Minha doce fera escrita por C0nfused queen


Capítulo 8
Capítulo 8.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para minhas queridas leitoras, muito obrigada por continuarem comentando.



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A chuva caia fina na velha campina, onde gastei os melhores anos de toda a minha vida, correndo por entre as flores e sujando a barra de meu vestido de lama, para onde fugia quando tinha medo dos comentários das maldosas pessoas da vila ou por onde eu meu pai costumávamos brincar, isto quando ele não estava gastando sua vida nas engenhocas malucas.

Sentei-me sob minha velha árvore e comecei a analisar as minhas possibilidades, agora eu estava presa destinada a viver condenada a um castelo em meio à floresta, sem jamais descobrir o que a vida poderia ter reservado para mim se eu não tivesse sido entregue a esse destino terrível.

Eu analisava a relva que aos poucos se tornava barrenta devido à chuva e as finas gotas do orvalho agora pareciam grudar em meus cabelos o tornando úmido, mas eu nem ao menos me importava isso tudo agora era irrelevante, eu não tinha mais pelo que lutar, entreguei minha vida a meu pai e ele me trocou por algumas moedas, como se eu fosse um objeto dispensável em sua vida, as lágrimas começaram a cair, rolavam pelo meu rosto de maneira discreta, recentemente eu sempre me pegava chorando durante a noite, mesmo que lutasse para ser forte e superar tudo aquilo, abraço meus joelhos em uma tentativa de me manter aquecida e encosto levemente meu queixo sob minhas pernas.

Porém ao longe vejo que alguém se aproximava, fico apreensiva pensando que se alguém me encontrasse ali naquela situação eu poderia ser levada de volta para casa, torturada e se ele ainda me aceitasse seria levada ao altar, para casar-me com um homem que acreditava que a única função de uma mulher era aumentar sua linhagem, mas quem se aproximava era Adam, com um doce sorriso no rosto e sem suas habituais cicatrizes. Ele sentou-se a meu lado e me encarou de forma gentil, esperando que eu dissesse algo, porém eu apenas o observei enquanto os acontecimentos da noite passada voltavam aos poucos em minha mente, “Eu vou protegê-la”.

Ele aos poucos começou a se aproximar lentamente, seu rosto a milímetros do meu até que o espaço entre nós tornava-se quase imperceptível, porem nosso beijo fora interrompido por um grito, vindo do outro lado da campina. Gastón aproximava-se com meia dúzia de caçadores que traziam em mãos afiadas facas, ele puxou-me pelos cabelos e jogou-me com forca na relva, Adam postou-se ao meu lado, como ele iria se defender, ele não possuía armas?

Gastón correu em sua direção e eu apenas fechei os olhos esperando que ele caísse morto ao meu lado, porém quando voltei a abri-los Adam havia sumido e agora um imenso lobo cinzento estava ao meu lado, ele uivava e se colocava a minha frente, afastando aqueles horrorosos homens, ele partiu para Gastón e o matou rapidamente, dilacerando sua carne com seus dentes afiados, depois ele voltou seus enormes olhos em minha direção.

Agarrei-me a algo macio, sentia meu corpo balançar como se estivesse sendo carregada, minha respiração estava desregulada e as lágrimas teimavam em cair, tinha medo de abrir os olhos e voltar a encontrar aquela horrenda cena novamente, gritos, ameaças, dor... Morte. Eu encostei minha cabeça em um peitoral musculoso e ouvi as batidas do coração da pessoa que me carregava, tomada pela curiosidade abri lentamente os olhos e percebi que Adam me mantinha em seus braços me levando pelos corredores do castelo, ele não havia percebido meu toque, me mantinha firme e segura em seus braços, o seu coração batia de maneira tranqüila e isso aos poucos foi me acalmando, guiando-me de volta a inconsciência.

Pude ouvir batidas que cortavam o silencio, anunciando que o dia já começara, percebi que estava em meu quarto envolta por cobertas, madame Marta abriu a porta lentamente e caminhou pelo quarto, eu levantei e peguei um belo vestido no guarda roupa enquanto ela fazia um a bela tranca em meus cabelos ondulados. Perguntava-me a quem pertencia aqueles vestidos, eram tão bonitos, tão refinados, deveriam pertencer a alguém importante.

Ela me conduziu para fora do quarto, mas dessa vez não seguimos para cozinha do palácio, mas sim para um enorme salão, finamente decorado, Adam estava sentado à cabeceira e apontava para que eu senta-se na outra extremidade e o acompanhasse em seu café, não dissemos nada durante isso, diferente de quando comia na cozinha, onde Benoite contava suas animadas histórias e tínhamos que sorrir baixo para não sermos pegos por Burnier que sempre protestava quando ouvia qualquer ruído pelo palácio.

Depois de terminarmos, seguimos para fora do castelo, onde dois cavalos nos esperavam, já selado.

–Sabe montar Bela? – ele me perguntava enquanto subia em seu cavalo.

Sorri para ele.

–Eu costumava montar quando... – parei ao perceber que uma sombra passara discretamente sobre o seu rosto e esta logo fora substituída por um gentil sorriso.

Ele estendeu a mão e me auxiliou a subir em meu cavalo, depois seguimos cavalgando pelos amplos bosques ao redor do castelo, sem rumos corríamos e observávamos as arvores passarem rapidamente por nós. Logo chegamos a um amplo espaço e ele parou seu cavalo, imitei seu movimento rapidamente ele desmontou e me auxiliou em minha descida, depois segurou em minha mão enquanto caminhávamos por entre as flores. Conversávamos abertamente e eu notava a mudança que Adam havia sofrido nesse curto período de tempo. Paramos sob uma árvore e ele fez algo inesperado segurou meu rosto entre suas mãos enquanto se aproximava para me beijar, eu não sabia dizer o quanto esperava por aquilo, porém ao fechar meus olhos imagens de meu sonho tomaram minha mente, os gritos e o lobo.

Eu me desvencilhei de seus braços e corri pela campina, ele não pareceu entender minha atitude, peguei meu cavalo e corri sem rumo por entre os bosques o deixando confuso com minha atitude.


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Notas finais do capítulo

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