Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 26
Let's Be Clear


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys! Esqueci de lhes contar capítulo passado: WTN está toda escrita!! Ou seja: não mais hiatus para vocês.
Para facilitar nossa vida, vou deixar todos os capítulos programados, e a fic terá atualização todo sábado, as 14:05, ok?!
Espero que gostem desse capítulo bastante revelador!



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P. O. V Autora:

Liberdade: ele a possuía desde sempre, mas agora teria de batalhar por ela. Tinha-a por enquanto, tempo suficiente para que se montasse o caso, e ambas as partes tivessem o que alegar.

À maior parte não faltavam acusações — a maioria merecida —, mas a ele, só havia uma única chance de provar que era inocente naquilo. Que era vítima também!

— Pode começar! — as mãos delicadas depositam o gravador sobre a mesa.

Era o primeiro contato entre cliente e advogada, uma das melhores do país. Rival da advogada de suas ex-namoradas. Luke pigarreou, tomando coragem para falar.

— Eu sou inocente.

— Isso todos são, até que se prove o contrário! — a advogada o interrompe, como se estivesse contra ele.

— Posso ser culpado pela traição, mas não pelos vídeos. Senhora Arac...

— Chame-me de Eleanor, por favor!

— Eleanor, sou uma figura pública. Ando com modelos, sou filho de um grande empresário. Eu tinha três romances ao mesmo tempo...

— O que não era muito ortodoxo de sua parte... — mais uma vez ela o interrompe, displicentemente.

— Não compreendo: estará lá para ser minha advogada de defesa ou a juíza que me acusará sem sequer me ouvir? — Luke dispara, enfurecido.

Toda aquela situação era uma grande injustiça — com ele e com as garotas. Ele tinha consciência de que era um crápula, mas também sabia que nunca faria tal coisa. Nunca seria tão baixo a esse ponto.

— Continuando, não sou estúpido ao ponto de me expor, mas não duvido nada que muita gente o faria por mim.

— Então, coleciona inimigos, senhor Castellan? — ela pergunta em tom de deboche.

E ele abre um sorriso de escárnio. Se ela soubesse que ser canalha não era a pior coisa que acontecera a Luke...

— Só quando estou sendo um bom rapaz. — ele diz amargo, lembrando-se de um tempo, não muito distante, em que as coisas eram mais... Normais...

São Francisco, aproximadamente 1 ano antes:

Se o cometa Halley não passasse a cada 76 anos em torno da órbita do Sol, uma interação entre Luke e Hermes seria o evento mais raro do planeta, do Sistema Solar, da Via Láctea, ou de todo o universo.

Aquela era uma ocasião rara, mas tudo para não complicar ainda mais a delicada saúde de sua mãe.

— Ok, Luke, preciso que me ajude com esses carregamentos. São entregas especiais e importantes, então gosto de checar pessoalmente, mas tenho que correr para uma reunião. Então meu filho, confio essa tarefa a você! — o pai sorriu, parecendo mais jovem do que era.

Sabia que o intuito do pai era se reaproximar, mas aquilo nunca funcionaria: ele jamais perdoaria o abandono. Nem tinha como perdoar ou esquecer: lá estava o pai, mais uma vez, trocando-o pelo trabalho.

Mas tudo bem: ele faria aquilo o mais rápido possível, e voltaria para casa — por mais que não se desse bem com a mãe também, preferia ficar com ela antes de seguir viagem.

— O que tenho que fazer? — pergunta a contragosto.

— George e Marta são meus especialistas em jóias. Cada caixa precisa ser verificada

— Todas as caixas? — ele estava mais incrédulo do que um ateu — Tudo dentro das caixas?

Seu desespero aumentou: pelo visto não seria tão rápido assim... Como de fato não foi. Dias se passaram naquela inspeção — às vezes Hermes passava o dia com eles, e era quase fácil se lembrar de quando o pai era seu herói —, preso a um casal que parecia recém-casado... Era quase irritante de tão monótono

Até que...

— Hum... — ouviu George murmurar

— O que foi? — pergunta, se aproximando

— Bom, de início pensei que fossem apenas algumas... É normal que isso aconteça, mas a porcentagem nessa caixa é bem maior. — o especialista diz, afastando a lupa.

— A porcentagem de quê? — pergunta, confuso.

— De falsificações. É por isso que checamos os carregamentos: achar pedras falsas antes que cheguem à Nova York. A empresa teve problemas antes e agora fazemos de tudo para evitar novos transtornos e...

Luke nem esperou que Marta terminasse a explicação: correu ao escritório do pai, decidido a informar sobre a descoberta. Agira por impulso, mas graças a isso conseguiram achar os suspeitos: tratava-se de um funcionário do departamento de Tecnologia da Informação — que modificava a data de chegada de certos caminhões, para que ninguém percebesse a fraude — e de um dos técnicos de almoxarifado.

O técnico, responsável pela troca das caixas, foi preso, mas o funcionário do T.I conseguiu fugir, levando consigo parte do contrabando.”

— Interessante narrativa policial, mas em que isso se relaciona com sua atual situação? — a advogada pergunta, impaciente.

— Eu fiquei quase um mês em São Francisco e, naquela época, meu notebook parou de funcionar. Lembro de ficar desesperado: as planilhas sobre os carregamentos estavam ali, assim como as pesquisas para uma matéria que pretendia publicar. Porém, Hermes é um pai legal, embora um tanto negligente, e levou meu notebook para que os técnicos da empresa o diagnosticasse, o que foi bom, pois ele voltou muito bom.

— Mágico, sublime, digno de Harry Potter, mas como isso pode apoiar sua declaração de inocência? — a verdade? Ela não estava ali por acreditar no rapaz, mas sim para tentar vencer Atena: ela merecia uma vingança.

— O técnico que consertou meu notebook, que uso até hoje, é o mesmo técnico de T.I que eu ajudei a denunciar! — o loiro enfim declara.

E pela primeira vez no dia a advogada chegou a sentir menos repulsa por ele. Seu cliente talvez tenha acabado de lhe dar um trunfo que sua rival jamais teria.

— Essa causa é nossa, senhor Castellan!

P. O. V Nico:

Alasca Young fumava para morrer, Thalia Grace fuma por gostar, e eu fumo por Thalia Grace: de algum modo eu precisava focar em algo que não fosse ela, e o cigarro — mesmo sendo algo que ela implantara em minha vida — ajudava um pouco. Muito pouco, mas dava pro gasto.

— Quantos cigarros você contou, Connor? — ouvi uma voz próxima a mim, e só então notei que não estava só.

— Dez, só no período da manhã, Travis!

— Considere este o décimo quinto do dia! — solto a fumaça, virando-me para encará-los.

Dez dias haviam se passado desde que o escândalo Luke-vídeo-Thalia-Silena-Bianca explodiu e, durante todo esse tempo, Travis, Connor e eu estávamos estranhamente afastados... O que era compreensível, já que éramos irmãos mais novos de dois envolvidos, e eu ainda tinha uma melhor amiga/pseudo-namorada para “agravar” a situação.

Mas esse pequeno agravante é, também, uma ótima conselheira...

Depois que tatuei o quarto corvo, Thalia me seqüestrou e me arrastou para seu apartamento — não que eu esteja reclamando, mas ela auto declarou aquele tempo como seqüestro: chegou em meu apartamento, avisou às minhas irmãs que estava me levando e ainda exigiu que preparassem uma mala com roupas e outra com o que quer que eu usasse na faculdade. —, e foi durante uma das noites em que estávamos conversando, que Thalia deixou o pequeno gênio que habita seu corpo sair para um bate-papo.

— Então, sua presença aqui é para assegurar que eu não faça nenhuma besteira? É isso que tem dito por aí? — ela riu, quatro noites atrás, quando lhe disse por que, embora pudesse “fugir”, eu permanecia por ali.

— E fotografá-la nas horas vagas! — cliquei, conseguindo uma bela imagem em preto e branco dela se exercitando na barra de balé.

Era seu amigo desde sempre e nunca saberia o nome de cada passo de balé, assim como não compreenderia o amor de Thalia pela dança. Punks bailarinas não eram fáceis de achar... Ou entender...

— Que tipo de besteira eu poderia fazer? — ela pergunta, já próxima o suficiente para arrancar a câmera de minhas mãos.

— Não sei... Você é imprevisível. — a puxo pela cintura, encaixando-a entre minhas pernas.

Era a mais pura verdade, e Deus sabia o quanto eu a amava por isso

— Ao contrário de você, que é previsível demais para mim! — ela me encara, fixando seus olhos muito azuis em mim — Eu te vi na segunda... Na NYU

— O que foi fazer na faculdade? — pergunto confuso

— Isso. — ela indica a máquina — Voltar a correr atrás de um de nossos projetos... Um longo caminho até alcançá-lo.

Fotografia, desenho... Tínhamos vários projetos juntos quando éramos mais novos, mas quando Thalia começou sua carreira internacional, esses pequenos projetos tomaram diferentes proporções em nossas vidas — uma carreira para mim, uma lembrança para ela.

— Eu estava lá, conversando com Jason, e vi você, concentrado em seu cigarro, longe de seus amigos...

— Não quero que eles se tornem fumantes passivos... Fora que eles não gostam muito do cheiro o cigarro — dou de ombros — Você é a única pessoa que conheço que não se incomoda, até porque é a pessoa que me levou a esse vício...

— Nico, você não voltou para eles, nem depois que terminou de fumar... — ela soava arrasada, como se me contasse da morte de alguém.

— Lia, eu sempre fui um...

— Nem começa esse papo de solitário: você acha que é solitário, mas sempre teve vários amigos a seu lado.

— Eu sempre tive você ao meu lado, Thalia! — a interrompo, segurando seu rosto em minhas mãos.

— Eu nunca fui a única a me preocupar com você, amor! — ela apóia sua mão livre em meu rosto — Posso ser a que mais te ama, e sempre vai amar, mas não a única... E, não importa o resto, ok? Familiares, escândalos... Se não os envolve, está bem; se os envolve, você deve ajudá-los — ela sorri, um sorriso diferente, que eu nunca tinha visto — Assim como você sempre fez comigo.

E, depois de me dar um beijo, ela me expulsa, alegando que nos veríamos em breve.

— Deixe-nos adivinhar: Thalia? — Connor pergunta, tirando-me de meus devaneios.

— Também... — suspiro, tirando os óculos e coçando os olhos — Ela me expulsou de casa.

— Estavam morando juntos? — Travis se espanta.

— Não, mas eu estava lá por um tempo... Depois do vídeo... — vejo suas expressões caírem um pouco, mas continuo — E, antes de me expulsar, ela me fez pensar em algo e ver que ela tá certa.

— Você sempre vai achar que ela tá certa: está apaixonado por ela! — Connor me interrompe

— Apaixonado é pouco. Ele tá é viciado! — Travis emenda

Revirei os olhos. Aqueles caras eram inacreditáveis. Era como participar de Phineas e Ferb.

— Enfim... — tento continuar, e mais uma vez sou interrompido.

— Ele está tão viciado, que precisou dela para se ligar que nunca rompemos a amizade — diz Travis, revirando os olhos.

— Droga de torpor! — Connor murmura

— Droga de Thalia! — seu irmão completa.

— Droga de falta de coragem para assumir o relacionamento.

— Droga de vício! — trago, continuando a fala uníssona.

— Droga de viciado que não atendo o celular quando o vício está ligando — e o sussurro de Thalia me faz engasgar, e leva os irmãos as gargalhadas.

— O que... — pigarreio antes de continuar — O que está fazendo aqui?

— Vim te buscar? — ela diz, como se fosse super normal me buscar na faculdade

— Buscar? Para...?

— O melhor encontro da sua vida! — ela sorri.

Droga de sorriso malicioso.

P. O. V Autora:

Não era apenas a vida de Nico que estava uma droga — embora a dele estivesse assim por pouco tempo —; na noite anterior ao melhor encontro da vida dele, naquela mesma cidade, outras pessoas, que deveriam se encontrar também, tinham uma tensa conversa pelo telefone... Uma conversa que tinha tudo para acabar bem, porém...

— O que aconteceu? Você nunca liga assim, no meio da madrugada... — o homem pergunta ao atender ao telefone, andando pelo corredor. Ele deveria estar na emergência, mas pediu para o acobertarem quando notou quem o telefonava.

Ele poderia ter desligado, mas quando ouviu Stay With Me tocar, imediatamente negligenciou qualquer outro assunto: ela precisava dele.

— Eu sabia que você não estaria em casa essa noite, e não queria que Allegra ouvisse nada... — a mulher suspira angustiada.

— Artie, o que realmente está acontecendo? Você tem estado tão angustiada desde que começou com essa investigação solo. Esse nem é seu trabalho, Ártemis: deixe Zöe e Bianca cuidarem disso!

— Não é tão simples, Apolo! Eu confio nas meninas, sei que elas são ótimas no que fazem, mas... Eu já tentei contar à Zöe o que está acontecendo, e se minha prima duvida de mim, é melhor não arriscar contando aos outros sem ter provas antes.

— Provas? — o médico se apóia contra a porta que acabara de fechar — Provas contra quem, meu amor? Você, por acaso, sabe quem é o suspeito?

Ártemis se calou. Ela tinha dúvidas, suspeitas sobre quem era o suspeito, mas não tinha certeza de que queria falar sobre isso. Apenas sabia que toda vez que um crime ocorria, a pessoa dizia estar fora da cidade... Além de nunca conseguir se esquecer da noite do aniversário de Thalia.

Ela certamente viu um sorriso nas sombras da escada. Até tentou segui-lo, mas Bianca a impediu, alegando que a vítima poderia estar viva e ela talvez pudesse ajudar... A vítima estava respirando ainda, e agora ela se achava mesquinha por pensar tal coisa, mas seria melhor que a mulher já tivesse morrido então: pelo menos, dessa forma, Apolo não estaria metido nessa também!

— Não tenho certeza... É só uma intuição... — ela suspira, abrindo a porta do quarto da filha, checando para ver se a menina estava bem.

Checou também as janelas, despertando a curiosidade do homem do outro lado.

— Não, não sei... É só aquela sensação de estar sendo observada... — ela suspirou, ouvindo o nome de seu mais antigo amigo ser chamado — Vá salvar vidas, Apolo!

— Espere... Eu quero te ver amanhã! Quero ver minha filha também, que resolveu me abandonar...

— Coitadinho... — ela não pôde deixar de rir

— Eu deixo você dirigir de volta pra casa...

— Estarei aí para levarmos Allie para a escola juntos! — ela promete antes de desligar.

E vai até o hospital, pois sempre cumpria com sua palavra.

E tem uma surpresa terrível. Como se precisasse de mais coisas ruins em sua vida.

— Por favor, me diga que isso é um pesadelo! — a filha pede, boquiaberta.

Ah, como Ártemis queria que aquilo fosse seu maior pesadelo... Pois, de qualquer forma, a imagem de Apolo e Laurel se beijando a perseguiria por um bom tempo.

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— Eu não acredito nisso! Realmente não acredito! — nos andares inferiores, era possível ouvir os gritos da ruiva.

— Eu deveria ter contado, eu sei... Sinto muito! — o homem suspira, falando baixo.

— Eu deveria saber... É sempre a mesma coisa, e eu nunca aprendo! — havia lágrimas nos olhos de Ártemis, que se recusava a se sentar.

Durante os 12 anos de relacionamento — fosse lá o que eles tinham mesmo —, Apolo sempre escondia algo dela... Geralmente, sempre escondia um relacionamento... Principalmente quando sabia que ela não aprovaria.

— Com tanta mulher no mundo, tanta puta por aí, você tinha que escolher uma que sobe na ponta dos dedos e não nos saltos?

— Não vamos exagerar... Ela não é uma...

— Qualquer mulher que fala daquele jeito com a minha filha, é nada mais, nada menos que uma puta! Eu não acredito que sucumbi a você, e você estava “compromissado”

— Falou a santa, né?! Não é você que tem um namorado a sei lá quanto tempo, mas que de vez em quando sempre acaba na minha cama? — agora Apolo também já estava alterado, por mais que não quisesse.

Sim, ele estava errado por não ter contado nada. Mas isso não dava a Ártemis o direito de ser hipócrita.

— Isso acabou, Apolo! Assim como nós! — ela sorri amarga — E eu achando que poderia confiar em você!

E Ártemis partiu. Sozinha, como sempre estivera!


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Notas finais do capítulo

Não me odeiem sobre o final... Ou sim, mas me xinguem nos reviews :v
E então: a causa é do Luke, ou não? O que acham? O que vai acontecer agora? No que a nova relação de Apolo poderá interferir?
Contem tudo para mim nos reviews, que eu responderei com prazer