Realidade ou Devaneio? escrita por Ailish, zoronami_fc


Capítulo 8
Sexto Dia


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpem a demora, mas está tenso terminar essa fic, nossa é muito triste, pelo menos para mim.

Espero que gostem desse capitulo.

Notas: Quando eu usar a referênica Tony é menção a Chopper, para quem não sabe ou não se lembra o nome completo dele é Tony Tony Chopper.

Boa leitura!



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Ela já estava acordada, obvio que estaria. Ansiava chegar logo na maldita ilha, afinal fora lá que perdeu um pedaço de sua vida, e também somente lá poderia recuperá-la novamente. Confiava plenamente que ele voltaria, estava satisfeita consigo mesmo, afinal, com todos, eles iriam com toda a certeza trazê-lo de volta para casa, Nami cegamente pensava assim.

 

Sentou-se diante da penteadeira, o reflexo de seu rosto não poderia esconder a felicidade que se mantinha nos olhos. Pegou a escova e começou delicadamente pentear os sedosos cabelos laranja, os olhos corriam suavemente pelo ambiente, se perguntava se ali ele estava.

 

Realmente ele estava, mantinha-se sentado na beira da cama. Zoro estava aparentemente sério, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos rígidos. Muitas dúvidas teimavam em martelar sua mente.

 

“Gostaria de saber o que se passa na sua mente, mas pelo o que decifro sobre sua feição, é que você está confiante. Nami, sua tonta.”


Desde a noite passada Zoro sentia o “corpo” estranho, pequenas nuances de choques insistiam em estralar sobre os nervos, já estava mais acomodado com a dor. Os olhos negros estavam pregados nela, tudo era observado, ele já nem ligava mais se achava tudo aquilo estranho, sentia-se bem perto dela. Nem que estivesse morto.

 

A navegadora pegou algumas mechas laterais do cabelo os prendendo em um pequeno rabo de cavalo, as mãos desceram vagarosamente até o colo, os olhos arregalaram-se imediatamente.

 

- Z-Zoro??

 

 Pelo reflexo do espelho ela conseguia o ver, tanto ela como ele não pareciam acreditar, Nami moveu os olhos para trás e nada estava, mas ao voltar para o espelho ele ainda permanecia ali.

 

Zoro ainda estava estagnado sobre a cama, apesar de não ser um contato direto, os olhares pareciam se fixar, era inacreditável.

 

“Isso é impossível! Mas que diabos, o que está havendo aqui?”


Zoro ergueu-se, foi até Nami ajoelhando-se ao seu lado, tentando ficar o mais próximo de sua altura, afinal ela estava sentada. A garota se mantinha inerte, havia grandes possibilidades de que tudo aquilo fosse mais algum sonho, ou a loucura e a ansiedade haviam sucumbido de vez seu cérebro.

 

“Ei Nami, você está me escutando?” – Ele falou um pouco cabisbaixo, estava intimidado com a situação. A navegadora não conseguia escutar nada proveniente dele, mas ela sabia que ele estava falando algo.

 

- Zoro, seja lá o que você está resmungando... Infelizmente não te escuto. – Nami focava rapidamente para o lado, era tanto quanto bizarro e assustador tudo aquilo. Mesmo que fosse Zoro, até a pessoa mais centrada sentiria-se lunática. Fato.

 

“ TSC. Maldição, eu consigo te escutar e você não? Há injustiça até no mundo dos mortos pelo visto!!”


Ele resmungava coisas sem sentindo, estava tenso, pensava que Nami teria um colapso com medo de vê-lo ou coisa do gênero. O que lhe espantou foi à calma proveniente dela, e não só a calma, mas sim o lado humanitário e gentil que ela possuía, apesar de raramente mostrar esse lado tão oculto.  Oculto para quem não se esforçasse para vê-lo.

 

Ela ergueu a mão pousando-a delicadamente sobre o espelho gélido, como algo tão real poderia ser irreal. Mas o que mais a intrigava era não ter se espantado como deveria. Muitas pessoas geralmente sentiriam medo de fantasmas, ou nunca se imaginaram falando com um. Ela sabia que isso iria acontecer, seja lá o que pensasse, era tão obvio e intenso, no fundo certamente isso iria acabar acontecendo. Só não desejava que tudo aquilo pudesse ser um simples “adeus”.

 

- Zoro eu só espero que sua aparição não seja um adeus.

 

Ele não conseguia despregar os olhos da mão dela, que ao fundo tocava-o falsamente a face. Não tinha como conversar com ela, nunca fora bom em manifestações corporais, a expressão carrancuda já fazia parte de si. Suspirou profundamente, ele lutou muito mais do que toda sua vida, lutas corporais eram demasiadamente fáceis perto das psicológicas. Isso ele achava, óbvio, vindo dele.

 

“Que grotesca. Óbvio que eu estou me esforçando, para não dizer “adeus”, seja lá o que for!! Nami você está falando com um fantasma, todos te chamariam de louca.”


Mesmo sendo inútil, ele não conseguia calar a boca, vai saber quando poderia estar aos olhos dela novamente, era um tanto quanto ridículo aquilo, seja lá o que tivesse acontecido, o “deus” era piedoso. Melhor, talvez não fosse o poder de “deus”, afinal esse tal deus nem existe na concepção de Zoro, poderia ser algo bem mais forte e implacável, algo delicado e secreto que nem mesmo ele saberia explicar.

 

- Estamos muito perto daquela ilha, aguarde nossa chegada. Só me prometa que você voltara comigo... Conosco quando chegarmos lá.

 

Nami estava tão perplexa, apesar de tudo estar aparentemente resolvido, seu coração ainda parecia estar preso dentro de uma caixa minúscula, aquela sensação grotesca teria que ir embora, pois só assim poderia estar “curada”.

 

“Eu prometo, mulher.” – Ele acentiu positivamente com a cabeça, claro que aquele gesto ela conseguiu ver, ele tentou ao maximo tranqüilizá-la, era tão indiferente essas súbitas vontades de agradá-la, sentia-se como um cachorrinho preso a dona. Apesar de que sempre fora assim, só que agora ele cedia sem de longas, na verdade ele sempre acabava cedendo aos desejos de Nami, independente se o incomodasse ou não, resumindo, ele realmente gostava de uma birra.

 

- Ainda bem que você me deu essa resposta.

 

A navegadora sorriu satisfeita, obvio que ela sabia que ele estava um pouco fora do sério, a “birra” sempre esteve entre eles, mas algum dia o orgulho de ambos certamente virá a baixo.

 

Aquele sorriso conseguia neutralizar nem que fosse somente um pouco o espadachim, mas angustia do dia anterior insistia em chateá-lo. Nem era a dor que o irritava, mas sim vê-los se afastando, a imagem de Nami e Sanji desvairando era tão... angustiante. Cada vez era mais claro o quanto ele queria estar novamente com eles.

 

“Você não faz idéia o quanto esta me “irritando”... bla bla bla... não fale coisas constrangedoras, não diga para mim voltar... não sorria assim que é irritante. Eu não consigo entender, me sinto tão bem com você, mas ao mesmo tempo meu coração força para te neutralizar, ontem eu senti algo pior do que a dor. Nami você é muito irritante.”


Lentamente Zoro ergueu uma das mãos em direção há de Nami que ainda se mantinha impregnada sobre o espelho, apoiando-a sobre a dela. A navegadora sentiu um calafrio percorrer a espinha, notou que Zoro agora se movia ficando atrás dela, ele aproximou vagamente os lábios do ouvido da garota.

 

- Zoro... O que você está fazendo?Essa sensação é tão incomoda.

Na realidade não era incomodo, mas sim esquisita, afinal o que diabos Zoro queria ali?

 

Atenção!!


O que mais um espírito gostaria de receber a não ser a atenção das pessoas ao qual julga importante. Obvio que não era típico dele, mas o que se poderia fazer quando não tem mais o que fazer? O tempo já estava ficando curto demais, o tempo conseguia o prensar entre o desejo e a insegurança.

 

“Nami eu já não tenho mais tempo, espero que consiga me alcançar.”


Ele sabia que seu corpo já estava no limite, mais uma vez os nuances começaram a correr pelas “veias” como se fosse eletricidade, ser uma alma penada não era tão fácil quanto imaginava. Nami sentiu um ar gélido percorrer do pescoço ao braço, encolhendo-se instintivamente, quando abriu os olhos notou que o companheiro não estava mais ali.

 

_______________________________________________________________

 

O capitão insistia em andar várias vezes sobre o convés gramado do navio, ele não conseguia manter-se concentrado, odiava sentir-se pressionado, quando o que somente poderia fazer era aguardar. Isso era tão típico vindo dele, mas também era tão óbvio que os outros estivessem assim. O tempo era tão impalpável que todos se sentiam atados sem poder fazer alguma coisa.

 

Franky já estava preparando o maior trunfo de Sunny, a alta velocidade quando mesclado com cola, navio mais rápido do que esse era quase impossível. Tudo o que era possível já havia sido feito e preparado.

 

- Franky, falta muito para nós chegarmos? – O capitão balbuciou enquanto aproximava-se do ciborgue que não se mantinha longe do leme por nenhum segundo.

 

- Talvez um dia ou algumas horas, mas não se preocupe o suprimento de cola já está abastecido!! Chegaremos rápido, capitão!!!

 

Luffy sorriu fracamente para o amigo, enquanto estes mantinham-se no convés, Sanji preparava uma deliciosa bandeja de café da manha, afinal Nami não havia vindo para a mesa, ou melhor, não havia ainda se acordado.

 

- Cooker-san quer que eu leve para a navegadora-san?

 

Robin havia terminado de bebericar o pouco de café quente que ainda restava na xícara, o cozinheiro meneou negativamente com a cabeça. Essa por fim sorriu solenemente em desistência.

 

- Vou deixar que Chopper leve para ela, sinto que ele ainda esta receoso com toda essa reviravolta, creio que Nami-san poderá ajudá-lo.

 

- Você tem razão.

 

Sanji caminhou disciplinante com a bandeja nas mãos ate o consultório do médico. Adentrou dando um pequeno chute na porta.

 

- Ei Chopper, pode fazer um favor para mim?

 

A rena virou-se em direção ao cozinheiro, ele deu um pequeno pulo da cadeira de couro, indo pacientemente ate a porta.

 

- O que posso fazer para ajudá-lo? – Quanta indiferença numa frase só.

- Poderia levar essa bandeja de comida pra Nami-san? -  Chopper lançou um olhar curioso, afinal dificilmente Sanji deixava outras pessoas agradarem a sua “swan”. As pequenas patas pegaram cuidadosamente a bandeja de alumínio, ele não disse nada simplesmente saiu quieto. Sanji colocou a mão no bolso pegando um maço de cigarros. Agora um dos cigarettes estava pendurado sobre os lábios.

 

- Só mais um pouco, marimo estúpido. – Resmungava sozinho enquanto ascendia o mentolado, rumando novamente para a cozinha.

 

---

 

Quanto mais perto a rena chegava do quarto de Nami, mais o coração palpitava aflito. Queria poder encará-la nos olhos, perguntar e implorar que aquilo realmente fosse verdade, que a morte de Zoro não fora falta de capacidade de sua parte. Mas ele não tinha coragem, a única coisa que tinha que manter em foco era acreditar no desejo de Nami e Ruffy. Precisava confiar em seus companheiros.

 

Ele parou diante a porta e chamou timidamente à navegadora. Não obteve nenhuma resposta, ergueu a patinha batendo delicadamente, e mais uma vez sem nenhuma resposta. Inflou os pequenos pulmões tomando posse de um pouco de coragem, pelo menos coragem para abrir a porta.

 

- Nami? – Tony entrou sorrateiramente pelo quarto, colocando a bandeja sobre a cômoda ao lado da cama. A garota parecia estar dormindo enroscada sobre as cobertas, Chopper notou que havia uma expressão estranha no rosto da garota, ate que a cutucou.

 

- Nami, acorde!! Vim lhe trazer o café.

 

A voz gentil embargou nos ouvidos da ruiva, sentiu aos poucos o corpo acordar, abrindo de súbito os orbes caramelo. Não estava conseguindo manter o raciocínio, há poucos segundos atrás jurava estar com Zoro, e agora quem estava ali era Chopper. Será que tudo aquilo havia sido somente um sonho?

 

- Chopper, bom dia. – Murmurou franzindo o cenho por causa da iluminação do lugar. Escorou-se no travesseiro de modo que ficasse sentada sobre a cama.

 

- Sanji pediu para que eu trouxesse o café da manha pra você, já que não foi tomar café com a gente hoje. –  Pegou a bandeja novamente e a largou a bandeja sobre o colo da navegadora, ao qual sorriu docemente.

 

- Obrigada pela atenção.

 

Chopper fez uma pequena pose envergonha, mas não conseguia tirar da mente as perguntas que insistiam em colidir sobre a cabeça. Nami notou a indiferença do amigo, e ele também sabia que ela já havia descoberto que ele estava escondendo algo. Aos poucos o nó da garganta desatou dando inicio a conversa.

 

- Nami! Eu quero poder acreditar em você, e-eu quero poder acreditar que Zoro voltara, eu quero acreditar que não foi culpa da minha indisciplina como médico. – As lágrimas começaram a rolar sobre pequena face peluda, fazendo o saliente nariz azul brilhar. – Eu acidentalmente matei Hiriluk... eu não consegui salvar Zoro... eu só queria viver bem com todos vocês, queria poder viver meu sonho, eu devia mante-los todos em total saúde...

 

As pequenas patas correram rapidamente para as abas do chapéu macio, o puxando para baixo fazendo com que esconde-se os olhos. Nami sentia o coração ser atravessado por uma bala, a garganta sufocada, era simplesmente tortuoso ver algum companheiro sofrer. O soluço frágil de Chopper preenchia o quarto, as lagrimas pingavam no tabuado, a navegadora rapidamente colocou a bandeja sobre a cômoda, e logo abraçou o amigo fortemente.

 

- .... Isso é meu dever, pelo simples fato de eu amar todos vocês.

 

Assim ele terminou a frase entre prantos, Nami não sabia o que falar, simplesmente estava limitada em não poder fazer nada, segurava-se para não chorar, queria passar uma imagem de força para o amigo, assim como Zoro sempre fazia, mas era simplesmente impossível para ela, não tinha tanta força como gostaria. As lágrimas que estavam pressas sobre os olhos aos poucos começaram a violar a face branca da garota, ela realmente não queria chorar. Droga, cadê a força quando se precisava dela.

 

- Chopper você não fez nada de errado, você sempre nos cuidou muito bem, eu te amo, todos te amamos, Zoro te ama, Hiriluk te ama, não fique assim, por favor, eu já perdi um grande pedaço da minha essência, por favor, eu já estou sem forças... se vocês perderem a fé, eu serei resultada a nada.

 

- Nami... Desculpe-me. – Chopper devolveu fortemente o abraço, mas logo se desfez separando-se da navegadora. – Me desculpe. – Chopper rapidamente saiu do quarto. Apesar da tristeza, sentia-se muito melhor depois de ter desabafado, ele não queria ter saído de tal maneira, mas necessitava ficar um pouco só.

 

Nami havia sentado no chão, não conseguia parar de chorar, estava no limite, sentia o mundo nas costas. Passou os pulsos pelos olhos tentando enxugar as teimosas lágrimas persistentes, a visão embaçada focou-se sobre o espelho. O maldito espelho. Nada estava ali, só o reflexo da parede. Não podia acreditar que tudo aquilo fora somente um sonho.

 

- Zoro...por que.. por que justo hoje eu não sinto você perto de mim, eu preciso de você aqui, mas porque diabos eu não sinto você mais perto de mim!!

 

Abraçou os joelhos em um modo de proteção, não queria ver nada, não queria sentir nada, estava aflita. O doce cheiro do suco de laranja causava náuseas em seu estômago. Desde quando laranjas lhe faziam mal? Desde quando tudo lhe fazia mal?

 


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Notas finais do capítulo

Omg, ta terminando a fic... vou morrer junto dela!! Amo, amo, amo, amo demais!!!

Obrigados a todos que estão acompanhando, me fazem sentir a pessoa mais afortunada do mundo ♥

Amo vocês.



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