Worse Than Nicotine escrita por Dama do Poente


Capítulo 11
Drowning In Blue


Notas iniciais do capítulo

Depois do baque de ontem, que vários leitores Thalico sofreram, trago-lhes um capítulo que, espero, melhore os ânimos de todos!
Obrigada à Amanda Di Angelo, Marih Yoshida, Mylla Thompson, Carolina Rondelli, Ping Pong Blue, Felipe "Saint" Valentim (sorry, migs, não resisti hehe), Dama das Cores (ELA VOLTOU!! UM CORO DE ALELUIA IRMÃOS. VÊ SE NÃO SOME) e FerTempH.
O capítulo de hoje tem música ^~^ Todo mundo ouvindo Addicted To You do gatão do Avicii!!



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P. O. V Autora:

Não houve muito tempo para formalidades quando a porta, enfim foi aberta e logo em seguida fechada a chutes. Também não houve tempo para subir as escadas e chegar ao quarto.

— Um estúdio! Por que não me surpreendo? – sua voz estava pesada, embora não soubesse se era culpa da bebida ou dela.

Got me hypnotized I'm getting high on the perfume (Me hipnotizou e estou ficando chapado pelo perfume)

— Shh! – sussurros, para ela, eram verdadeiros desperdícios. Ele poderia usar aqueles lábios perfeitos para beijá-la por inteiro.

É fato que todo mundo tem seu parceiro de aventura, aquele que te acompanha em coisas novas: corridas de bicicleta quando criança, escalar árvores, fumar, seu primeiro beijo, sua primeira noite...

Não era preciso formalidades nessa hora: ele conhecia cada curva do corpo dela, e ela adorava a sensação que as mãos e os lábios do italiano lhe causavam; mas cada vez que isso acontecia, parecia ser melhor que a outra, mais intensa que a primeira, e ainda assim, tendo algo em comum.

Mesmo agora, quando ele arrancava seu ear cuff com os dentes, sussurrando em seu ouvido, provando ser mais experiente do que era aos 14 anos; abrindo seu vestido e deslizando, deixando a mostra a lingerie preta.

— Algumas coisas nunca mudam, não é, piccola? – ela escuta o som de sua risada rouca, pronunciando seu antigo apelido, mas mal presta atenção: era impossível prestar atenção em qualquer outra coisa, que não fosse a mão dele sobre seu sutiã de renda. – Isso conta como aquele encontro que você pediu na academia?

— Não, Nico. – ela se vira para ele, dando-lhe uma visão privilegiada de seu corpo – Ainda não relembramos os velhos tempos! – sua voz era o cúmulo da inocência, como se ela ainda permanecesse assim.

— Por enquanto!

P. O. V Nico:

Um misto de sentimentos e sensações era o que eu tinha para o café da manhã, enquanto eu via Thalia dormir nua ao meu lado. Não era a primeira vez, e eu duvidava muito que fosse ser a última, mas havia algo errado nessa vez.

Havia algo de errado com ela.

— Vamos lá, eu sei que você está acordada, sua preguiçosa! E eu realmente adoraria ir para um lugar mais confortável que esse chão! – vesti minha cueca e procurei por minha calça, pegando o isqueiro e o maço de cigarros assim que a encontrei.

Ah, a tranqüilidade que a nicotina pode proporcionar depois de uma noite com Thalia Grace, em uma manhã de dezembro qualquer. Seria mais intensa se não competisse com os lábios de Thalia, beijando meu pescoço.

I let down my guard (Eu baixei minha guarda)

— O que há de errado? Conheço-a bem demais para que você ache que pode fingir que não tem nada de errado! – levo sua mão aos meus lábios, e noto o anel que usava.

Uma rosa negra, a marca registrada de Beryl Grace! O anel de Beryl!

— Tem algo a ver com sua mãe?

— Mais ou menos! Mais pra menos do que para mais! – ela sussurra, a voz ainda embargada pelo sono – Tatuagens no pescoço... Parece que você realmente cresceu!

Delicadamente, ela beija cada um dos três corvos tatuados, torturando-me com seu silêncio e sua proximidade. Se fosse qualquer outra, eu estaria agindo como um homem normal de 21 anos, mas com Thalia, eu ainda me sentia um virgem de 14 anos, prestes a ter sua primeira relação, com a melhor amiga. O tempo havia passado, e eu ainda era o mesmo fantoche em suas mãos.

— Por que está tão tenso? Está com medo de que sua namorada descubra que está aqui comigo? – sem pudor algum, ela se senta em meu colo, sem se incomodar com sua nudez ou qualquer coisa.

Quase parecia a Thalia que eu conhecia! Exceto pela nota de ciúmes em sua voz.

— Mas que namorada? – pergunto confuso e divertido: desde quando Thalia era ciumenta?!

— A Ruiva chorosa! – ela responde, desenhando padronagens em meu pescoço.

E então, o dia anterior passou por minha cabeça, como num flashback: o dia na faculdade – chato e estressante –, a entrega do carro a Leo, a caminhada para o trabalho, Rachel chorando...

Como Thalia tinha me visto com Rachel?

— Está com ciúmes? – a provoco, beijando seu pescoço, incapaz de me manter afastado – Porque, se estiver, também estará sendo idiota: Rachel não é minha namorada!

Seus olhos azuis faiscaram na minha direção, antes de se levantar – com meu cigarro em mãos –, vestir minha camisa e subir pesadamente as escadas. Visto minha calça antes de segui-la, ainda achando tudo aquilo muito estranho... Mesmo para os nossos padrões.

Não tinha a menor idéia do porque de ela ter comprado um estúdio: há tempos que ela não me contava coisa alguma... Ou me visitava, ou pedia que eu fosse encontrá-la. Foram tempos em que pensei que ela havia deixado seu passado para trás, esquecido dos antigos amigos, me esquecido; pensei que conseguiria me livrar de um vício! Entretanto, eis ela aqui e eis-me aqui, escravo de seus caprichos... De novo!

Like a powerful drug (Como uma droga ponderosa)

I can't get enough of (Da qual eu não tenho o suficiente)

Olhei para o apartamento sobre o estúdio, e esse não estava em melhores condições. Afinal, o que a fizera voltar às pressas para Nova York?

— Agora que já lhe contei algo, não acha que poderia me dar alguma informação, piccola?

— Não me chame de pequena: sempre fui mais alta que você! – ela praticamente grita, de costas para mim

— Não é mais! – e para provar minha teoria, a puxo para meus braços e apoio meu queixo em sua cabeça. – E mesmo quando era, ainda assim era minha piccola!

Ela suspirou e meu corpo estremeceu junto com o seu, o que me preocupou: o que de tão grave ocorrera nesses últimos anos, para fazê-la chorar em uma ocasião em que ela geralmente acabava sorrindo e eu me sentindo estúpido e culpado?

Estava prestes a lhe perguntar, mais uma vez, o que acontecera, quando ouço Lorde interpretando Bravado, como se a própria estivesse ensaiando no estúdio.

— Virou amiga da Lorde e a chamou para vir até aqui, ou esse é o toque do seu celular, mostrando que evoluiu de punk rebelde para gótica conceitual?

— É o toque do meu celular, alertando que minha sobrinha conceitual deseja falar comigo! – ela se solta de mim, e vai ao andar inferior.

A música para e os passos de Thalia são o único ruído que ouço, até que sua voz aumenta quando solta uma gargalhada, segundos antes de voltar para o apartamento, com o restante de nossas roupas em mãos.

— Está bem, meu amor! Titia vai ajudá-la nessa; até mais tarde! – ela desliga, ainda rindo, e põe o celular sobre o balcão da cozinha.

— O que foi? – espanto-me com sua súbita mudança de humor

— Allie desesperada com figurinos! Pra que, eu não sei, mas foi engraçado ouvi-la surtar

— Janeiro é daqui a pouco, Thalia: a semana literária da Loyola School está se aproximando!

— Isso explica porque ela implorou que eu fosse encontrá-la! – ela suspira

— Bom, se eu tivesse uma tia modelo-renomada, eu também imploraria por ajuda numa hora dessas... – murmuro, checando a hora no celular e levando um susto com a data.

Já?

— E eu vou ajudá-la! – ela assente para mim – Só preciso de um banho antes! – e se vira de costa, livrando-se da blusa que vestia enquanto seguia para um corredor. – O que está esperando, Nico? Um convite formal? – pergunta sorrindo, antes de sumir no mesmo corredor.

Definitivamente, Thalia Grace voltara.

P. O. V Autora:

Era um plano com muitas chances de dar errado, Apolo sabia, mas ele adorava fazer surpresas para seus irmãos quando estes eram pequenos. E quando Thalia era pequena, nada a animava mais do que uma surpresa.

— Por que seus planos sempre custam meu dia de folga e custam caro? – Ártemis questiona, examinando almofadas, como se examinasse um dos corpos do IML

— Eu tive que mentir para meu chefe. Você sabe o quanto abomino mentiras, mas estou aqui, mentindo e procurando por almofadas, só para alegrar minha irmã. Não consegue ver isso como algo bom? Até concordo que não seja poético: sinto-me mais uma versão masculina da Cruella do que...

— Tudo bem, Apolo, eu já entendi! É lindo você estar tentando animar Thalia. – Ártemis o corta, decidida a terminar aquilo o mais rápido possível. – Mas como faremos para aprontar tudo?

Não é preciso dizer que um sorriso enorme estampou o rosto do loiro, quando a ruiva se incluiu no plano.

— Ora minha amada Fênix: por que acha que sua amada criança não está aqui, saltitando ao nosso lado? – ele lhe lança um olhar um tanto quanto malicioso, que ela claramente compreende.

Não muito longe dali, a amada criança de Ártemis – e obviamente de Apolo também –, mais conhecida por seu nome de batismo – Allegra Violet Grace –, andava de um lado para o outro­, os dedos voando pelo teclado do celular: seu pai lhe dera a tarefa de distrair a tia, enquanto arrumavam tudo no apartamento e no estúdio, e ela estava disposta a tudo para executar bem tal tarefa.

— Queria falar comigo, aluna de italiano? – Hazel Levesque, responsável pelos figurinos da Semana Literária, pergunta.

— Sou Allegra, Allie caso prefira; e eu queria falar com você sobre... – e as duas falam, entre outras coisas, sobre a festa surpresa para Thalia e em como ela, Bianca e Nico, deveriam ir.

Foi por mera sorte que as duas mudaram de assunto momentos antes da futura surpreendida se juntar a conversa.

— Tia, essa é Hazel Le...

— Levesque. Irmã mais nova de Bianca e Nico; eu me lembro de você. – a modelo sorri, cumprimentando uma Hazel estupefata – Você era pequena quando nos conhecemos.

Hazel realmente não se lembrava de Thalia, mas ouvira histórias interessantes sobre ela e Nico. Sorriu, lembrando-se do vídeo que Frank lhe enviara há alguns dias: aquele beijo não parecia mero acaso.

— Vou buscar minhas coisas e ligar para o meu irmão: ele não dormiu em casa, e estou preocupada. – se fosse mais observadora, teria percebido o leve rubor que tomou conta do rosto de Thalia – Já volto.

De um lado da linha, Hazel esperava pacientemente que seu irmão atendesse ao telefone, enquanto do outro, tínhamos Nico tomando outro banho e levando um susto ao ouvir o toque que selecionara para sua irmã.

Parla, ma bene!— ele estava de bom humor. Era de manhã, e ele estava de bom humor.

— Onde você está? – Hazel guardou a surpresa, e deixou fluir a raiva e o alívio.

— Em casa! – ele responde simplesmente

— Vou reformular para que entenda: onde você estava? Com algumas de suas amiguinhas?

— Algo bem mais complicado que isso, sorellina!

— Poupe-me de seus suspiros italianos e preste atenção no que vou dizer, pois farei isso apenas uma vez! – e então, ela repete todas as informações que Allegra lhe dera sobre a tal surpresa, deixando bem claro que ele deveria ir.

— Surpresa para Thalia! – ele gargalha – Isso vai ser incrível!


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Notas finais do capítulo

E então? O que me dizem?
Saibam que o próximo capítulo já está no forno!! Bem perto de ficar pronto e que tem data de postagem: nos vemos no dia 22/12!!
Beijos!!