tinha morrido? Sentiu-se culpada? – seus olhos me sondavam, mas em nenhum momento entrou em contato com os meus.

— Não! – respondi, ultrajada. – Claro que não foi porque senti culpa... Eu amo ele. Amo Derek.

Observou-me por um pouco mais de tempo, e então deu de ombros.

— Como eu disse... O amor só serve para deixar as pessoas mais imbecis que realmente são.

Não lhe respondi isso. No fundo, ela tinha razão. O amor só servia para deixar as pessoas desnorteadas. Até a felicidade era uma maneira de abstração.

— Ouça, vamos fazer outro trato.

Mordi meu lábio, curiosa, e assenti.

— Se você cooperar, e se fizer tudo certo... Eu mostro para você onde ele está. Você pode até falar com ele, e pode chamá-lo de volta se quiser. Mas só se você deixar de ser essa menininha fraca e lutar.

— E como vai fazer isso? Como vou conseguir me comunicar com ele?

— Do mesmo modo com o qual ele tentou achar você das outras vezes, e do mesmo modo que você pensou que tivesse feito hoje. Vai encontrar a alma dele em um sonho e vocês farão juras de amor.

A única parte da fala dela foi carregada de sarcasmo, mas deixei passar.

— Acha que eu consigo? Viajar por entre os Mundos? Encontrar Derek? – sem pensar, estava cada vez mais me aproximando dela. Até cheguei a me sentar na outra ponta do sofá, onde ela havia se jogado minutos antes, durante nossa discussão.

— Lauren, vou te contar um segredo. – ela não se inclinou para mim e tampouco sussurrou. – Até humanos conseguem fazer isso. Qualquer um, até o mais miserável. Então, claro que você pode. Não está assim tão baixa na classificação de inteligência, pelo que eu saiba.

— O que eu tenho que fazer?

Death balançou a cabeça negativamente.

— Não, não... Ainda não. Você tem que aprender, e só eu posso te ensinar. Porém, você vai ter que confiar em mim e se abrir, antes de tudo. E claro, vai ter que me ajudar. Não faço favores de graça, queridinha. Então melhor ter paciência, porque vai demorar um pouco.

Suspirei, resignada. Queria muito reclamar, porque queria muito encontrar Derek. Por mais que ela tenha dito que ele estava bem, e por mais que eu tenha acreditado nela, eu precisava vê-lo com meus próprios olhos. E precisava chamá-lo de volta para mim, percebi de repente.

Quase perdê-lo reacendera o medo que eu tinha de ficar sem ele. Como se eu não fosse nada, ou como se fosse bem pouco. Não gostava de ver a mim mesma como alguém indefeso. Não queria ser isso, e não necessariamente o era. Mas com ele, eu tinha mais de mim. Podia sentir-me inteira e agir melhor. Derek não me protegia com sua força, mas sim porque me deixava mais forte.

Então, eu queria reclamar. Mas não o fiz, pois tinha medo que Death desfizesse nosso acordo quando ouvisse minhas reclamações. Só me restava fazer tudo o que ela queria.

— Ok. Serei cooperativa e tudo o mais que você quiser. Juro. – falei. – E vou ter paciência para esperar até o dia que você vai me ajudar.

— Ótimo. – o tom de voz de Death demonstrava sua satisfação. – Que bom que decidiu rápido e concordou com meus termos.

— Então... O que eu tenho que fazer por você? – queria começar o mais rápido possível. Não precisava prolongar ainda mais a tortura que passaria. Se eu apenas fechasse meus olhos – claro que metaforicamente -, e fingisse que nada era real, conseguiria passar por isso. Eu poderia ajudá-la sem me sentir completamente escrota por ter me juntado à Morte.

— Hoje eu te dei algumas respostas, certo? – meneei calmamente com a cabeça. – Está na hora de você me dar algumas também.

— O que quer dizer? – fiquei confusa. – De quais respostas que eu sei? Na verdade, não tenho conhecimento de absolutamente nada. Porque todos vocês escondem coisas de mim.

Eu não queria tê-la ofendido logo no começo. Poderia ter esperado mais algumas horas, pelo menos; mas não pensava nunca antes de falar. Se fizesse isso, por muitas vezes seria poupada de cenas vergonhosas.

Death manteve-se em um silêncio carregado de raiva.

— Certo, tudo bem, pergunte. – falei, por fim.

— Você tem sentido alguma coisa? – fiz cara de ponto de interrogação, e ela tentou pensar numa forma de esclarecer a pergunta. – Digo, de diferente. Algo que mexe com o seu estômago?

— Hm... Não. Eu deveria?

— Na verdade, não deveria não. Mas se você sentir... Se perceber qualquer coisa anormal, precisa me contar, está entendendo? O mais leve sinal de preocupação que tiver.

— Certo. Vou contar o que eu sentir para você de agora em diante. – murmurei mal humorada. “Abrir-me”... Isso seria bem complicado. Nunca falara sobre o que sentia para ninguém fora Megan e meus pais, e isso porque eram bastante teimosos e não aceitavam o meu “nada” de resposta. Derek não precisava perguntar nada para saber. Meus olhos para ele eram como um livro.

— Bom. – assentiu e olhou de vagar ao seu redor. – Qualquer sensação estranha também.

Caramba! O que mais aquela mulher queria que eu lhe dissesse?! Talvez devesse contar todos os meus problemas para ela. Sairia bem mais barato que uma psicóloga formada.

— Tá legal.

— Hm... Agora me conte como foi o seu sonho.

Olhei para Brooke, que não dera um miado sequer deste que voltara com Death. Olhei em seus olhos de gato e tentei decifrar o que se passava na mente dela. Seria culpa por ter deixado Death voltar a se aproximar de mim? Ou talvez decepção por Derek não estar morto, e assim continuar hábil para me matar?

Dei de ombros e comecei a contar meu sonho pela segunda vez. Relatei exatamente como me lembrava dele; de como tudo estava bem uma hora, mas depois simplesmente não estava mais. Contei sobre o meu medo de perdê-lo e sobre meu desespero.

Foi como se algo dentro de mim quisesse que ele realmente estivesse morto. Não sabia se estava desesperada somente por perdê-lo, ou porque, no fundo, eu sabia que ele estava bem.

Levei um tapa na cara. Só agora tomava nota de tudo o que se passara dentro de mim naquele tempo em que beirei a loucura.

Não senti isso por maldade, e nem sei porque senti. Mas aconteceu. E por causa disso... Estava assustada.

— Lauren? – Death me chamou de volta ao presente. Foquei meu olhar no rosto dela, sem nunca alcançar os olhos e corei. Não podia ficar viajando enquanto dava-lhe as respostas, ou ela não cumpriria o acordo. – Fale-me tudo.

Resisti por contar-lhe aquela última parte. Meu Deus – isso se Ele de fato existe -, o que Derek pensaria de mim ao saber do que havia sentido enquanto o imaginara morto?!

Por fim, acabei alterando aquela parte. Não disse nada sobre ter tido um pingo de esperança que ele estivesse morto. Apenas falei que beirei a loucura, e que nunca sentira um medo e desespero tão forte. Nem quando meus pais morreram. Infelizmente, era a verdade.

Quando eu acabei de contar tudo, Death se levantou e ficou andando de um lado a outro na sala. Após algum tempo, meus olhos não aguentaram mais seguir seus passos no piso do chão e tentei a ignorar. Fechei meus olhos e resisti a tentação de voltar a dormir. Necessitava de um tempinho sem nada em minha mente, muito menos um pesadelo.

Death parou e seu movimento abrupto me fez parar para encará-la. Seus olhos estavam fixos no nada, e assim eu pude fitá-la também. Somente depois de vários minutos ela me encarou.

— Certo, acho que sei o que está acontecendo.

Ótimo! Alguém sabia! Será que ela me contaria?

— Pretende manter o suspense ou vai falar logo?! – não pude evitar elevar minha voz algumas oitavas acima. – Diga logo, Death!

Impressão minha ou seu rosto branco ficava ainda mais pálido?!

— Depois, Lauren. Depois. – suspirou e pareceu muito cansada. – Por agora... É só. Vou te explicar mais tarde, mas torça para que eu esteja tremendamente errada. Para seu próprio bem.

Fiquei em silêncio, medindo suas palavras. O que podia tê-la assustado tanto no que eu havia contado? O que mais poderia dar errado na porcaria da minha vida?

Qualquer que fosse a resposta, eu não estava ansiosa para recebê-la.

— Bem... Logo eu vou te chamar, Lauren. – Death disse, nos fazendo despertar do momento de dispersão. – Esteja pronta.

Eu apenas assenti. E depois pensei mais um pouco.

— Espera... Vai me chamar para onde?

— Ora, querida, para o Mundo dos Mortos.

E então, como se fosse algo impossível, a Morte passou pela porta de entrada da minha casa, saindo para a noite escura.


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Notas finais do capítulo

Heeeey! E aí, o que acharam?? Por favor, comentem tudo o que vocês pensarem, ok?? É muito importante (e divertido!) o autor ver o que seus leitores estão pensando sobre a sua obra.
Eu sei que não estou respondendo os reviews... E peço miiiiiil desculpas por isso! Vou respondê-los... Pode demorar um pouco, mas vou responder todos (inclusive os da outra, que eu ainda não respondi!)
Mas saibam que eu leio e amo cada um, ok?
Bem... Sobre a minha próxima postagem... O próximo capítulo está quase concluído. Porém... Acho que não vou estar por aqui até o dia 11/06. Pra isso eu tenho uma desculpa bem plausível, e que me enche de mágoa. Adivinhem só... Estudo que nem uma condenada. E olha que legal... Sabe o que todo o esforço resultou?! R-E-C-U-P-E-R-A-Ç-Ã-O! Não é pra aplaudir de pé, Apple Pies?! Ou eu sou muito burra ou é macumba!
~Ok... Momento revoltada consigo mesma off~
Enfim, amores... Acho que é só isso por hoje. Não se esqueçam de comentar, e qualquer dúvida pode mandar uma MP também, ou até me contatar no face!
Beijinhos de chocolate para vocês!!! E boa noite! :*



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