Qual é a cor do amor? escrita por hollandttinson


Capítulo 24
Surviving color and smell of theft.


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE, VOLTEI! Não sei se já avisei, mas tô sem internet por tempo indeterminado, mas não podia deixar de postar esse capítulo porque é o melhor capítulos de todos o que eu escrevi até agora(na minha opinião). Vocês preparem os corações de vocês porque LÁ VEM BOMBA.



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Liesel não conseguiu dormir, no entanto. Os seus pais subiram mais tarde do que todos os outros, ficaram conversando em baixo, na cozinha, quando todos já tinham ido dormir. Rosa chorou no ombro do marido, sendo acariciada por ele. Ela estava destruída, pois via a destruição do filho e achava que a culpa era sua. Se ela não tivesse sido uma mãe tão dura, se ela tivesse lhe dado mais amor... Não acho que a culpa seja de Rosa ou Hans. Trudy nunca matou ninguém, afinal de contas.

Quando eles subiram, Liesel ainda estava acordada, mas fingiu que estava dormindo. Esperou até ouvir o roncar dos dois, e saiu do quarto. Não bateu na porta para entrar no quanto onde Rudy. Alex e Hans Júnior estava dormindo, então ela apenas entrou. Cutucou o namorado e pediu que ele ficasse em silêncio e a acompanhasse, aos sussurros. Os dois desceram a escada e foram para a sala, sentando-se no sofá.

— Pesadelo?- Rudy perguntou, olhando-a preocupado. Não preocupado, Rudy estava triste, preocupado, com sono... Ele não era o meu garoto do cabelo da cor de limões mais. Era como se ele tivesse crescido e amadurecido uns 30 anos. E constatar isso era triste. Queria chorar.

— Não consigo dormir, e provavelmente teria pesadelos se conseguisse.- Liesel respondeu, suspirando. Rudy concordou com a cabeça, esticando o braço para acariciar o rosto da namorada, que fechou os olhos ao receber o toque.

— Não consigo acreditar que não vou casar com você.- Ele disse baixinho. Ela abriu o olhos, impactada pela verdade. Eles não iam se casar, não haveria tempo. Meu coração continuava se partindo.

— Rudy, pare.- Ela pediu, eu não era a única partida aqui. Rudy suspirou, afastando as suas mãos de Liesel, para poder colocar sua cabeça nelas. Ouvi ele ofegar, e então começar a chorar. Liesel se aproximou, abraçando o garoto enquanto ele tremia de tanto chorar. Quis me juntar ao abraço, mas não é muito confortável ser abraçado pela morte, então fiquei quieta onde estava.

— Vamos embora daqui.- Rudy decidiu depois de alguns minutos de choro insano. Liesel abriu um sorriso, não por concordar com a ideia ou por achar graça, mas porque ela, assim como eu, lembrou do dia em que Rudy quis fugir, á alguns anos atrás. Liesel suspirou, limpando o rosto do namorado.

— Não dá pra viver fugindo, Rudy. Um dia a verdade encontra você.- Ela disse. Como encontrou Max e ele acabou indo para um campo de concentração. Como encontrou Evan e ele acabou morto na sarjeta. Como encontrou Marieta e ela acabou dando as costas para tudo.

— A gente pode só fingir?- Ele pediu, deixando clara toda a sua dor. Liesel suspirou.

— Que a gente não pode morrer á qualquer momento, e não sabemos como isso vai acontecer, e nem quem vai fazer? Acho difícil.- Ela disse, os ombros de Rudy despencaram. Ele estava morrendo de medo.

— Isso tudo é uma droga. Demoramos tanto para ficar juntos, e quando finalmente conseguimos, vamos morrer!- Ele disse, Liesel riu, mas não era engraçado.

— Pense pelo lado bom: eu te dei um beijo antes de você morrer.- Ela disse e ele revirou os olhos, sorrindo.

— É, tem razão. Vou morrer com um pouco mais de alegria agora.- Ele fez uma careta e ela revirou os olhos.

— Não quero ir para a escola amanhã. Vamos para outro lugar, ficar juntos. Se vamos mesmo morrer, do que adianta continuar frequentando a escola?- Liesel ergueu uma sobrancelha para Rudy, que deu uma risadinha.

— Que rebelde. Gostei. Onde vamos?- Ele perguntou, animado. É claro que o seu peito ainda pesava com as dores de uma vida inteira, mas ele podia fingir que não pesava, e fazer planos com a namorada.

— Não sei. Onde você quer ir? Tem que ser um lugar onde nós possamos ficar sozinhos. Ou seja, nada de rio Amper.- Liesel disse, Rudy fez biquinho e ela deu um selinho nele.

— Tudo bem. Que tal a quadra de esportes? Ninguém vai lá á séculos, estão construindo uma maior e melhor.- Ele sugeriu, e eu imaginei Rudy correndo por ali, como ele faria se ainda fosse Jesse Owens. Balancei a cabeça, Rudy cresceu.

— Maravilha. Fica muito longe?- Liesel perguntou.

— Longe o suficiente para que ninguém pense em nos procurar lá, mas perto o suficiente para ir andando, ou de bicicleta.- Ele deu de ombros.

— Gosto de andar de bicicleta, mas mamãe vai estranhar se sairmos de bicicleta. Vamos ficar com a ideia de ir andando mesmo.- Ela disse, sorrindo de forma gentil. Ele sorriu para ela, inclinando a cabeça para o lado, olhando-a de forma boba e apaixonada.- O que foi? Porque você está me olhando assim?

— Bem, nós podemos morrer á qualquer momento, então acho que é digno eu desejar olhar para você o tempo todo, já que você é a coisa mais linda do mundo.- Ele disse de forma apaixonada, Liesel ficou vermelha, se aproximando e dando um beijinho nos lábios dele.

— Você é muito bobo.- Ela disse, ele sorriu e a puxou para mais perto, colando os seus lábios nos dela. Pelo impacto, Liesel foi jogada no colo de Rudy, os dois riram e ela ficou vermelha, balançando a cabeça. Quando Liesel pensou em sair do colo do namorado, ele a abraçou pela cintura, impedindo-a.

— Fica aqui só mais um pouco. Não sei quanto tempo vou ter para ficar com você, quero aproveitar todo mínimo segundo.- Ele disse, fechando os olhos e apoiando a cabeça no ombro dela, que suspirou, abraçando-o pelo pescoço, enquanto ouvia ele respirar lentamente.

— Amo você.- Liesel disse baixinho, mas ele ouviu e abriu os olhos. Liesel sorriu para ele.- Muito mesmo.

— Eu sei.- Ele deu de ombros, ela riu.

— Pode me deixar levantar?- Ela perguntou, começando á perceber que estava em uma posição desconfortável, já que ela não estava exatamente sentada, nem deitada, e nem em pé. Na verdade, de longe parecia estar sentada no colo dele, mas ela não estava exatamente. Bem, é confuso explicar.

— Não quero.- Ele fez biquinho, ele ficou tão incrivelmente adorável com aquela expressão, que Liesel não conseguiu se segurar, e se viu dando um beijo nele. Não qualquer beijo, mas um beijo profundo.

As mãos de Liesel estavam uma em cada lado do rosto de Rudy, segurando-o ali, enquanto ele colocava uma mão na cintura dela, e a outra em suas costas, chamando-a para mais perto. As línguas dos dois se divertiam uma com a outra de forma erótica, fazendo algo remexer na barriga dos dois, e um desejo que, até então, Liesel não conhecia, começou á subir, deixando-a sem ar.

Quando o ar faltou para os dois, Liesel se afastou, buscando ar, deixando que Rudy explorasse seu pescoço com a boca. A garota sabia que estavam fazendo algo que não deviam, mas cá entre nós, quem se importa com o que é certo quando a morte está assistindo á espreita, esperando para matá-los? Bem, não era verdade que eu queria matá-los, mas eu estava á espreita. Me sentia uma pervertida assistindo-os, mas bem, eu estava mesmo gostando do que via.

Rudy inclinou o corpo de Liesel para que ela deitasse no sofá de forma confortável, e ela permitiu que ele o fizesse, buscando os lábios do namorado com urgência, Rudy a beijou. Liesel estava com suas pernas um em cada lado do corpo de Rudy, e ele estava com as mãos nas suas coxas cobertas pela calça do pijama. Mãos estas que iam dos joelhos até a cintura da garota, se perguntando se podiam ou não ir mais além. Liesel queria que ele fosse mais além.

O ar lhe faltou novamente, mas dessa vez Rudy se afastou, olhando para Liesel. Ela estava com o rosto vermelho, os lábios inchados, e a respiração descompassada. Seus olhos gritavam por mais contato, e os de Rudy respondiam da mesma forma. Rudy acariciou o rosto da namorada, que sorriu para ele.

— O que?- Ela perguntou, pensando que o clima tinha estragado, e começando á ficar constrangida. Mas os corações dos dois estavam acelerados demais para confirmar qualquer coisa. Rudy sorriu.

— Tem noção do que nós estávamos prestes á fazer?- Ele perguntou, ela mordeu o lábio inferior, ficando muito vermelha, e concordou com a cabeça.- E sabe que depois não ia ter volta né? Depois de feito, já era.

— Não sei se vamos ter muito tempo para viver com a culpa, ou com a consciência pesada.- Ela disse, revirando os olhos e dando um beijo na boca dele. Rudy retribuiu, mas não com a mesma intensidade e fogo do beijo inicial, o que fez Liesel bufar.- O que foi, Rudy?- Rudy fez uma careta, se afastando, sentando no sofá e esperando ela sentar também. Rudy cruzou os braços e irritada, e ele balançou a cabeça.

— Não foi assim que eu imaginei esse momento. Eu queria que nós estivéssemos casados quando isso acontecesse, e não que fizéssemos porque não sabemos se vamos viver para fazer depois.- Ele disse, abaixando a cabeça, triste. Liesel suspirou, se aproximando dele.

— Nós não mandamos nos nossos destinos, Rudy.- Ela disse baixinho, encostando o queixo no ombro dele, analisando o rosto dele. Rudy não tinha espinhas, o que devia ser normal no rosto de um garoto de 17 anos. Ele também não tinha barba, mas isso era por pura opção. Apesar disso, alguns pelos estavam começando á crescer.

— E se for mentira? E se não formos morrer? Se for tudo mentira?- Rudy ergueu uma sobrancelha para ela. Liesel suspirou.

— Não sei se eu quero pagar para ver.- Ela disse dando de ombros. Ele mordeu o lábio inferior.

— Eu também não.- Ele disse, se aproximando e beijando-a. No começo foi um beijo lento, mas logo ficou urgente, desesperado. O clima tinha voltado.- Vamos sair daqui.

— O que?- Liesel perguntou, quando Rudy a afastou para ficar de pé, esticando a mão para ela.

— Não vou fazer isso com você nesse sofá, nem nesta casa.- Ele disse quando ela segurou a sua mão e ficou de pé. Liesel a olhou confusa.

— Onde você vai me levar?- Ela perguntou, acompanhando-o enquanto saiam da sala, indo na direção da porta da frente. Rudy pegou a chave, que ficava atrás da porta, e abriu, fechando-a quando os dois saíram.

Estava escuro na rua, mas já passavam das 3 da manhã, e em algumas horas o sol nasceria. Liesel mordeu o lábio inferior enquanto via o namorado puxá-la até a construção de sua casa. A casa de Liesel só precisava terminar a sala e a cozinha, já tinha um banheiro construído e os três quartos, o dela, do casal e de Max. Apenas o de casal estava com o telhado, mas Rudy a levou até o quarto dela, o quarto da estante de livros.

— Fique aqui, eu volto em alguns minutos.- Ele mandou, beijando a testa dela e saindo. Liesel observou o lugar. O chão já estava plano, mas estava mais frio do que ela esperava. Rudy voltou segurando 4 cobertores grossos, vestiu o chão com eles se segurou a mão de Liesel, puxando-a para perto, abraçando-a pela cintura e colando suas testas.- Vamos ficar aqui esta noite. Olhe só como o céu está lindo.- Eles olharam para o céu, algumas estrelas solitárias ainda estavam ali para enfeitar.

— Você sempre pensa em tudo, né?- Liesel perguntou, enlaçando o seu pescoço, Rudy sorriu, feliz por ela estar procurando mais proximidade.

— Eu quero que tudo seja perfeito para você o tempo todo.- Ele disse, olhando-a de forma apaixonada novamente. Liesel concordou com a cabeça.

— Morrer até que é legal, se eu for pensar sobre todas as coisas que eu conquistei.- Ela disse, sorrindo para ele. Rudy concordou com a cabeça.

— Sim, estou feliz por ter te beijado antes de morrer. Com certeza seria uma morte ainda mais triste se eu nunca tivesse lhe beijado, levando em conta tanto que eu desejei por isso.- Ele sorriu para ela, que revirou os olhos.

— Saukerl.- Ela balançou a cabeça, o sorriso dele se alargou, ele se inclinou e beijou seus lábios.

Lentamente, ele foi fazendo com que os dois estivessem no chão, ajoelhados de frente um para o outro. Rudy segurava a cintura dela de forma possessiva, como se ele precisasse de uma confirmação de que ela estava ali, além da língua dela que brigava ferozmente com a sua.

As mãos de Liesel bagunçavam o cabelo da cor de limões de Rudy, e quando os dois precisaram de ar, Liesel se sentiu sendo empurrada para deitar, sentindo os lábios de Rudy em seu pescoço. O chão estava mais confortável por causa dos cobertores, e ela não sentiu frio.

Rudy se afastou quando sentiu a mão de Liesel dentro da sua camiseta, e deixou que ela tirasse sua roupa, para depois deitar sobre ela. Era notável o desejo dos dois, principalmente por parte de Rudy, que deixava claro o quanto ele queria que aquilo tudo acontecesse. Liesel não ficou constrangida quando sentiu a intensidade do desejo de Rudy pressionar seu corpo, e também não estava constrangida por sentir algo abaixo da sua barriga se contorcer e revirar de desejo. Eles se pertenciam á tanto tempo, só queriam deixar marcas eternas. Rudy tinha razão, depois disso não tinha volta.

Rudy subiu a camisa do pijama de Liesel lentamente, esperando que ela o rejeitasse, mas ela não o fez, pelo contrário. Liesel sentou e, ela mesma, tirou a camisa, sorrindo para ele. Rudy suspirou.

— Você é linda.- Ele disse. Liesel não estava com roupa por baixo do pijama, é claro, então os seios dela estavam á mostra, em pleno frio. Dá pra imaginar como eles estavam. Rudy se aproximou dela, colando seu peito ao dela, vendo-a tremer com o contato.

Liesel abaixou a calça de Rudy sem pudor, e ele também não estava com vergonha por ela tomar a iniciativa. Rudy ficou de pé e desceu a calça de vez, consciente de que ela estava olhando seu corpo, e que ela estava mordendo o lábio e ficando vermelha, mas não se incomodou com isso.

Deitou com ela novamente, ficando por baixo, enquanto sentia ela pressionar seu corpo ao dele, sua boca na dele. As mãos de Rudy coram para as costas dela, sentindo a pele em chamas. Ele desceu as mãos até o cós da calça do pijama, ela prendeu a respiração e ele a afastou.

— Tem certeza que quer continuar? A gente pode só dormir.- Ele sugeriu, apesar de no fundo querer que ela dissesse não. Liesel negou com a cabeça rapidamente e ele suspirou.- Sério, não ligue para mim. A gente não precisa fazer.

— Rudy, eu quero.- Ela disse, olhando para ele de forma profunda, como se quisesse confirmar com o olhar, e conseguiu, pois Rudy a deitou na cama, ficando por cima, e descendo a calça dela lentamente. Liesel estava usando uma calcinha florida, e Rudy sorriu quando viu, balançando a cabeça.- Cale a boca, Saukerl.

— Não, sério, isso é muito puro.- Ele disse, dando um beijinho na barriga lisa dela, enquanto ela mordia o lábio inferior.- É por essas coisas que eu amo você.

— Porque eu tenho uma calcinha florida?- Ela ergueu uma sobrancelha. Rudy sorriu.

— Porque você consegue me deixar louco, mesmo usando uma calcinha boba de flores. Você é surreal.- Ele balançou a cabeça, atacando o lábio dela com ferocidade.

Enquanto se beijavam, Rudy desceu a calcinha de Liesel lentamente. Os dois conscientes de que agora nenhuma roupa os impedia. Rudy se afastou para puxar o cobertor para cima dos dois, já que agora estavam sentindo frio, e quando voltou, Liesel o abraçou, puxando-o para ficar entre as suas pernas.

— Ainda dá tempo de desistir.- Rudy disse rouco, nervoso por saber que ela não ia desistir, e nem ele queria que ela desistisse. Liesel suspirou.

— Cale a droga da boca.- Ela disse, ele deu uma risadinha nervosa e a beijou.

Nesse momento eu saí dali, percebendo que já tinha invadindo a privacidade deles demais. Entro nos pensamentos deles, escuto todas as suas conversas. Não, esse momento é só deles.

Ainda conseguia ouvir seus gemidos enquanto andava pelos cômodos novos da casa dos Hubermann. Ainda conseguia ouvir os dois pedindo por mais, e as risadinhas nervosas que davam um para o outro, mas me obriguei á me afastar. Parei quando olhei para cima e vi Hans Júnior na janela do quarto, com um sorriso divertido. Engoli em seco, eu não era a única que estava invadindo a privacidade de Liesel e Rudy, e nem que ouvia tudo.

Ele ouviu desde o plano de fuga, até aqui. Claro que ele não tinha ouvido o que eles estavam falando lá embaixo, mas tudo o que eles falaram dentro da casa foi escutado pelo cruel assassino. Fiquei irritada por ele ter feito isso, estava com ódio por ele estar vigiando-os dessa forma, nesse momento. Era para ser um momento só deles, e esse animal estava estragando com sua presença sempre indesejável.

Quis matá-lo, quis fazer o meu trabalho com ele, quis subir as escadas e enforcá-lo com toda a minha força. Subi as escadas, e quando estava na metade, percebi que não importa o que eu quero, meu trabalho é subordinado. Balancei a cabeça, eu realmente preciso de férias desse trabalho.

Entrei no quarto onde Hans Júnior, Alex e Rudy dormiam. Alex estava dormindo profundamente, captei seu sonho, vi Bárbara nele, e meu coração se partiu. Bárbara, como sinto falta daquela mulher. Ainda me lembro da cor da sua alma, ela tinha uma cor verde clara, uma cor que me embalou por segundos que pareceram horas. Podia carregá-la para sempre, meus braços gostaram da cor dela. Meus olhos se distraíram com ela. A cor dela era maravilhosa.

Hans Júnior saiu da janela como se tivesse sentido a minha presença. Por um momento eu pensei que ele tivesse me visto, pois veio andando na minha direção, olhando para mim. Então ele desviou e deitou-se em sua cama, balancei a cabeça. Porque não podia ser agora a hora dele? Um infarto é tão normal. Mas é claro, nada é fácil para mim.

Fui até a janela, espiando como Hans Júnior. O que posso fazer? Nós não somos tão diferentes quanto eu gostaria que fosse.

Liesel e Rudy estava sorrindo um para o outro, beijando um o corpo do outro, se conhecendo de verdade. Sorri para a imagem.

Se me perguntassem qual é a cor do amor, eu diria que tem cor de limões. Diria que o amor tem cor castanho, como os olhos de Liesel. E também é azul, como os olhos de Rudy. Diria que ás vezes ele é negro, se tiver um rapaz correndo, achando que é o Jesse Owens. Diria que é transparente, como as lágrimas que escorrem dos olhos dos amantes quando tem que se afastar um do outro, quando voltam para os braços um do outro. Diria que é florida, como a roupa íntima de Liesel. Diria que é vermelho, como o sangue. Não importa onde nós vamos ou queremos chegar, sempre haverá derramamento de sangue em algum lugar. Mas não hoje, hoje o amor tem cor de sobreviventes e cheiro de roubo.


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Notas finais do capítulo

“Sim, estou feliz por ter te beijado antes de morrer. Com certeza seria uma morte ainda mais triste se eu nunca tivesse lhe beijado, levando em conta tanto que eu desejei por isso.” Sim, eu sou do mal, mas juro que amo vocês!
Sei o que vocês estão pensando: “Ai, eles são muito novos, e é em outra época, blá blá blá” gente, na boa? Se eu achasse que fosse morrer, e tivesse convicção de que o cara certo tava ali do meu lado, e tivesse a oportunidade, eu com certeza dormiria com ele!
Além do mais, esse negócio de que “antigamente não tinha putaria” é mentira, tinha sim, e tinha muito mais! Além disso, muita gente estava pedindo por um capítulo hot, e como eu não sei fazer um, isso foi o máximo que eu consegui. De qualquer jeito, espero que vocês tenham gostado, porque eu gostei muito de escrever.
Esperem ansiosamente para o próximo. Pacientemente também, porque nós num tem noção de quando ele virá. O importante é ter fé.
Até mais, amo vocês.



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