Aureus escrita por Dindih, Anns Krasy


Capítulo 10
Os olhos dele


Notas iniciais do capítulo

Hey galera sei que pensaram que haviamos morridos mais não!Estamos vivinhas e bens aqui com mas um capitulo lindo para vocês...E não nos matem hahaha estava com saudades



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– Amara, está pronta?
Engoli em seco e então desci as escadas. Minha mãe me obrigou a usar um vestido, mas como era inverno eu pude pelo menos variar um pouco. Coloquei meia-calça grossas que repelissem o frio, botas e usava um casaco azulado opaco por cima do vestido branco que terminava quase em meus joelhos. Deixei meus cabelos soltos e coloquei um gorro cinza, como minhas botas de neve. Minha mãe não gostava de gorros, por isso passei rapidamente por ela e sai primeiro de casa.
Estava nevando bastante e muito frio também. Qualquer lado que se olhasse era branco graças a neve.
– Branco é uma cor legal. Pena que o inverno enjoa dela. - Disse uma voz.
Me virei para encontrar James todo de preto. Camisa preta, calças jeans negras e um casaco da mesma cor dos tênis: De um azul bem escuro. A única cor que se sobressaia em todo aquele preto eram seus olhos azulados e brilhantes que estava olhando maliciosamente para mim. Ele sempre me deixava irritada e sem jeito, chegava a ser desconcertante.
Minha mãe saiu de casa antes que eu falasse algo. Ela usava um vestido vermelho bonito e um casaco preto tão comprido quando o vestido. Seus cabelos caiam em cachos pelas costas e ela não parecia se incomodar nenhum pouco com o frio. Harold - meu irmãozinho caçula - estava em seu colo com uma roupa azulada e fofa que geralmente os bebês usam em época de inverno. Ele olhava tudo ao redor e de vez em quando colocava a cabeça no ombro de minha mãe, escondendo seu rostinho nos cachos dela por causa do frio.

Mamãe pegou a chave do carro da bolsa que estava levando e desativou o alarme. Ela pareceu feliz por James estar indo conosco. Ela me entregou Harold - que ficou um pouco chateado por sair do colo dela para o meu - e entrou no carro. Eu e James entramos logo atrás dela. Harold olhava as luzes que enfeitavam a cidade pelo vidro e essa parecia ser a época parecida dele. James olhava a janela como se imaginasse qual casa seria a que estávamos indo. Ele fitou o espelho retrovisor e quando pareceu seguro de que minha mãe estava com os olhos grudados na estrada se inclinou para perto de meu ouvido.

– Sabe, você está bem bonita hoje. - Ele falou sorrindo de modo meio atrevido. O gorro escondeu meu rosto corado, e o fuzilei com os olhos. Ele não pareceu se incomodar. Harold o fitou como se estivesse se interessado nele e se inclinou para o colo de James, engatinhando até se sentar no colo dele. James pareceu um pouco surpreso.

– Já foi babá antes? - Ri, o que o deixou um pouco nervoso. Ele segurou Harold para que ele não caísse, porém pareceu não saber o que fazer ou como segura-lo. Talvez ele não tivesse experiência com crianças pequenas, pelo menos não com bebês da idade de Harold. Ou estava simplesmente nervoso.

.

Estávamos a alguns metros da casa de Enzo e da janela do carro já se via as paredes azuis sendo iluminadas pelas pequenas luzes de natal que a mãe de Enzo tanto adorava. Eu não tinha ideia se estava apropriadamente vestida para aquele jantar - já que eu nem ao menos havia me encontrado com o pai dele antes, e tampouco estava escrito o tipo de traje no convite. Talvez eles não quisessem tornar aquilo tão formal, mas minha mãe transforma uma simples festa infantil em um aniversario de quinze anos então não tinha muita diferença. E não preciso dizer depois disso que minha mãe é exagerada, certo?

Mas de uma coisa eu tinha certeza: Com a jaqueta do dia em que nos conhecemos, James parecia não estar nem ai se era algo formal ou não. Talvez ele estivesse fazendo isso de propósito. Eu pude notar que ele não pareceu ir com a cara de Enzo e de alguma forma ele sabe que Enzo viu o nosso beijo.

Eu o fitei e vi seus olhos safiras me olhando de volta. Ele deu um leve sorriso com o canto da boca e segurou minha mão. Eu também sorri e, claro, como eu também não consigo evitar eu corei. Naquela altura Harold tinha se livrado do colo de qualquer um de nós e tinha decidido por si mesmo tentar descer do carro sozinho. Dei de ombros e o fiquei vigiando - mãe disse que quando eu também era pequena era tão teimosa quanto ele, então não discuti com Harold. Ri quando ele tentou dar uma de "super homem" e tentou descer do carro, caindo logo em seguida e ficando deitado com os olhos marejados na calçada.

– Oh amor, vem aqui com a maninha vem - Falei me agachando e esperando ele andar até mim. Ele me abraçou como se tivesse perdido algo muito importante e escondeu o rosto no meu casaco enquanto soluçava baixinho. Ri disfarçadamente e o aninhei no colo enquanto acariciava seus cabelinhos meio cacheados.

– Ele está bem? - Mamãe perguntou dando um pequeno beijo na testa de Harold, que mesmo tentando se esconder saiu de seu pequeno esconderijo no meu casaco para o pequeno beijo.

– Está... Só esta manhoso - Respondi sorrindo e acariciando a cabeça dele.

– Ele se parece com você - James falou colocando sua mão na minha cintura sem me pedir permissão. Eu não liguei, mas o encarei com o comentário dele. Ele sorriu. - Chorão e manhoso.

O empurrei de leve e entreguei Harold a minha mãe. James voltou a colocar a mão em minha cintura novamente, e o ignorei.

Não vi mamãe tocar a campainha, mas vi quando Enzo atendeu a porta com seu belo sorriso - que logo se desfez.

Vi que ele tentou esconder a surpresa dando outro sorriso pequeno e dando licença para minha mãe entrar com Harold. Ele vestia uma camisa vermelha com detalhes pretos, calças jeans e tênis pretos que pareciam novos. Vi que ele tinha se empenhado em deixar o cabelo penteado, mas seus fios louros teimavam em ficar bagunçados em seu rosto.

Senti a mão de James apertar mais minha cintura antes de solta-la. Ele fitava Enzo sem expressão, mas eu podia ver que ele não estava contente com a presença dele. Bem, James nunca tinha parecido se dar bem com Enzo, então eu não estava muito surpresa. Eles ficaram se encarando como se estivessem em uma guerra mental entre eles até que eu tossi, chamando a atenção de ambos. Fuzilei James com um olhar e ele me respondeu com um simples dar de ombros.

– Vocês vão entrar? - Enzo perguntou dando um sorriso direcionado a mim. Assenti e James me seguiu.

Uma vez dentro da casa, soltei a mão de James e fui falar com Enzo que estava encostados num dos moveis de madeira preferido da mãe dele. A madeira era bela, parecia ser feito de carvalho e era detalhada com desenhos detalhados e cheio de curvas. Enzo me fitou assim que eu estava próxima o suficiente dele.

– Hey - Chamei sua atenção, sorrindo - Se sua mãe ver isso ela com certeza irá te matar - Ele deu um leve sorriso de canto de boca, o que o fez parecer mais fofo do que normalmente era - Sabe... Gosto do seu cabelo bagunçado. É mais você. - Tentei levar minha mão ao seu cabelo, ja que ele estava praticamente sentado na mobília da mãe ou caso contrário eu teria que ficar na ponta dos pés, porém ele segurou meu pulso antes que eu encostasse em seu cabelo.

– Meu pai... Ele não gosta do meu cabelo bagunçado. - Enzo falou. Ele deu um sorriso meio amarelado e eu sorri junto.

– Eu não tenho medo do seu pai - Afirmei revirando os olhos. Ele apontou disfarçadamente para trás e eu virei. Eu mal tinha percebido a sombra que aquele homem alto fez sobre mim. Era louro como Enzo, tinha os mesmos traços que o filho, porém era sério - coisa que Enzo não era.–; Ele vestia um terno impecável por cima de uma blusa branca e seus sapatos pretos não pareciam ter uma mancha sequer. Na verdade, eu não liguei muito para sua roupa, pois o que me chamou a atenção foram seus olhos. Eles tinham uma cor que me fazia ficar vidrada e ao mesmo tempo dava agonia de olhar. Senti Enzo me sacudir um pouco, mas não me tirou do "transe" em que me encontrava.

– Hey - Ouvi sua voz sussurrar no meu ouvido - Ele não gosta que encare, diz que é falta de educação - E foi ai que percebi meu erro. Me virei rapidamente, aproximando sem querer meu rosto do de Enzo que pareceu um pouco corado.

– Desculpe - Falei, e sai de perto dele seguindo para onde James estava. - O que aconteceu? - Não pude evitar perguntar sobre aquilo, aqueles olhos faziam com que eu me arrepiasse.

– O que foi? - Ele perguntou, franzindo o pouco as sobrancelhas para mim.

– Você não viu? - Perguntei surpresa. Oh, eu estava ficando louca.

– Não, seu irmão me tirou toda a atenção. - Ele sorriu com o canto da boca. - Ele tem o mesmo efeito que você em mim.

Ignorei seu comentário - e, claro, eu corei - e olhei para Harold que teimava em tirar uma das bolas de enfeites da árvore de natal. Incrível, ele não ligava para os presentes, e sim para os enfeites.

– Eu... Não sei. Sem querer encarei os olhos do pai de Enzo e... Eles me deram uma sensação de medo. Não sei explicar. Acho que estou ficando maluca. - Eu sabia que minha voz estava um pouco agoniada. Podia ser coisa de minha mente, mas a sensação de medo ainda estava presente. Enzo apertou de leve meu ombro como que para me mostrar que ele estava ali, e o agradeci mentalmente por isso.

– Onde ele está? - Perguntou James, olhando ao redor da enorme sala.

– Onde está quem, cavalheiro? - A voz do pai de Enzo falou, me assustando. - Muito prazer Senhorita Rubeo.- Ele pegou minha mão, me fazendo encarar os olhos dele novamente. - Medalhão bonito - Ele sorriu educadamente.

– Obrigada - Falei um pouco desconfiada. Ele cumprimentou James e depois seguiu para onde meus pais estavam. James o seguiu com seus olhos safiras antes de me fitar.

– Sim, tem algo errado com ele.

A pedido do pai de Enzo, fomos para a sala de jantar. Os adultos disseram que iam logo, então somente dei de ombros e segui para a mesa. O jantar - ou melhor, o banquete - estava incrível. A enorme mesa de madeira estava coberta por uma longa toalha de um banco puro, pratos de porcelana em frente a cada cadeira e vários aperitivos no decorrer da mesa. Parece aqueles banquetes de castelos. Pelo menos não colocaram vários talheres como naqueles filmes. Me sentei em uma cadeira e James se sentou ao meu lado. Enzo se sentou do meu outro lado, e pude sentir novamente ambos se encararem. Nem meus pais, nem os de Enzo estavam presentes ainda.

– E então, Amara aonde vai nesse fim de semana? - Enzo perguntou, dando um sorriso de canto.

Abri a boca para falar, mas uma voz me interrompeu.

– Provavelmente para a casa da avó dela. - James respondeu por mim.

– Nossa, você sabe muito sobre Amara, não é mesmo? Desde quando se conhecem? - Enzo perguntou, deixando o tom de voz duro e ríspido.

Ah, não. O clima estava ficando tenso.

– Desde aquela noite, na festa de aniversário dela. - James encarou Enzo, mas naquele momento seus olhos azuis estavam petrificados e sua voz fria. Enzo ia falar algo, mas James o interrompeu. - Naquela noite quando beijei Amara no labirinto. Você estava lá, certo?

Me virei para James, mas ele me ignorou. Pude ver algo no fundo dos olhos de Enzo. Dor? Tristeza? - Mas por doer nele, também doeu em mim. Me ergui da mesa sem nem mesmo explicar nada e me retirei. Senti o olhar confuso dos rapazes em mim, mas não parei até chegar perto da porta da frente - longe do olhar deles.

Porque James tinha dito aquilo? Com que cara eu iria olhar Enzo agora? O que eu iria conta a ele? Eu só sabia que James iria ouvir poucas e boas na próxima vez que nós nos encontrarmos. Senti uma mão em meu ombro, e pela terceira vez naquela noite, olhei os olhos assustadores e fascinantes do pai de Enzo.


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Notas finais do capítulo

E ai?Estavam com saudades tambem?Eu estava com muitas



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