Minha doce fera escrita por C0nfused queen


Capítulo 7
Capítulo 7.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo repleto de momentos fofs entre Bela e nosso principe encantado.



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Senti meu corpo sendo impulsionado para trás, me impedindo de continuar minha fuga, ela finalmente havia me pego e agora eu seria torturada por fugir, com toda certeza as noticias de minha fuga já deveriam ter repercutido por toda a vila, para todos agora eu deveria estar ganhando a vida de uma maneira nada correta na velha Paris, Gastón agora deveria ser vitima de comentários tão maldosos como aqueles que seriam destinados a mim, mesmo que um dia eu consiga conquistar a minha liberdade à volta para aquele lugar não seria uma boa opção.

–Não, me solte... – eu gritei e me debati.

–Bela! – uma voz estranhamente familiar chamou pelo meu nome – Bela... Acorda... Acorda!

Eu abri meus olhos e encontrei Adam parado aminha frente, com os braços a minha volta, seu cabelo estava completamente molhado pela chuva que caia agora, assim como suas roupas, eu olhei para mim mesma e vi que meu estado não era melhor do que o dele, a chuva tornara minha roupa praticamente transparente, mas eu estava atordoada demais para protestar e ele nem ao menos parecia notar, estava preocupado demais com meu estado.

–Ela... Ela vai me matar... – eu balbuciava palavras sem sentido que eram entrecortadas pelo choro.

–Ela... Mas ela quem? – ele me perguntava tentando fazer com que eu me acalmasse.

–Ela... – eu continuava a balbuciar as mesmas palavras – Ela virá atrás de mim e ninguém me protegera, ela ira me torturar de novo.

Ele segurou meu rosto entre suas mãos e pronunciou:

–Ninguém fará nada com você, eu vou protegê-la. – eu não conseguia mais me manter controlada, enterrei a cabeça em seu peito e chorei.

No inicio ele pareceu estranhar minha atitude, mas logo estava me abraçando, sussurrando em meu ouvido palavras de conforto.

–Eu tenho tanto medo... – eu falava – Tanto medo.

–Bela... Foi só um pesadelo, já passou, eu estou aqui.

Eu continuava chorando, ele tinha seus braços em volta de mim de maneira protetora e seu rosto estava encostado em meus cabelos.

–Por favor... – eu falava em meio aos soluços – Não deixa que ela faça isso de novo... Não deixa...

–Não vou... Eu juro.

Logo as luzes do castelo começavam a acender, os empregados observavam a cena, curiosos, Adam demonstrava ter um lado humano, ele mostrava se importar. Aos poucos ele começou a me conduzir para dentro do castelo, ele conservava seus braços a minha volta, eu tinha minha cabeça apoiada em seu ombro, ele me fez sentar em frente à lareira e Burnier lhe entregou um cobertor grosso de lã, que Adam passou em volta de meus ombros, e aos poucos eu já me sentia mais aquecida.

–Meu bem... O que houve? – madame Marta colocou a mão em meu ombro, mas eu recuei quando senti seu toque.

Adam postou-se a meu lado e tocou meu ombro também e aos poucos eu me afastava dela e postava-me ao lado de Adam, eu adorava madame Marta, mas ela me lembrava a horrenda mãe de Gastón.

–Foi só um pesadelo... – disse Adam.

–Vou preparar um chá para aquecê-la meu bem.

Eu balancei minha cabeça positivamente e novamente enterrei minha cabeça no abdômen de Adam que estava em pé ao meu lado. Ele apenas acariciou meus cabelos enquanto minhas lágrimas voltavam a cair. Em alguns minutos madame Marta vinha com uma xícara de chá em mãos, ela logo me entregou e Adam ao ver que eu já estava mais calma afastou-se um pouco e começou a conversar com Burnier.

Logo eu já estava aquecida e completamente tomada pelo sono, Adam se aproximou e disse:

–Bela... Como se sente? – ele perguntou.

–Bem... – eu falei baixinho – obrigada...

Ele sorriu de canto e disse:

–Sei que esta cansada... Mas amanhã vamos conversar. – ele tocou meu rosto e beijou minha cabeça, depois subiu as escadas. Há alguns dias venho observando o comportamento de Adam, ele sempre se mantinha trancado em seu quarto, quebrando todos os móveis e mantendo-se escondido com seu pessimismo e sua concepção trágica da vida. Mas o que ele havia feito era para mim algo bastante inesperado.

Madame Marta me ajudou a seguir para meu quarto, ao chegarmos ela me entregou roupas secas, eu deitei-me em minha cama e fechei os olhos. Meu sono dessa vez fora tranqüilo, por alguma estranha razão as palavras de Adam ecoavam em minha mente, eu sabia que ele estava ali, próximo e que não permitiria que nada acontecesse. “Eu estou aqui” ele dissera e minha mente não deixa de responder “E eu agradeço muito por isso”.

Acordei com batidas na porta de meu quarto, madame Marta colocou a cabeça para dentro do quarto e pediu permissão para entrar, eu prontamente a concedi, ela seguiu para meu guarda-roupa e pegou um dos vestidos, eles eram muito belos, delicados, refinados, bem diferentes daqueles que eu costumava usar em minhas manhãs pela vila. Ela me entregou um belo vestido com tons claros e pediu para que eu vestisse, disse que Adam gostaria que eu o acompanhasse em sua caminhada. Eu me vesti e depois desci, tomei um rápido café e logo Burnier batia seu pé no chão pedindo para que eu me apressasse, pois Adam já me aguardava ao lado de fora. Aprecei-me e segui Burnier.

Adam estava fitando o horizonte, ele estava belíssimo, as cicatrizes nem ao menos ocultavam sua beleza. Ele me olhou e sorriu, estendeu o braço e eu o peguei nos despedimos de Burnier e caminhamos pelos jardins do castelo.

–Bela... O que houve... Ontem? – ele perguntou, porém sentia em sua voz que ele temia a resposta.

–Naquela noite, em que eu estava perdida na mata, eu não estava ali sem nenhum motivo, eu... Bem pode se dizer que eu me encontrava em fuga, o meu pai... – contei a ele toda a minha história, Adam a ouvia atentamente e segurava minha mão todas as vezes que notava que algumas lágrimas teimavam em cair.

Ele não comentou nada, por alguma estranha razão ele passou para mim a idéia de que já sabia de tudo. Continuamos a nossa caminhada, Adam era bastante divertido, ele contava a mim historias de sua infância, ele de fato era uma criança bastante difícil.

–Eu costumava andar por aqui quando criança. – ele parou em frente a uma parte do jardim mais afastada do castelo.

Olhei ao redor, antes deveria ser um belo local, havia muitas jardineiras vazias, um banco bastante degradado pelo tempo e um velho chafariz.

–Deveria ser muito bonito.

Ele balançou a cabeça e parou próximo a uma velha roseira, ele tocou seu rosto por um momento e depois voltou a caminhar. Sentei-me próximo ao chafariz e ele fez o mesmo, passamos alguns minutos em silencio e Adam, após algum tempo o quebrou.

–Bela você era feliz? – ele disse também olhando para o horizonte.

–Eu... Não. – ele me encarou – A vida toda eu cuidei de meu pai e fiquei presa a uma rotina, os meus únicos momentos felizes eram quando eu podia ir à livraria do senhor Saint Claire...

–Gosta de ler? – ele me cortou.

–Adoro. – ele sorriu.

–Então vou lhe mostrar algo.

Ele me ofereceu sua mão e me conduzia para o castelo, o que ele estava aprontando?

Subimos as escadas e paramos em frente a uma enorme porta.

–Feche os olhos. – ele ordenou mesmo parecendo bastante mudado algo em sua voz ainda era bastante parecido com o antigo príncipe ranzinza.

Eu o atendi e ele segurou minha mão me conduzindo para dentro de uma sala, possuía um forte cheiro de mofo, parecia que alguém não a visitava há algum tempo. Ou vi o barulho de cortinas sendo abertas e a luz invadindo o local, depois Adam pediu para que eu em fim abrisse os olhos e pôs fim a minha curiosidade.

Era uma enorme biblioteca, cascatas de livro se estendiam por todo o lugar, uma mesa no canto da sala também possuía livros empilhados e um tapete ao centro com almofadas ao redor parecia não ser usado há algum tempo.

Um sorriso imediatamente brotou em meus lábios, ele me encarava e sorria também, eu imediatamente o abracei.

–Isso... Isso é lindo. – eu disse enquanto pegava em sua mão e o conduzia para o tapete para que sentássemos e desfrutássemos dos livros.

Ele imediatamente pegou um livro e me mostrou, eu assenti com a cabeça dando permissão para que ele começasse a leitura, após alguns minutos o sono começava a me dominar assim como a Adam, e adormecemos aninhados em meio as almofadas.


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Notas finais do capítulo

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