Princess- Amor forçado escrita por Jujubas Azuis


Capítulo 2
P.O.V. Amanda


Notas iniciais do capítulo

Oi!



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–Amanda!-Gritou minha mãe, do andar de baixo- Amanda!Acorde!

–O que?-Perguntei, mesmo sabendo o que ela queria.

–Hoje é o dia da escolha!-Ela cantarolou. - Tome um banho, se arrume, e fique pronta em duas horas!

O dia da escolha era terrível. Nós, garotas, não tínhamos o poder de escolher nada, éramos criadas com educação, e só podíamos conviver com os garotos dentro de nossa própria casa, e com a supervisão de um adulto, até os dezesseis anos, que era quando os garotos escolhiam uma garota, e pediam sua mão, nós não tínhamos o direito de protestar, éramos educadas para isso, treinadas para sermos boas esposas, mães e donas de casa. Viveríamos por futilidades, presas a um rapaz que nos escolheu na juventude, podíamos não ama-lo, mas seriamos obrigadas a casar com eles mesmo assim, a única opção era chorar, com os soluços abafados pelo travesseiro, ou despejar muita pimenta no prato favorito do infeliz.

Mas fiz o que mamãe mandou, tomei banho, e me preparei psicologicamente para o pior e mais triste dia da minha vida, penteei meus cabelos castanhos, que eram diferentes dos cabelos de outras mulheres, que eram em sua maioria, loiras, passei pouquíssima maquiagem e me vesti, com um vestido verde escuro com detalhes nas mangas, que parecia ser do século XIX, o que era comum por aqui. Eu tinha a infelicidade de nascer em uma família de grande influencia para Ambala, então eu morava em um tipo de condomínio gigante que se isolava do resto da cidade, eu morava em uma casa estilo vitoriana, era bem grande e bem bonita como as duzentas e quarenta e oito casas daqui, as pessoas se vestiam como nobres vitorianos e todos eram chamados de príncipes e princesas, ou de duques e de duquesas, ou de lordes e ladies.

Tudo era irritantemente pomposo e elegante, as meninas eram em sua maioria esnobes e mimadas, umas poucas fugiam dessa taxação, e eu fico orgulhosa de dizer que eu sou uma dessas meninas.

–Amanda, mamãe pediu para busca-la e... -James me encarou, erguendo uma sobrancelha. - Sério? Você está vestindo esse vestido por conta própria ou mamãe escolheu?

–Mamãe escolheu, mas eu até que gostei... - Falei, James comprimiu uma risadinha.

–Vamos- Ele saiu, e eu o segui.

A cada segundo que passava eu ficava mais nervosa, conhecia alguns dos meus possíveis pretendentes. Michael, Luiz, Tobias, Peter, Theodore, Anton, filhos de alguns amigos de meus pais, e que tinham a mesma idade que eu, também tinha meu irmão, que não era nem dois anos mais velho do que eu, então estava na mesma faixa de escolha, que era dos dezesseis aos dezoito.

Um homem barrigudo de cabelos ralos e barba longa, que se chamava Celso, subiu em um pequeno palco montado na praça, as meninas de dezesseis aos dezoito anos, inclusive eu; estávamos sentadas em um banco de madeira, os garotos estavam em um banco parecido, de frente para nós, nos avaliando com cautela. James me contou que os garotos recebiam fichas com os dados das meninas disponíveis, suas fotos e coisas assim, por isso eles tinham uma vaga noção de quem éramos, senti Clara se encolher.

–Calma Clara.- Falei, acariciando o braço dela de leve.

–Não consigo, não sabemos nada deles, e eles podem nos escolher!-Ela falou.

–Sim, mas mantenha a calma.

–Vamos começar- Celso falou.- Albert Swing-

Um garoto alto e forte se levantou do banco e subiu no palco, pegou o microfone, e disse, com a voz suave- Liza Andres.

Uma garota, a uns dez metros de mim, suspirou.

E dezoito garotos falaram o nome de suas futuras noivas,agora só haviam seis meninas esperando, e eu era uma delas,

–James Carter.-Celso chamou.

Meu irmão subiu, vacilante, no palco e falou- Bianca Abellard.

A garota sentada ao lado de Clara sorriu.

– Luiz Frederic.- Celso chamou

– Valentina Winter.-O garoto tinha escolhido uma das minhas amigas, que fez uma careta de nojo.

–Alexandre Killer

–Clara Morgan.

Senti Clara tremer ao meu lado, pelo menos o garoto parecia ser legal, ele foi com os pais jantar em minha casa um dia, ele era educado e gentil.

–Peter Wilson.

–Alexandra Donamon.

Só faltavam dois garotos: Theodore Kasben e Tobias Pucket. E nenhum parecia uma boa opção, mas eu não tinha escolha. Conhecia um pouco dos dois, Tobias era filho de Antônio e Alicia Pucket, que eram amigos de meu pai, eles foram jantar lá em casa, e me lembro bem do ríspido, metido e narcisista garoto que foi obrigado a beijar minha mão. Theodore era educado, porem abominável e mal, do tipo que roubaria doces de um bebê.

Quando Celso chamou o, detestável e rude Tobias, ele subiu, com a postura ereta e orgulhosa, e um sorrisinho arrogante brincava em seus lábios, ele pigarreou, dramaticamente, antes de anunciar- Amanda Carter.

O que? Ah não, ele não... Não pode ser, isso é pegadinha, por que raios ele me escolheu? Não sou bonita, pelo menos não como as outras meninas daqui, cujos cabelos são loiros e os olhos verdes, meu cabelo é castanho e meus olhos também; sou bem diferente das outras garotas daqui. Então por que ele me escolheu? Justo ele!

O último garoto ficou com Isabelle Maters.

E eu fiquei paralisada, enquanto as meninas se punham de pé para receber seus novos noivos. Ele se aproximou de mim, e eu me dobrei os joelhos e fiz uma pequena reverencia, contra minha vontade, ele olhou no fundo dos meus olhos, pegou minha mão e a beijou. Levantou as nossas mãos unidas, como os outros vinte e três casais formados naquele dia. Até o casamento, propriamente dito, haveria alguns dias em que eu seria obrigada a conhecê-lo, e para ele mudar de ideia, se for necessário. Na realidade, isso seria uma tortura, fomos guiados até um carro preto que nos levaria até o lugar onde despejariam os jovens, e entre eles, eu, para que se conhecessem melhor.

Tobias abriu a porta para mim, e fez um gesto cavalheiresco para que eu entrasse. O escravo surdo e mudo que dirigia, nem parecia ter reparado em nós. Meu futuro e, detestável esposo se sentou ao meu lado, e ficou me encarando.

–Por que me escolheu?- Perguntei, sem olhar para ele.

–Por que queres saber isso?

–Bom, não sei, é que vossa senhoria sempre pareceu me odiar.

–Não é verdade. -Ele tomou meu rosto com as mãos e o virou, me obrigando a olhar nos olhos azuis dele.- O que eu fiz para parecer que eu a odeio?

– Todas as vezes que foi jantar em minha casa- Eu estava odiando essa conversa, o linguajar formal dela estava me irritando. - Sempre que dirigia a palavra a mim, falava rispidamente, com nojo na voz.

–Isso não é verdade... - Ele repetiu

–Como não?

–Eu te escolhi, e não tem volta. –Ele disse- Escolhi você para ficar ao meu lado.

–Por que?

–Porque você é diferente.-Ele disse, soltando meu rosto- Não é uma filhinha de papai, é animada, gentil, doce e não uma metida que só quer saber de roupas ou maquiagem.

Eu me surpreendi, não parecia o cara rude e ríspido que tinha ido jantar lá em casa.

–O que houve?-Ele perguntou

Nada.-Falei

–Você mente mau- Ele disse

–Tá, é que você não parece aquele garoto que foi jantar lá em casa.

–Aquilo?-Ele riu- Você achou que era verdade?

Fiz que sim com a cabeça.

–Sério? Você não achou que eu era sempre detestável, achou?

–Achei.

–Nossa, essa doeu.-Ele sorriu

–Cale a boca- Murmurei

–O que?-Ele perguntou, começando a se irritar-Não use me mandar calar a boca, sua...

Agora eu ia me dar mal, fazer pouco caso de Tobias era perigoso, agora ele me possuía, ele mandava em mim, tinha poder sobre mim, coisas assim. E agora eu o tinha irritado, isso significava que algo ruim ia acontecer....

Eu me encolhi, senti seu olhar preocupado sobre mim, mas isso não queria dizer que ele não me castigaria, teria de controlar meu gênio.

–Desculpe-Eu disse, a contragosto.

Ele deu um sorrisinho presunçoso.

O resto do caminho foi silencioso, e eu fui olhando pela janela.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?



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