POV Percy

Acordei na manhã de segunda-feira com o chato do meu celular despertando. Eu estava furioso com meu pai.

Voltei da Grécia achando que teria longas férias pela frente. Mas estava redondamente enganado. Domingo de manhã, no café, fui avisado que teria aula no dia seguinte.

Fui matriculado na mesma universidade de meus amigos, onde eu faria faculdade de Administração. Não era bem o que eu queria seguir, mas era importante para meu pai.

Depois que voltei da Grécia, passei a morar com meu pai, já que minha mãe havia casado novamente.

Descobri também, o verdadeiro motivo da festa. Final de férias. Bem original.

Levantei-me, tomei banho e desci para tomar café. Meu pai já havia saído. Ele era dono de um de um parque aquático e resort, o AquaOlympus. No parque havia criação de equinos. Não tem nada a ver uma coisa com outra, mas meu pai era apaixonado por água e cavalos. Como eu.

Tomei meu café solitário e fui para a garagem, onde estava meu novo carro. Era de um modelo esportivo, preto e lustroso. Totalmente minha cara.

Eu não fazia a menor ideia do que usar no meu primeiro dia, por isso optei por uma roupa mais simples. Já fazia dois anos que eu fazia faculdade, mas as coisas na Grécia eram diferentes. Joguei minha mochila no banco traseiro e dirigi até meu novo local de estudo.

Eu havia oferecido uma carona para Jason, mas ele me disse que não era necessário. Perguntei-me se ele iria com o carro dele ou se já tinha carona com alguém.

Enquanto dirigia, liguei uma música alta sentindo a brisa quente do dia de hoje. Algo me dizia que hoje seria um dia diferente, mas não queria pensar nisso, e nem podia com a música alta.

POV Annabeth

Depois de tomar um delicioso café da manhã preparado por minha mãe, sai com minha Hillux prateada e fui até a casa de Thalia. Eu costumava dar carona para ela, Jason e Piper, pois gostava da animação que meus amigos transmitiam para mim logo cedo.

Assim que parei em frente à casa dos Grace, vi Thalia sair correndo pela porta em direção ao meu carro. Jason vinha atrás em sua calma tradicional, ou melhor, sono.

Thalia usava uma blusa vermelha, separada por uma delicada cinta de ouro, deixando-a mais folgada na parte inferior. O short jeans era mais escuro. Sapatilha combinava com a blusa. Já seus brincos, sua pulseira e seu colar eram dourados, combinando com a bolsa. Os cabelos negros estavam lisos e desfiados como sempre.

Roupa da Thalia

Ela estava muito bonita, porém, eu desconfiava que ela estivesse tentando conquistar alguém. E eu já imaginava quem era.

–Bom dia Annie – cumprimentou-me Thalia sentando-se no banco ao meu lado.

–Bom dia Thals – cumprimentei-a em resposta.

– ‘Dia – falou Jason sonolento, sentando-se no banco traseiro.

–Bom dia para você também, Grace – respondi dando risada de seu mau humor.

Dei partida e segui para a casa de Piper.

–Ansiosa para as aulas? – perguntei só para Thalia, já que Jason parecia dormir no banco de trás.

Thalia me lançou um olhar mortal e ri de sua expressão.

Seguimos em silêncio até a casa de Piper, que já nos esperava na calçada. Quando ela abriu a porta, Jason saltou.

–Bom dia Pips – falou.

–Bom dia dorminhoco – falou dando um selinho no namorado – Bom dia meninas!

–‘Dia – cumprimentamos em resposta.

Piper estava em sua animação tradicional. Além disso, continuava a vestir-se com cores quentes e vibrantes. No dia de hoje, optou pelo rosa. Usava uma blusa rosa, amarrada na parte inferior. O short era preto. A sapatilha era do mesmo tom da blusa, com a borda preta. A pulseira, o brinco e o anel eram pretos e dourados. Sua enorme bolsa rosa estava cheia de livros e outras coisas que nem fazia ideia do que poderia ser. Os cabelos castanhos estavam presos lateralmente.

Roupa da Piper

Enquanto Piper e Jason conversavam baixinho, eu e Thalia cantávamos uma música, totalmente desafinadas e ríamos muito com isso. Era algo tão bom e irresponsável.

Mas meu bom humor foi arruinado quando fui cortada por um carro preto lustroso na entrada da faculdade. Freei bruscamente para não bater no carro diante de mim, lançando todos nós para frente. Piper e Jason que tagarelavam na parte de trás imediatamente silenciaram com o susto.

–O que foi isso Annie? – perguntou Piper assustada.

–Algum idiota resolveu cortar minha frente. – respondi quase bufando de raiva.

Escutei Jason murmurar alguma coisa, mas não entendi o que era. Parecia ser algum nome.

Segui para uma vaga livre ao lado do carro preto. Desci irritada, puxando minha bolsa comigo. Eu havia optado por uma blusa bege mais folgadinha, presa por um cinto preto, combinando com meu short. Minhas sapatilhas combinavam com a blusa e a bolsa. A pulseira, o colar e os brincos faziam par com meu short. Meus cabelos estavam soltos em cachos, que caiam em minhas costas.

Roupa da Annabeth

–JACKSON! – gritei ao ver quem era o outro motorista. – Onde pensa que está indo?

–Para a aula – falou inocentemente.

–Como consegue falar isso nesse tom insolente depois do que fez? – gritei.

–Fiz o quê? Do que está falando Annabeth? – Percy estava visivelmente irritado. Provavelmente nem percebera o que quase acabara de acontecer.

–Você cortou minha frente e quase bati no seu carro – quase gritei.

Ele teve a ousadia de ignorar-me, dando as costas e entrando na escola. Jason foi atrás dele, mas não fiquei braba por isso, eu sabia que nada do que eu fizesse mudaria a amizade dos dois.

–Calma Annie. É ainda o primeiro dia de aula, fique tranquila – aconselhou-me Piper. Respirei fundo, tentando me acalmar.

Vi Hazel vindo em minha direção. Era o primeiro ano dela na faculdade e estava muito nervosa. Abracei-a numa tentativa de reconfortá-la e acalmá-la.

Entramos na hora em que soou o sinal. Segui sozinha para minha sala, já que ninguém mais de meus amigos cursava arquitetura.

Na hora do almoço, segui para tomar água. Estava enchendo o copo quando alguém esbarrou em mim. Olhei furiosa para ver quem era. Mas só podia ser uma pessoa.

–Você está fazendo de propósito Jackson? – perguntei.

–Juro que não Annie – respondeu fazendo cara de inocente.

–Não me chame de Annie. Para você é Annabeth.

–Está bem... Annabeth. Desculpe pela ousadia. – falou em tom irônico.

E sem pensar joguei a água que estava em meu copo direto em seu rosto. As pessoas que viram começaram a rir. Sai batendo o pé, sem olhar para trás.

POV Thalia

Depois de acalmar Annabeth, voltei para minha sala.

Annabeth estava irredutível. Se ela pudesse odiar ainda mais Percy do que ela já odiava, eu temeria minha vida se fosse ele.

Fiquei distraída durante todo o resto da aula e dei graças aos deuses quando o sinal soou indicando o fim da chatice.

Admito que eu estava tão distraída que foi minha vez de esbarrar em alguém.

–Calma aí Thalia – falou a pessoa que eu menos queria encontrar no momento. Sua voz era risonha, mas na verdade sempre era, mas parecia achar engraçado o fato de eu enrubescer sempre que o via.

–Desculpe Leo – respondi baixinho, sem olhar em seus olhos.

–Por que não olha para mim? – perguntou levantando meu rosto com a mão. Sua mão era quente, mas um calor muito bom e não desagradável como o ar abafado ao nosso redor.

Fiquei tão próxima a ele que quase enxerguei sua alma. Seus lindos olhos castanhos me olhavam-me de tão perto que fiquei sem ar.

–Preciso ir – obriguei-me a dizer, embora o que eu queria era ficar ali com ele – Annabeth esta me esperando.

Leo soltou meu rosto, mas agora eu não queria partir. Era como se a brisa que antes era quente, ficasse gelada perto do calor de Leo.

–Até amanhã então – falou dando-me um beijo na bochecha e indo embora, mas em um momento, virou-se para mim. - A propósito, você está muito linda. - gritou para mim e voltou a caminhar. Fiquei um bom tempo parada, olhando para ele, até que me lembrei que precisava da carona de Annabeth ou teria que ir caminhando para casa.

Corri até o estacionamento e o único carro era o de Annabeth. Deuses, ela iria me matar. Entrei com força na caminhonete, como se minha vida dependesse disso.

–Até que enfim – gritou Jason – O que estava fazendo?

–Nada não, me atrasei para guardar os materiais – menti.

Senti Annabeth me lançando um olhar curioso. Algo me dizia que ela sabia exatamente o que eu estava fazendo lá dentro. Bom, pelo menos ela não poderia me matar, já que a culpa não fora minha.