Diários de um Vampiro...Brasileiro escrita por Leo Bernardo


Capítulo 4
Capítulo 4 – Festa de Halloween - parte final




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/498556/chapter/4

Tonhão das Cabritas sobe no palco da festa para anunciar a grande atração musical surpresa da noite.

Tonhão das Cabritas: – Atenção galera de Mixicopal! (bate no microfone e se irrita por que ninguém dá atenção).

Tonhão das Cabritas: – Ô seu putos! Olhem pra cá que eu quero anunciar algo importante! Logo mais irá subir nesse palco para fazer um show inesquecível, uma cantora famosa mundialmente no Brasil!

Mateus: – LADY GAAGAAA!!! (incorporado na bicha histérica)

Todos olham de modo estranho para Mateus, que tenta disfarçar, fazendo voz rouca.

Tonhão das Cabritas: – Calma aê jovem! Segura essa periquita! Não é a Lady Gaga, mas é quase a mesma coisa. Teremos essa noite, Valesca Popozuda!

A multidão fica dividida com o anúncio, alguns aplaudem e assoviam, outros fazem cara de decepção, outros de nojo, e uma pequena minoria manda o Tonhão das Cabritas ir tomar no caneco.

Tonhão das Cabritas desce do palco, e o DJ Bozo bota o som pra rolar mais uma vez.

Enquanto isso no camarim do clube, Valesca se preparando para o show, ela está sozinha, a maquiadora acabara de sair da sala, pois estava exausta, sempre levava muito tempo para dar um jeito na lata da cantora. De repente uma forte rajada de vento abre as janelas fazendo um barulho que assusta a funkeira, ela vai em direção à janela para fechá-la e após o fazê-lo se vira para retornar e dá de frente com o olhar penetrante de Damon Salvatori.

Valesca: – Aí que susto garoto! Como você entrou aqui? Você é mais um daqueles fãs gays Histéricos? Já vou avisando que não estou com paciência pra foto beijando minha bunda!

Damon: – Não sou um fã seu!

Valesca: – Então está fazendo o que aqui seu recalcado?

Damon: – Vim só fazer um lanchinho.

Valesca: – Lanchinho? Aqui não é o podrão da tua esquina! achando que tu é meu fã enrustido. Pode assumir que gosta das minhas músicas.

Damon: – Você está de sacanagem, sua música é horrível, pior que overdose de verbena, minha filha.

Valesca: – Não sei que porra é essa de verbena, mas se não gosta de mim, então rala daqui seu mandado! Tu é invejoso, isso sim!

Damon: – Você deve ter problemas psiquiátricos, o fato de uma pessoa não gostar da sua “música” não quer dizer que ela tenha inveja de você. Agora chega de papo que estou com fome.

Damon mostra suas presas de vampiro e com super velocidade segue em direção ao pescoço de Valesca, que instintivamente se defende virando de costas, Damon calcula mal a mordida ao esbarrar no “porta-malas” avantajado da cantora e acaba fincando seus dentes no seio esquerdo da pseudo-cantora, que dá um gemidinho safado. Damon percebe que o líquido que está sugando não é sangue, ele rapidamente a empurra contra o chão e começa a passar mal próximo da janela.

Valesca: – Seu fela da pota, tarado! Olha o que você fez, furou meu silicone! (Valesca aponta para o seio com dois furinhos que jorram um líquido esverdeado e gelatinoso)

Damon: – Silicone? Essa porcaria está cheia é de verbena. (Diz sufocado e tossindo muito)

Valesca: – Que verbena o que, esse silicone é importado da Bolívia meu filho.

Damon: – Malditos bolivianos, falsificam até silicone... (Damon cai pela janela e desaparece)

Valesca: – Shirley! Shirley! Cadê você vadia! (Shirley = Maquiadora)

Shirley (estava dormindo embaixo do palco): _Estou aqui! O que foi que aconteceu com o seu peito? Está murcho!

Valesca: – Cala a boca! Isso é fácil de resolver, traz um super bonder! Ainda tenho um show pra fazer!

A festa seguia bombando, agora quem estava nos pick-ups era o DJ Karoço. A maioria dos jovens aguardava, ansiosos, o show da funkeira, mas enquanto a “tragédia” não começava, tocavam músicas de todos os ritmos , até que começou a tocar uma canção da banda cinturinha de concreto, todos perceberam a mudança de fisionomia no rosto de Helena, que até então estava muito animada, já tinha dançando a Macarena, a dança da minhoca, a dança da motinha, a eguinha pocotó, o Lepo Lepo, o Kuduro e tentado fazer o quadradinho de oito.

Helena: – Com licença galera, preciso tomar um pouco de ar (Helena sai do salão em direção ao jardim do clube).

Bruna: – Helena, espera!

Helena: – Não, Bruna! Preciso ficar sozinha, é só um minuto! Não se preocupe!

Helena chega ao jardim do clube, ela se senta a beira de uma enorme fonte de água, onde dois gansos brigam por um pedaço de pão de queijo. Ela parece um pouco atordoada, algumas lágrimas caem pelo seu rosto, ela tenta segura o choro, pois sabe que tem que ser forte, principalmente por causa de Jeremias, ninguém pode vê-la nesse estado. De repente ele ouve um barulho vindo de um arbusto, ela se assusta, se levanta e vira para voltar em direção à festa, quando dá de cara com Stefan, que está imóvel como uma estátua.

Stefan: – Me desculpe! Não queria te assustar, acho que não nos apresentamos ainda, me chamo Stefan Salvatori.

Helena: – Eu sei quem você é, na verdade, todos na cidade sabem.

Stefan: – Sabem?

Helena: – Cidade pequena é assim mesmo, qualquer novidade vira “o assunto”. Nesses dois últimos dias só se falava em você na escola, na vizinhança, nos bares, na igreja, na rádio local, soube que até dentro da cadeia os presidiários comentavam sobre a chegada do rapaz misterioso e esquisito...

Stefan: – Nossa! Não sabia que estava tão famoso, e nem precisei entrar em grupos para ganhar seguidores.

Helena: – Pois é...E eu curtindo as minhas próprias postagens...

Stefan: – Mas por que você não está na festa? Não estava se divertindo?

Helena: – Estava, mas é que começou a tocar uma música que me lembrou da morte dos meus pais... É complicado, acho que ainda não superei a perda, não sou tão forte como imaginava.

Stefan: – Eu te entendo, também perdi meus pais, sei como é difícil superar a ausência de alguém que amamos, talvez nunca de fato a superemos, pois é como se uma parte de nós também partisse, ficamos com um espaço vazio em nosso peito, que jamais poderá ser preenchido de novo, é uma parte insubstituível do nosso coração, que apesar de ausente, se faz presente na saudade que carregaremos por toda a nossa vida. O que você está sentindo nesse momento é a dor da perda, e por ser tão recente, seu coração ainda sangra por conta do ferimento, mas com o tempo essa dor irá diminuir, a ferida irá cicatrizar, as lagrimas diminuirão, e as lembranças boas de nossos entes queridos tomarão lugar em nossos pensamentos, e é isso que devemos carregar conosco... As boas recordações.

Helena: – Nossa, que lindas palavras. Poderia repetir? Quero postar no meu face, pra ver se ganho alguma curtida! (Helena com um celular nas mãos).

Nesse momento, alguém grita pedindo socorro, o chamado vem do meio do matagal que cerca o clube, é a voz de Jeremias. Helena e Stefan vão em direção aos gritos, quando eles chegam lá, todos já estão em volta de Jeremias, que apesar de embriagado, carrega Vicki no colo, ela sangra muito pelo pescoço.

Mateus: _O que aconteceu com a minha irmã?

Jeremias: – Não sei, encontrei-a caída no meio do mato, acho que algum animal a atacou, mordeu no pescoço.

Carolina: – Que coisa horrível, isso parece até coisa de vampiro...

Helena: – Carolina, como você é ingênua, vampiro não existe, isso é coisa do chupa-cabra, tenho certeza, aí que medo! Será que ele ainda está por perto? (Helena olha em volta, e percebe que Stefan não está mais ao seu lado).

Religioso fanático (passava pelo local): – Isso é coisa do demônio, do belzebu, do sete peles, do tranca-rua, do tinhoso, do pé de bode, do capitoro, do Pauzudo, do Vampeta, do Tevez rindo, do fralda cagada de bebê... (e outros sinônimos). Eu conheço essa menina Vicki, a fama dela não é das boas, vive na libertinagem, usa dogras, nunca frequentou nossa igreja, nem mesmo a nossa rave gospel.

A Ambulância chega e leva Vicki para o hospital, Mateus vai com ela. Jeremias até tentou ir junto, mas foi impedido pelos bombeiros, que não aguentaram o futum de cachaça dentro da ambulância. Ainda assim ele não desistiu, e se pendurou na traseira do veículo, mas no primeiro quebra-molas que passou ele foi arremessado para trás, caindo em uma poça de esgoto.

Após a ambulância partir, a festa seguiu normalmente, pois a galera estava pouco se fudendo para o fato de alguém ter sido mordido por um animal desconhecido. O show de Valesca durou 2 horas, e duraria mais se um grupo de garotos zueiros não a ficasse provocando chamando-a de monoteta. Helena foi embora antes do show começar, pois tinha que levar Jeremias para casa e dar-lhe um banho de alvejante com soda cáustica.

Stefan chega ao casarão, ele parece procurar alguém.

Stefan: – Onde está você, Damon? Sei que você voltou!

Stefan vai até a sala, e encontra Damon sentando em uma cadeira.

Damon: – Olá irmão!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!