Por Hermione Granger:

Quando você quer esquecer algo, procura de todas as formas se afastar de todo tipo de coisa que lhe faça lembrar. Uma foto, um perfume, um objeto... Mas é inevitável, quanto mais tenta, mais lembra.

Então, não adianta lutar contra suas lembranças, elas sempre voltarão. A gente tenta seguir em frente, passado de fosse bom era presente, mas não há o que fazer. É um ciclo vicioso, aquilo faz parte de você, e não vai sair num estalar de dedos.

Andei pensando sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro , mas a morte é inevitável, e portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor, ou pessoa, continua vivo, há então uma morte anormal.

Draco nunca vai morrer, ele sempre será parte de mim. Uma vez minha mãe me disse que a nossa vida é como um aeroporto. Cheio de chegadas e de cheio de partidas. E infelizmente ela estava certa.

– Vai demorar muito até você conseguir rir de uma piada minha? – Harry perguntou encostado a “parede” da barraca.

– Provavelmente. – respondi.

– É algo que pegou todos de surpresa. – ele disse, tristemente.

Suspiro, sem responder. Ele se senta ao meu lado e continua.
– O plano já está traçado, temos que saber quando colocaremos em prática.

Fecho os olhos. Tenho que seguir em frente, penso, mas é tão difícil.
– Harry, apenas mais um dia. Não podemos deixar esse lugar assim. – sinto que ele entende o por que – E é claro que ele vai brincar um pouquinho com meu psicológico.

Harry bufa.
– Será que um dia teremos um pouco de paz?

Olho para o teto.
– Que esse dia chegue logo.

Harry se despede, andando até a “porta”, mas antes de sair, ele se vira.
– Hermione.

Olho-o.
– Oi?

Ele bagunça o cabelo.
– Sabe... isso tudo, se fosse com a Gina, eu realmente já teria pirado. Você... você parece tão forte e inabalável e... nós nos orgulhamos tanto de você. – ele diz, sua voz falhando.

As lágrimas ameaçam chegar, eu as evito ao máximo.
– Ah, Harry... Eu... Eu estou um caco, como vocês ainda tem orgulho de mim?

Harry me encara.
– Você pode ser tudo que quiser, Mione. Você é brilhante. – ele disse e me deu um sorriso sincero.

O primeiro que retribui.

Então, ele se foi, deixando-me sozinha. Acidentalmente, meus olhos encontraram o Mapa do Maroto.

Corri meus dedos pela extensão, imaginando o que estaria acontecendo em Hogwarts. Eu amava tanto aquela escola...

– Juro solenemente não fazer nada de bom. – murmurei, tocando-o com a varinha.

Observei atentamente o mapa tentando entender o que estava acontecendo, provavelmente agora estariam em aula e... estavam todos reunidos no Grande Salão?

Rapidamente, percebi que os nomes estavam... desaparecendo. Pouco a pouco. Então notei os nomes misturados.

Uma onda de eletricidade me percorreu.

Em Hogwarts.

Corri desenfreadamente até o lado de fora, dando de cara com Gina.
– Gina! – chamei, e ela se assustou.

Ela pôs a mão no coração.
– Meu Deus, Hermione! Não me mate! O que foi?

Meu rosto escureceu.
– Estão atacando a escola. – eu disse, a voz determinada já ciente do que eu queria fazer.

Gina estremeceu, os braços desabando dos lados do corpo.

– O que está acontecendo? – perguntou Luna, enquanto caminhava na nossa direção.

Harry saiu da sua barraca.
– Ouvi o que acho que ouvi? – ele disse, os olhos verdes mais escuros de o normal.

Engoli a seco.
– Há Comensais em Hogwarts.

Vi o terror passar pelos nossos rostos. Nossa escola não seria destruída novamente, no poderia. Como se lêssemos a mente uns dos outros, desmontamos tudo as pressas. Explicamos as coisas a Aria rapidamente, e ela pareceu entender.

Então, aparatamos.