Realidade ou Devaneio? escrita por Ailish, zoronami_fc


Capítulo 7
Quinto Dia


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Tenho uma noticia boa para as pessoas que acompanham minhas fics!!
Estou reescrevendo-as, agora elas estão com o minimo de erro possivel, claro que isso é aos poucos! Mas é só pra avisar que estou criando vergonha na cara u.u
Realidade ou devanio já está atualizada ate o Capitulo 4 ! O resto eu vou arrumar ate o final de semana! Então quem quiser pode ler novamente, já aviso os capitulos 5 e 6 ainda não foram atualizados, então não tenham pressa!
Enfim, espero que gostem do Capitulo 7!

Boa leitura e obrigada pela paciência!



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O dia amanhecia chuvoso, a maioria dos tripulantes estavam dormindo com exceção de Robin que vigiava o navio, ela não se importava de ficar acordada a noite toda, tendo um café bem quente e amargo e estando na companhia de um bom livro já era o suficiente para alegrá-la, ainda mais indo em "busca" de seu nakama.

 

- Espero que você esteja lá Bushido-san. – Ela bebericou o pouco de café que havia na xícara a colocando em cima da mesa junto de seu livro, caminhou de mansinho saindo da cozinha indo em direção da enfermaria. Franky dormia lá para os últimos tratamentos do médico, ele já estava bem melhor perto do dia em que o encontraram em pedaços, mas ele teria que terminar com o a medicação, pois seus músculos haviam sido muito afetados. A morena abriu a porta só um tantinho e chamou o delicadamente.

 

- Ciborgue-san? Já está acordado?

 

O marceneiro não havia mexido um músculo, ele roncava alto, Robin adentrou a enfermaria, silenciosamente chegou perto do amigo e o chamou um pouco mais alto.

 

- Franky?

 

Desta vez ele havia escutado, era impossível não acordar com Robin chamando-o com tanto ímpeto, virou-se forçando abrir os olhos, como era bom vê-la de manha cedo.

 

- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou um pouco preocupado, afinal não era típico de a morena acordar os outros.

 

- Na verdade não... Eu só precisava de alguém para conversar. – Ela falou num tom de desabafo, todos mantinham uma imagem dela como madura, inteligente e que não precisava de favores alheios, muitos se surpreenderiam se estivessem no lugar de Franky, mas o engraçado era que ele não ligava, ou se importava com as atitudes dela, ele só queria ouvi-la.

 

- Oe, pode falar, não há porque ter vergonha escutarei tudo o que tem para dizer, só não garanto compreender. – Ele sorriu animado, agora já estava bem acordado, Robin sentou-se na cadeira de Chopper, cruzou as pernas fitando para o rapaz.

 

- Franky eu tenho medo... Muito medo de quando chegarmos lá não encontrarmos o Bushido-san.

 

- Isso é bobagem, ele estará lá, Nami disse e o Luffy também!

 

Franky cruzou os braços esperando que a arqueologa voltasse a falar, mas ela ficou em silêncio por um longo tempo, ele não tinha pressa em escutá-la, somente a esperava.

 

- Eu sei, eu também confio, mas... Caso ele não volte, o que faremos sobre a navegadora-san?

 

- O que tem a garota?

 

- Ela esta sofrendo demais com o fato de não ter tido as últimas lembranças como boas com ele, e você sabe como eles eram...Digo ela nunca se perdoará se ele não regressar, no fundo eu sempre achei que eles tinham algo de diferente dos demais, porque Zoro escolheria ela para avisar o seu regresso, por causa da briga? Duvido. – Robin mantinha os olhos azuis fixos em Franky, ela notava todo o remexer dele em cima da cama, ele estava muito confuso.

 

- Como assim "diferentes"? – Perguntou mostrando muita curiosidade no assunto, a arqueologa não conseguiu deixar de sorrir um pouquinho.

 

- Assim como eu e você, está mais fácil agora? – Franky tomou uma coloração avermelhada, pegou os óculos que estavam em baixo do travesseiro os colocando rapidamente, queria esconder a vergonha. Eles nunca haviam falado nada de seus sentimentos, ele nem ao menos sabia se ela se interessava por ele, aquilo foi um baque para o ciborgue. A morena puxou a cadeira de rodinhas ficando frente a frente com o marceneiro, ele a fitava sem ao menos tentar espiá-la pelas laterais dos óculos, ela colocou a mão sobre o peito dele.

 

- Se o que eu pensar for verdade ela vai sofrer demais, os dois são muito bobos e orgulhosos para notar alguma coisa, somos mais experientes do que eles, somos bem mais velhos, Franky escute, uma coisa pior do que a morte é a morte do "coração".

 

Franky estremeceu ao escutar aquelas palavras, perder alguém especial era difícil, agora perder uma pessoa especial e um amor era pior ainda, com sua mão grande ele segurou gentilmente a mão da arqueologa.

 

- Eu sei como é perder alguém especial, a vida nunca mais é a mesma... mas eu tenho certeza que Zoro mataria o Diabo para voltar a Terra, ele não abandonara nós, Luffy e a garota.

 

Ela sorriu não conseguindo evitar que pequenas lágrimas formassem no canto dos olhos, como era bom falar com ele, Franky sempre tivera o dom de acalmá-la, de protegê-la, ela simplesmente amava as sensações que ele proporcionava.

 

- Obrigada pela atenção...Franky. – Robin sussurrou secando uma das pequenas lágrimas, mas foi puxada pelos braços imensos de Franky, que a envolveram num forte abraço. Ele estava tão feliz, explodia de felicidade por vários motivos, a arqueologa compartilhava os mesmo sentimentos, já estava quase recuperado e Zoro voltaria, tinha que voltar mesmo que ele tivesse que buscá-lo do outro lado da vida.

 

- Quando todos acordarem vou colocar Cola no navio e iremos o mais rápido para aquela ilha, e logo quando pegarmos Zoro sairemos rápido também, eu prometo.

 

- Sim, vamos trazê-lo de volta para casa.

 

- - -

 

Zoro permaneceu sentado à noite toda no convés, os olhos vazios eram como espelhos refletindo o brilho do mar, o que havia acontecido anteriormente havia o aborrecido, ele não queria desaparecer, não agora que estava conformado em viver novamente.

 

"O que eu faço... esperar? Tentar falar com ela novamente? Dizer sobre meus medos... não, eu não sou este tipo de homem... na verdade sou só um fantasma assombrando o navio de meus amigos."

 

Por mais que reclamasse, por mais que quisesse ficar atirado no saguão, o impulso o dominava, quando pensava nela o resto se apagava, ele se perguntava o porquê daquele apego bobo, afinal ela era só Nami. Era muito estúpido pensar nela não como amiga, mas sim também como uma mulher, a única coisa segura que poderia fazer era ficar longe, mas por mais que tivesse consciência disso ele não agüentava, quando se deparava já estava na porta do quarto a procurando.

 

" O que diabos eu estou fazendo aqui novamente.... eu não quero vir aqui, então porque estou aqui? Estou me sentindo como aquele cozinheiro estúpido, um tarado por ficar entrando em lugares que não deveria."

 

E lá estava ela, dormindo feito um anjo, Zoro estava um pouco mais tranqüilo, agora pelo menos aparentemente ela parecia dormir tranquilamente, diferente dos primeiros dias em que dormir era o seu mártir.

 

" Nami, o que será que você esta sonhando agora? Esta me esperando novamente? He. Devo esta loquiando, ainda bem que ninguém me escuta ou me vê."

 

Zoro agachou-se ao lado da cama, pesar de estar muito perto ele não conseguia sentir a respiração dela contra o rosto, era tortuoso ser um fantasma. Ele ansiava tanto em entrar mais uma vez nos sonhos da garota, que assim o fez, não era planejado simplesmente era inevitável.

 

- - -

 

Ele acordou novamente na mesma praia, mas agora era noite, não havia a luz do sol somente a da lua, e como sempre as sensações lá eram reais, ele conseguia sentir a brisa fria do mar, a areia fofa nos pés, tudo era real.

 

- Assim está bem melhor do que aquele sol.

 

Bateu à areia das roupas e vagou para as rochas que ficavam na beira da praia, ele caminhava num ritmo normal, mas quanto mais próximo estava mais rápido corria.

 

- Já estou chegando!

 

Segurou-se na ponta da pedra subindo com facilidade na parte mais alta, e lá estava ela, sentada abraçando os joelhos com os braços, dessa vez ela não se assustou com a presença dele, ela sabia que ele viria.

 

- Pensei que não viria me ver.

 

- O que importa é que eu vim, vejo que você está melhor do que a última vez em que nos vemos.

 

Ela sorriu animada, adorava a companhia dele, talvez as brigas costumeiras fossem desculpas para ficarem mais próximos. Nami segurou a mão dele com força.

 

- Sim estou bem melhor ... E sabe porque? Vamos te buscar Zoro, todos acreditam em mim, Luffy me estendeu a mão como sempre.

 

- Eu sei, vi tudo de camarote. – Ele sorriu de canto, como ele se achava bobo, puxou a mão da dela, era melhor eles não terem nenhum contato, obvio que ela notou aquele gesto.

 

- Algum problema em eu te tocar?

 

- Não, mas é melhor não – Zoro falou baixo, só depois que se pronunciou deu conta que estava sendo nada compreensível com a amiga, ela não conseguiu perguntar mais nada, havia se magoado, mas enfim, era Zoro, ela nunca deveria esperar alguma gentileza por parte dele.

 

- O.k.

 

- Oe Nami, não leve para o lado pessoal, o problema esta em mim.

 

Ela franziu os olhos que mostravam uma leve irritação, ele fingiu não ter notado aquela expressão, afinal não queria brigar, não agora. Zoro coçou a cabeça tentando mostrar despreocupação, mudou de assunto para tirar a tensão do ar.

 

- O que fizeram com minhas katanas depois que eu morri?

 

- Eu as guardei no meu armário, não deixei que enterra-se com você.

 

O espadachim estava muito surpreso com a resposta da navegadora, ele ficou muito feliz em saber que elas estavam seguras, pois se tivessem colocado no tumulo certamente os ladrões de baixo escalão iriam levar, mas antes que pudesse complementar os pensamentos Nami prosseguiu.

 

- Peguei seus brincos também.

 

- Você me assaltou, admita Nami! – Ele começou a rir, mas ela não parecia achar nada engraçado. – Um dia eu pago a sua divida que não existe, mas não precisava levar...

 

- Cale-se, eu simplesmente guardei os brincos por que não queria que nenhum idiota de baixo escalão roubasse outro idiota que havia morrido deixando uma vida toda pela frente, e as katanas eu as peguei porque você tem um sonho, como você é idiota Zoro!

 

Agora ele realmente ficou quieto a situação estava mais tensa do que antes, ambos não tinham o que falar, na verdade eles tinham muito que falar, mas havia uma barreira que não permitia isso. Ao poucos o corpo de Zoro começava a formigar, aquilo estava voltando.

 

- Nami eu quero lhe falar uma coisa, mas prometa que não se assustar e que não ira contar a ninguém. – Os olhos negros dele estavam imóveis fitando a face da garota.

 

- Diga, não falarei nada para os demais. – Agora os olhos dela mostravam preocupação e um pouco de ansiedade, ambos esperaram uma "eternidade" para conversarem novamente, só que a conversa não estava indo nada bem.

 

- Eu estou desaparecendo aos poucos, e meu corpo dói, isso é estranho.. Na verdade eu sou um fantasma não deveria sentir dor... Acho que por eu não ter lugar no céu e no inferno isso acontece... Aos poucos vou desaparecendo para sempre.

 

Ela ficou ali estática olhando pra ele, como era possível ele conseguir manter a calma com tudo que estava acontecendo, ele realmente não era humano em nenhum sentido. As mãos de Nami tremiam, ele não poderia desaparecer ainda tinha tempo de salva-lo.

 

- Zoro...Você não pode sumir, você tem que agüentar... Você não esta com medo?

 

Medo. Essa palavra não tinha no dicionário, ele sentiu medo só uma vez, quando Kuina morreu ,sentia medo de ficar sozinho, mas isso foi decepado quando entrou para a tripulação dos Mugiwara.

 

- Eu não tenho medo, não posso fazer nada contra isso.

 

Nami não perdeu tempo avançando-se contra Zoro, ela o segurava com força pela gola da camisa.

 

- Diga a verdade para mim, não precisa ser tão orgulhoso, diga... Você é humano Zoro... Diga que você está com medo e com esse medo você vai lutar para ficar aqui comigo... Por favor...

 

Ele sabia que ela estava certa, ele estava com medo do que poderia acontecer, do que seria dele e dos seus companheiros. O que poderia fazer? Somente admitir a verdade. Ele odiava essa capacidade que Nami tinha em fazê-lo ceder às coisas.

 

- Você esta certa... Eu estou com medo. – Ele falou tão baixinho, mas ela havia ficado mais aliviada ao escutar aquela afirmação, ela o segurou pela face depositando um beijo carinhoso na bochecha do espadachim.

 

- Zoro, tenha medo, mas não esqueça que estamos aqui. - Ela afagou-se contra o peito dele, o envolvendo carinhosamente. Ao poucos o corpo do moreno estava se desmaterializando, ele controlava-se tentando não sentir a dor para não gritar na frente dela.

 

- Nami... eu não tenho mais tempo, continuaremos essa conversa qualquer hora, he! – Ele a empurrou gentilmente pelos ombros tentando afastá-la. – Feche os olhos, quando abri-los não estarei mais em seu sonho.

 

-Mas... – Ele não deixou que ela continuasse, tapou os olhos da garota, ela sentia a mão dele desaparecer rapidamente de seus olhos. Quando os abriu não o viu mais ali, só restava ela e o mar.

 

- - -

 

Zoro se deparou contra o chão de madeira, ainda estava no quarto da garota, ela ainda parecia estar dormindo. A dor que sentia rasgar as veias era tremendamente terrível, sentia sua imagem oscilar.

 

- ARGH!! Como isso é possível?! – Ele não conseguia nem se por de pé, ficou ali mesmo jogado enquanto agonizava no chão.

 

Algumas batidas podiam ser escutadas na porta, Nami acordou-se sonolenta e disse em uma voz rouca.

 

- Pode entrar. – Sanji entrou esbanjando toda a energia que sempre tivera ao ver a navegadora.

 

- Nami-san, sinto acordá-la, mas o café da manhã esta pronto.

 

- Obrigada Sanji-kun! Já irei.

 

Sanji se afastou fechando a porta, Nami desceu da cama procurando alguma roupa para vestir, as pegou indo em direção do banheiro. Zoro mal conseguir entender os fatos à volta, a mente estava em choque, os olhos injetados vagavam pelas paredes do quarto.

 

"Até quando irei suportar tudo isso... preciso de ajuda."

 

Nami saiu do banheiro ajeitando rapidamente os cabelos no espelho da penteadeira, Zoro lançou um olhar suplicante. Ele queria muito a ajuda dela.

 

"Nami... eu sinto medo... eu estou com medo... a dor esta gritando dentro de mim!!"

 

Ela havia terminado de se arrumar, colocou rapidamente as sandálias, passou ao lado do espírito de Zoro que agoniava ao chão.

 

"MEDO!DOR!SOFRIMENTO...ISSO É BOM LEVA A CARNIFICINA!!... INFERNO, NÃO ME ABODONE...NÃO VÁ."

 

Os olhos dele vagavam junto dos movimentos da garota, quando ela saiu fechando a porta, ele simplesmente sentiu-se um nada, ele gritava com todas as forças, mas não havia ninguém para acudi-lo, estava sozinho naquela escuridão.

 

"O que adianta dar o meu melhor quando ninguém o vê..."

 

Ele colocou a mão sobre o peito, não queria mais gritar, talvez a "dor de desaparecer" não fosse tão ruim, ela era uma péssima companheira mais pelo menos estava com ele quando se sentia um lixo.

 

"... eu sinto dor...sinto medo"


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Notas finais do capítulo

Continua...



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