No Rugido Do Leão escrita por Céu Costa


Capítulo 7
Capítulo 7 - Algumas apresentações


Notas iniciais do capítulo

Capítulo à vistaaaaa!!!!!!!!!! Bem, espero que gostem desse, deu o maior trabalho! Mas valeu a pena!



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Todos seguiram Rip-Chip pelos corredores do castelo, enveredando por caminhos iluminados até chegarem à ala dos dormitórios. Lá, pararam em frente a uma porta, que segundo o nobre rato, era o quarto onde o peregrino estava instalado. Amber se aproximou da porta e bateu três vezes.

Pode entrar!– disse ele, de lá de dentro.

É claro que ninguém entendeu. Eles ficaram ali, com cara de bobos, olhando para a porta. Samantha já não estava muito calma, e ao notar que ninguém moveu um músculo, não se conteve.

– Como é?! Não vão abrir a porta?! - ela abriu a porta.

A princípio, ela entrou sozinha. O quarto era grande, com sacada e lareira. Tinha uma cômoda, com uma bacia com água quente e sangue. O sangue dele. Havia também uma escrivaninha. Ele estava na cama, coberto até a cintura. Estava com uma blusa branca, alva e limpa. Agora, sem as roupas de andarilho, medicado e limpo, ele tinha uma aparência completamente diferente. Sua pele era pálida, como o mármore de estátuas gregas; seus cabelos loiros e levemente ondulados se prolongavam suavemente até o início de seus ossos do maxilar, como uma cascata dourada. Seus olhos, castanhos como um par de amêndoas silvestres, paralisavam o corpo dela como uma cobra encantadora. Abelle entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, acordando Sam de sua hipnose involuntária.

– Como você está? - Samantha perguntou, tentando encontrar uma maneira de esquecer que estivera paralisada.

Perdão...Como?– ele perguntou, confuso.

Desculpe...– Sam puxou uma cadeira e se sentou do lado da cama - Ainda não estou acostumada a falar esse idioma...

Tudo bem,– ele deu um lindo sorriso - eu não estou surpreso; na verdade, é estranho ouvir outra pessoa que não seja do meu clã falando como nós.

Como se sente?– Belle foi direta.

Melhor,– ele disse - muito melhor...

Isso é notável...– Belle riu.

Ouviu-se batidas na porta. Por instantes, Sam e Belle se esqueceram dos outros. Abelle abriu a porta, permitindo que Caspian e Professor Cornelius entrassem.

– Podem se aproximar! - riu Sam - Ele não morde!

Caspian manteve-se na porta; mas Professor Cornelius estava empolgado.

– Inacreditável! - ele folheava seu livro - Um idioma morto! Esta é uma oportunidade que só aparece uma vez na vida!

– Não exagere! - riu Belle.

– Ah! Aqui está! - exultou o Professor - Feliz...... em......te........ver!

Estou feliz em te ver também!– respondeu o peregrino, com sua fluência impecável.

– E agora, vejamos..... - ele folheou algumas páginas - Meu... salto do cervo......Professor Cornelius!

O que ele disse?– o peregrino olhou confuso para Sam, esperando alguma ajuda.

– Ham..... - Sam não sabia como dizer isso - Professor, o que o senhor disse não fez sentido...

– Mas eu falei como está no livro! - ele folheou o livro outra vez.

– Vai ver olhou na página errada! - Belle tentou ajudar.

– Mas eu disse como está escrito aqui! - ele mostrou o livro para Belle - Olhe!

– Professor... - Belle ficou meio constrangida - aqui diz que "o cervo salta alto"! Não são apresentações!

– Mesmo? - o Professor estava surpreso.

– Deixe me ajudar: - Sam disse - Meu nome é Professor Cornelius.

Meu nome.... m... meu... no...nome...– o Professor não conseguia dizer.

Perdoe-o,– começou Samantha, para o peregrino - é que ele não estudou muito este idioma. O nome dele é Professor Cornelius. Ele é o conselheiro real e mais sábio de todo o reino.

Ele só precisa treinar mais a fala...– comentou ele, mas se sentiu mal - Quer dizer, desculpe.

Tudo bem, ele não entendeu mesmo!– riu Sam, com uma piscadinha - Permita-me continuar: aquele ali na porta é Rei Caspian X, rei de Nárnia, aonde você está.– disse ela, olhando para Caspian; ele ainda não parecia simpático - Mas e você, quem é?

O peregrino parecia confuso. Pela primeira vez, seu nome poderia ter alguma importância, seria até homenageado. Talvez assim se lembrem de seus antepassados.... Mas será que ainda não é cedo demais?

Não sou ninguém. Ninguém importante.– ele disse, por fim.

Mas então, como devo te chamar??– perguntou Sam outra vez.

O peregrino voltou a pensar. Como devo me chamar? Jamais tivera um apelido antes. Com esforço, tentou recordar os nomes e apelidos de seus ancestrais e amigos, até encontrar um, quase esquecido...

Pode me chamar de Passo Largo.– ele falou.

– Telcontar? - repetiu o Professor - O que é isso?

– É como ele insiste em ser chamado... - falou Belle.

– Significa: Passo Largo. - explicou Sam.

– Passo Largo... - o peregrino repetiu - Gosto da sonoridade. Prefiro que me chamem pelo seu idioma.

– Fantástico! Fantástico! - sussurrava o Professor.

Ele se empolga por qualquer coisa!– riu Sam.

Todas aquelas pessoas era muito alegres, e cheias de vida. Mas ele ainda se sentia um pouco desnorteado. Tentou então, se entrosar:

E então, como eu devo te chamar?– Passo Largo perguntou, olhando para Samantha. (Passemos a chamá-lo como ele sugeriu)

– Abelle! - Belle jogou seus braços no pescoço da irmã, desviando a atenção para ela, não-intencionalmente - Esse é meu nome! Sou irmã dela!

É um belo nome, milade!– ele sorriu - Uma aventureira nata!

Belle sorriu. Mas logo foi ajudar Professor Cornelius com seu livro estranho.

E quanto a você?– ele disse, a meio tom.

Sam olhou no fundo dos olhos dele. Havia algo diferente nesse cão perdido dos infernos, como diziam os soldados. No brilho do olhar dele, ela podia ver uma imagem, primeiro embaçada, que foi ficando nítida aos poucos. Era uma árvore, toda branca, como se estivesse morta há muito tempo. Era uma árvore intrigante. E brilhava como a luz do Sol, mesmo estando morta.

É Samantha! - Belle se jogou nas costas da irmã outra vez - O nome dela é Samantha!

É realmente um lindo nome!– ele sorriu - "Aquela que escuta."

Ela sorriu, um pouco corada. Pedro nunca disse que o nome dela era especial, muito menos buscou saber o que significava... Mas Caspian não estava ali para ser gentil.

– Já o importunamos demais. Ele precisa descansar. - ele foi rude.

Temos que ir.– suspirou Samantha, levantando-se. Mas ele segurou o pulso dela, forçando-a a olhá-lo.

Vocês vão voltar, não vão?– ele tinha os olhos tristes.

É claro que sim!– ela sorriu - Mas agora descanse, Mestre Passo Largo!

E ele sorriu outra vez. Um a um, saíram todos do quarto, até Passo Largo se ver sozinho outra vez. Mas agora era diferente. Ele sabia, no íntimo de seu coração, que não estava sozinho. Nunca mais.

Samantha fechou a porta, ao sair. Que experiência inusitada! Jamais falara outro idioma com tanta naturalidade. Era como se já o soubesse antes mesmo de nascer; isso é incrível!

Caspian segurou-lhe os braços e ela voltou à realidade. Dura realidade.

– Não pense que minha raiva passou só porque você deu uma de intérprete. - ele disse com aspereza. - Não cruze meu caminho, ou esquecerei que você é minha prima.

Samantha ficou ali, estática, recostada na porta, apenas olhando ele sumir à distância.

– "Eu daria qualquer coisa para tê-las de volta!" - repetiu Belle com ironia, a frase que seu primo dissera, horas mais cedo.

– Meninas, deem tempo a ele! - disse Professor Cornelius - Caspian só precisa de um tempo para refletir, logo entenderá seus motivos!

Samantha ouviu o peregrino falar atrás da porta. Disse algo mais ou menos assim:

Nem consigo acreditar, agora finalmente, encontrei uma possibilidade!– ele ria - Mas.... Mas e se elas não aceitarem? O que eu devo fazer? Bom...... talvez eu deva apenas aproveitar este momento..... Nem acredito, estou salvo!

Um sorriso se abriu nos lábios de Sam. Ela havia ajudado uma vida! Nada mais importava para ela, apenas este andarilho. Ele era mais importante que tudo.

– ....Por hora, - dizia Professor Cornelius - talvez seja melhor vocês ocuparem a cabeça!

– Adorei a ideia! - Belle exultou - Venha, mana! Sei de um lugar perfeito para isso!


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Notas finais do capítulo

Enfim, mais um final! Desde já aviso que o próximo capítulo pode demorar um pouquinho, é que ainda o estou escrevendo! Mas prometo que vai ficar bom, tá!
Até lá, nobres de Nárnia!



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