Minha doce fera escrita por C0nfused queen


Capítulo 6
Capítulo 6.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a minhas queridas leitoras que estão sempre comentando e me estimulando a continuar a escrever.
Queria também dar boas-vindas a nova leitora Flor Valverde Volturi.
Espero que gostem, nào esquecam de dizer o que acharam.



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Acordei sonolenta com os raios de sol invadindo a pequena janela da velha torre de pedra, toquei meu braço e a dor voltou imediatamente, as imagens da noite passada não saiam de minha mente, os meus gritos, Adam em seu cavalo, o brilho de sua espada e, sobretudo sua enorme tentativa de me proteger, suas palavras ainda ecoavam em minha mente, vivas. Levantei lentamente e vesti as roupas já separadas para mais um dia de trabalho. Rapidamente o homem gorducho que se identificou como Burnier apareceu com as chaves da cela em que eu me encontrava. Caminhávamos calmamente descendo as escadas de pedras, Burnier vinha severamente como sempre, ele possuía um ar mais serio que os de mais empregados o que me levava a crer que ele deveria ser o supervisor dos demais. Devido a minha condição meu trabalho havia sido reduzido, não poderia levantar os pesados baldes de madeira e lavar escadas com um dos braços marcado por garras de lobo.

Quando cheguei à enorme cozinha do castelo os demais funcionários já realizavam suas devidas tarefas, ao me ver madame Marta, uma senhora gorducha copeira do castelo veio em minha direção dando-me um forte abraço.

–Como estas meu bem? – ela falou apontando para meu braço envolto em ataduras – Sente-se melhor?

Balancei a cabeça positivamente, embora isso não passasse de uma mentira, ela arregaçou um largo sorriso e me ofereceu um farto café da manhã. Todos conversavam alegremente, levando em conta a situação deles, ali presos em um castelo decadente no meio de uma floresta, condenados a trabalhar para um príncipe extremamente arrogante que tinha medo de mostrar seu lado bom, seu lado humano.

Após o delicioso café, fomos para nossas tarefas, eu ajudava Adeline à servente do castelo a recolher algumas folhas secas do chão do jardim, ela tagarelava sem parar, falando-me de tudo que ainda sonhava em fazer. Eu sorria para ela algumas vezes, porém minha cabeça não conseguia sintetizar o que ela dizia.

Avistei a sacada de onde em meu sonho Adam havia pulado essa idéia ainda me assombrava, mesmo sabendo que ele era um monstro, não por sua aparência, mas por seu coração frio, negro.

Ao terminarmos seguimos para o castelo onde Burnier queixava-se de nossa demora, ele parecia ter sua cara constantemente tomada por essa expressão, ele batia o pé no tapete de veludo vermelho pedindo, não ordenando, para que nos apressássemos.

Madame Marta havia posto o almoço em mesa, cômodas variadas e cervejas baratas a rodeavam, todos tinha em seu rosto uma expressão de cansaço, mas esta era praticamente oculta pelas risadas nos sentamos à mesa e notei que Burnier não se encontrava entre os demais empregados, interrompi uma das histórias engraçadas de Benoite para fazer uma pergunta que não me saia da cabeça:

–Por que Burnier não almoça conosco? – perguntei enquanto levava a boca mais uma garfada da deliciosa refeição de madame Marta.

–Burnier... Não é como nós meu bem. – ela disse enquanto me servia uma xícara de chá. – Ele é... O mais próximo que Adam tem de um pai.

–O que quer dizer com isso?

–a família de Burnier trabalha para família de vossa alteza há muito tempo, ele cresceu no castelo e tornou-se o melhor amigo de vossa majestade, ele viu Adam nascer, o ajudou a dar seus primeiros passos e também substituía a presença paterna quando o rei viajava em função do estado. Quando Adam tornou-se órfão... Burnier assumiu a função de pai, mas Adam era uma criança difícil e com toda a questão da... – ela foi interrompida por Benoite que bateu fortemente a mesa e disse:

–Mas já chega disso Marta... Vamos nos animar, querem ouvir sobre a vez em que eu caí no lago para pedir uma dama para me acompanhar em uma caminhada.

–Já ouvi essa história repetida vezes e ela curiosamente sempre muda. – disse Bourbon, o chefe.

As risadas ecoaram e a atenção foi roubada pelas façanhas de Benoite quando ele contava com seus 20 anos.

A história de Burnier continuava em minha mente, ele criara Adam... E o que Benoite impediu madame Marta de dizer, isso era algo que eu precisava descobrir.

Ao final do jantar Burnier entrou pesadamente na cozinha e anunciou:

–senhorita Bela. – ele pronunciou meu nome – Por ordem de vossa alteza, você dormirá agora em um dos quartos do castelo, o príncipe acha desnecessária a sua presença na torre.

–Mas eu achei que eu fosse...

–Uma prisioneira? – ele me interrompeu – Não sei sobre sua atual situação, mas se preferir permanecer na torre.

–Não... Parece maravilhoso.

Ele fez sinal para que eu o seguisse e eu prontamente o atendi, atravessávamos corredores e subíamos escadas até parar em frente a uma porta de madeira branca com alguns detalhes em dourado, ele a abriu revelando um belo quarto, com um enorme guarda-roupa e uma cama repleta de travesseiros.

–Dormirá aqui... Por hora.

Ele saiu deixando-me sozinha no quarto, depois de um exaustivo dia de trabalho, vesti uma camisola que havia sido deixada sob minha cama e deitei-me.

Um barulho ecoou do canto do enorme quarto, apertei meus olhos em uma tentativa de tentar enxergar através da escuridão. Aproximando-se com o conhecido chicote de couro em mãos, estava à mãe de Gastón, ela me observava com um olhar de raiva.

–Como ousas? – ela disse enquanto se aproximava cada vez mais passando o chicote de uma mão para a outra – abandonou meu filho, o humilhou diante de toda a vila.

Ela parou em frente à cama.

–Mas agora? – ela falou com uma voz terrível – Pagarás e sofrerás como sofreu meu pobre filho.

Não dei a ela tempo de terminar corri para fora do cômodo atravessando os corredores correndo.

Em algum lugar do castelo...

Encontrava-me agora deitado em um dos divãs de meu quarto, com uma pilha de livros ao lado e muitas, muitas perguntas em minha mente, aquela menina, Bela, a quem eu ando observando atentamente, havia voltado para me salvar, por que ela simplesmente não havia me deixado ali, entregue a própria sorte, pensar que ela por pouco poderia ter descoberto o que tanto tentei ocultar, meu verdadeiro eu...

Convencido por Burnier, que sempre reservou a mim seus melhores conselhos, permiti que ela dormisse em um dos quartos, afinal ela havia se mostrado tão gentil, com atitudes tão surpreendentes, eu não poderia deixá-la dormindo em um frio chão de pedra, ela era diferente, diferente de qualquer moca de quem eu já desfrutara da companhia, para ela a minha coroa não era a razão de tudo, mas uma pequena parte do quebra-cabeças que ela estava decidida a resolver.

Ouvi passos ecoarem pelo corredor, o que chamou minha atenção, quem andaria àquela hora pelo castelo?

Levantei cuidadosamente a fim de não fazer barulho e peguei minha espada que havia sido deixada de lado desde o incidente com os lobos, abri lentamente a porta e vi Bela correr pelos corredores, ela parecia dormir, não prestara atenção em minha presença, eu a chamei, mas ela não pareceu dar sinais de que havia percebido, larguei minha espada e corri atrás dela, o que ela pretendia agora, arranjar novas cicatrizes, ou brigar com um urso raivoso na floresta, ela corria desesperadamente, parecia atordoada demais, ela seguiu para fora, onde agora caia uma forte chuva, eu a segui, a chuva molhou seus cabelos castanhos deixando a roupa que ela vestia transparente, ela nem ao menos notou, continuou a correr, até que eu a agarrei pelo braço e ela finalmente pareceu despertar.


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Notas finais do capítulo

E então?



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