Uma dor na cabeça horrível me fez acordar, mas não levantar. Eu estava no mesmo lugar, deitada. Duas ou três pessoas estavam ali, mas sumiram como miragem. Algo escorria pelo meu rosto, que com a ponta da língua senti que era sangue. Elevei minha mão para confirmar de que vinha somente de meu nariz e que já estava estancado.

Minha cabeça parecia explodir de tanto que doia e latejava. E aguentando a dor, levantei do chão à procura de alguém por perto. Uma silhueta parecia estar vindo na minha direção. Com medo de ser ameaça, joguei uma esfera de luz na direção da silhueta, descobrindo o ancião. Esperei até que ele chegasse bem perto para entender o que acontecera.

—Lacirandy agora se lembra de mim? - questionou ele.

—Foi você que lançou o feitiço que me cortou ao meio... - respondi, lembrando de tudo.

—Sim, fui eu. Você era muito forte e incontrolável. Foi preciso para não matar Lacirandy. Você tinha uns 3 anos quando fizemos. Você e a outra voltaram a 3 meses de idade. - ele explicou as lembranças que vinham a tona em minha mente.
—É por isso que eu faço magia sem a varinha?

—Sim, é por você ser muito forte, mesmo depois da divisão. - disse-me e ficou calado por um longo tempo.

—Eu ainda posso ser controlada? Digo, sem por ninguém em risco? - questionei, de volta a oca.

—Pode. Na verdade Lacirandy está bem mais controlada agora.

—Então eu posso voltar?

—Ninguém lhe prendeu aqui.

—Eu... Agradeço a ajuda... Mas... Tenho que ir...

—Tenraq Ocupus. - disse me interrompendo e assustando.

—O quê?

—Meu nome. Não nasci aqui, mas vivo por mais tempo do que posso lembrar sob essas tradições. - explicou-me. -Sempre que precisar, pode vir nos visitar. - ele estava sendo... emotivo?

—Venho sim. - foi a única coisa que eu consegui dizer.