Dramione: Learning To Love - 2º Temporada. escrita por Clary


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews me desejando parabéns, obrigada pelos reviews perguntando onde o Draco foi parar, talvez vocês entendam o paradeiro dele aqui, enfim, revelações.



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Por Draco Malfoy:

Eram duas da manhã, e pela trilhonésima vez naquele dia Gina estava me mandando ir dormir, mas mesmo se eu fosse não conseguiria. Eu ficaria ali, ao lado de Hermione, até ela acordar. Primeiro a Marca-Negra, depois Hermione. Eu estava matutando cá com meus botões o porque daquela cor, o motivo de estar cor de sangue. Simplesmente por uma guerra que se aproximava era muito pouco.

Eu não podia negar que estava abalado, meus dois melhores amigos estavam perdidos no mundo, sabe-se lá se não estavam mortos, minha mãe estava nas mãos de Trevor, e minha namorada, a única que estava perto, estava desacordada a dois dias inteiros.

Passei as mãos pelo rosto, numa tentativa desesperada de me acalmar. Olhar para o rosto de anjo de Hermione adormecida era hipnotizante, até eu lembrar que ela poderia não acordar. Meu otimismo estava se superando desta vez.

Senti uma mão pesar no meu ombro, olhei de esguelha para o lado.
– Trégua? – Potter propôs.

Respirei fundo. Não ia adiantar enxotar esse cara daqui, ele era amigo dela, desde que eu me entendia por gente. Se eu estava sofrendo, não podia simplesmente achar que ninguém sofreria mais.

Mesmo que eu pensasse seriamente que ser mais azarado que eu era impossível.

– Trégua. – eu disse.

– Você está uma merda, Malfoy. – ele disse e eu olhei-o com uma cara de “sério que você vai me lembrar?” – Desculpe a sinceridade, mas vá tomar um ar, um banho, sei lá.

– Eu já disse que não. Por acaso foi a Gina que te mandou aqui? – perguntei, desconfiado. Acostumei-me a chamá-la pelo primeiro nome.

Potter soltou uma risadinha baixa.
– Foi.

Rolei os olhos.
– E?

Ele me encarou.
– Eu sou obrigado a concordar com ela, ver Hermione assim está acabando com todo mundo, mas ver você desse jeito foi... Como... Foi estranho, Malfoy. – ele disse. – Faz com que todos se culpem por terem pensado que você era incapaz de amar.

– Eu sei. – sorrio, irônico.

Mas na verdade fico me perguntando o que fiz para que chegassem ao ponto de pensar isso de mim, então me lembro... Ah. Eu sempre fui insensível, frio, seco e vazio aos olhos das pessoas. Eu sempre me escondi atrás de uma armadura, e é isso que acontece quando você se liberta da sua armadura e luta suas próprias batalhas, é tipo surprise bitch!

Potter suspira.
– Vai lá pra fora, vê se arruma essa cara de morto vivo, por que se a Hermione acordar e olhar pra você, morre de susto. – ele disse.

Olhei-o.
– Você não está muito melhor que eu. – rebati.

– Eu não estou aqui vinte e quatro horas. – ele disse, com uma expressão de “eu tenho razão”.

– Eu não vou te obedecer, Potter. – digo.

– Eu não esperava. Por isso mesmo eu estou aqui para pedir um tempinho a sós com a minha melhor amiga. – ele sorriu, vitorioso.

Olhei-o como se fosse de outro planeta.
– Pode esquecer.

Potter me encarou com a sombrancelha erguida.
– Malfoy, você não é mais um energúmeno insensível que não reparou o quanto todos sofremos, pelo menos foi isso que Gina está colocando na minha cabeça, agora saia, por favor.

Então ele começou a me enxotar como se eu nunca tivesse pensado em fazer isso com ele.
– Quem me garante que se ela acordar você vai me chamar? – indaguei.

– Eu garanto. – disse Aria sorridente, aparecendo dos quintos de Salém nos fundos da barraca.

Potter encarou a menininha.
– Do jeito que essa menina é obcecada por você, eu acredito nela. Não sei o que ela viu nessa sua cara branquela de doninha albina com esse cabelo esebad...

Interrompo-o.
– E a trégua, Testa-rachada? – sorrio de lado, brincalhão.

Ele me manda um dedo do meio, me limito a rir. Quem diria que a primeira risada que eu daria em horas seria por causa do Cicatriz?

– Vai se ferrar, e são só alguns minutos! – eu disse, saindo da barraca. Não sem antes dar uma boa olhada na minha castanha.

Voltei a ficar cabisbaixo quando percebi que ela dormia profundamente. Tudo culpa do Weasley. Andei até um riacho que tinha por ali, chutando a neve, o gelo já tinha derretido, então comecei a jogar pedrinhas na agua para vê-las quicando até afundar. Algumas atravessavam o riacho e chegavam a outra margem, eu esperava que Hermione não afundasse, eu me agarrava a isso com todas as minhas forças.

– Não se preocupe, ela vai acordar. – Aria disse, sentando-se ao meu lado no chão.

Olhei-a, depois desviei o olhar para o riacho.
– Como você sabe?

– Eu simplesmente sei. – ela disse.

Olhei-a, desta vez com interesse.
– Aria, de onde você veio? Como chegou aqui?

Aria franziu o cenho.
– Eu me lembro de ter tido um sonho, tinha uma mulher que andava como se flutuasse, ela vestia branco, tinha os olhos da cor dos meus e os daquela garota. Nos sonhos que eu tive, ela me dizia que eu estava do lado errado. Que eu tinha que fugir. Ela me alertava. Ela dizia que existiam pessoas que me ajudariam a descobrir quem eu sou. Então eu acordei na floresta, e encontrei a Granger.

Pisquei várias vezes, se fosse o que eu estava pensando, estávamos todos ferrados.
– Você conheceu sua mãe?

Ela negou com a cabeça.
– Não.

– O que você sabe sobre ela? – indaguei, eu tinha que arrancar tudo que pudesse dela.

Os olhos da menina brilharam.
– Ela foi uma grande bruxa, mas ela sumiu quando eu tinha um ano.

– E seu pai?

– Meu pai nunca me vê. Ele está sempre ocupado. – ela da de ombros, tristemente.

Muito ocupado, penso, matando bruxos inocentes. Tenho pena dessa garota.
– Você sempre morou naquela casa? –pergunto.

– Não. – responde. – Eu morava no sul, interior e tudo mais, com uma velhinha ranzinza chamada Gertrudes. – ela resmungou – Ela nunca me deixava sair, eu sempre estava trancada no quarto ou fazendo alguma tarefa doméstica.

Ficamos em silencio por um bom tempo. Então quer dizer que Trevor não desejava a filha que tinha, mas a temia a ponto de deixá-la viva.

Aria baixou a voz.
– E ela me batia. – olhei-a de repente enquanto ela abaixava a manga do vestido, mostrando uma série de hematomas em seu tórax e ombros, além de roxos suspeitos no pescoço. À medida que eu via, formulava na minha cabeça formas de tortura as quais essa pobre menina fora submetida, e a raiva só fazia crescer. – Das piores formas possíveis. – ela sussurrou. – Uma vez me deixou trancada no quarto por três dias sem comer, mas eu consegui quebrar a janela e ir até a cozinha escondido, não quero nem pensar no que teria feito se tivesse me pego no ato. Então achei que tudo terminou, quando acordei na casa do meu pai, mas eu achei errado, eles usavam magia para... – ela não terminou a frase.

A infância de Aria era tão parecida em partes com a minha que chegava a doer.
– Não vou deixar que façam isso novamente. – eu disse a ela, enquanto erguia sua cabeça.

Aria riu, amarga.
– Eu não acredito mais em promessas. – ela disse, e aquilo me fez perceber o quão parecida ela era com Hermione.

– Não te obrigo a acreditar, mas você pode tentar. Assim como pode tentar ser amiga de Hermione. – ela assentiu, timidamente. – Aria, eu tenho apenas mais uma pergunta. – eu disse, cuidadosamente, e ela assentiu. – Quando começou a ter esses sonhos?

Era minha pergunta final.

Aria pensou um pouco.
– Há um bom tempo, cerca de uns três meses talvez...

Engoli a seco. Aria se despediu, dizendo que estava com sono, e foi embora.

Faziam cerca de três meses desde tudo começou. Eu não sei o que você entende como tudo, mas eu também preciso organizar alguns fatos. Mas eu não tive tempo.

Desta vez não ouvi passos, não senti nada estranho, apenas um baque surdo e minha cabeça tombando para o lado, não senti meu corpo por dois segundos, mas quando a dor veio, o riacho e as pedrinhas perderam o foco.

As ultimas coisas que vi foram olhos azuis e um sorriso maldoso. Então, eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

A segunda temporada não vai ser tao longa quanto a primeira, então, quando as coisas começarem a desembolar, aguardem o final. Eu amo vocês, suas lindjas, agora surtem!