POV Annabeth

–Pode confessar Thalia. Você estava com o Leo, não é? – perguntei à minha amiga quando parei meu carro em frente a casa dela e seu irmão já havia descido.

–Leo? – perguntou nervosa.

–Isso mesmo, Leo Valdez. Conhece? – pressionei. Thalia assentiu. – Sim, você o conhece, ou sim, você estava com ele?

–Os dois – respondeu baixinho, corando furiosamente. – Como você sabe que eu estava com ele?

–Vi ele saindo pouco antes de você.

–Mas Jason não viu, não é? – perguntou preocupada.

–Não – disse rindo da sua expressão. – Se eu pudesse, estaria junto com v... Se eu soubesse teria demorado mais para sair também.

–Por quê?

–Jason e Piper estavam em sessão de beijos no banco de trás. Inclusive tive que sair do carro. Estava constrangedor aquilo. – falei lembrando-me do ocorrido. Thalia riu de minha expressão.

–Você ia dizer que preferia estar junto comigo não é? – perguntou-me e eu assenti. – Então por que parou no meio da frase.

–Não queria atrapalhar seu momento – respondi e Thalia enrubesceu novamente - Você gosta dele não é?

–Eu não sei. Estou tão confusa!

–Saiba que torço por vocês dois – falei sorrindo apesar de sua resposta.

–Obrigado Annie! – despediu-se rindo também.

E saiu do carro. Eu nunca vi Thalia tão constrangida.

Dirigi até minha casa. Fui direto para um banho, não havia percebido o quanto eu estava tensa. Detestava mais ainda saber que o motivo dessa tensão era Percy Jackson.

POV Thalia

Assim que cheguei em casa tranquei-me no quarto. O que fora aquilo com Leo? Não podia suportar saber que eu gostava dele. Nunca havia sentido nada assim antes.

Liguei uma música alta e joguei-me na cama. Ninguém me incomodaria agora. Jason até que gostava de meu estilo musical e meu pai e minha madrasta não estavam em casa. Fechei os olhos deixando a música passar por mim. Música era tudo!

Imagens começaram a passar em minha mente. Leo olhando dentro de meus olhos, sua mão segurando meu rosto, seus lábios encostando-se a minha bochecha...

Até que meu estômago roncou. Levantei-me e percebi que estava deitada há uma hora. Provavelmente eu havia cochilado. Quero dizer, com certeza eu havia cochilado.

Fui até a cozinha, preparei um big lanche, porque, sinceramente, eu amo comer. Estava mais convicta do que nunca que precisava sair, ou então, nunca tiraria ele da minha cabeça.

Corri de volta ao meu quarto, escolhi uma regata branca, com estampa dos Estados Unidos, mas com flores ao invés de estrelas e um short de lavagem clara. Em meus pés, um tênis cuja estampa também era dos EUA. Peguei uma bolsa preta simples, com alça longa o suficiente para pendurar no ombro. Peguei dois brincos também dos EUA (não sei o que havia comigo hoje), uma pulseira azul com vários detalhes e um colar com chave e cadeado. Meus cabelos estavam amassados então, apenas o ajeitei novamente, mantendo o penteado. Passei um delineador simples, mas de qualquer forma ficaria escondido, já que pus óculos de sol. Em meus lábios, passei batom vermelho.

Roupa da Thalia

Antes de sair, desliguei a música e corri para fora, tentando fugir de perguntas,mas fui pega em flagrante:

–Onde você está indo? – escutei Jason falar atrás de mim.

–Passear por aí – respondi virando-me para ele.

–Sozinha? – perguntou desconfiado.

–Sozinha. – afirmei.

–Ok então. Vai demorar?

–O que foi Jason? – comecei a me alterar, aumentando o tom de voz. – Virou meu pai agora?

–Me preocupo com você – respondeu sem hesitar e sem alterar a voz. Minha vontade murchou imediatamente. Eu não queria brigar com meu irmão. Não agora.

–Desculpe, não sei se vou demorar. – falei e fui embora.

Fui com meu carro até a praia. Achei uma vaga para meu carro e sem pensar parei. Saltei para fora e tranquei-o. Eu havia pegado o vício de Annabeth de vir na praia sempre que eu não estava bem.

Enquanto caminhava pela calçada que ficava à beira da areia, percebi como gostava de caminhar na praia para deixar os pensamentos em ordem, apesar de eu odiar areia.

Enquanto caminhava, comecei a relaxar. Fui até uma casa de sucos que havia do outro lado da rua, eu estava com sede, pois fazia calor. Entrei e fui direto ao balcão, sabia exatamente o que pedir:

–Abacaxi natural e sem açúcar.

–Thalia – virei-me para a origem do som. Parecia que o dia não era para mim. Leo Valdez, sentado sozinho, convidando-me para fazer companhia a ele. Acenei para ele sem demonstrar o turbilhão que se passava dentro de mim.

Fui em direção a ele sentando-me na cadeira em frente a sua. Levantei meus óculos, deixando-os em minha cabeça, segurando meus cabelos.

–O que faz aqui? – perguntei.

–O que todo mundo vem fazer. Tomar sucos – disse com um sorriso que me irritava e me fazia derreter ao mesmo tempo. Não pude deixar de sorrir com sua piadinha sem graça

–É claro, como não pensei nisso antes – respondi entrando na brincadeira.

–E você? – perguntou.

–O mesmo. – enquanto falávamos, nossos pedidos foram servidos juntos.

–Abacaxi sem açúcar? – pediu a garçonete. Ela tinha mais ou menos minha idade e ficava lançando olhares interessados para Leo, o que confesso, fez surgir uma pontada de ciúme.

–Meu – falei. Fique curiosa para saber qual ele havia pedido e estava ligeiramente irritada.

–E abacaxi com açúcar, o seu – falou servindo Leo, que assentiu e nem percebeu o sorriso cheio de mistérios que ela lhe lançou, já que ele não tirava os olhos de mim.

Por um bom tempo tomamos nosso suco em silêncio, até que ele falou:

–Topa passear comigo depois do suco? - A pergunta me pegou de surpresa, mas fiquei ainda mais surpresa ao perceber que era exatamente isso que eu queria.

Começamos a conversar sobre outros assuntos, até que ele se levantou e foi até o balcão e pagou a conta. Fui atrás dele praticamente correndo.

–Leo, você sabe que não precisa fazer isso. – falei quando vi que ele recebia o troco.

–Eu não me importo, além disso, devo ser cavalheiro – disse fazendo uma mesura, o que fez com que nós começássemos a rir.

–Você é tão ridículo ás vezes – Leo riu mais ainda.

Saímos e optamos por voltar o caminho que eu havia feito, já que segundo ele, seu carro estava naquela direção também.

Conversamos naturalmente, o que foi melhor do que eu pensara, já que assim, eu pude conhecê-lo melhor.

Quando chegamos ao meu carro, Leo prensou-me entre ele o carro, algo que me pegou desprevenida, deixando-me sem ar.

–Foi muito bom passar esse tempo com você Thalia – disse com o rosto próximo ao meu.

Senti-me uma idiota, já que não consegui fazer nada além de assentir.

–Até amanhã – e deu-me um beijo na bochecha e indo embora, exatamente o que ele fez no final da aula, só que dessa vez ele não se virou. Encostei a mão no lugar que ele havia me dado o beijo e falei para mim mesma:

–Até...