Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 27
Controversy


Notas iniciais do capítulo

Gente, pensei que não ia conseguir postar hoje! Mas, enfim, aqui está o capítulo! Espero que gostem!
E, não posso esquecer: obrigada à todos que comentaram no capítulo passado!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/497772/chapter/27

P. O. V Nico:

Eu me sentia seqüestrado de novo. Thalia dirigia — meu carro, não o dela. Meu pobre Porshe — por caminhos que eu não conhecia, ou não lembrava, e sequer me dizia para onde me levava.

— Não confia em mim? — ela perguntava a cada vez que eu questionava para onde estávamos indo.

Nem me dava ao trabalho de responder. Ela já sabia que eu a considerava imprevisível. E louca, o que se provou verdade quando nos vi em Coney Island. Em. Pleno. Inverno!

Não tinha graça ir ali e não poder ir à Cyclone: aquela montanha russa era minha infância.

— Um parque. Numa ilha. No inverno! Que espécie de melhor encontro é esse? — pergunto, sentindo-me eternamente confuso... E com frio.

— Lembra quando éramos crianças e costumávamos vir para cá? — ela pergunta, saudosa.

Eu lembrava. Devíamos ter uns dez anos, era um verão especialmente quente e entediante, até que Ártemis suspirou pesadamente e reclamou, o que fez Apolo despertar de seu banho de sol — aquele homem amava verão, venderia até a alma para ter verões eternos, nunca vi — e sugerir que saíssemos. Lembro-me muito bem de segurar a pequena Allegra por uma mão, enquanto Thalia a segurava por outra, enquanto íamos comer o tradicional cachorro-quente do Nathan’s Famous. Também lembrava vagamente de uma Ártemis arrastando Jason para os brinquedos e fazendo cócegas nele até que ele risse.

— Vínhamos várias vezes no verão!

— E você me levou ao metrô e me trouxe aqui no dia do enterro da minha mãe! — ela suspira. — Foi a única coisa que me fez parar de chorar e me fez sentir segura.

Eu também me lembrava disso, me lembrava de ter ficado junto a Thalia durante todo o enterro. De tê-la abraçado e me sentido quebrado por vê-la triste, de ter ficado na praia, junto com ela até que escurecesse e fôssemos iluminados pelas luzes do Luna Park.

— E o que nos traz aqui hoje? — pergunto, tentando evitar me lembrar de quando foi ela quem me levou para Coney Island e me fez ver que ainda valia à pena lutar, mesmo que minha mãe não estivesse mais ali para me ver vencer batalhas e guerras.

O dia estava cedendo seu lugar à noite. Mesmo sendo inverno, logo as luzes dos parques se acenderiam, ofuscando o belo crepúsculo — o tom de azul que o céu atingia era similar ao dos olhos de Thalia.

— Eu poderia dizer que viemos lembrar de velhos tempos, o que não deixa de ser verdade, também poderia dizer que é o nosso encontro como amigos, mas ambos sabemos que somos mais que isso há bastante tempo. — ela pausa, e se vira para encarar a roda gigante — E eu te amo um pouco de mais para não ser sincera.

— Então, finalmente vamos ter a conversa... — respiro fundo, sentando em um banco úmido qualquer.

— Fiquei dos meus 14 aos 19 anos indo e vindo. Ia por não suportar o faz de conta dos Grace, voltava por que Nova York era sinal de Nico di Angelo; e eu não suportava não te ter.

— Aí você foi embora. — sussurro, vendo nossa respiração condensando. Era um assunto que eu preferia evitar, mas que era impossível não citar no momento.

— E foi o maior erro que cometi. Eu achei que acabaria com você se ficasse, mas acabei com nós dois ao partir. Pensei que te deixaria livre, sem ficar se perguntando se podia ou não se divertir sem se preocupar se iria ferir meus sentimentos, e quem os feriu foi eu: primeiro me afastando de você, depois procurando em outros o que só você tem, e então achando que Luke era o príncipe encantado no conversível prateado. — confesso que rimos com isso, o que foi bom: eu sentia que ela estava prestes a chorar.

— Você não foi a única a ter relacionamentos nesse meio tempo. — a informo.

Ela bufa, chutando pedrinhas aleatórias no piso de madeira do píer em que estávamos. Estava tão pálida que seu rosto parecia uma mancha branca numa tela preta, com dois pingos de azul e salpicos de vermelho.

— Naquele dia, quando pedi que fosse para sua casa, eu estava tentando reunir coragem, sabe? — ela confessa

— Ah, sei... Venho tentando isso desde os 14 anos, quando você me arrastou para o seu quarto e disse algo como “quero um presente de despedida”, e nenhum de nós sabia muito bem o que fazer... — sorri com a lembrança de nossa primeira vez, e ergui meus olhos para os seus.

Seu rosto estava ainda mais corado — se era de frio ou de vergonha, eu não sei —, destacando as sardas que ali existiam. Thalia fora ali se expor para mim, estava literalmente de cara limpa, nem mesmo seus companheiros rímel e delineador estavam presentes e o efeito era incrível. Seus olhos estavam mais impactantes que nunca.

— Por que você tem que ser tão... — começo a gesticular como um louco, tentando encontrar o adjetivo certo para defini-la, e não obtendo sucesso em minha busca. — Droga de olhos azuis! — bufei exasperado, levantando num rompante e puxando-a para mim.

Sabe quando se sente que tudo está diferente, mas você não se sente assustado com isso? Você apenas respira fundo e segue? Pois bem, era o que acontecia naquele beijo: os lábios dela estavam mais macios e calmos, como se soubessem que não precisavam de pressa para mais nada, mas continuavam intensos, despertando sentimentos como uma criança estoura bolhas de sabão. Pela primeira vez não senti urgência em tomá-la, pois sabia que agora Thalia era minha.

— Devíamos ter feito isso há muito tempo! — ela comenta, ficando na ponta dos pés, se segurando em minha nuca.

— Não posso concordar mais! — rio, inclinando-me sobre ela, apertando sua cintura, tentando nos aproximar ainda mais.

— E o que a gente faz agora? — ela pergunta, afastando o rosto — Não me lembro de ter alguma experiência no ramo dos namoros... Pelo menos, não boas experiências...

— Namoro? Hum... — me faço de inocente, tentando esconder o sorriso bobo que tenta tomar meus lábios — Engraçado, não me lembro de ouvir um pedido... — a solto de meus braços, apoiando um sobre seus ombros antes de iniciarmos uma caminhada.

Estava frio demais naquele início de noite, e existiam lugares melhores para se ficar do que um parque vazio.

— O que você quer? Que eu te peça de joelhos? Que eu peça autorização ao seu pai? — ela ironiza — “Senhor di Angelo, posso ter a honra de namorar seu filho?”

— Não, não precisa pedir pro meu pai... A não ser que queria me tornar seu marido... — olho de soslaio para ela, que não desvia o olhar.

— Estou pensando seriamente nisso... — ela responde séria, escondendo o rosto em meu peito logo em seguida, quando uma rajada de vento passa por nós.

— Mas, se quiser ficar de joelho e fazer outras coisas... — digo sugestivamente.

— Nico! — ela grita, me dando um tapa no peito — Você tem que me respeitar, mimar e amar, ok? Sou sua namorada.

Eu tive vontade de rir de sua pose autoritária. Ela sabia todo o poder que exercia sobre mim, como um ímã que me atraía, e fazia questão de jogar isso na minha cara.

E eu, doentiamente, adorava isso.

— Não acho que tenha como eu te amar mais do que já amo, Thalia! — sussurrei em seu ouvido.

— Sempre vou querer te amar mais que o possível!

P. O. V Autora:

Ah, o amor. Quando puro, engrandece as almas, e nada é mais puro do que o amor de um pai pelo filho — ou filha, no caso.

O amor que Apolo sente por Allegra é transcendental, ultrapassa todos os limites da normalidade, e o leva a fazer qualquer coisa para ver sua filha feliz... Pelo menos, o levava.

— Por que não posso ir pra lá? Eu não quero ir a esse encontro com você! — a filha grita, sentada no sofá, vendo o pai andar de um lado para o outro da sala

— Você não vai porque eu não quero! — ele responde no mesmo tom; estava impaciente como nunca antes — Quero que volte ao seu quarto e se arrume, porque você vai comigo encontrar a Laurel e o Will.

— Laurel? Will? — a garota solta uma risada de escárnio — Está tão sério que já chama à senhorita Solace pelo nome e já leva o filho dela para jantarem juntos? Melhor tomar cuidado, viu? Ele pode achar que você está dando em cima dele, e não da mãe... O que seria uma situação mil vezes melhor

— Allegra, ele é uma criança! — o pai diz, soando mais racional.

— 14 anos não é mais criança! E eu não vou a esse encontro estúpido com minha bruxofessora de balé e o filhinho mimado dela. — ela cruza os braços, desviando o olhar do pai.

— Se não for, nunca mais deixarei que vá para a casa de Ártemis! — ele ameaça, completamente vermelho de raiva.

Parecia que estava de volta no tempo, quando o pai furioso era o seu e a filha malcriada era Thalia. A diferença era que ninguém nunca mimara sua irmã, como ele sempre mimou a filha.

— Faça isso, Apolo! — sentiu uma pontada de dor quando Allegra não o chamou de papai. Ela nunca o chamara de outra coisa — Faça isso e eu aproveito que Atena está aqui e peço à Ártemis para entrar com um processo de guarda.

— Ela não pode fazer isso: eu sou seu pai!

— E deixou que ela se tornasse minha mãe adotiva. Foi idéia sua ter o nome dela na minha certidão de nascimento — agora ela o encarava de pé, tão furiosa quanto ele — Você não pode me obrigar a ficar longe dela, nem pode me obrigar a ir nesse jantar.

— Allegra Grace, eu sou seu...

— Pai, é, você é! Mas não é meu dono! — ela lhe dá as costas, batendo a porta do quarto depois de entrar.

Apolo suspira, jogando-se no sofá. Podia ouvir dali os soluços de Allegra e quase conseguia ouvir Atena o criticando mentalmente do escritório. E não havia nada que ele pudesse fazer, além de se culpar.

Nunca deveria ter escondido da filha, ou de qualquer um, o recente relacionamento em que estava. Começara a sair com Laurel Solace depois de uma reunião dos conselheiros e docentes da Loyola, mais ou menos uma semana antes do escândalo sobre o vídeo. Acabara ficando tão preocupado com a questão, que nem se dera ao trabalho de contar — além de ter ficado toldado pelos beijos de Ártemis, que sempre exerceria um magnetismo superior sobre ele. No entanto, poucos dias depois, quando teve que conversar com Laurel a respeito da conduta de Allie em relação ao balé, e a filha a melhor amiga os viram juntos na entrada do hospital, o mundo tornou a desabar: Ártemis não falava mais com ele, e Allie o odiava tanto que, para trazê-la de volta para casa, foi preciso esperar que ela dormisse — e, quando acordou, o xingou de todos os nomes possíveis em inglês e em italiano.

— Satisfeito agora, primo? — Atena retruca, passando por ele para atender à porta. Ele estava tão distraído, que nem reparara na campainha tocando — Ah, minha possível futura cliente. Entre, vou voltar para o escritório e por alguma coisa para tocar bem alto, caso resolvam se matar ou fazer sexo selvagem de reconciliação.

E, ignorando a fala de Atena, Apolo focou seu olhar em Ártemis. Era tranqüilizante vê-la, mesmo agora que estavam brigados — ela dissera que fora errado tê-la beijado quando ele estava com alguém, e ele a chamara de hipócrita, pois era ela quem namorava o mesmo cara há algum tempo e, de vez em quando, se esgueirava para a cama dele.

— Onde está minha filha? — a ruiva pergunta, encarando-o com os braços cruzados.

— Bom te ver também, Ártemis! Estou bem, obrigado por perguntar. — ele resmunga, sarcasticamente.

— Se quer alguém que se preocupe com você, chame sua namorada: minha única preocupação é com Allegra!

— Com ciúmes, minha querida?!

— Não sou mais sua querida! — ela resmunga, e jamais esteve mais errada.

— Você sempre vai ser minha querida! — ele declara, fixando seus olhos azuis nela.

— Qual é a sua, Apolo? Quando vai crescer e encarar as coisas? Quando vai perder o medo? — havia cautela e provocação em sua voz.

— Medo? Do que eu teria medo? É você quem namora um cara que não ama. É você quem me procura quando ele não a satisfaz ou a aborrece. Por que você não perde o medo de seus sentimentos e não se entrega? — ele grita exasperado.

— Porque o cara que eu amo é um frouxo e tem medo de si próprio. Vive preso ao medo de não ser suficiente e acaba ficando com qualquer vagabunda. — ela devolve no mesmo tom.

— Não fale mal da Laurel, ela...

— Ela é uma vadia torturadora! Você reparou o quão magra sua filha está? Ou o quão estressada ela anda? Você sabia que ela ensaia da hora que a aula acaba até cair de cansaço tarde da noite? Que tem faltado às aulas de italiano e que até o Nico tá preocupado com ela? É claro que você não sabe. Você não tem sido um bom pai, sequer tem sido meio pai. Tudo o que te preocupa agora é foder aquela loira esquelética que tortura psicologicamente a sua filha, e a está transformando em... — e o discurso encolerizado de Ártemis é interrompido pelo som de vidro se partindo.

A música que Atena ouvia é desligada e ela sai de dentro do escritório, preocupada com a possibilidade de a briga ter tomado um rumo desnecessário, mas, ao encontrar a sala intacta e os dois perplexos, virou-se para o único outro cômodo que tinha gente.

O cômodo cuja janela estava emperrada e Apolo se esquecera de chamar alguém para consertar...

— Allie?!

P. O. V Thalia:

O paraíso era os olhos de Nico, disso eu sempre soube. Mas jamais me cansaria de padecer em seus braços, ou do quão carinhoso aquele italiano podia ser.

— Caramba, se eu soubesse que tudo ficaria melhor, eu jamais teria demorado tanto para me declarar. — suspiro, deitada sobre ele, ouvindo as batidas de seu coração.

Seu ritmo ainda era minha melodia favorita.

— Eu amo você, sua boba! — ele ri, acariciando a pele nua de minhas costas, me deixando arrepiada.

— Como disse seu amigo, não sou boba. — ergo-me minimante, apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos.

— Ah, não? Então é o que? — ele sorri, girando na cama, e me encarando de cima.

Era adorável ver um sorriso sincero em seu rosto, tão sincero que formava pequenas rugas no canto de seus olhos. E era melhor ainda saber que era eu a responsável por tal felicidade.

— Sua! — respondo algo totalmente do que em tinha em mente, mas sem deixar de ser verdade.

E Nico estava prestes a me dizer algo, ou prestes a me beijar, quando meu celular começou a tocar, insistentemente, Smells Like a Teen Spirit.

O que Apolo queria àquela hora?

— O que...

— Thalia, Allegra está com você? — meu irmão pergunta, com desespero na voz, antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

— Não! — respondo cautelosa, empurrando um Nico preocupado para o lado

— Por acaso está com Nico? Queria saber se ela está com ele... Às vezes ele a leva ao cine...

— Apolo, Nico está aqui! — o interrompo — O que está acontecendo?

Ouço meu irmão inspirar profundamente, o que só aumenta minha preocupação. Apolo estava chorando, ou eu estava louca?

— Allie sumiu, Thalia! Ela... Ela fugiu de casa.

Senti o celular escorregar de minha mão, minhas pernas se mexendo e me levando para o closet. Não ouvi Nico no telefone, tentando acalmar meu irmão ou fazer qualquer coisa, e mal o vi se vestir e se aproximar de mim.

Amore? — havia muita cautela e preocupação naquela única palavra.

— Eu tenho que achá-la, Nico! Antes que... — não conseguia falar, nem pensar na possibilidade.

Apenas me lembrava: fugir de casa, correr pelas ruas de Nova York, a ponte...

— Ela não vai fazer isso, amore! — Nico segura meu rosto em suas mãos — Olhe para mim, Thalia: Allegra não vai tentar se matar, ok?

E eu queria, desesperadamente, acreditar nele.

— Nós vamos achá-la, meu amor! — Nico me abraça, apoiando seu queixo no topo de minha cabeça — Vamos achá-la.

Prendi-me a sua promessa, desejando torná-la real.

P. O. V Autora:

Ele não tinha disposição, nem vontade, de encará-la agora. Nunca deveria ter tido, e agora arcava com as conseqüências.

— Não vai... Como assim não vai ficar? — a mulher pergunta.

Tivera a infelicidade de encontrá-la na rua, quando na verdade queria ter encontrado a filha.

— Laurel, minha filha fugiu de casa. — ele evitou dizer que fora por causa dela, pois seria mentira: fora ele quem mentira para Allie — Tenho que achá-la.

— Ela só deve estar querendo chamar a atenção. Você a mimou demais, querido. — Laurel resmunga com desdém.

Agora Apolo entendia porque Ártemis odiava quando ela estava nervosa e ele a chamava de querida.

— Ela pode chamar toda a atenção que quiser, ela é minha filha — ele dá de ombros — Mas... Não me chame mais!

E se afasta, voltando à sua busca solitária. Perdera a conta de quantas vezes tentou ligar para a casa do pai, querendo saber se a filha estava lá, mas ninguém atendia. O desespero apenas crescia em seu peito.

— Senhor Grace!! — ouviu o grito e passos em sua direção, e quando se virou, levou um susto ao notar de quem se tratava — É verdade? A Allie fugiu mesmo?

— Sim, Will! — respondeu, tentando manter a calma.

— Eu sabia que aquela vadia faria algo assim! — o garoto resmunga, chutando o chão.

— Não fale assim da minha filha! — o médico diz, ofendido.

— Não estou falando dela. Se estivesse, a chamaria de algo melhor ou pior, dependendo do dia! — Will faz um gesto de desdém. — Estou falando da minha “mãe”.

— Por que as aspas?

— Ela é minha madrasta, na verdade. Mas me criou desde sempre, e me habituei a chamá-la de mãe, mas jamais vou me habituar com o dom dela de destruir lares. Já procurou a Allie no estúdio de balé?

— Já, mas não havia ninguém lá. — ele suspira — Então, Laurel é uma destruidora de lares?

— Do pior tipo, sabe? — o menino suspira, virando para checar um beco — Me sinto culpado.

— Pelo que? — Apolo questiona, preocupado e confuso.

Ele era pai e pediatra. Ele sempre se preocuparia com crianças. Fosse a dele, fosse as alheias.

— Eu deveria proteger minha parceira, principalmente por ela ser mais nova, mas tudo o que fiz foi implicar com ela... Mas eu estava com tanta inveja... — Will suspira, amargurado.

— Inveja de que, menino? — agora as sobrancelhas de Apolo estavam erguidas ao máximo.

Quem imaginaria que o parceiro de dança de sua filha o distrairia de sua aflição

— Da felicidade dela! — o garoto responde, exasperado — Ela sempre falou com tanto carinho do senhor e da mãe, e eu queria isso. Laurel... Ela é legal, mas nunca carinhosa. Exigente, apenas... Meu pai não era assim.

— O que aconteceu com ele? — agora a curiosidade o movia.

— Morreu de arrependimento. Assim como muitos outros que tiveram a infelicidade de cruzar o caminho de Laurel.

Apolo é salvo de ter que responder àquela declaração graças ao celular, que começa a tocar de maneira estridente.

— Alô? — aquela altura do campeonato, sua cautela estava o levando à loucura.

— Achamos a Allegra, Apolo! — a voz de Thalia o recebe, acalmando-o instantaneamente.

— Como ela está? Passa o telefone para...

— Ela ta bem! Estamos a levando para a casa da Artie!

— Mas... Não! Leve-a para casa. A nossa casa!

Silêncio. Suspiro — ao fundo, a voz embargada da filha e a voz de Nico, tentando acalmá-la.

— Ela não quer ir pra casa, irmão! — Thalia suspira — Nunca mais!

E, se arrependimento de fato matasse, ele estava morrendo naquele exato momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Allegra Grace: à prova de imitações! Podem tentar, mas nunca serão como ela.
E então? O que acharam do capítulo?
Sabe, seria muito legal se todos que lessem comentassem, porque ficar postando pro nada é um saco e eu não quero ser daquelas autoras que impõe um número de comentário, mas não posso negar: agora entendo porque elas fazem isso.
Sério gente, eu to ficando chateada: como vocês têm tempo pra ler, mas não têm para comentar um simples gostei? A mão não cai, ok? Eu escrevi essa história manuscrita e digitei tudo e ainda tenho as duas mãos para postar aqui e em outras.
Espero que entendam... E eu não quis ser rude, apenas mostrar meu ponto de vista de autora.
Beijoos!