Aureus escrita por Dindih, Anns Krasy


Capítulo 5
Capítulo 4 - Calmaria


Notas iniciais do capítulo

Oie, Anns-chana qui *3* - Se vcs tão perguntando sobre a fic de Peter Pan, A Magia de Neverland, fiquem sabendo que eu vou continuar. Meu atraso super extra grande anormal foi por causa de provas. U.u



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Eu não sabia como reagir. Bem, digamos que é assim que uma pessoa fica quando ver um estranho - que por sinal havia roubado um beijo sei, sem a sua permissão– na casa de sua avó.

Bom, minha avó é uma mulher bondosa. Me lembrava de quando passávamos o natal na casa dela, perto da lareira e quando trocávamos presentes. Ela sempre tricotava algo para mim. O ultimo presente que eu ganhei havia sido uma manta bem quentinha. A manta também havia ganho um presente bem carinhoso de Stiker. Stiker é o gato de minha avó, ele tem uma porção de pelos razoáveis e de um branco quase no tom de cinza claro. É um Bobtail Japonês, aquele gato branco com manchas pretas e laranjas aleatórias, ou na verdade era para ser um. Stinker era um dos filhotes de uma ninhada de um vizinho que morava ao lado, e é um cruzamento de uma Bobtail com um gato Persa. Então no que deu foi um gato branco com as atuais manchas, sem cara achatada, com bastante pelo e com um rabo bandeira. Ah, eu já disse que ele é um safado? - Então, como eu dizia, houve uma história de amor não feliz entre ele e meu manto que eu adoro muito. E no fim meu manto ganhou um rasgo enorme. Mas foi costurado, graças a minha avó.

Infelizmente, eu nunca mais gostei daquele gato. Eu não gostava, e depois do incidente ficou pior ainda nossa relação.

Bom, eu confessotudo para minha avó. Sou bem próxima dela. E ficamos mais próximas ainda desde que coisas estranhas começaram a acontecer. Como ventos fortes, chuvas inesperadas ou coisas anormais similares. E a unica coisa que passou por minha cabeça era desabafar com alguém.

E agora ele estava ali. Minha avó deve ter percebido que eu não desviava os olhos dele. Eu estava surpresa, incrédula e arrepiada. Como ele sabeonde é a casa de minha avó?, era o que passava na minha mente. Ele estava recostado sobre a mesinha de madeira perto de um jarro de flor com algumas especies de flores azuis ao lado das margaridas que eu tinha posto ontem. Seus cabelos estavam bagunçados como na noite anterior, e seus olhos azuis eram selvagens, profundos e astutos. Eu parecia ter interrompido algo, pois ele parecia que minutos antes conversava com minha avó.

Vovó pigarreou chamando a minha atenção e a do rapaz, que arrumou sua postura.

– Querida esse é James Roocler. - Ela fez um gesto indicando o moreno. E então sorriu docemente para ele, como ela fazia comigo. - James essa é minha neta Amara. - Ele me olhou novamente, me analisando e murmurando um "Hum...". Então voltou sua atenção para minha avó novamente.

– Oh, parece que interrompi algo importante. - Murmurei seca, ainda olhando para ele. E então voltei-me para minha avó, deixando minha voz doce. Não conseguia ficar com raiva dela. - Quem é ele e o que ele veio fazer aqui? - Perguntei. Sim, eu estava com ciumes. Eu não gosto de dividir minha avó, muito mais com desconhecidos que roubam beijos de outras pessoas em seus aniversários.

– Eu lhe disse o nome dele é James, querida... -Falou minha avó. Ela tinha uma paciência ilimitada, sempre calma e serena.

– Calma garotinha não vim aqui roubar a sua avó - Falou ele, chegando perto de mime tirando uma mecha de cabelo de meurosto. Minha primeira reação? Eu fiquei perplexa com o quanto de coragem ele tinha e me perguntei se ele poderia ser um pouco descente. Minha segunda reação foi mais defensiva que a primeira... Eu não tive a intenção, mas não gosto de estranhos me tocando tão descaradamente. Meu tapa não foi forte, mas deixou uma marca em sua mão, que deixou minha bochecha com agilidade. Eu deveria estar corada, pois ele sorriu como se tivesse achado graça.

Minha terceira reação foi fuzila-lo com o olhar.

Eu caminhei pisadamente para dentro da casa de minha avó. Eu queria ficar sozinha, então me dirigi ao corredor que ela nunca deixa eu ir, e não me contava o motivo. Eu também não questionava. Pensei que seria o ultimo lugar que ela iria me procurar.

– Preocupada com alguma coisa querida? - Perguntou minha avó,chegando lentamente e com a voz doce. Ela olhou para o teto, e eu segui seu olhar. As luzes piscavam de forma maluca, até mesmo assustadora. Meu coração estava acelerado, sentia minha testa suada e eu estava com muito calor. Meus olhos estavam marejados, e eu não sabia o motivo. Eu comecei a chorar, por um motivo oculto ou talvez eu estivesse delirando por causa docalor. Já tinha visto vitimas assim, e estava mesmo muito quente.

– Vovó! - Eu disse entre soluços, me jogando nos braços dela e colocando a cabeça em seu ombro. Ela era forte e não protestou, deixou que eu me acalmasse no meu ritmo, sem protestar por eu ser pesada de mais ou por outro motivo. - O que esta acontecendo comigo? - falei, mas minha frase foi cortada em duas por um soluço involuntário.

–Shhhhh! - Minha avó murmurou suavemente, acariciando meus cabelos como quando eu era pequena.

Não me lembrei de ter adormecido, mas não lutei contra o sono.

.

Acordei em uma cama que eu não conseguia esquecer. Estava no meu quarto, na casa de minha avó. Minha manta do meu lado e Stiker estava deitado em cima dela, adormecido e ronronando. Mas não tinha vontade de joga-lo pela janela agora. Massageei minha testa, e grunhi. Deveria ter chorado demais. Ainda estava me sentindo quente, mas eu já estava melhor que antes. Estava calma, e isso era bom. O que eu notei foi que havia alguém sentado na minha cama, perto de mim como se estivesse me vigiando para que algo ruim não chegasse perto de mim. Meu primeiro pensamento foi ser minha avó, mas quase saltei da cama por reconhecer aqueles olhos azuis safiras.

Dei um pulo, e dei um gritinho de medo. Puxei meu lençol até o queixo, mesmo sabendo que ainda estava com minhas roupas de antes. Ele estava sentado com uma de suas mãos no joelho, segurando seu queixo como se já estivesse ali há muito tempo. Ele piscou e se assustouum poucocom meu grito, mas se permitiu dar um sorriso e me observar por cima do ombro. Eu me recompus, franzindo a testa, mesmo estando corada.

– Que bom que você acordou - Falou ele, tirando uma mecha do meu cabelo da jovem do rosto e então, antes que eu pudesse impedir, colocou sua mão em minha testa. Ele murmurou algo como "Já estar melhor" e sobre "febre", e então sorriu para mim novamente, mas todos os seus sorrisos eram de certo modo encrenqueiro. - Não vai me dar um tapa de novo não é? - Perguntou ele sarcasticamente. Sorri envergonhada, estreitando meu olhar.

–Não se você tirar logo a sua mão - Falei, sarcástica. Ele ergueu uma sobrancelha e parou de acariciar minha bochecha, mas continuou me olhando com seu sorriso encrenqueiro.

–Vamos, Larrie esta fazendo biscoitos - Falou ele se levantando. Ele sabia o nome de minha avó, mas isso eu já suspeitava. Minha avó e nem ninguém no mundo deixaria uma pessoa entrar na sua casa sem saber seu nome, certo? - Ele estendeu a mão para mim. Eu considerei dar outro tapa, mas resolvi que não teria problema eu aceitar sua ajuda para levantar. Acabamos por caminhar pela casa de mãos dadas. Ele parecia relaxado, mas eu me sentia rígida e tensa ao lado dele. Estava preocupada com o fato das luzes que haviam piscado descontroladamente. Elas poderiam piscar de novo, talvez. Eu estava nervosa, e parecia que só acontecia isso quando eu ficava assim. Notei pela janela que era quase de noite, e isso seria um problema se eu não fosse dormir na casa de minha avó naquele dia.

–Quem me trouxe para o meu quarto? -Perguntei, sem conseguir suportar o silencio.

–Eu. - Respondeu ele. - Porque?

–Nada. - Murmurei depressa e envergonhada.

Quando chegamos a cozinha, não consegui raciocinar direito. Minha avó estava sendo atacada! Não por um bandido, nem por algum maluco de um hospício próximo... Eu nem mesmo sabia o que era aquilo! - James me empurrou para trás, se colocando na minha frente e me abraçou de modo protetor, mas não era hora de corar novamente. Eu pude ver a criatura de realce. Ele ia matar minha avó com suas garras afiadas, como as de um predador. Se parecia com um fantasma, era grotesco e horrendo. Dentes enormes e amarelados como os de um tubarão, e seus olhos eram minusculas contas negras e sem nenhum sinal de inteligencia. Não consegui me conter, tentei me soltar de James.

– NÃO! - Gritei, me largando de seu ato protetor e estiquei a mão, mesmo sabendo que não podia fazer nada. Pensei que minha avó estava brilhando nitidamente, mas então vi que o brilho saia de minha mão. Era azul, caloroso e a sensação me deixava renovada. Senti minha testa suar pelo esforço, era como se aquela luz tirasse todas as minhas forças, mas resisti até que aquela criatura rugiu numa mistura de medo e raiva e quebrou a janela, sumindo por lá.

Me senti tonta, minha barriga protestou por comida e então me deixei cair. Senti que alguém me segurava, mas não conseguia me erguer novamente. Estava semi-inconsciente, mas tinha consciência o bastante para saber que estava me aconchegando no peito de James por pura vontade, sendo dominada pelo sono e cansaço de soltar somente uma pequena luz azul, adormeci.

.

Quando acordei novamente, estava no sofá. Estava coberta por meu manto azulado e opaco, e uma bandeja tinha um prato de biscoitos e suco recém-feito de goiaba. Estiquei a mão para o lanche e comi alguns, sem me importar se tinha mais alguém na sala ou não. Quando terminei de comer, vi que a luz da cozinha estava acesa, e que James e minha avó conversavam baixo de mais para eu ouvi. A conversa parou, e eu, curiosa, tentei me levantar. Ia cair duramente no sofá quando aquelas mãos quentes me seguraram mais uma vez.

– Você deveria ir com calma. - James falou, agora ao meu lado.

Grunhi ainda sonolenta e então o fitei. Ele não perdeu a oportunidade de ajeitar meu cabelo e então me fitou, seus olhos pareciam preocupados por um misero segundo, mas então não consegui ver nenhuma outra expressão.

– O que aquilo estava fazendo aqui?

Ele demorou para falar, parecendo reorganizar seus pensamentos.

– Algo que você não precisa saber agora.

– O que ele era?

– Você continua sem precisar saber. Tente descaçar. - Ele insistiu.

Abri a boca para falar, mas me calei. Então, irritada por não ter nenhuma resposta direta, o fitei novamente de testa franzida e murmurei seca.

– Você era aquele rapaz do labirinto, não é? - A raiva estava maior, mas balancei a cabeça como se estivesse cedendo. Ele não queria me falar? O.K, não fale. -E quer saber? não dou a minima para o que tenha sido aquilo. Eu realmente não ligo. Só agradeço por minha avó estar segura. - Disse, ainda exausta. Algo em me dizia que ele era encrenca. E encrencas eu já tinha vivido bastantes.

Ele balançou a cabeça e falou em tom sombrio: - ninguém mais está seguro agora.

Eu o fitei. - O que?

– Eles lhe acharam. Se eles conseguirem o que querem, nem você e nem mesmo o mundo estará seguro.


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Notas finais do capítulo

I ai? Esperem pacientes, que logo Peter irá retornar. *u* ;)



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