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O frio era agonizante. Quem estivesse na rua implorava por um pouco de calor, o sol na pele, a grama nos pés. Isabella soltou um suspiro de saudade com a quentura do sol, o vento frio a incomodava, porém incomodava ainda mais saber que as crianças não conseguia falar por conta do frio.

Observou as crianças, uma de cada lado. Jane era uma garota magricela, mas vê-la com tantos casacos de frio poderia achar que era sobrepeso. Alec estava quase dormindo, porém suava pelas setes blusas grossas que usava.

– Você é uma péssima mãe. – Isabella soltou um grito agudo ao sentir os braços de Kol ao seu redor. – Olhe só, casal feliz, filhos. Família normal.

– Kol!

Isabella o abraçou apertado, depois o beijou enquanto as crianças faziam careta. Sentia tanta falta o Vampiro Original que não sabia como sobreviveu a tanto tempo sem ele. Depois se afastou sorrindo.

– Estou feliz que veio me encontrar...

– É, Klaus disse que o médico vampiro mora aqui perto, mas é naquela direção que você passou. – Kol apontou para umas casas afastadas. Bella soltou um suspiro e escondeu o rosto no pescoço de Kol.

– Eu só não sei como ser uma mãe. Estou tão preocupada com eles que estou arriscando a ir em um homem desconhecido, apenas lendas de que ele é um vampiro médico.

– não são apenas lendas. – Kol segurou a mão de Alec e os quatro começaram a caminhar lentamente na neve. – Klaus o conhece, afinal, foi Klaus que o transformou.

– Como? – Perguntou Bella, confusa.

– Quem você acha que cuidava de você quando adoecia? Quem cuidava dos lobos? Carlisle foi transformado por Klaus com a promessa de que, caso Klaus precisasse dele, Carlisle e sua amorosa esposa, Esme, apareceriam.

– Klaus fazendo alianças... Ele é bem esperto.

Jane resmungou de cansaço e Kol a pegou no colo, afastando-se um pouco de Isabella.

– Não seja tão insensível, ok? Carlisle Cullen era médico e tinha um filho, Edward. Família perfeita, perderam o filho para uma doença e decidiram se tornarem invencíveis, Klaus estava por perto e você tinha 5 anos. Ele te examinou apenas por rotina e então... Se transformou.

– Hum... Ok. Eu quero que ele cuide das crianças. Estão doentes e não sei o que fazer.

– Eu sei que é só uma gripe, mas vou acalmar seu coração de mãe e levá-la até lá.

– Oh, que bela família feliz nós somos.

Sorriram um para o outro e continuaram o caminho até a casa de Carlisle Cullen.

– O que Elena fará quando descobrir sobre isso? Tentará me matar ou a você? – Isabella perguntou enquanto passava a unha de leve no braço de Damon. Ele estava atrás dela, a abraçando. Se não fosse o carinho em sua cintura, Bella acharia que ele havia dormido.

– Eu não sei. – sussurrou e a beijou no ombro. – Mas prevejo choro, término e alguns tapas em meu rosto.

– Você está comigo porque quer respostas. –

Damon a virou devagar e balançou a cabeça.

– Eu quero respostas, mas não estou com você apenas por isso. Gosto do que faz com a língua.

Isabella sorriu maliciosa e o beijou no rosto.

– Katherine te contou, não foi? Sobre quando nos conhecemos.

– Stefan pode ter mencionado algo assim. Não falo com a vadia da sua mãe.

– Eu não sei se deveria te deixar lembrar agora... Bom, ao menos eu gosto de me lembrar. Você chora igual uma criança quando está magoado.

Damon a abraçou apertado e a beijou no rosto, então mordeu de leve o ombro dela.

– Eu vou te torturar se não me deixar lembrar.

– Eu gosto de torturas sexuais.

– Não serão sexuais.

Bella soltou um riso irônico e Damon a mordeu com força no ombro. Não tomou mais que umas gotinhas do sangue dela, então a encarou sorrindo.

– Você fica uma delícia assim, sorrindo com a boca suja de sangue e nu em minha cama.

– Nós já tínhamos trocado sangue nesse tal passado misterioso, não? Eu sabia que conhecia seu gosto. – Damon limpou a boca com o dedo e voltou a abraçar Isabella.

– Você me amou, Damon. Mais do que esse amor por Elena. Ela era um objeto cobiçado e, pode assumir, agora estão com problemas no paraíso.

– Transa comigo e agora será minha psicóloga? Parece interessante.

– Stefan ama Katherine, Elena era um poço de bondade e ele se apaixonou, refletindo o amor de Katherine em Elena. Então, a garota do seu irmão era idêntica a que você queria. Só depois de perceber – devo mencionar que, de novo – que Katherine havia mentido e não estava na tumba todo esse tempo, você tentou depositar em alguém todo aquele amor e achou que Elena seria a pessoa ideal. Mas, mal sabia ela e mal lembrava você que, toda a real fonte do amor que você sente... Sou eu.

– Você parece bem convencida e estudante de psicologia.

– Por favor, eu cresci com os Mikaelson, tive que estudar muito para entender minha família. – Bella sorriu e ficou de pé, procurando suas roupas. – Não se preocupe com Enzo, eu pedirei para Jane não ser tão maldosa com ele.

– Você chegou em nossa cidade espalhando caos e sendo toda misteriosa, como vou saber que não quer dominar essa cidade? – Damon a seguiu, vestindo-se também.

– Simples, eu já tenho New Orleans e Volterra, porque gostaria de outra?

– New Orleans é de Klaus.

– E Klaus é meu pai. Não acha que todo rei merece ter uma princesa para cuidar? E, se eu quisesse Mystic Falls, já teria tomado, mas não acho que as bruxas gostariam tanto.

– Falando em bruxa...

– Jacob está em casa, porque não conversam um pouco? Talvez ele possa compartilhar algumas histórias, eu tenho problemas a resolver que você me atrapalhou.

Antes que Damon protestasse, Isabella havia o deixado sozinho em casa. O barulho no quarto ao lado indicou que não estaria sozinho e ele não pretendia deixar a casa tão cedo.

– Bom dia Bon-bon.

Bonnie resmungou enquanto colocava as cobertas na cabeça. Não queria encarar Isabella, problemas nem coisa do gênero. Queria apenas dormir, aproveitar que não havia mortos berrando em seu ouvido ou a atravessando para a morte.

– Parece que alguém não teve uma noite muito boa. – Isabella se jogou na cama de Elena e pegou o diário em cima da mesinha. - Elena tem uma letra elegante, não é tão inteligente. “Querido diário, hoje tenho mais um dia de faculdade. Há tantos trabalhos e matérias para estudar que me sinto quase humana novamente; algo que gostaria de ser.”

– Ei, isso é invasão de privacidade. – Bonnie ergueu o rosto e soltou um bocejo.

– Falando em Elena e seu desejo humano; contou a novidade para ela?

– Não tive tempo nem de pensar. Não imaginei que havia muitos mortos. Alguns, inclusive, de New Orleans. Klaus...

– Está dominando a cidade dele, novamente. Bom, chega de dormir, colocaremos o pé na estrada. Está na hora de falarmos com minha família.

– Não posso dormir mais um pouco? – Bonnie implorou com os olhos, mas Isabella já estava de pé e estendendo uma mochila vazia.

– Caroline está presa no castelo Volturi, torturados por Jane e Alec. Bom, ela só sairá de lá quando Klaus for salvá-la da masmorra. E, bem, a Barbie vampira sabe a dor de sentir um morto atravessando uma âncora, afinal, o dom de Jane é bem parecido.

Sorrindo, Bella deixou Bonnie assustada e apressada para fazer as malas. Respirou fundo e buscou um controle.

Sentia sua cabeça doendo. O que quer que tinha feito parar, tinha perdido o efeito. A dorzinha aguda em seu cérebro estava a irritando e ela sentia tontura, cansaço, como se sua mente estivesse pronta para desistir.

Fez uma careta para si mesma e se recompôs, então caminhou pelos corredores da faculdade em busca de Elena Gilbert. Estava na hora de conversar com a assassina de Kol Mikaelson.