Aureus escrita por Dindih, Anns Krasy


Capítulo 8
O convite


Notas iniciais do capítulo

Bem gente demoramos mais estamos aqui ;)



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Eu nunca gostei do primeiro dia da semana. O que segunda-feira tinha de bom, na verdade?

E principalmente quando tem aula. Eu observava o relógio da sala como se estivesse prestes a explodi-lo, mas fiz o máximo para que isso acontecesse. Na verdade eu não sabia se isso era possível ou não, porém não seria eu quem iria descobrir. E não seria hoje. Já era quase hora da saída, e falo por todos os alunos normais que não havia jeito nenhum que fizesse alguém se concentrar no que os professores dizem. Eu batia o cabo da caneta na mesa, impaciente. Hoje foi um dia estranho. Meu pai havia me levado para casa de carro, então talvez eu só fosse ver minha avó no próximo fim de semana. E James também. Mas o mais estranho foi o fato de Enzo me ignorar por completo. Ele nunca havia feito isso, então porque logo hoje?!Rasguei um pedaço de uma folha do caderno e voltei ao meio antigo de comunicação: Bilhetes. Eu sabia que ele não retornaria minhas mensagens, então eu teria que dar outro jeito de falar com ele.

"Preciso falar com você na saída."

Minha letra não era das melhores, mas também não era garranchos sem sentido. Pelo menos não na minha visão. A de Enzo era mais bonita. Parecia aquelas letras desenhadas e detalhadas, do tipo que eu nunca conseguiria fazer. Anotei o nome de Enzo atrás do bilhete e passei para a pessoa que estava atrás de mim. Provavelmente ela passaria até que chegasse a ele. Não era muito confiável, já que muitas pessoas adoravam ver a conversa dos outros, mas era o único modo que eu pude pensar naquele instante.

Depois de alguns segundos, me entregaram novamente o pedaço de papel.

"Mas eu não quero falar com você."

Aquela palavras não saíam de minha mente. Como assim ele não queria falar comigo? Eu tinha feito algo de errado? O tinha chateado de algum modo? - Por instinto me virei para trás, mas parecia que Enzo estava muito preocupado em copiar o que a Sra. Maddens, explicava. Um dos poucos que faziam isso, já que ela dava praticamente pontos de graça para se livrar de nós no fim do ano.

Por fim, nossa professora disse a frase que todos queriam ouvir desde que pisaram na escola.

– Pessoal, vocês estão liberados. - Ela falou, recolhendo alguns cadernos e o papel que havia usado como chamada. Era muito mais prático e evitava que mais pessoas se lembrassem de sua voz. O que era um alívio para alguns. Ela saiu da sala antes que fosse atropelada pela multidão de alunos e mochilas que caminhavam com rapidez em direção a liberdade.

– Enzo. - Chamei sua atenção, mas ele parecia determinado a me ignorar completamente. Ele guardava lentamente suas coisas na mochila enquanto eu esperava impaciente. Era isso que ele queria. Ele queria que eu perde-se a paciência e fosse embora sem falar com ele. Mas isso não aconteceria! - Enzo, eu quero falar com você e eu não me importo quanto tempo terei de esperar. Mas, seria bem legal de sua parte agilizar e guardar essa maldita caneta de uma vez! - Falei, um pouco irritada.

Enzo se distraiu de sua mochila. E eu sabia o que ele tentaria fazer. Ele correu agilmente em direção a porta, como se hoje fosse quarta-feira e a cantina tivesse batatas fritas. O que era raro. Eu estava muito irritada, e fiz o que meus instintos falavam para eu fazer. Me concentrei, e senti quando o vento forte arrastou a porta e a fechou com um baque alto. Enzo me olhou surpreso e por um momento eu também fiquei.

– Você... - A surpresa de Enzo morreu aos poucos, e então ele se virou para mim. Pelo jeito ele tinha voltado a falar comigo, mesmo que não tivesse consciência de que tinha me dirigido a palavra.

Resolvi atuaro que eu faria se não tivesse ocorrido nada.

Revirei os olhos, e então cruzei os braços. Caminhei até ele, e por um momento vi duvida nos olhos de Enzo. Mas, como James, ele sabia disfarçar muito bem o que sentia. Ou pelo menos tentava. - Agora, você poderia me dizer o por que você esta furioso comigo? - Perguntei. Por causa do nervosismo ele passou a sua mão na sua própria nuca, e então bagunçando um pouco o seu cabelo atras ele me fitou.

– Amara olha...- Ele pareceu pensar no resto da resposta, fitava o chão como se fosse super interessante.

– Olhe em meus olhos, Enzo. -Pedi, e agradeci mentalmente por ele ter levantado a cabeça.

– Amara eu não estou bravo com você,só estou chateado. - Falou, dando levemente de ombros.Mas aquilo não me convenceu. Se ele estava chateado então tinha uma razão, certo?

– Por que?- Perguntei.

– Posso terminar de falar? - Ele falou, fazendo uma pausa. Me mantive calada, paciente. - Obrigado. - Então ele respirou fundo. - Eu te vi no seu aniversario beijando um garoto no labirinto. -Ele parecia desconfortável e eu deveria estar violentamente corada. Minha boca se abriu para protestar, mas não encontrei palavras para me defender. James me beijara no labirinto e pelo visto Enzo tinha visto.-Olha,se você queria ver aquele cara no labirinto por que não falou?

–Droga - Resmunguei, tentando reorganizar minha mente. - Enzo, eu realmente tinha saído para tomar um pouco de ar. E acabei daquele jeito porque o idiota do James me assustou. E esse beijo foi roubado.-Falei, dando ênfase na ultima palavra.

– James né? -Ele repetiu, pensativo. Aquilo era ciúmes? -Como você sabe o nome dele?

–Aquele desgraçado – Dei um sorriso amarelado- Ele é amigo de minha avó. Quando eu fui dormir la descobri que ele era o mesmo cara do labirinto.

– Quantos anos?

Pensei por um momento antes de responder. - 18.

– Amara! Você beijou um cara de 18 anos e dormiu sobre o mesmo teto que ele! Vai saber o que aconteceu la! - Enzo arregalou os olhos, mas minha paciência estava se acabando. Não tinha acontecido nada lá, e Enzo estava imaginando coisas que não tinham acontecido!

Abri a boca para responder, mas Enzo se virou e caminhou em direção a porta. Ele parecia determinado para sair, então parei de raciocinar e deixei o controle do meu corpo para meus instintos. Empurrei-o contra a parede, e ele me empurrou para o chão com a mesma velocidade. Mas não me deixei abalar, apesar de ter corado um pouco.

– Você quer saber o que aconteceu la? - Perguntei antes dele tentar sair da sala novamente. - Eu vi minha avó ser atacada por um caçador.Não foi uma boa experiência e eu praticamente desmaiei!E quem estava la para me segurar antes que eu batesse meu corpo no chão? James estava. Não você! Eu fui atacada por um caçador no meu próprio quarto! - Continuei, e não consegui descobrir de onde eu tinha tirado tanto fôlego para falar sem parar. - E isso me deixou muito chocada! E você estava la para me explicar eme ajudar? James estava! Eu fui atacada até por um Antemonio! Em um mercadinho de esquina!Você estava la para me orientar? Não, mas James estava! - Gritei de fúria. Não tinha percebido as lagrimas até que elas caíram.- Então? Era isso que você queria saber? Ou você queria escutar que nós ficamos nos pegando em todo canto da sala? Pois não foi isso que aconteceu!

Enzo estava perplexo com meu ataque de raiva. E então fez algo que me deixou perplexa também. Ele me abraçou. Quando fiquei mais calma, ele me ajudou a levantar.

–Vem, vamos pra casa. - Ele segurou minha mão caminhando para a saída.

Quando chegamos a frente de minha cara, Enzo parecia desconfortável novamente. Ele bagunçou os cabelos em nervosismo e então me olhou nos olhos.

–Amara desculpa. Eu fui um idiota. E-e a verdade é que... - Sua voz falhava quando ele dizia as palavras. Então fez uma pequena pausa, reunindo coragem. - Eu te amo Amara e eu me senti totalmente traído sobre aquilo. -Ele soltou de vez, vermelho. Eu também deveria estar. Enzo acabara de se declarar para mim? Não. Não era muito provável. Dei um sorriso amarelo para ele.

– Hei, eu também te amo.-Falei beijando sua bochecha - Mas se fizer aquilo novamente você vai ver!

Ele sorriu também, então me deu um beijo na testa. - Até mais tarde.

“Eu também te amo”esse pensamento ecoava na minha mente. Nunca pensei que diria isso para alguém. Tampouco para meu melhor amigo. Tinha sido tão de repente que eu me perguntava o que eu realmente sentia por Enzo.Eu gostava dele mais que amigo? Ou para mim seriamos sempre irmãos? - Eu estava bastante confusa.

– Querida? - Minha mãe perguntou quando entrei em casa - O que aconteceu? Você pare estar no mundo da lua.

– N-nada! Eu só estava me lembrando de algo que aconteceu na casa de vovó!- Menti nas pressas.

– Entre você e o amigo de sua avó? -Minha mãe abriu um sorriso torto, e eu gemi em protesto. Até ela? incrível!

– Papai te falou sobre ele, né? - Segui até a geladeira e me servi de um copo de suco.

– Ele não me disse apenas o que viu! Falou também o que pensava! -Minha mãe deu um sorrisinho. Meu pai estava me vigiando de dentro do carro? Pelo visto eu tinha perdido totalmente minha privacidade. Mesmo assim, resolvi jogar o jogo de minha mãe.

– Então me conta. -Dei de ombros, me sentando ao lado dela na sala.- Só pra saber se meu pai não inventou algo.

– Tudo bem - Falou ela, demorando nas palavras - Seu pai me disse que você desceu com ele. E que o braço dele ia sobre o seu ombro. -Ela piscou. Seus lábios sussurraram "Romântico" e eu revirei os olhos, rindo.- Ele disse que quando você foi embora deu um beijinho no rosto dele. -minha mãe pulava no sofá, estrangulando o meu braço como se fosse a coisa mais fofa que tinha ouvido em toda sua vida.

– Hm...E o que papai acha?- Perguntei, fingindo nem ligar.

– Ele disse que vocês são fofos juntos. - Minha mãe estava animada. Não era normal para mim pai, já que eles tendem a ser super protetores com seus filhos. Principalmente comas garotas. Mas meu pai era um caso raro.

– James? Gostar de mim? Qual é mãe, não viaja! Ele tem 18! -Me levantei, indo até a cozinha e colocando o copo de suco na pia. Aproveitei e lavei minhas mãos.

– Mas pode dar certo! - Minha mãe insistiu.

– Dando certo ou não eu tenho dever de casa e tenho que faze-lo!- Subi para meu quarto.

**

Quando terminei, ainda fiquei um bom tempo ouvindo música. Deixei minha página de bate-papo aberta no notebook, caso alguém estivesse com vontade de falar comigo. Não acontecia muito. Se eu ficasse três meses longe da internet, provavelmente só teria 15 notificações. Quando vi todas as musicas novas da playlist, sai da internet e desci para a sala. Minha mãe não estava lá e nem meu pai. A TV estava ligada em um canal aleatório. Olhei a mesinha e vi a correspondência da manhã. Agora já era de noite.

“Amara, venho por meio desta carta convidar você e a sua família para minha casa na noite de natal para que possamos comemorar juntos. Espero ansiosamente por sua presença.

Ass: Sr. Jones”

Paralisei.Jones?

– Jones?Céus! - O Sr. Jones era o pai de Enzo. Eu nunca o tinha visto antes, já que ele era bastante ocupado. Mas agora eu teria a chance de vê-lo. Mal podia esperar por isso.

– Filha? -Minha mãe perguntou, me fazendo fita-la- Você esta bem?

– Claro! Mamãe, vou dar uma saída. Volto logo O.K?-Falei, colocando um casaco por causa do frio e os tênis de cano alto. Minha mãe concordou e se voltou para a cozinha, concentrada na janta. Caminhei sem rumo pela cidade até chegar numa praça meio vazia. Na verdade, não tinha ninguém. O gramado era verde, as árvores também e vez ou outra era possível ver um ou dois esquilos correndo pelos troncos das árvores.

Me sentei em um banco, ainda olhando a letra com a bela caligrafia do Sr. Jones. Era tão bonita quanto a de Enzo. E eu quase havia confundido as duas.

–Hei! - ouvi uma voz. Por um momento eu ignorei, pensando que talvez ele estivesse falando com outra pessoa. Mas logo dei importância a ele. -O que está fazendo aqui? É quase de noite.

– James! - Abri meu sorriso, mas animada que antes. Não consegui evitar de corar ao fitar seus olhos safiras.- E sou eu que pergunto! O que está fazendo aqui?

– Larrie pediu para te vigiar. Ela acha que você se mete em confusões com muita frequência. - Falou James. Revirei os olhos, tentando ignorar seu tom irônico e sarcástico.-Mas... Que animação é essa?

– Oh... - Dobrei a carta ao meio, sem saber o que falar. - Eu recebi um convite hoje. O pai de Enzo me convidou para jantar na casa dele na noite de natal...

– Você não pode! -James falou em voz baixa. Franzi a testa para ele, confusa.

–O que?

–Você não pode ir!Você pelo menos o conhece?!- James franziu a cara em reprovação.

–Por que não posso ir? E não, não o conheço ainda. -Coloquei ênfase novamente na ultima palavra. James cruzou os braços, mas então suspirou e suavizou o olhar. Ele passou a mão na minha nuca, me fazendo arrepiar. E então colou minha testa na dele, ficando a centímetros de meu rosto. Corei como uma pimenta.

– Por favor -Pediu ele com voz doce. Demorou um pouco, mas depois de alguns segundos ele continuou. - Então eu posso ir com você? - Sua voz estava calma. E ele estava um pouco corado. Ele estava corado... Achei que nunca veria esse dia.

Sorri para ele, serena. - Claro. Adoraria.


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Notas finais do capítulo

Bem esse capitulo se divide entre Jamara e Enmara (Jamara = James e Amara, Enmara= Enzo e amara) bem não sei se Enmara é aceitável mais....Foi o unico que achamos....E ai o que vocês acharam sobre o capiih e sobre o nome que demos para Enzo e Amara?



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