Eu sinceramente, não lembrava qual era o caminho de volta a Diamond.
Andávamos em um silêncio absoluto, apenas o som dos nossos tênis pisoteando o chão da floresta causavam um “tac...tac...” Que aos meus ouvidos já estava me incomodando a algum tempo.
“Qual é o seu nome?” - então eu havia quebrado o pequeno “silêncio” entre nós.
Limpei minha garganta e fixei meus olhos pretos no seu belo par de olhos verdes.
O garoto ficou alguns segundos calado. Meu rosto queimou, mas continuei a olhá-lo nem conseguindo desviar os olhos.
“Cameron.” - ele parou e respirou fundo – “Moore.”
Um nome de bad-boy. Uh... Porque não estou surpresa?
“Luna Zane.” - Cameron olhou para mim e enrugou uma das sobrancelhas.
“Eu sabia disso.”
O que...? Como esse garoto que eu mal conhecia sabia meu nome? Ele também deve saber quantas vezes vou ao banheiro. Droga! Eu cheguei a pouco tempo e ele simplesmente sabia meu nome? Não!
“Como?” - meu interesse estava emanando em todos os cantos possíveis, vi um sorriso brotar em seu lábio e foi isso que fez meu estomago e coração darem um nó.
“A cidade é pequena então...”
Fofoqueiros de plantão. Perfeito!
Grunhi um “entendi” e ele gargalhou inclinando a cabeça para trás.
“Desconfortável?”
“Porque não estaria? Estou andando com um louco em meu lado.” - ele deu um sorriso branco e eu não pude deixar de devolve-lo. Ele olhou para frente, caminhando no mesmo ritmo que eu. Ou pelo menos tentando. – “Você deve ser de Diamond não é?”
Era claro. O que um garoto de minha idade fazia ali? Que pergunta besta! Ou não. O que esse garoto fazia ali?
Eu tinha certeza que ele estava se perguntando a mesma coisa.
“Perdemos duas aulas.” - pelo seu tom calmo, eu diria que isso era uma coisa normal vinda dele.

História e sua função de me fazer sentir debilitada. O professor varria os olhos pela sala e sempre que paravam nos meus, parecia que ia ter um enfarte.
Uma garota que mais parecia uma modelo com pernas de saracura e saias curtas, deu um sorriso falso para mim e depois virou-se para sua amiga. As duas gargalharam e olharam para mim.
Droga!
Cameron entra na sala. Atrasado. O professor o olha feio, mas o deixa entrar.
Ele senta na cadeira e me olha rapidamente e depois...
Para as pernas da garota que se contorce para ficar em um angulo bom. Ele sorri descaradamente para ela enquanto meche em seus longos cabelos ruivos. Eles estão flertando. Já está bom por hoje, acho que já poderei ir embora dali de uma vez. Poderia pular pela janela...
Meu celular vibra em meu bolso, eu o pego antes que escorregue de minhas mãos.
“Mensagem de Laura.”
Eu quis levantar da cadeira e saltitar por ai feito um canguru, mas me contive facilmente.
“Ah Zane estou morta de saudade!!! Tenho tanto para lhe contar!!!!”
Eu sorri e escrevi apressadamente esquecendo-me do que estava ao meu redor.
“Conte-me!”
Em um minuto ela respondera, pude imaginar sua expressão de felicidade escrevendo o texto.
“Estou namorando um garoto gato!! Estou gostando muito dele. Sério. Mas... Fale de você. Como é entrar no meio do ano? Muitos gatos?”
Mordi o lábio e pensei por um minuto no que escrever. Pensei bem.
“Um tanto ruim. E uh... Tem um garoto que eu achei terrivelmente gato! Só de olhá-lo você ficaria embriagada e não estou exagerando! Eu o chamo de bad boy surfista.”
Então eu apaguei.
“Ah é ruim e sim tem vários... No momento nenhum interessante.”
Enviei.
Apesar de que falamos tudo uma com a outra, contamos até o que comíamos no jantar, pensei melhor. Eu conheci Cameron a algumas horas e ele está flertando com uma garota saracura e... Não temos nada.
Fechei os olhos e imaginei a sala em prantos, cadernos voando, folhas parando no rosto das pessoas, todos gritando pedindo e suplicando para parar enquanto eu assistia tudo com um terrível sorriso no rosto. Cameron estava ajoelhado em meus pés pedindo “por favor faça parar” mas eu balançava a cabeça em negativo.
Forcei a cena. Falando palavras em outra língua. Elas saiam de meus lábios sem que eu quisesse. Lutei para fixar a cena na realidade. Escuto uma folha cair e sorrio enquanto as palavras continuam sendo jorradas de minha boca. De repente escuto um baque ensurdecedor que me faz pular e abrir os olhos. A ruiva estava com as mãos no peito e rindo enquanto olhava para a porta com uma expressão de “Uau eu quase borrei minhas calças, mas tudo bem, estou viva! Só foi a porta.”
Olhei de relance para Cameron que encarava a porta tranquilamente.