Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 5
We Don't Stick Together 'Cause We Put Our Love First


Notas iniciais do capítulo

O título do cap faz referência à uma de minhas músicas favoritas: This Is What Makes Us Girls, que tem um pouco a ver com esse cap!
Desculpem minha demora, mas espero que gostem



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P. O. V Silena:

Eu não conseguia acreditar no tamanho de minha estupidez.  Como eu fora capaz de fazer isso?

Thalia e eu sempre estivemos juntas nesse mundo perigoso, onde você pode torcer o pé ou perder o cabelo se for mais bem sucedida ou favorita de alguém. Ou, pior ainda e nem sempre as pessoas acreditam quando dizemos isso: você pode morrer, de maneira muito misteriosa, se conseguir uma campanha muito almejada... E por a modelo ser tão querida, ninguém jamais descobre o assassino.

Era raro poder confiar em alguém, ela e eu sabíamos bem disso, e por isso fizemos um “pacto” assim que viajamos pela primeira vez: Confiar apenas uma na outra, e em mais ninguém. Ficaríamos unidas até o fim de nossas carreiras.

Ficaríamos... Se não nos apaixonássemos pelas pessoas erradas. Ou melhor, se não tivéssemos vivido o clássico clichê de nos apaixonarmos pelo mesmo cara e só descobrirmos depois de muito tempo.

Ela começou a namorar um cara depois que participou da semana de moda na França. Não se conheciam, mas a paixão foi tão avassaladora que em uma semana eles já começaram a namorar e ela podia jurar que o amava mais que tudo. Pela primeira vez em muito tempo eu a via feliz, então resolvi guardar minhas desconfianças para mim mesma, e pedi apenas que me deixasse conhecer seu namorado antes que os dois resolvessem noivar às pressas.

Infelizmente isso nunca ocorreu, pois eu acabei sendo convidada para uma temporada no Japão e ela para uma na Inglaterra. Separar-nos-íamos pela primeira vez desde o início, mas eu ficava feliz em saber que ela não estaria sozinha. E em pouco tempo, eu também não estava mais só.

O conheci enquanto tentava descobrir um restaurante que servisse comidas “normais” por ali. Ele tinha um sorriso tão encantador, que em pouco tempo me convenceu a experimentar as comidas típicas daquela região. E foi assim desde aquele dia: ele me convenceu a experimentar de tudo um pouco na vida, e fizera com que eu deixasse de ser a Barbie humana e me tornasse um pouco normal. Thalia mal podia acreditar quando eu lhe contei isso pelo telefone, e eu prometi que os apresentaria assim que pudesse.

Meses depois, eis que surge minha chance: a agência para qual eu trabalhava iria fazer um desfile na grandiosa Londres, onde Thalia vivia na época. Ele obviamente viajou comigo, e eu aproveitei a oportunidade para me encontrar com minha velha amiga no mesmo dia em que desembarcássemos. O que não aconteceu, pois ela tinha uma sessão de fotos marcada, então ficou para o dia seguinte.

Eu cheguei sozinha, pois ele ficou de visitar uns conhecidos que me apresentaria depois, e Thalia chegou atrasada e suspirando, pois havia encontrado com o amor de sua vida. Estávamos tão felizes, achando que havíamos encontrado os homens de nossa vida...

— Ele acabou de me mandar uma mensagem, disse que está vindo! — suspirei e lhe mostrei a mensagem, que era extremamente romântica.

— Awwn! Eu só não digo que vou vomitar, porque agora entendo o que é estar apaixonada. — ela ri — Vou retocar a maquiagem, e já volto! Assim, se ele chegar, vocês terão tempo para uma recebida melosa e eu não vou ficar de vela.

E ela tinha razão. Quando ele chegou, seus lábios logo tomaram os meus, e eu não resisti em mantê-lo por perto o máximo que pude, segurando-o em seus perfeitos cabelos cor de areia. Eu o amava tanto que não conseguia controlar minhas ações.

Mas o amor acabou assim que Thalia voltou.                         

— Uau, eu deveria ter ficado mais tempo no... LUKE? — os olhos elétricos dela estavam arregalados e eu podia ver a dor passando por seus olhos.  

— Thals? — e o loiro que antes me beijava, agora estava mais pálido que nunca.

— Eu não acredito! Não acredito no que está acontecendo! — lágrimas começavam a escorrer pela bochecha dela. — Com tanto homem no mundo, tinha que ser com ele, Silena? Depois de tudo o que lhe contei?

O mais triste naquele momento não foi ter meu coração partido por um crápula que namorava duas garotas ao mesmo tempo; o pior foi ela ter pensado que eu fizera aquilo de propósito. Foi mil vezes mais triste vê-la partir sem que eu pudesse me explicar, do que foi ver todos ao meu redor me encararem como se eu fosse uma vilã.

 — Onde estávamos? — Luke teve a coragem de perguntar.

— Você eu não sei, mas eu estou indo atrás da minha amiga! Au revoir! — saio em disparada do restaurante, mas paro assim que chego à rua.

Londres era um lugar grande demais, cheio demais, e logo eu havia perdido Thalia no meio da multidão. E eu sequer sabia onde ela morava, para ir até lá e explicar-lhe o que havia de fato ocorrido.

Felizmente, uma pessoa poderia dizer-me onde ela morava.

— Mãe? — liguei para Afrodite, embora eu não soubesse em que canto do planeta ela estava naquele momento.

— Silena, meu amor, onde você está? Acabei de chegar a seu apartamento em Tóquio e me disseram que você não está. — ela responde, e eu quase caio no choro.

— Mãe, eu estou em Londres. Preciso que me diga onde a Thalia está morando no momento!

Um silêncio sepulcral segue, antes de minha mãe suspirar e me responder que ela não tinha a mínima idéia, pois Thalia não trabalhava mais para a agência. Na mesma hora desliguei o celular e corri por todos os bairros que eu sabia que modelos poderiam morar. Mas quando cheguei perto de uma pista concreta já era tarde demais: Thalia já estava em um avião, voltando para Nova York.

Não dei nem tempo de minha mãe voltar para Londres e me achar. Imediatamente refiz minhas malas, chantageei o cara no guichê do aeroporto e consegui minha passagem para a Big Apple.

Eu não iria perder a amizade de Thalia por causa de um garoto! Ou meu nome não é Silena, e eu não sou filha de Afrodite.

— Você acha que isso vai dar certo? — Piper, minha irmã mais nova, pergunta preocupada.

Ela acabara de voltar de viagem também, e todo o meu drama estava impedindo-a de nos contar o que acontecera durante seu ano fora do país. Eu precisava, pelo bem da minha irmãzinha, dar um fim aquilo.

— Confie em mim, irmãzinha: eu vou reconquistar minha amizade. Leve o tempo que levar!

E eu esperava que fosse bem rápido!

 


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Notas finais do capítulo

Beijos, e espero pelos recadinhos!