Ela ficou sentada em uma única posição por um longo tempo, ate ouvir passos, ou pelo menos, algo que se assemelhava a passos aproximando-se.

Antes que pudesse tirar seu corpo do torpor, uma mão branca-acinzentada tocou sem ombro.

– Vamos Elsa, olhe para mim. – A voz disse muito parecida a de sua mãe, com um tom de repreensão mesclando-se a doçura.

Elsa virou-se, forçando a si mesma á olhar diretamente nos olhos da dama. Terrível erro, esse foi o seu.

– Oh, minha querida, eles lhe trataram tão mal, tão mal... – Ela dizia, sustentando suavemente o rosto da jovem rainha, que se sentia diminuir mais e mais olhando naqueles olhos verdes radioativos. – Você não deseja vingança?

Os braços da garota elevaram-se alguns centímetros, seus lábios abertos em surpresa.

– Mas, isso já não foi minha vingança? – Ela perguntou fraca e confusa.

– Oh não, querida majestade, eles todos merecem o mesmo destino dos guardas. Todos devem morrer.

– O-oque? Não. – Elsa fez menção de levantar-se, mas foi impedida pela mão de unhas afiadas da dama de negro, que segurou uma de suas pernas. A jovem de cabelos prateados olhava-a seria, porem, a cada momento próxima aquelas pupilas brilhante, sentia seu corpo sendo infectado, a expressão decidida desvanecendo e dando lugar ao medo que sentia quando ainda era uma pequena princesa.

Seus olhos comprimiram-se, as lagrimas começaram a transbordar antes mesmo que se desse conta.

Ela dissera que nunca a veriam chorar novamente. Ao parecer, estava errada.

Mas ela usou a ultima parte de lucidez que detinha, desvencilhando-se do aperto da mulher a sua frente.

– Eu não quero que todos morram, não quero!

Mas um sorriso maníaco atravessou o rosto da mulher e esta se pôs de pé, agarrando novamente o rosto de Elsa, porem dessa vez, com uma força perfurante e inescapável.

– Ah não? E que tal se você morrer, pequena Elsa? – Ela colocou sua outra mão, encaixando-a na curva do pescoço delicado da garota.

– Pense bem, - Ela continuava a dizer, o vestido esvoaçando pela brisa invernal que entrava silenciosa pela sacada destruída. – se você morresse, todos ficariam bem. Arendelle voltaria a ser quente e aconchegante. O povo voltaria a sorrir. Oh, Elsa... Anna ficaria segura. Se você não existisse, tudo seria MELHOR! – Com um grito ou rosnado de prazer e fúria, chamas cintilando em seus olhos tóxicos, ela apertou a garganta de Elsa, forçando o ar para fora, deixando a rainha debilitada, já sem forças, a apertar debilmente seu pulso, tentando, inutilmente livrar-se do sufocamento.

– É tarde demais, Elsa. – Ela sussurrou uma vez mais, sua voz penetrando nos ouvidos da rainha semiconsciente. – Agora eu serei você. Eu serei a Rainha do Gelo!

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