As Crônicas de Astra escrita por Fantasius


Capítulo 10
Libertos - Joanis


Notas iniciais do capítulo

Oin gente. Quanto tempo né? Realmente muito tempo sem postar nada, mas não porque eu não queria ou por estar com preguiça e tals, mas sim porque meu PC resolveu queimar



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Já havia se passado uma semana desde que Jon, o demônio fora morto. Joanis decidira adiar sua partida para o Oeste a fim de ficar junto ao seu povo e acompanhar a recuperação daqueles esqueletos. Ela olhou para suas mãos enfaixadas, nunca mais seriam as mesmas, não pelo simples fato de estarem furadas, mas sim porque ela havia matado um demônio, havia brandido sua espada para concretizar sua primeira vingança.

As memórias daquela madrugada ainda estavam vividas em sua mente. O ataque, o estupro e a tortura. Idrian havia perdido seu braço direito e sua amiga e noiva do cavaleiro, Antariad, havia morrido. Joanis ainda se sentia culpada, pois tudo aquilo havia acontecido unicamente por sua culpa. Se tivesse se jogado de uma das torres de Garidis nada daquilo teria acontecido. Porém segundo Jon o importante não era o corpo dela, mas sim seu sangue. Não havia escapatória, teria de ir até o Extremo Oeste a fim de purificar seu sangue dos objetivos do Senhor. Mas os planos de Joanis iam muito além de simplesmente impedir a destruição de Astra. Seu objetivo era vingança.

Ela se levantou da poltrona e atravessou seu quarto até a janela de onde ela tinha ampla visão de toda cidade e do porto, onde os grandes navios brancos de Garidis estavam atracados. A jovem se sentou em uma cadeira e continuou a fitar a primeira cidade do novo reinado de Pandorian. Alguns minutos se passaram até que ela estendeu a mão e pegou um pergaminho meio amarelado pelo tempo, um mapa. Joanis abriu e voltou a examiná-lo, como havia feito durante todos os dias após a morte do demônio. Seus olhos iam das terras onde fora criado por Siliany, no Leste, até o meio do mar próximo a Hakar, onde devia ficar Garidis, porém a cidade não constava no mapa. Então sua visão varia as terras, continente adentro, chegando por fim a Pandorian, lugar de seu reino. Era uma decisão difícil a ser tomada. Prosseguir a viagem ou permanecer e avançar até Pandorian? Se escolhesse avançar a viagem iria se atrasar e logo teriam ainda mais demônios e magos sombrios em seu encalço. Porém se partisse e abandonasse tudo, seu povo ficaria desamparado e sem um lugar solido para se apoiar.

Joanis foi interrompida por Gute, um sábio senhor enviado por Alminus para aconselhar e reger Hakar em nome de Joanis. A pele do velho era enrugada como uma ameixa, mas ele se mexia com a vitalidade de um jovem e suas palavras tinham o veneno da sedução.

– Milady – ele fez uma longa reverência – Por quais motivos sou chamado aqui?

A rainha sinalizou um banco próximo a si para que o velho se sentasse.

– O de sempre Lorde Gute – seu peito queimava sempre que se referia com tamanha educação a alguém, pois fora Antariad que havia lhe ensinado a agir assim – Qual a situação do povo e todas as burocracias desnecessárias sobre a administração da cidade. E o mais importante, Alminus mandou alguma mensagem?

Gute coçou sua cabeleira grisalha.

– Milady, não são burocracias desnecessárias. Isso é só uma cidade, num reino a responsabilidade é muito maior. Se um dia pretende reger um reino terá que se adaptar a tudo isso que a senhora chama de burocracia desnecessária. – ele a encarou, como se desafiasse a menina a retrucar – O povo continua bem, porém comendo como dragões. Não poderemos mantê-los por muito tempo sem apresentar prejuízo a Garidis. Logo essas pessoas terão que começar a prestar serviços para pagar a comida que se alimentam...

– Eles passaram muito tempo sem ver comida lorde – interrompeu Joanis – Prometo que parte do ouro da coroa de Pandorian será para pagar os alimentos deles – ela notou que Gute esboçava um sorriso irônico – Esta rindo, pois se pergunta de onde irei tirar dinheiro para pagar tudo, sendo que sou herdeira de um reino falido?

A resposta foi o silêncio.

– Digamos que nesse tempo que fiquei aqui eu consegui alguns livros sobre política e me informei bastante sobre impostos e vassalos. Certo que no momento os únicos aliados que tenho são vocês de Garidis, porém Garidis ainda é um reino a parte. – ela sorriu –Mas no passado o reino de Garidis era vassalo de Pandorian e só se separou depois da ruína. E assim se repetiu com inúmeras terras. Eu irei reconquistar cada uma delas para o poder de Pandorian, cada terra vassala ira pagar seus impostos e em troca darei proteção. Eu irei restaurar meu reino.

– Posso saber como Milady pretende reconquistar todas essas terras?

– Com um pequeno exército que creio que Alminus não irá negar em ceder.

– Espero que não esteja se esquecendo de sua missão Milady.

– Iremos tratar desse assunto mais tarde Lorde Gute – ela se inclinou para mais perto dele – Mas eu realmente espero que Garidis me ajude, pois eu irei me lembrar de cada um que me negou ajuda.

Gute se levantou, como se tivesse sido ameaçado. Joanis olhou com desdém para ele. “Homem covarde” pensou ela.

– Mais algo Milady? – a voz do velho estava carregada de ironia – Mais algo para eu ajudar? – ele pareceu frisar palavra “ajudar”.

– Na verdade sim – ela se levantou e olhou nos olhos de Gute – Reúna todos na praça ao amanhecer, Lorde Gute, tenho um comunicado importante a fazer.

O senhor deu meia volta e saiu do quarto sem se despedir. Joanis se sentou na beira da cama e pensou no que iria fazer. Então, pela primeira vez em sete dias Idrian entrou no quarto dela.

– Milady. – e se ajoelhou.

A jovem se levantou e foi até o homem e o levantou, envolvendo num abraço.

– Idrian, eu senti tanto sua falta.

A ferida no braço dele havia sido curada e já não sangrava mais. Porém, com certeza, ele ainda devia ter inúmeras feridas na alma, pois vira sua noiva morrer na sua frente, sem que ele pudesse fazer nada. Ele afastou Joanis com seu braço esquerdo e a olhou dentro dos olhos. Ela sentiu como se sua alma fosse invadida. Eram olhos tão penetrantes, tão frios e tão calorosos ao mesmo tempo.

– Eu também senti. – respondeu Idrian, emendando a resposta com um beijo.

Todo o medo pareceu se diluir com aquele beijo. Seu espírito pareceu queimar e sua mente se iluminar. Naquele momento ela sabia exatamente o que tinha que fazer.

– Idrian...

Ele a silenciou com outro beijo.

– Joanis, eu irei te proteger... – ele sorriu e a levou até a cama – até o fim, eu irei te proteger.

Joanis passou a retribuir com ternura cada caricia e cada beijo que Idrian lhe dava. Há muito tempo ela já não era virgem, porém aquele homem que estava ali com ela naquele momento seria o primeiro que ela iria se deitar porque ela desejava. Ela levou suas mãos para a camisa de Idrian e agilmente a tirou, enquanto já retirava a calça de lã dele. Idrian se levantou nu e começo a despir Joanis, peça por peça.

Ela encarava o homem com carinho, diferente de todos os outros, que encarava com repulsa. Ele se deitou sobre ela e acariciou cada parte do corpo da jovem com sua mão única. Os pelos de Joanis eriçaram e seu coração se acelerou. Idrian introduziu seu membro dentro da menina e procedeu com carinho.

Para o corpo de Joanis aquele era só mais um que entrava. Para a mente de Joanis aquele era o primeiro e o mais importante.

A noite já ia alta e Idrian e Joanis já haviam transado diversas vezes. Desde que fora salva das garras de Siliany, para ela, aquele era o melhor dia de sua vida, pois pela primeira vez havia se entregado a alguém que ela amava e que não a estuprou.

Joanis aproximou o rosto ao do de Idrian e o beijou mais uma vez.

– Irei te fazer meu Rei – ela sorriu – Perdão pelo que eu te fiz passar...

O cavaleiro respondeu com um sorriso.

– Não foi à melhor maneira de acontecer Joanis, mas talvez seja a única que os Deuses encontraram para que eu pudesse ver que eu te amava de verdade.

Eles se enrolaram num abraço e ficaram se olhando. Como se quisessem gravar cada parte do corpo deles.

– Partiremos para Pandorian amanhã Idrian, melhor dormirmos...

Ele deu outro daquele lindo sorriso que ele possuía.

– Irei para qualquer lugar com você.

Joanis se deitou sobre o peito de Idrian e adormeceu lentamente no calor dos braços de seu amado.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima gente, espero que tenha. Não se esqueçam de comentar! 0/