Idiot Guy escrita por Apiolho


Capítulo 8
8 - Como em um filme de terror


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Primeiramente quero explicar a demora, que foi por: a) Provas dificilimas; b) Vários compromissos; c) Vários trabalhos; d) Vieram muitas vezes aqui e eu não pude terminar o que começava, tendo de deixar isso para o outro dia. Então espero que me desculpem.

Quero muito agradecer a Raene Melo, AkumaKun, hans, Small long hair (no primeiro), gih, Land (no sexto também), LuhLerman, Senhorita Foxface, Helen, Cherry Valdez, Reeh Tetsuya e Louise White por comentar no anterior. São muito importantes para mim, tanto dos novos quanto dos velhos. E eu estou super feliz por saber que o número de leitores e review aumentou, então fico super grata.

Muito obrigada também a Catnip e Malu por acompanhar. Sério, adorei demais quando vi.

E onde estão meus outros lindos leitores? Serão bem vindos os que estão por vir e aos que já comentaram.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496277/chapter/8

Capítulo oito

Como em um filme de terror

“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”

(Machado de Assis)

Quando tive a chance fui olhar o jornal, e me surpreendi com o que vi. Todavia felizmente foi para o lado bom. Nem eu esperava que iam escrever dessa maneira. E nada como uma vingança bem feita para aterrorizar os outros.

Resumindo: o jornal elogiou o meu look de antes e falou do novo casal, Vincent e Ally, ao desmentir a notícia de ontem.

Mostrei para a minha amiga, junto com o seu namorado, e ela deu um sorriso enorme em resposta. Nunca contei para ela sobre esse meu lado, no entanto sabia que eu poderia passar por cima das pessoas que tentam nos destruir.

Sempre foi assim.

– Hoje é o teste para a escolha dos novos membros? – questionou.

Amassei o papel que estava em mãos e a olhei.

– É na sexta. – declarei.

Não gostava desse momento, e como era capitã tinha a obrigação de fazê-lo. Ver sonhos destruídos por minha culpa não era algo de presenciar.

– Você vai me esperar nesse dia amor? – com a voz melosa

Isso pareceu o despertar, fazendo-o fita-la com uma expressão indiferente. Como se não se importasse com o que acabara de ouvir.

– Claro. – respondeu sem vontade.

Assim ela vai reparar seu idiota!

Então a Alisson simplesmente o agarrou no meio do pátio, deixando-me de boca aberta. E eu nunca ia conseguir me acostumar com a sua ousadia e por sempre tomar a iniciativa. Sendo que aquilo continuou até o sinal bater.

– É uma baita de uma gostosa, mas vadia. – gritou um garoto.

Ah! Agora ia revidar.

– Fala isso porque nunca foi bom o bastante para pegá-la querido. – defendeu-me minha amiga.

Eu ia responder, minha boca estava coçando para isso, mas só as palavras dela já foram o bastante para calá-lo e fazer com que os outros ficassem rindo dele. E nada mais foi dito até as aulas acabarem. Nem o Patrick abriu a boca para dizer alguma besteira.

“Me encontra na praça perto da escola? Preciso falar contigo urgente.” – Vincent.

Eu estava secando meu cabelo no meu quarto e não queria sair agora. Organizar e pegar a lista de candidatas para depois pesquisa-las havia me deixado muito cansada.

Tanto que parecia uma Barbie de R$1,99 antes de tomar banho.

“Não pode contar por mensagem?” – Ellie.

Quando estava quase terminando e indo colocar o pijama o aparelho apitou.

“Preciso falar contigo, e é pessoalmente!” – Vincent

Até por SMS parece um grosso.

“Tudo bem, te encontro em meia hora” – Ellie.

Peguei a primeira roupa quente que vi que não fosse comprometedora e fui até o ponto combinado. O vento estava muito forte as sete, fazendo com que meu cabelo tampasse meu rosto em vários momentos. Tive de me despistar de alguns postes para chegar naquele lugar sem nenhum machucado.

– Descobri finalmente uma qualidade sua. – começou.

Não estava mais com o band-aid, deixando-me tentada a fazer algo para que aquele ferimento sumisse. Ainda mais por saber que era por minha culpa.

– Qual? – quis saber.

– A pontualidade. – e deu aquele sorriso torto.

Pensei que ia dizer sobre a minha beleza.

– E você nem graça tem. E para que veio me chamar? – devolvi.

O silêncio se formou e eu notei que era sério.

– Quer um pouco? – ofereceu.

Foi então que notei que levava um saco de doritos chilli pepper. O meu preferido. E eu pensava que era muita coincidência para ser verdade.

– Gosta? – sussurrei.

– Não muito. Foi a Alisson que disse que é o seu favorito no nosso encontro hoje. – declarou.

Aquilo me deixou com raiva.

– Você é pior que eu, que fica falando de mim, mas sempre está tentando agradar os outros! – exclamei.

– Só que há uma diferença, eu não minto e nem escondo nada. – retrucou.

Não ia ficar mais aqui para ouvir suas ladainhas. Virei de costas e me dirigi para onde se encontrava minha bicicleta, todavia ele me parou e me olhou de maneira irritada.

E ia levar o salgadinho comigo.

– A nossa conversa não terminou. – esbravejou.

– Não tenho mais tempo a perder com uma pessoa como você. – rebati.

Pareceu dar uma suspirada antes de continuar.

– Para de ser infantil e me escuta.

Então levou-me até o banco mais próximo enquanto eu aproveitava do chips que tinha me dado. Olhava para o chão e abraçava a mim mesma ao sentir mais o frio que a noite nos proporcionava.

– Vai me ouvir? – balbuciou depois de uns segundos.

– Desembucha. – disse ao olhá-lo.

Ele parecia nervoso e passava a mão no cabelo, deixando-me mais preocupada.

– Acho que vou terminar com a Alisson. – declarou.

Meu coração deu uma parada para depois continuar a bater de forma rápida por conta do susto. Qual seria o motivo? Será que desistiu de esconder meu segredo? Tudo aquilo me deixava tão transtornada que me fazia tremer.

– Por quê? – um pouco apavorada ainda.

– Ela está gostando de mim, e eu não quero magoá-la. – explicou com cautela.

– Não... – comecei, mas parei.

Vi uma sombra perto de nós, e como ainda estava abalada com o episódio do professor eu puxei o Vincent pelo braço. Corria em direção ao caminho da minha casa enquanto olhava para trás, vendo que a pessoa nos seguia com uma capa preta.

– O que está acontecendo? – com a voz abafada.

– Só sobe na bicicleta, depois eu te conto.

Ficou na garupa e eu comecei a pedalar, mas o outro ainda me seguia com um patinete. Era algo tão bizarro e temeroso que me fazia vacilar muitas vezes, tanto que meus pés escaparam do pedal em alguns momentos.

– Dá para dizer o por que está com tanto medo? – declarou.

– Um cara vestido de Ku Klux Klan negro está atrás da gente! – berrei.

Ele começou a rir do nada e segurou a minha cintura com força ao ver que ia cair. Seu toque era quente e parecia me deixar mais calma. Até porque deu a entender que eu não estava sozinha. Ao olhar para trás e ver que o cara estava perto da gente eu tentei ir mais rápido, fazendo-me perder o equilíbrio e cair.

Só senti meu joelho e braço ardendo, a dor era tão chata que me fez lacrimejar automaticamente. E antes que eu pudesse me levantar aquela pessoa chegou perto de nós. Tentei recuar e fugir, no entanto pegou no meu braço e tirou o capuz.

Era um garoto cheio de tatuagens e alargadores, além de piercings em algumas partes. Apesar da aparência assustadora parecia ser melhor do que se fosse o ex professor de biologia.

– Vocês querem ter uma sessão de taro comigo? Por favor, faz tempo que não tenho clientes. – o tom gentil.

– E por que dessa roupa? Você a apavorou! – exclamou o Mitchell.

– Dá um ar de mistério. – respondeu.

Dei um grito quando apertou onde se encontra meu machucado. Então soltou-me rapidamente e pediu desculpas ao ver o que tinha feito.

– Se vocês pagarem eu trato os cortes de vocês e faço a consulta. – declarou.

– Quantos é? – quis saber.

– R$10,00 cada.

Olhei para o namorado da minha amiga, dizendo de forma baixa que não tinha dinheiro. Então ele tateou no bolso e encontrou trinta reais. Provavelmente sua mãe deveria ter lhe dado de mesada.

– Aceitamos. – confirmou.

Que droga! Deveria ter dito que era R$15,00. – soou o homem.

– E qual é seu nome? – quis saber.

– Zack, e o de vocês? – questionou.

Até que ele não era tão assustador, apesar de mercenário.

– Vincent e Ellie. – respondeu por mim o outro.

Andaram na frente e eu fiquei para trás por não conseguir andar direito.

– Tem como me ajudarem? – berrei.

Pararam ao lembrar que eu existia, e ao conseguir me segurar fui em direção a uma cabana que se encontrava perto da praça. Era escura e cheio de velas, assim como algumas caveiras.

Acho que vou tirar o que disse sobre não ser horripilante.

– Quem será o primeiro? – começou.

Já que me encolhi o outro se pronunciou. Só que antes de iniciarem o “guru” colocou curativos nos lugares e colocou um produto que cicatrizava mais rápido. E até me deu para usar depois.

Fez uma dança esquisita com os crânios ao colocar as cartas, e antes de falar algo fez uns sons mais estranhos ainda. Aquilo estava me deixando com uma vontade de correr dali o mais rápido possível.

– Você é um cara que vive para agradar os outros e finge que gosta de algo por conta disso. Tem medo que não gostem de como você é. – declarou ao levantar todos.

Uau! Ele acertou mesmo.

– Só isso? – questionou.

– Por R$10,00 apenas poderei revelar o que ouviu. – revidou.

Depois foi a minha.

– Tadinha de você! Esconde muitos segredos e não quer contar de qualquer jeito com medo de perder a popularidade. É uma mentirosa de carteirinha. – disse.

Assustei-me e ao nos liberar eu praticamente tremi com a verdade em suas palavras. O Vincent estava um pouco machucado, mas não tanto quanto eu, e por isso me levou em seu colo até a minha bicicleta um pouco amassada, deixando-me na garupa.

– Segura bem para não cair. – exclamou.

Enlacei meu braço em sua cintura e me encostei nele, sentindo seu perfume invadir minhas narinas. Sem falar do cabelo, que ficava cada vez mais desarrumado por conta do vento, deixando-me com vontade de tocá-lo.

– É-é... você escutou o que aquele guri disse? Foi tudo verdade né? – comecei.

– Se ele estava nos seguindo provavelmente ouviu a nossa discussão. Não se preocupe, aquele cara só queria o nosso dinheiro. – tentou me acalmar.

E realmente tinha razão, todavia ainda me sentia um pouco de medo do que presenciei naquela sala. Aqueles movimentos que pareciam de um ritual africano e o seu jeito.

– E o que queria me falar antes de correr daquela maneira?

– Que não é para terminar com ela até que as inscrições para o comitê se encerrem, senão a Alisson não vai te querer perto de nós. Se for depois não poderemos mais te trocar. – sussurrei perto dele.

– Pensei que me queria longe Lie. Mas está correta. – o tom rouco.

Meu rosto ficou vermelho nesse instante, fazendo-me me odiar por ser ruiva nessa hora.

– Só para que ainda tenha motivos para não contar meu segredo. – inventei uma desculpa.

– Tudo bem. Chegamos. – anunciou.

E então me vi na frente da minha casa. E o tempo havia passado tão rápido que nem tinha notado isso. Quando saiu aninhou-me novamente em seu corpo como um bebê, deixando-me muito perto dele. Ao abaixar sua cabeça em minha direção para se despedir eu vi aquele machucado que tinha ganhado por minha causa.

Simplesmente fiz algo impulsivo ao beijar aquele lugar de forma demorada e terna. Novamente agradecendo por comprar briga com aquela pessoa desprezível.

Só que nada justificava meu ato. Nada.

– Tem como me deixar em pé para eu bater na porta? – quebrei o nosso silêncio.

Pareceu engolir em seco e voltar ao normal.

– Ok. – disse rapidamente.

Fiz isso e minha mãe apareceu, fazendo-a piscar para mim e sorrir para o garoto que se encontrava atrás de mim. Provavelmente pensando em algo malicioso, até por conta da hora. Já eram 21h30.

– O que o bonitão é seu filha? – questionou sem nem cumprimenta-lo.

Ai meu Deus! Lá vai ela fazer suas perguntas.

– O namorado da Ally. – respondi sem pensar.

– E o que está fazendo contigo? – quis saber.

Até a senhora desconfiando de mim também?

– Eu me machuquei e como estava por lá me ajudou. – menti.

E então viu os meus curativos e me chamou para dentro. Mas sem primeiro convidar o Mitchell para entrar, que pareceu me consultar silenciosamente ao me mirar antes de murmurar algo.

– Vou na casa da Valentina agora. – negou.

Junto com ele meu constrangimento se foi.

– Ele não tem um irmão? – quis saber a mulher.

– Não sei e nem quero. – respondi.

Manquei em direção ao meu quarto e passei novamente os medicamentos, para depois colocar as faixas que tinham em casa. Sentia uma dor horrenda. E ao olhar para a janela vi que a minha vizinha estava rindo junto com o Vincent, o que me deixou realmente transtornada.

Com um sentimento estranho.

E enquanto pulavam e ele fazia cosquinha nela eu fechei a cortina, para depois me acomodar na minha cama enquanto pensava no que aconteceu. Eles eram amigos. Mas porque isso me incomodava tanto? Só esperava que a Alisson não pensasse o mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Que loucura né?

A imagem não é minha, que várias delas não apareceram. E desculpem-me se tiver algum erro de português. E eu coloquei Ku Klux Klan negro porque eles usam capa branca. E não tenho nada contra tatuados, só achei engraçado colocar a pessoa com essa personalidade meio louca UAHUA.

Mandem-me review com sua opinião? Seja achando ruim ou bom. E quem quer recomendar que nem a diva da Paradise? Eu ficaria super hiper feliz também. Por favor galera. *-*

Beijos e até a próxima, se me deixarem. Eles não gostam que eu fique no computador nas férias. Se fico algum tempo já reclamam e tão querendo colocar um monte de coisa nos meus dias.