Caçada escrita por Chloe Cleare


Capítulo 3
Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Grandes mudanças na vida de luna, será que ela irá se adaptar?



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Os dias passaram-se rápidos. Em meu ponto de vista era injusto, tony não ajudava. Mas, eu não estava magoada com ele. Tony era meu pai e eu o amava do jeito que ele era, e sei que quer o melhor pra mim, então apenas aceitei que tinha que ir, tinha que deixá-lo. Fiquei pensando por horas a fio “o que farei quando me encontrar com Margaret?” Eu não teria reação. Talvez eu xingasse ela? Talvez eu ficasse a encarando sem poder dizer uma palavra, pois meus lábios e meu cérebro não sincronizavam com o momento.

Hoje era domingo então meu desespero e talvez ansiedade causavam-me um grande desconforto. Eu sentiria saudade desta casa, desta cama... Merda! Como Tony toma uma decisão tão radical? Como e porque ele foi atrás de Margaret assim tão fácil, porque ele caiu em sua ''lábia'' tão fácil?

Então o grande dia chegara. Tony e Laura foram comigo ao aeroporto, não consegui me conter em lágrimas quando tive que deixá-los, eu e Laura prometemos manter contato, aliás, papai também prometeu, ele disse para tomar cuidado, e que já dera as “instruções” a Margaret. Olhando da janela do avião, me imaginei voando como fazia geralmente, só que não tão alto. Claro. Minha nova vida começaria e eu ainda estava em choque, lágrimas brotaram novamente, e eu sabia que minha vida, estava prestes a mudar, para sempre.

Ao descer do avião, peguei o bilhete onde dizia como chegar à casa de Margaret. Ao chegar, bati na porta mas ninguém me atendeu. Girei a maçaneta e a porta abriu, e entrei assim mesmo. Minha nova casa era bonita, tinha um ar aconchegante, fazia-me sentir bem, não era nada comparada a minha antiga casa, mas eu nunca ligara para coisas finas como Laura dizia. Puxei minhas malas para a pequena sala, olhei em volta e senti um enorme pânico, tentei não parecer uma louca varrida, era impossível.

“Margaret?” - chamei por seu nome vezes seguidas e nada. Resolvi que ficar parada esperando algo acontecer não iria ajudar, comecei a andar pelo corredor estreito, a casa de Margaret tinha um cheiro floral, era bom. Cheguei a uma porta e a abri, olhando lá dentro vi que não havia ninguém, mas deveria ser o quarto de Margaret. Tinha fotografias antigas na parede, uma cômoda com vários livros em cima em um dos cantos, e uma cama perfeitamente arrumada. Sai do quarto e segui para a próxima porta, era outro quarto, mas estava mal iluminado e não havia nada mais que uma cama e uma cômoda vazia, imaginei que deveria ser o meu quarto. Decido voltar a sala, não quero parecer muito intrometida.

Engulo um grito quando vejo uma senhora com um pano em volta da cabeça deixando apenas uns fios de cabelo dourados caindo em suas costas. Ela estava virada de costas para mim, com um livro em uma das mãos, ela folheava as páginas rapidamente. Meu deus! Eu havia entrado na casa errada? - perguntei exasperadamente em meus pensamentos.

“Quem é...” - antes que continue, a senhora se vira e não pude conter meu pulo. Não era uma senhora, era com certeza minha mãe. Deus! Era encantadora! E o que meu sorriso estava fazendo em seus lábios? Seus lábios eram carnudos como os meus e ela tinha a pele um pouco menos pálida que a minha. Seus olhos pretos me pediram desculpa e eu deixei de lado.

Seu vestido era florido e seu casaquinho branco davam a impressão de ser uma mulher mais jovem, mas tenho certeza que os homens não resistiriam ao seus encantos.

Ela tinha um ar jovem, seu rosto não havia nenhuma ruga, nada. Me perguntei qual era o seu segredo, ou o seu creme...

“Oh Luna! Que bom vê-la..”. - Ela veio até mim e me abraçou, retribui o abraço timidamente e tentando não cair. – “Me desculpe Luna, por tudo, um dia você ira compreender isso tudo e tenho certeza que você não me odiara mais.”

“Eu não lhe odeio Margaret, você é minha...Mãe. Não posso odiá-la, mesmo você sendo uma...” - engoli a palavra, vendo como seu olhar era arrependido e como seus olhos estavam ficando brilhantes, então uma simples lágrima cai em suas maçãs do rosto e não consigo conter minhas lágrimas. – “Conte-me por favor, por que fez isso? Eu compreendo você e não fico com raiva... Não mais.”

“Não quero que você conviva comigo e finja estar gostando de mim, eu não lhe culparei, nem ao menos brigarei, a única coisa que desejo é a sua felicidade, seja como for, então por favor, seja você mesma em relação a isso.”

Era como se a partir do momento em que eu a vira, toda a raiva que eu sentia sumira, na verdade, um ódio que nunca existira, eu nunca a odiara. Não estava mais desgostando dela como passei a vida toda, eu nunca disse que a odiava, mas a vida toda a culpava por todo meu sofrimento. Talvez eu estivesse sendo apenas uma criança, que queria atenção, porém, era o que eu havia sentido durante toda minha vida.

“Eu serei.” - murmurei mordendo um lábio. – “nunca lhe odiei, apenas a culpava... Não preciso entrar em detalhes, Tony já os dera suficiente não é mesmo?” Ela deu um sorriso fraco e assentiu. De algum modo, não estava sentindo nenhum sentimento negativo em relação à Margaret.

"Bom, então acho que você já viu onde será seu quarto, pode ir se alojar" - ela disse com simpatia - Se troque e volte para cá, vou fazer um lanche para você, precisamos falar sobre a escola nova, você começa amanhã"

"Amanhã? Eu acabei de chegar e já terei que frequentar a escola?" - falei em um tom assustado.

"Querida, será melhor pra você ir e se adaptar" - ela falou olhando em meus olhos - " Desculpe por isso, sei que está cansada da viajem, mas será melhor assim, agora vá lá e se troque, amanhã irá ser um grande dia."


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Notas finais do capítulo

Aceito criticas construtivas :)



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