– Bem gótico. – Enzo fez uma careta enquanto observava o castelo. – Coisa de museu.

– Achei bonito. – Caroline deu de ombros e caminhou até a entrada do castelo. Os humanos pareciam hipnotizados a não entrar, embora tirassem fotos e olhassem para aquilo. – Não dizem muito daqui, é como se uma magia pairasse pelo local

– Isabella... – Enzo cantarolou com um sorriso irônico.

Os dois ficaram em silêncio ao entrar no castelo, tudo parecia incrivelmente silencioso e vazio.

– Não sei você, mas isso está me assustando.

Caroline se xingou por ter vindo com saltos barulhentos, mas continuou caminhando pelos corredores escuros do castelo. Eram vários e não sabiam qual virar, não sabiam o que estavam procurando. Apenas queriam respostas e não sabiam como ou a quem perguntar.

Estremeceram ao sentir um frio no local, mas ficaram com medo de perguntar em voz alta o que seriam. Estavam no covil do inimigo e sequer sabiam disso.

As tochas se apagaram subitamente, Caroline agarrou a mão de Enzo, o fazendo sorrir. Antes que algum deles falasse algo, uma nuvem negra se aproximava lentamente, arrastava-se pelo chão e pelas paredes do minúsculo corredor.

Viraram-se para correrem, mas havia uma garota loura e baixinha, usava uma capa preta e tinha um sorriso diabólico no rosto.

– Bu.

Após dizer as duas letras simples, Enzo caiu gritando de dor enquanto Caroline gritava assustada. Antes que pudesse fazer algo para que a estranha dor de Enzo parasse, aquela fumaça negra a cercou e ela caiu no silêncio e na escuridão.

Jane Volturi soltou um suspiro quando viu sua vítima também desmaiada, Alec se aproximou com um sorriso no rosto, recolhendo a fumaça com as mãos. Os dois continuavam caídos no chão, desmaiado.

– Nem foi divertido. – Jane fez uma careta, então pegou o pé de Caroline e saiu a arrastando pelo corredor até a sala dos tronos.

Mystic Falls.

– Você parece gostar bastante de Damon. – Katherine tomou um gole do uísque e fez uma careta com o gosto amargo.

– Ele é uma pessoa legal. – Bella disse enquanto se ajeitava no sofá. – E tem um corpo... Ah, aquele homem me faz ver estrelas.

– Eu sei, experimentei antes de você. – Katherine sorriu irônica, mas Isabella apenas revirou os olhos.

– Damon é um bom homem, gosto da forma como ele pensa, as coisas que ele faz. Apenas acho que Elena está o prendendo demais e todo esse negócio de apaixonado pela namorada do meu irmão o fez acreditar que realmente amava Elena, e Elena querendo alguém que a aceitasse como vampira.

– Você é apaixonada por Damon.

– Não é exatamente... apaixonada. É diferente.

– Tipo meu amor por Stefan? Você ama Damon, mas não acho que role algo. Infelizmente, ele e Stefan são focados na doce e frágil Elena. – Katherine disse o nome de Elena com nojo, odiava sua cópia com o máximo de força que podia.

– Stefan está cuidando de você agora, e, bem, eu tenho planos para a Gilbert. Para ela e pro irmão dela.

– Irá matá-los? Finalmente! – Katherine exclamou jogando as mãos para o alto. Stefan ficou atento a conversa das garotas no andar debaixo.

– Não, Elena sofreu o suficiente. Todo esse negócio de perder família, ser usada, ficar sozinha, ser o que não gosta, quase sinto pena dela. Vou fazer uma coisa boa para nós duas, eu preciso dela e ela... bem, precisará de mim também.

Katherine franziu as sobrancelhas, mas decidiu ficar calada. Viu sua filha suspirar e ficar de pé, caminhando pela sala.

– Eu tenho que ver a Bon-Bon, vê se vai treinar com Matt um pouco, mamãe, acho que você está um pouco gordinha.

Katherine olhou para seu corpo sem gordura alguma, mas se sentiu agoniada imaginando que teria. Quando voltou a olhar para frente, Isabella não estava mais na sala.

Queria se lembrar do primeiro encontro, mas não conseguia. Isabella parecia magoada e o relacionamento das duas não parecia nada fácil de lidar.

Volterra.

– Ai.. – Caroline resmungou enquanto se remexia no chão. Rapidamente, sentou-se e olhou ao redor. O Salão era enorme, bem maior do que sua casa, tinha desenhos nas paredes e cortinas vermelhas nas enormes janelas. Uma porta marrom e enorme estava fechada com dois vampiros de capuz ao lado dela, a guardando. Havia diversas portas por todo o salão, todas fechadas. No fundo, havia várias poltronas, entre elas se destacavam as três centrais onde haviam três homens sentados, o olhar sério e um tanto tedioso.

Caroline sentiu Enzo levantar atrás de si, assustado. Os 20 vampiros do salão rapidamente ficaram em estado de alerta.

– Mas que diabos... – Caroline perguntou baixo, mas o que parecia o rei sorriu e ficou de pé.

– Sejam bem-vindos! – Exclamou alto enquanto descia os três degraus de perto do seu trono. – Ao castelo Volturi...

– Museu, como eu disse. – Enzo sussurrou para Caroline, depois caiu gritando de dor.

– Mas o que é isso? - Caroline berrou preocupada, tocando o amigo. Ele soltou um ultimo grito forte e então parou.

– Mantemos os velhos hábitos. – O rei chamou a atenção novamente. --- Sou Aro Volturi, o rei de Volterra.

– Velhos hábitos mesmo. – Enzo disse com um pouco de ironia, então soltou mais alguns gritos de dor. – De onde diabos vem isso?

– Ora, da própria diaba. – A loura que os encontrou no corredor disse sorridente, então parou a dor de Enzo.

– Vocês invadiram o castelo Volturi... A procura do quê, Exatamente? – O louro sentado perguntou.

– Só queríamos conhecer, buscar algumas respostas. – Caroline disse baixo e tentou memorizar cada rosto naquele local.

– Caius, não acho que seja uma invasão, mas sim um passeio. – Aro disse ao louro. – Deixe-me apresentar meus irmãos; Caius e Marcus. – Aro apontou para os dois outros reis. Enzo não deixou de exclamar para si mesmo o quanto pareciam feios. Jane sorriu e enviou a ele outra onda de dor. – E essa é Jane, a garota com o dom incrível de causar-lhe dor quando quiser.

Caroline pensou se matar a loura não seria perigoso demais, não gostava de ver Enzo se remexendo de dor em seus braços, mesmo que não gostasse dele.

– E aquele é Alec. O causador da fumaça. – Aro prosseguiu, então se aproximou dos dois caídos no chão. – Agora, minhas crianças, o que desejam aqui?

Antes que Caroline pudesse se afastar, Aro tocou a mão gelada no rosto da garota. Enzo achou que eles fariam algum mal, então atacou o rei Volturi.

Foi um terrível erro. Antes que o tocasse com um pouco mais de força, gritava o mais alto que podia e se mexia agoniado, Jane Volturi estava se divertindo ao fazê-lo sofrer ali.

Caroline se xingou por não ter planejado tudo antes, por não estar preparada. Pensou sinceramente que morreria, mas então Enzo parou de gritar e estava quase desmaiando em seus braços.

– Se acalme, Jane. Parece que nossa Isabella está em Mystic Falls e eles só querem algumas respostas.

Mesmo que o sorriso fosse amigável, Caroline percebeu que estava com sérios problemas ali.

…

– Eu saio de uma cela e entro em outra. – Enzo bufou enquanto escorregava no chão. – Ao menos tenho companhia de uma bela dama.

– Cala a boca, se você não fosse tão boca aberta não estaríamos aqui. – Caroline resmungou e tentou apertar a grade entre seus dedos, mas nada. Era como se ela fosse uma humana. – Droga! Como sairemos daqui?

– Não sei, mas acho que vou dormir. Toda a dor daquela loura bonita me deixou cansado. Mas ela é bonitinha.

– Você é um safado.

– Não posso fazer nada se fiquei décadas sem ver mulheres bonitas. Só vi o rosto feio de Damon por alguns anos, depois voltei a minha amada solidão. – Enzo se ajeitou no chão e ficou encarando o teto. – Pode deitar aqui do meu lado, Barbie, eu te protejo.

– O pior não é ficar presa, é ficar com você.-- A loura exclamou irritada, então se sentou perto da grade.

Não havia forma de se comunicar com o mundo lá fora. Dependia da boa vontade dos Volturi em ter uma conversa e libertá-la. Isso parecia que não aconteceria tão cedo...

Mystic Falls.

O celular vibrava insistente em cima da mesa, tocando Hells Bells o mais alto que um aparelho móvel podia tocar. Bella colocou a mão no rosto de Damon, o impedindo de beijá-la.

– Deixa tocando. – Damon resmungou tirando a mão do rosto, Bella balançou a cabeça e pegou o celular.

– É Jane Volturi, não posso negar a não ser que queira dor.

Com um suspiro, Bella atendeu o telefone.

– Jane, algum problema?

Damon soltou um bufo e se deitou na cama, tinha ido para a casa de Isabella após uma mensagem que Stefan havia enviado. Não imaginava que acabariam no quarto, se beijando, muito mesmo que ela interromperia o beijo para atender o celular.

– Não, até pude me divertir um pouco torturando alguém. Senti falta disso. – Damon ouviu a voz feminina do telefone.

– ótimo, conversa de garotas. – resmungou pra si mesmo e empurrou Isabela pro lado, então foi colocar sua camiseta.

– Quem foi o infeliz?

– Caroline e Enzo. Sabe? Uma loura de voz irritante e um de cabelo enroladinho que dez coisas que diz, 8 são irônicas.

Damon parou de fechar a camiseta e prestou atenção na conversa. Temia que fosse Enzo e Caroline que conhecia, tinha quase certeza de que eram.

– Oh, e o que eles fariam aí?

– Bom, segundo Aro, eles queriam respostas sobre você com os Volturi para conseguir te matar, coisa do gênero. Amadores, devo dizer, quem entra em um Castelo do Terror despreparado? São tão idiotas.

– Enzo e Caroline estão o quê? – Damon exclamou incrédulo, Bella o mandou ficar quieto e ficou de pé.

– Hum... aprontaram demais?

– Não muito, mas o garoto me irrita e eu me divirto o torturando, ele não consegue falar algo sério mesmo com dor. Gostei dele.

– Eu acho que precisarei da loura, porque não se diverte com Enzo e deixa a Barbie voltar para o castelo?

– Depende se um príncipe vier buscá-la da masmorra. Sabe como é, amo um conto de fadas.

Isabella suspirou e colocou a mão na boca de Damon, não queria escutá-lo agora.

– Se eu fosse uma boa pessoa, diria para libertá-los sem danos, mas eu não sou então... Se divirta com eles, só não os mate. Porque não conta das vezes que te botei para dormir, Jane querida?

– Ok, digo a barbie que o cavalheiro vem buscá-la. E então, quem será? Aro mencionou uma certa queda por Niklaus e o melhor amigo Stefan. Quem salvará a doce princesa das garras da bruxa má do velho oeste?

Bella riu e revirou os olhos.

– Eu falarei com Klaus, aposto que ele gostará de ser o herói para a princesa dele.

Jane apenas soltou um riso e desligou o celular. Damon finalmente conseguia falar agora.

– Não pode deixá-los lá! Temos que salvá-los do que quer que seja!

– Damon, eles vão ficar bem. Klaus salvará Caroline e... bem, Enzo vem na bagagem. Toda princesa precisa de um mascote, mas Jane parece ter gostado dele.

– Onde eles estão? Porque aquele desgraçado não falou comigo... Eu preciso...

– Jane te colocará em outra cela e eu não tenho a mínima vontade de dizer para não fazer. Confie em mim, eles ficarão bem.

Damon soltou um suspiro e balançou a cabeça. Precisava dar um jeito de salvar Enzo dos tal “Volturi”, mas não sabia como.

– Como posso ter certeza de que eles ficarão bem?

– Ora, Caroline está com ele e Klaus é louco pela Barbie. Jane e Alec são meus filhos, não vão matá-los a não ser que eu deixe.

– Filhos? Você tem filhos? – Damon perguntou incrédulo. – Então, Katherine é... avó?

– Não exatamente filhos. – Bella se sentou novamente na cama e tirou a camiseta. – Tem certeza de que quer falar?

– Filhos?

Bella revirou os olhos e o fez deitar na cama, então arrancou novamente a camiseta dele.

– Eu os criei quando a mãe deles morreu, eles não tinham pais e bla-bla-bla. Criação, apenas.

– Não vai me contar a história toda, vai?

– Não.

Sorrindo sapeca, Isabella desceu beijos por todo o peito de Damon até o cós da calça dele. Por todos os minutos que ficaram ali – poucos na opinião de Damon – ele esqueceu completamente que tinha perguntas a fazer.