Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 12
The Mixture Hits You Hard


Notas iniciais do capítulo

Por um momento pensei que não conseguiria postar hoje, mas eis aqui o capítulo de aniversário da Thalia. Aliás, feliz Thalianiversário para vocês!!
Agradecimentos à Ping Pong Blue, Amanda Di Angelo, FerTempH, Sophie, Marih Yoshida, Mylla Thompson, Victoire, tetegs12, Felipe "Fe" "São" Valentim, Roberta Costa e Dama das Cores pelos reviews no capítulo passado.
Espero que gostem desse aqui, cujo uma parte do fim foi inspirada na música One For The Road, do Arctic Monkeys.



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P. O. V Thalia:

Uma coisa que eu não sentia falta era da Semana Literária da Loyola School: a bendita só ocorria em janeiro, mas a correria começava um mês antes e acabava coincidindo com a dos Espetáculos de Natal. Era uma loucura total, que não poupava ninguém!

– Espero que não estejam participando da programação de Natal também... – comentei, revendo os esboços de Hazel. Mais me encantava do que achava falhas.

– Hazel é a figurinista oficial dos espetáculos! Pelo menos será até o próximo verão! – Allie comenta.

E pensar que conheci Hazel quando a mesma era pequena; agora ela era uma das mais novas a se formar, e já tinha uma brilhante carreira pela frente – literalmente: design de jóias da Di Angelo’s.

Ficamos mais um tempo estudando os figurinos, decidindo qual tecido era o mais adequado e vendo se concordavam com o espetáculo a ser feito: um esquete musical, uma apresentação de dança etc; mas fomos interrompidas pelo toque de dois celulares. Não ouvi nenhuma das conversas – que foram rápidas e intensas –, mas as duas voltaram suspirando para a mesa.

– Bianca está uma fera, pois acabou de sair do Departamento e está em pé, do lado de fora do apartamento. Nico e eu nos esquecemos de lhe dar uma cópia da chave! – Hazel suspira, juntando suas coisas – Preciso correr, pessoal! Até mais!

Olho para Allie, que parecia mais decepcionada que nunca!

– O que foi? – pergunto, preocupada.

– Papai foi chamado para uma cirurgia de emergência, e tia Ártemis foi convocada para um caso especial na NYPD. – ela suspira

Seu olhar era tão triste, que senti algo desmoronar em meu peito. Não podia deixá-la assim: ela teria que ir para a casa de Jason ou para a casa de Zeus. Nenhum dos dois era legal como eu!

– Acho que tenho alguns presentes para você! Mas não tenho certeza... Se alguém me ajudasse a procurar... – ela sorriu e eu me vi correspondendo.

Poucos minutos depois, estávamos de volta ao meu apartamento. O corredor que me levava da porta do prédio até a porta que dava direto na sala do apartamento estava escuro, e foi por pouco que consegui abrir a bendita.

– Enfim, luz! – suspirei quando acendi a luz.

E quase tive um ataque cardíaco quando um grupo apareceu em minha visão, soltando um forte grito de surpresa.

P. O. V Autora:

Os irmãos tiraram uma foto da cara surpresa de Thalia, que só balbuciava enquanto todos cantavam parabéns. Sua sobrinha ria, deliciada, ao seu lado.

– Como... Como... – ela gaguejava, vendo seu estúdio totalmente decorado.

– Annabeth! – Apolo respondeu, abraçando-a e girando-a.

– Vai me dizer que sua mentezinha do mal não está por trás disso... – ela ergue uma sobrancelha para ele.

– Sabe como gosto de surpresas... – ele dá de ombros, como quem não quer nada.

– Você é incrível, Apolo! – ela o abraçou, para logo em seguida dar-lhe um tapa, quando o mesmo sussurrou, com convicção, de que sabia disso.

Abraços rolaram, e Thalia sentiu como se nunca tivesse deixado-os para trás: Annabeth e Percy, Bianca e Ártemis, Hazel, Jason... Mas nenhum desses abraços importou – nem mesmo o de Allegra, que sempre lhe traziam alegria e esperança – tanto quanto o do rapaz de barba cerrada e cabelos ligeiramente curtos. Quando se viram pela última vez, ele ainda tinha vastos cabelos negros e com leves cachos nas pontas; ela amava passar horas acariciando aqueles cabelos, e mal reparara, desde que voltara a cidade, como ele havia mudado.

Não era o que chamavam de rato de academia, mas tinha o porte saudável e era bem alto para um europeu legitimo – os anos passariam, mas Nico jamais perderia seu sotaque adorável –, os cabelos foram cortados radicalmente, mas ainda parecia tão sedosos quanto antes; os lábios, ela sabia bem, estavam piores que antes! Perguntava-se como conseguira sair de casa, quando os tinha só para si: um sorriso dele, uma palavra em italiano, um beijo e ela já não se lembrava de dor alguma.

Buon Compleano, Thalia! – ele sussurrou em seu ouvido, erguendo ligeiramente seus pés do chão e a levando para trás do balcão da cozinha.

Que ninguém mais esperasse atenção de Thalia: desde que eram crianças, quando os dois estavam juntos, o resto do mundo parecia desaparecer. Ela nem notara que o apartamento fora mobiliado.

– Confesse que sabia disso!

– Não sabia mesmo! Só soube de tarde, quando Hazel me ligou!

– Sabia que aquelas duas não estariam juntas a toa! – ela ri – Embora eu confesse: se não fosse por elas e pelo Percy, nunca teríamos nos conhecido.

Há 11 anos, Percy e Thalia eram melhores amigos, embora freqüentassem séries diferentes na escola. No dia do aniversário de um ano de Allegra, Apolo pediu que Thalia e Jason chamassem seus amiguinhos de escola, e Percy perguntou se podia levar os primos que vieram da Itália: foi a primeira vez que ela e Nico se viram, e passaram horas conversando sobre algo que nem mesmo eles se lembram.

– Só espero que no dia do casamento, eu seja o padrinho! – Apolo grita da sala, onde dividia uma poltrona com Ártemis

– Eles eram uma gracinha quando crianças, correndo pelo seu apartamento e quebrando as cafonices que suas namoradas lhe davam! – a ruiva suspira, pendurando as pernas no colo do amigo: um convite claro para uma massagem nos pés. – Quando casarem, Thalia vai precisar de duas madrinhas, ou seja, Annabeth e eu!

– Eles falam de nós como se não fossem iguais! – Nico resmunga

– Aposto que eles se casam antes de nós! – Thalia barganha

– Aposto que vão continuar nesse chove e não molha por mais tempo!

– Se eu ganhar, vai ter que me levar para sua casa de Veneza! – e sem dar tempo de resposta, Thalia lhe dá um selinho antes de voltar para sala, e puxar as meninas para um canto.

Para Nico sobrou apenas a companhia de Percy e Jason, e te de aturar os dois desenterrando lembranças de outros aniversários de Thalia onde, bem... Digamos que Nico era o presente! Usado várias vezes, por assim dizer.

Durante todo o tempo, os melhores amigos trocavam olhares, e Thalia tinha aquele sorrisinho que prometia encrencas; e Nico tinha vontade de expulsar todos daquele apartamento, para que pudesse se jogar em todas as encrencas que Thalia Grace prometia sem sequer pronunciar uma palavra

– Dá quase pra ver os dois na cama, de tanto que se encaram! – Bianca comenta, sorrindo maliciosamente.

– Todos sabemos que isso acontecerá no momento que forem deixados a sós! O que dizer sobre aqueles dois? – Allegra aponta para a poltrona, onde Apolo e Ártemis estavam enroscados, conversando como se apenas os dois habitassem o mundo – Por que eles não podem ser como meus bonecos, onde eu seguro a cabeça dos dois para se beijarem?

– Dê tempo ao tempo: quem sabe um dia eles, enfim, não fiquem juntos? – Hazel tenta acalmar a nova amiga – Siga meu exemplo: estou dando um tempo para que Nico fique tranqüilo, assim ele vai parar de implicar com o Fran... Ai deuses, meu encontro!! – e despertando rapidamente de seu esquecimento, Hazel sai correndo do apartamento, gritando um “feliz aniversário” para Thalia, e um “não enche” para Nico.

– Pra onde a Rainha dos Diamantes estava indo com tanta pressa? – Nico pergunta, confuso, à Bianca.

– Para um encontro com Frank! – a irmã mais velha sorri – Por que pelo menos as mulheres dessa família tomam atitudes.

– Depois dizem que eu sou o lerdo da situação! – Percy se manifesta, abraçando sua namorada – Mas até mesmo tomei uma atitude!

– Eita, tio! Tá ficando feio pro seu lado! – Allegra ri, se afastando dos mais velhos.

Thalia apenas sorria maliciosamente, frente ao constrangimento de Nico, que se preparava para revidar os comentários dos amigos, quando um estrondo se faz ouvir e todas as luzes do prédio se apagam.

– Diga que isso foi idéia de alguém! E que eu vou ganhar mais uma surpresa, de preferência com dançarinos como os de Magic Mike! – Thalia murmura, esperançosa.

– Assim, ninguém tinha pensado nisso, mas acho que o Nico não se incomodaria de realizar sua fantasia! – Percy comenta, levando dois tapas: um de Annabeth, que se divertia com a situação, e outro de Nico, que pensava se seus tios chorariam muito se perdessem o primogênito.

– Assim, galera, acho que é bem sério: a rua toda ta escura! – Jason comenta, tentando enxergar algo através da janela.

– Annie, quando pensou em redecorar o local, você adicionou lanternas a lista do que comprar?

– Muitas não, mas acho que comprei pelo menos duas... Pra quando você quisesse desenhar de madrugada e estivesse com muita preguiça de acender as luzes. Vou buscá-las! – a loira responde, dando a mão ao namorado e se afastando.

– E eu vou ligar para Zöe, ver se ela sabe o que está acontecendo... – Bianca também se afasta, e mais uma vez Thalia e Nico estão a sós.

O italiano puxa a garota para seus braços, e ela suspira: o que fizera ao destino, para que ele a impedisse de tentar ser feliz? Primeiro perdia o namorado e a amiga no mesmo dia, depois sofria um acidente doméstico graças a seu estado bêbado, e agora sua reunião surpresa foi pro espaço, graças a algum problema na rede elétrica.

Só lhe restava de certo o italiano que a abraçava, e nada dizia sobre nada.

– Estava pensando: agora que o apartamento foi redecorado... O que acha de... – então é a vez dela ser interrompida, mas dessa vez por algo bem pior do que um transformador explodindo.

Uma série de disparos se faz ouvir, e a sensação de caos toma conta de todos ali: Bianca, já acostumada com tal som, afasta Jason da janela e o joga contra o chão; Nico e Thalia se abaixam ao mesmo tempo, e de longe conseguem ver as luzes das lanternas chacoalhando, enquanto Annabeth e Percy correm de volta a sala. Também conseguem ver o momento em que Ártemis puxa Allegra para seus braços e Apolo abraça às duas.

E então, tudo acaba da mesma forma rápida com que começara: os tiros cessam, a luz volta subitamente e uma correria se faz ouvir na escada, antes de um grito ensurdecedor chegar até eles.

– Ninguém sai do apartamento: Ártemis e eu vamos descer para ver o que está acontecendo! – Bianca ordena, antes que qualquer um conseguisse se mexer ali.

P. O. V Thalia:

– Seu irmão disse que isso vai acalmá-la! – Nico me entrega uma xícara fumegante do que supus ser chá.

Há mais de uma hora que apenas eu e ele estávamos a sós em seu apartamento, desde que Bianca e Ártemis desceram e se depararam com o cadáver de uma mulher no andar abaixo de meu apartamento. Imediatamente, mandaram todos irem para casa, mas como a minha casa estava numa cena de crime, eu tinha que ir para outro lugar.

Jason ofereceu seu apartamento, assim como Apolo ofereceu o seu – o que até seria bom, já que ele precisaria que alguém ficasse com Allegra, enquanto ele servia de legista honorário da NYPD –, até mesmo Percy e Annabeth perguntaram se eu queria ir com eles; todos convidaram sabendo que seria em vão: eu estava agora na sala de Nico, usando um de seus casacos de moletom, em algum estado de choque.

– Você vai congelar se não levantar desse chão! – ouço-o resmungar, para logo em seguida se sentar de frente para mim, apoiando um pé de cada lado de meu quadril.

– Você ligou para Hazel? Como ela está? – eu ficara preocupada com ela, já que havia saído minutos antes da confusão rolar.

– Ela está bem! Está com o Frank, e ele vai levá-la para a casa de Hades depois: passaríamos o Natal lá, então isso não é problema! – ele dá de ombros, como se não fosse nada – Como você está?

Fito seus olhos, e vejo neles a mesma preocupação que sua voz demonstra. Até mesmo sua postura me lembrava preocupação, graças à forma como sentara, como se fosse me proteger com seu próprio corpo. Como eu podia tentar guardar segredos, frente a tamanha consideração?

– Eu estou péssima! Não sei nem por onde começar! – e antes que eu pudesse evitar, lágrimas rolavam por meu rosto.

– Comece pelo começo, e me dê isso aqui! – ele toma a xícara de minhas mãos – Chás nunca fizeram muito efeito quando o assunto é você! – resmunga se afastando, e voltando com uma garrafa de Gold Label. – Agora sim, acho que ficaremos calmos.

Sorri em meio às lágrimas, aceitando de bom grado a garra de uísque. Tomei um gole antes de lhe contar tudo o que ocorrera nos últimos anos, principalmente no último mês. E ele nada falava, apenas me ouvia e secava as lágrimas que teimavam em cair; e claro, sorriu em todas as vezes que pedi desculpas por tê-lo afastado de minha vida.

– Não vou dizer que não fiquei chateado quando você partiu e nunca mais deu notícias, mas você bem que podia ter evitado ficar bêbada por causa desse cara... – ele ri, tomando a garra de minhas mãos e sorvendo do líquido também.

– Você me deu uma garrafa de uísque, para que eu lhe contasse tudo o que aconteceu, e agora briga comigo porque eu fiquei bêbada na festa de Não-Sei-Quem-Das-Contas Still?

– Stoll! – ele me corrige

– Tanto faz! – estresso-me – Ao menos comprou um presente de aniversário, para me alegrar?

Ele sorve um longo gole, olhando para o nada, antes de se virar para mim e puxar-me de encontro a seu corpo. Só então percebo que ele vestia a calça do moletom, enquanto eu ficara com o casaco do conjunto.

– Eu estava pensando em estrear sua cama nova, mas acho que vai ter que se contentar com a minha!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Contem-me pelos comentários!
Beijos para todos! Que todas as meninas achem um Nico desses e que os meninos ganhem Thalias de presente também! Feliz Natal pra vocês!!