POV Arcadia

Quando o corpo de Marcelus veio flutuando pela água, começo a chorar, sem nem saber o porque. Ele nem era próximo a mim, mas as lágrimas não param de escorrer pelo meu rosto. Jorddan, talvez meu único amigo aqui, me abraça, mas não consigo parar de soluçar. Percebo que choro por tudo. Por Panem, pelos Jogos...

Depois que me acalmo, sinto que estou sendo observada. Me viro para a ilha e vejo dois olhos negros que contrastavam na folhagem me olhando. A garota do 10... não teria coragem de matá-la, decido que vou tentar levar os carreiristas para outro lugar, mas Camile segue meu olhar e vê a garota, gritando: Peguem ela!

Ela e Dietri começam a nadar na direção da ilha, eu e Jorddan nos olhamos, e quando abrimos a boca para tentar impedi-los, um barulho de água inunda nossos ouvidos. De repente, uma onda gigante irrompe vinda do outro lado da área, vindo direto em nossa direção.

Aperto com força a mão de Jorddan e prendo a respiração quando a onda nos atinge.

A força da água me puxa não-sei-para-onde, não vejo Jorddam e nem mais ninguém. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas quando meus pulmões começam a implorar por ar, e quase perco a inconsciência, sinto meu corpo cair no gelo frio.

Volto a respirar, ofegante, e depois de algum tempo me levanto, olhando em volta. A maior parte dos suprimentos foram destruídos, mas não presto atenção nisso, e sim num choro desesperado, que vinha da praia.

Uma garota, a garota do 12 chora por cima de um corpo, do garoto do 11, e a garota do 10, também chorando, a chama:

–Temos que ir... - diz com a voz fraca.

–Não...não...

–Por favor Samara, não há mais nada à se fazer.-Ela se levanta, soluçando, mas quando olha em minha direção arregala os olhos e agarra o braço da garota do 10, e correm na direção das montanhas.

Olho ao redor, procurando meus aliados. Camile e Dietri estão na praia, só desmaiados (espero). Jorddan está a minha esquerda, e tento acordá-lo.

Depois de um tempo todos estão acordados, e enquanto todos avaliam os suprimentos, me aproximo da praia, olhando para o corpo do garoto do 11.

– Ela gostava de você. - digo olhando para ele com um sorriso triste. - A garota do 12.- me aproximo mais do corpo, e me abaixo, ficando próxima a ele. E você também gostava dela. Via o jeito que olhava pra ela. - quase pude sentir seu espírito sorrindo.

Eu fechei os olhos do garoto e voltei para a cornucópia.

P.O.V. Jason

– está tão na cara assim? – pergunto para Brianna enquanto coletamos algumas frutas

– está mais que na cara que você gosta dela, serio, está muito obvio – diz Brianna com um sorriso.

Por mais que eu tentasse está muito na cara que estou afim dela, no começo, pensei que ele fosse só mais uma aliada, mais um tributo esperando voltar para casa, mas ela é diferente dos outros, o sorriso dela é diferente, o olhar dela é diferente, mas com diferente, quero dizer especial.

– mas você não se escapa dessa lista também, não é Brianna? – digo com um sorriso malicioso no rosto

– co-como assim? – pergunta ela cínica

– como assim, senhorita Brianna, que a senhorita esta caidinha por aquele carreirista! – ela arregala os olhos e começa a me bater

– não to! – fala ela corada

– ah qual é! Eu sei que você ta, eu sei e meio mundo também sabe – ela fica corada e irritada, então ela sai e vai em direção as garotas, que já tinham acabado o fogo.

O hino da capital ecoa em nossos ouvidos, vejo no céu as fotos do Daniel do 12 e do Marcelus, carreirista do 4, logo depois disso vamos dormir, Rosalyn é a primeira a ficar de guarda, por mais que eu tente dormir, não consigo, então vejo ela levantar e ir em direção de uma árvore, sem excitar vou atrás dela, sem fazer nenhum barulho.

Vejo que ela está tentando subir na árvore, ela escorrega e cai umas 3 vezes, penso em aparecer e ajuda-la mas quando vou fazer isso ela consegue, sobe até o topo sem a ajuda de ninguém, me sinto um tanto orgulhoso por isso.

Ela fica lá, durante uns 10 min olhando a paisagem, ela estava olhando para as montanhas, a lua estava cheia e mais brilhante hoje, o brilho da lua é intenso, e faz seus olhos aparecerem ainda mais verdes.

Vejo-a descendo, penso em me esconder, mas quando vi, já estava em baixo da árvore.

– Treinando escalada? – digo em um tom nem tão alto nem tão baixo, acho que ela se assustou com a minha presença.

– Jason? – ela põe o pé em um galho não muito firme e escorrega, ela cai diretamente em meus braços, seus olhos realmente estavam mais verdes hoje – acho que as árvores não gostam muito de mim – diz ela em meu colo.

– também acho – falo e a beijo, foi um beijo longo, senti que tudo que eu queria botar pra fora simplesmente saiu, eu não queria que aquele momento acabasse nunca mais...