Aureus escrita por Dindih, Anns Krasy


Capítulo 11
Capítulo 9 - Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora :'(
Anny-chan aqui. *Chuta pedrinha* Tá, eu não tive nenhuma ideia boa o suficiente para esse capiih de Aureus até ontem... Sim, era a minha vez de fazer o capiih :(
Peço que me desculpem, e mesmo se os capiih demorarem, essa história está muito ativa. Tá?
Repito: me desculpem mesmo. E se tiver muito pesado me desculpem, eu estava escrevendo e ouvindo Fire and Fury de Skillet então... Bem, é muito agitada e tals...
Boa leitura!



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Fitei os olhos daquele homem. Minha boca estava seca, e eu não tinha ideia do que fazer. Tudo dava voltas em minha cabeça. Não vi necessidade de James ter sido tão duro com Enzo, nem teve necessidade ele falar sobre o beijo que ele me roubou no labirinto. Qual o problema dele afinal? James age de tantos modos que me deixam confusa. Tem momentos que ele me deixa desconcentrada, hipnotizada e posso ver algo fundo em seus olhos que eu nem havia reparado antes. Ele me deixa maluca. E tem outros momentos que ele pode ser tão frio e mortal quanto uma estaca de gelo negro. Era claro que ele não gostava de Enzo, mas porque? Ele era meu amigo de infância, nos conhecemos a anos e eu já mostrei a James que eu tenho uma grande massa confiança depositada nele.

– Você está bem, Srta. Rubeo?

Eu ia abrir a boca para responder, mas um estrondo muito forte me fez saltar e bater as costas na porta da frente. O Sr. Jones também se virou para ver a confusão. E por um momento eu pensei que James e Enzo tinham se voltado um contra o outro e James "acidentalmente" o tinha atacado. Isso seria tão a cara dele...

Outro estrondo, e a parede do fim do corredor se quebrou com o impacto de algo. Pedaços da parede voaram em minha direção e eu me agachei me protegendo com os braços cruzados na frente de meu rosto. Senti alguns cortes e pedaços batendo violentamente nos meus braços - desprotegidos, já que o vestido não tinha mangas e meu casaco estava no sofá, devidamente dobrado. Era tanta adrenalina que nem senti tanta dor, somente algumas picadinhas.

– Você está bem?!

Alguém agarrou meus ombros, e pude ver quem era. Aqueles olhos...

Amara! Foco!

Ah, certo. Algo tinha quebrado a parede da casa de Enzo. Assenti rapidamente com a cabeça, como se com esse gesto eu absorvesse tudo o que estava na minha frente e me esquecesse das distrações. Mas uma em especial podia ser considerada 'tentação' e ele estava me fitando ainda. Encarei James enquanto ele observava um dos meus braços com vários cortes e alguns até sangrando. Por um momento ele ficou sem reação, até que voltou a me fitar nos olhos.

– Eu estou bem. - Garanti.

Ele não pareceu convencido disso, mas se afastou um pouco e olhou sobre o ombro. Fiz o mesmo. Do lado de fora que a parede mostrava eu podia ver um chão branco de neve e uma tempestade que caia sem dó alguma ao ar livre. E o vulto negro passou rapidamente, logo entrando descaradamente e rugindo para todos ali presentes. E só uma palavra podia descrevê-lo: enorme.

Era uma massa negra, olhos de um verde sem brilho algum e que dava um frio na espinha. Dentes pontudos, amarelos. Garras enormes, facilmente poderia acabar com qualquer coisa como se estivesse rasgando uma folha de papel com estiletes afiados. Em suas costas negras e por baixo do pelo de mesmo tom espinhos cresciam e desciam pela sua enorme calda. E eu estava lá, estática e de olhos arregalados. Sem nenhuma reação.

– O que é isso? - Eu odiava quando minha voz saia falha daquele jeito. Me achava tão covarde...

– É um Pesadelo.

– Meu Deus...

Eu ia abrir a boca para perguntar sobre aquilo, mas James me poupou esse trabalho. Nesses quesitos mágicos James poderia ser considerado um nerd. E pelo visto minha avó seria a professora, isso era óbvio. Eles ainda me intrigavam e ela insistia em ser cúmplice dele.

– Ele transforma os seus maiores medos em realidade em só uma olhada nos seus olhos. E também tem os espinhos venenosos e a cauda mortífera. Fora isso ele é inofensivo. - James riu, mas não tinha nenhum humor. Ele me fitou sério. - Amara, dessa vez eu quero que corra.

Ouvi o pai de Enzo arfar e gritar algo que não prestei atenção. Ouvi gritos de minha mãe e meu pai, e ouvi Harold chama-lo de cachorrinho fofão. Sério, acho que tem algo errado nele, ou é inocência demais ou bondade em exagero para não perceber que aquela criatura não chegava nem perto de ser um cachorro, tampouco era fofo! Vi Enzo se aproximar e, ao ver aquilo, hesitar por um momento. Ele estava tão pálido quanto eu.

– James eu...

James virou-se para mim, dando um sorriso forçado e meio debochado. - Adivinha de quem ele está atrás? De você. Não seja teimosa agora, certo? Somente corra quando eu pedir.

E eu fiquei estática enquanto o monstro cheirava o ar, como se estivesse procurando algo. E eu gelei por dentro. É, eu podia acreditar nas palavras de James. Aquela coisa estava mesmo atrás de mim. Mas porque? Ele achou que eu era a mais apetitosa ali? - Senti o amuleto mais quente em meu peito. Um calor terno, cálido. Umedeci os lábios para falar a maior burrice que eu provavelmente faria naquela noite:

– Não.

James se virou me olhando e a ultima coisa que vi em seus olhos antes do monstro urrar e tentar nos acertar com a calda foi uma expressão que, em outra situação, eu teria respondido. E não seria tão calma quanto estava aparentando ser naquela hora.

"Está me desafiando?" e tive vontade de dizer: Sim, estou. O que vai fazer a respeito?

Mas resolvi ficar viva primeiro. O monstro quebrou as tábuas polidas do chão com sua calda espinhosa. Ouvi um riso de Harold e arregalei os olhos o vendo tentar chegar perto do monstro. Esse garoto não puxou a mim, não mesmo. O monstro o fitou com seus olhos verdes e eu me senti paralisada. Harold e o monstro se entreolhavam. Quando o monstro voltou a urrar - alguns minutos depois - Harold só riu. Ele não tinha sido afetado pelo pesadelo? - O monstro iria atingi-lo com suas garras, mas Enzo saltou na frente pegando meu irmãozinho e rolando pra longe, o protegendo na queda. Eu tinha que agradece-lo mais tarde.

James suspirou, como se estivesse se concentrando. Ouvia minha mãe sussurrando pasma e meu pai pálido, sem saber o que estava acontecendo. Mas por hora eu tinha que me concentrar naquela coisa. Segui as instruções de James em não olhar em seus olhos, mas não sabia como lutar desse jeito. Sem ver o adversário? E eu tinha uma péssima audição.

– Eu preciso de cinco minutos. - James falou.

– Tudo bem. - Mordi meu lábio inferior. Como diabos eu ia distrair aquela coisa por cinco minutos sem ser perfurada por seus espinhos? Só tinha um jeito de saber... - Ei coisa imunda!

Eu não acredito que fiz isso. E que disse isso!

Ele urrou na minha direção, tentando arranhar-me com suas garras enormes. Desviei, e não pensei mais. Senti minha mão formigar e soltei um raio de luz em sua direção. O mesmo de antes, quando minha avó fora atacada. Me senti novamente com a sensação calorosa, a que tudo ia ficar bem. E eu torcia para que as coisas ficassem assim. O monstro pareceu irritado com a luz, ele pareceu recuar e balançar sua calda descontroladamente.

E então James, que estava murmurando algo em uma língua que eu não conhecia, abriu seus olhos azuis - agora gélidos - e fuzilou o monstro. Com um só movimento de mão um raio de luz negro atingiu o monstro no rosto, entre seus olhos, e ele hesitou tentando tirar não sei o que do rosto com as garras. A magia de James havia virado neblina negra e densa, mas o monstro ainda parecia agoniado.

James lançou uma luz um pouco parecida com a minha, mas devo dizer que a minha era mais intensa e nítida - muito mesmo - e a de James mal se comparava com a minha. Vi que ele suava, e isso parecia esgota-lo muito lentamente, não como eu que havia me esgotado tão rápido na casa de minha avó. Ele era muito forte.

Por um momento todos estavam pasmos com James e só agora percebi que eu e ele tínhamos usado magia na casa de meu amigo e com minha família olhando. Mas tinha que pensar nisso depois. Ouvi mais alguém chegando na sala. Uma mulher - provavelmente a cozinheira - e um mordomo. Ambos arfaram com aquela coisa. E eles olharam diretamente nos olhos do monstro. Não pude nem impedi-los já que logo eles estavam agarrando a cabeça e gritando como se tivessem visto algo doloroso ou insuportável demais e isso me assustou mais ainda, Mas o que me deixou perplexa e traumatizada foi o que ocorreu depois.

Vermelho.

O sangue vermelho respingou por toda a sala. O monstro tinha arremessado os dois na parede e literalmente rasgado-os. Minhas pernas ficaram bambas. Era tanto sangue... Eu já tinha visto vários filmes com ataques de tubarão, um deles o tubarão havia engolido três pessoas e a água ficou tingida de vermelho. Mas esse sangue agora, que deixava um cheiro férreo no ar, era muito mais real e assustador. Já viu um ataque assim de perto? Tipo, bem na sua frente? Eu não conseguia mais me mover, estava aterrorizada. E James percebeu. Não foi só ele também, Enzo me olhava ainda pálido. Ambos estavam preocupados comigo...

E quando o monstro virou na minha direção, farejando meu cheiro, com sua cara e focinho cobertos de sangue... Eu me senti pálida. Me escorei na parede. Eu estava tremendo enquanto ele avançava na minha direção. Não tinha forças para fazer mais nada, nem uma luzinha de vaga-lume. Escutei o grito de James, desesperado. E senti o monstro se retrair e urrar de dor. Mas não foi James. Enzo tinha arremessado uma faca naquela coisa, atraindo sua atenção. Ele já não estava mais com Harold. Meu irmão estava nos braços de minha mãe, junto com meus pais. Mas somente uma faca fez o monstro urrar daquele jeito?

E então James começou a falar palavras sem sentido de novo. O monstro se contorcia e rosnava, virando-se para James. Ele ia avançar em James, mas me pus na frente dele - sem atrapalha-lo - e respirei fundo, criando uma luz calorosa e quente em minhas mãos. O monstro hesitou e minutos depois o pude vê-lo por inteiro. Ele estava petrificado, havia virado pedras e estava destruído.

James cambaleou.

– James!

Impedi que ele caísse no chão. Mandei um olhar de agradecimento para Enzo, já aliviada. Eu estava amparando James em uma sala aonde todos - até mesmo eu - ainda estavam pasmo com o que havia acontecido. E não seria esquecido tão cedo, e eu sabia disso. Mas no momento, eu tinha que respirar fundo e, assim da tudo...

Eu tinha que ficar calma.


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Notas finais do capítulo

Ficou pesado? Merece comentários? (vocês não comentam a um bom tempo, é, pois é, não tinha capiih novo pra comentar e tals... Mas agora tem né? :3 Vcs vão mandar pelo menos um 'oi, estava com saudades'? Não? Forcei a barra da amizade? Okay...) Valeu por ler, e pelo povo que não abandonou a fic =^^=



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