Caçada escrita por Chloe Cleare


Capítulo 4
Diamond


Notas iniciais do capítulo

Quem será esse garoto tão misterioso!?



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Andei decidida, pisando forte e nem olhando no rosto das pessoas. Apenas ignorava seus olhares sobre mim. Sempre me estudando, minhas roupas, o cabelo, o jeito que ando...
Porém eu não estava ligando, em minha mente era “Acalme-se, hoje será seu primeiro dia aqui, depois eles irão acostumar-se com você” Irão? Ou talvez não?”
Passei na sala do diretor em busca do horário das aulas, ele me deu uma folha e disse para eu seguir pelo corredor em busca da sala 127. Achei desnecessário ele ter me dito isso, eu sabia ler. Se não nem teria ao menos pego o papel. Caminhei e caminhei. Nada.
Resolvi explorar todos os mínimos cantos de Diamond.
Descobri uma pequena sala onde havia materiais escolares reutilizáveis, como livros e etc. Também achara uma espécie de laboratório para aula de ciências. Minha favorita por sinal.
Chegou um momento em que me cansei de sair por ai feito louca explorando tudo. Um garoto com olhar gentil estava parado contra a parede, ele fazia gestos enquanto falava com seu amigo, andei até ele e o toquei com meu dedo delicadamente, chamando sua atenção, ele olhou para mim e fez careta, dei um sorriso forçado e olhei para baixo.

“Desculpe, poderia dizer-me onde fica a sala 127?” - Olhei brevemente seu rosto e o vi sorrir para seu amigo que também sorriu.
Ufa, talvez não tenha soado tão patética.

“Claro gatinha” - ele pôs as mãos em meu queixo e me empurrou pelo pátio. – “venha comigo.”
Eu o segui.
O garoto me levou atrás do refeitório onde havia um portão e um caminho de pedras no chão. Notei uma placa e tentei lê-la melhor, tive que forçar minha vista quando li um “não entre” Uma floresta fundia-se calorosamente por ali, o contato com a natureza era de imediato.

“Fica aqui.” - ele apontou para o portão tentando não rir. – “Divirta-se em sua primeira aula ao ar puro.” Ele gargalhou saindo de lá com as mãos na barriga de tanto rir.
Cerrei os dentes com raiva.

“Eu vou acabar com ele ago...” - antes que eu pudesse terminar meu incrível ataque de raiva, eu paro e penso que talvez não seja uma má idéia minha primeira aula ser ao ar puro. Sorrio e abro o portão facilmente, me surpreendendo com isso.

Varro os olhos pelo céu e noto-o nebuloso, um corvo passa acima de minha cabeça gritando esganiçada, me abaixo como se ele fosse agarrar meu cabelo e me puxar céu acima. Droga! Como eu odeio esses bichos!
Poderia ser loucura mas, eu sentia que ali não estava seguro. Nem um pouco. Comecei a andar a passos lentos e largos, firmando minha mão em minha bolsa.
Afastei um galho que estava prestes a chocar-se em meu rosto, ele estava molhado, abafei um grito quando vi algo vermelho nele. Não podia ser...
Pus minhas mãos perto do rosto e pude sentir o cheiro inconfundível de sangue.

No momento não soube oque pensar, fixei imagens em minha mente, voltei a olhar meus dedos pálidos com os sangue vermelho vivo dando tremidas com o toque e o cheiro.
Gritei exasperadamente e comecei a correr, dando pulos toda vez que matos e galhos roçavam em minha perna. Droga! Droga! Droga!
Meus pulmões começaram a protestar de imediato. Meus joelhos gritavam e meu coração palpitava sem parar, jurei que podia ouvi-lo. Talvez fosse loucura de minha cabeça.
Continuei a correr, não podia parar. Eu deveria voltar, mas eu estava curiosa de mais. Corri. Adentrando da floresta e me afastando mais e mais de Diamond. Eu tinha que descobrir por que daquele sangue e porque aquela placa.
Chegou um momento em que pensei “Talvez fosse sangue de animal” Merda! Eu tentei, juro que tentei acreditar nisso. Mas não consegui.

Parei de correr. Segurando desajeitadamente em uma árvore, apoiando-me nela para não cair.
Notei minha visão borrando-se, apertei os olhos e respirei fundo.

“ótima hora para ter um ataque desses Zane” meu interior disse sem pestanejar. Cale a boca. Retruquei por pensamento.

Escuto um quebrar de galhos alto o suficiente para se escutar longe dali. O barulho cessou assim que fiquei em estado de alerta. Deus, estou arrependida! Droga! Droga! Apenas isso me faz ficar completamente acordada e imóvel. Era impossível ficar mais pálida do que eu já estava.
Talvez fosse um castor... Ou talvez...
O mesmo barulho, mais alto.
Pensamentos confusos e imagens difusas apareciam em minha mente me causando uma grave ânsia. O barulho cessou novamente. Abri a boca para perguntar “Quem está ai?” Mas acabei dando um grave gemido descontrolado. Eu sabia que havia alguém ao redor. Não era um animal. Era um homem? Ou talvez uma mulher? Resolvi chamar de ela. Podia ser uma psicopata uma ninja... Meu instinto dizia que não e por incrível que pareça eu confiava nele. Não era um ninja. Outra vez ouço o barulho, dou um grande pulo e um grito doentio, voltando a correr mais rápido que antes, mesmo que pareça quase impossível.

“Pare! Deixe de ser obsessiva! Sua louca varrida! Paranóica! Você é uma ofensa! Uma merdinha uma...”

“Cala a boca!” - os pensamentos se calaram. – “Não conseguem pensar positivo e me ajudar? Pelo menos uma vez?”
Não estava ligando se eu estava gritando no meio da mata, a pessoa me acharia louca, mas tenho certeza que isso que estava correndo atrás de mim era muito mais...
Não, não estava correndo atrás de mim.
Eu freio, caindo de cara no chão e escutando algo se quebrar. Meu óculos! Oh droga! Como irei para Diamond desse jeito? E ainda por cima minha touca não estava mais em minha cabeça. Eu havia o perdido enquanto corria, era a única explicação. Tudo bem. Isso não importava agora, o importante era voltar. Virei-me de barriga para cima, com os olhos fechados, vendo como a luz do dia clareava minhas pálpebras, impedindo que eu fitasse apenas o nada. A escuridão.

“Acho que realmente você precisa de uma ajuda.” - uma voz inebriante e atraente disse em meus pensamentos.

“Você podia ser sempre assim, só que menos impaciente não acha?” - perguntei baixinho com um suspiro retrucando a pergunta de meus pensamentos.
Era estranho. Eu nunca soube definir exatamente se era uma mulher ou um homem que falava em minha cabeça e agora... Eu sei. Mudou drasticamente. Para melhor.

“O que você...” - a voz não continuou a pergunta e logo fez outra. – “tudo bem sua louca, estou lhe oferecendo ajuda ira aceitar ou ficara ai deitada para o resto de sua vida?”
Não seria má idéia.
Espere... O que ele disse?
Abro os olhos e forço a visão para a figura em minha frente.

“Caramba...” - não consigo me conter, a exclamação era necessária no momento.

Meus olhos nem ao menos acreditavam no que viam. Seus cabelos esvoaçantes davam um ar de ''Acordei, estou com preguiça de pentear mas... Sou lindo de qualquer jeito.'' Sua covinha no queixo era pequena, ele usava roupas de bad boy, tinha pele dourada e grandes olhos verdes. Seu olhar era de repulsa, me fez tremer. Droga... Os óculos! Seus cabelos dourados voaram com o vento e talvez eu estivesse ficando louca, mas pude sentir seu maravilho cheiro.
Pude dizer que o bad boy surfista tinha grande estrutura óssea ou músculos por assim dizer.
Ele estendeu sua mão para mim, notei um anel com uma caveira. Depois reclamo que eu que sou macabra com minha tatuagem de olho com veias saltando.
Olhei fundo em seus olhos, sua expressão se suavizou e então fez um som de impaciência com a boca.

“Está começando a cansar.” - falou irritado.

Aceitei. Suas mãos tocaram as minhas num ato eletrizante, ele me puxou para perto de si, o cheiro que eu havia sentido era dele, agora sim estava totalmente confirmado pois até pensei que fosse voltar ao chão a qualquer momento.
Então fiz a primeira coisa que veio em minha cabeça.
Meus joelhos foram rapidamente parar em seu estomago, desejei que ele ficasse sem ar, mas foi totalmente ao contrário.

Gritei e fitei seus olhos enquanto meu joelho explodia em dor. Ele nem ao menos se mexera, seu olhar era assassino sobre mim.
Ele continuou parado, olhando-me enquanto eu segurava meus joelhos que doíam e lutava para não cair. Ele realmente tinha músculos...
Ele deu um passo à frente, sem expressão no seu rosto, me afastei cambaleando e com medo de que pudesse me machucar.

“Desculpe-me” - sussurrei. – “Eu juro...”
Parei e fitei seus olhos, eram sombrios de dar arrepios e gelar os ossos, eu estava com medo dele. Muito medo.
Dei três passos para trás e então... virei-me para correr mas acabei tropeçando em uma pedra pontuda e dando de cara no chão.

“Fique a onde está...” - ele murmurou dando um longo suspiro no final.
Levantei cuspindo alguns matos e gravetos de minha boca e sem mais, comecei a correr desesperadamente em direção a Diamond.
Eu o ouvia, ele estava correndo atrás de mim, mas não conseguia me alcançar pois eu corria extremamente rápido, ignorando a dor em meu joelho.

“Você não pode fugir, tem que parar para seu próprio bem!” - ele gritou, não parecendo nada cansado.
Eu não ia parar até chegar aquele maldito portão e fingir que isso nunca acontecera.

“Pare!” - ele grita e eu o ignoro num segundo depois, sinto algo me puxar para cima. Uma corda em minha canela. Como...?
Armadilha! Droga!
Debati-me inutilmente enquanto ficava de olhos fechados ignorando seu olhar sobre mim.
Abri os olhos e o vi cruzando os braços com uma cara de “eu a avisei”
Vendo-o assim era diferente.

“Continua estonteante” Não consegui deixar de pensar. Era a realidade!

“O que é isso?” - minha voz saiu em murmúrios e pude jurar ouvir o eco que ela causara.

“Uma armadilha o que você acha?” - ele esperou por uma resposta mais minha cara de desgosto já era suficiente. – “Avisei para parar de correr, mas você não me ouviu.”
“Diga algo inteligente Zane!” meus pensamentos me encorajaram.

"Eu seria burra se ficasse parada esperando-o me matar.”
Ele bufou, continuando na mesma posição de antes.

“Quem disse que eu iria lhe matar?” - sua pergunta me pegou desprevenida mas resolvi retrucá-la.
''Seu olhar me disse.'' - era a verdade, era um olhar penetrante e psicopata.

Ele sorriu. Deixando-me sem ar, meu rosto estava parecendo uma pimenta vermelha. Estava igual a uma vez que fui à praia com minha tia Judite e voltei igual a um camarão. Pensar nela me deu saudades, de como quando ela fazia feitiços para arranjar um marido. Era engraçado. Toda minha família era apenas pessoas esquisitas, todas bruxas e todos bruxos. Eram poucas pessoas mas, nossa... Seria um prato cheio para caçadores arrancarem suas cabeças.
Afastei os pensamentos e me foquei novamente em seu belo rosto. Ele descruzou os braços e mordeu um lábio.

“Tudo bem, vou indo.” - ele começou a se afastar mais logo parou, abaixou-se e pegou algo preto do chão. – “Acho que isso é seu.”
Murmurei um “sim, é meu.” mas não saiu como o esperado. O importante é que ele entendera e isto já estava de bom tamanho.

“Solte-me daqui...” - tentei sair balançando a perna, fazendo-a doer mais.
Ele desamarrou subindo na arvore numa agilidade incrível.

Caio desconfortavelmente e por incrível que pareça, ele foi me ajudar com um olhar preocupado.


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Notas finais do capítulo

Não perca o próximo capítulo!



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